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No bailado das águas do tempo

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  Fonte da Praça São Bento  O lago no Paço Municipal, hoje um jardim no lugar  Fonte iluminada e fachada da prefeitura municipal No frescor das praças iluminadas a cidade foi se estruturando O artigo de hoje foi inspirado por uma publicação feita em 15 dezembro de 1959, no Jornal Correio de Marília, hoje Diário de Marília, pelo jornalista José Arnaldo Bravos, na sua coluna “De Antena e Binóculo”. Os escritos dele estão circulando pela Net através da iniciativa de Sueli Amaral, sua filha, casada com o também jornalista Cláudio Amaral, ambos moradores em Santos atualmente, mas que são apaixonados pelo bairro da Aclimação em São Paulo e por Marília, é claro. Eles criaram o blog que tem o mesmo nome da tradicional e importante coluna da época e nos brindam com o envio dos artigos. Na data acima mencionada, José Arnaldo registrava que o “footing” da cidade estava se desviando e repartindo público com outro ponto atrativo. A causa de tudo foi a inauguração da fonte iluminada no novo Paço Mun

Dois assuntos diferentes

Num dia qualquer do ano passado (ou seja, 1974), conheci um rapaz aqui na redação. Jovem com a barba por raspar e o cabelo por cortar, que me fôra apresentado com jornalista, vinculado a um jornal da cidade de Assis. Na rápida palestra com o mesmo estabelecida, pude perceber um moço dotado de inteligência, de relativa “tarimba”, jornalística e de acendrado amor e vocação profissional. Senti também nesse colóquio, que o moço necessitava maior campo para expandir-se. Conseguira assimilar isto e cheguei a desvendar a possibilidade de intentos seus, em transferir-se para a imprensa mariliense, relativamente mais ampla do que a assisense.   Dissera-lhe eu, na ocasião, que a diferenciação das lides nas duas cidades, não chegava a apresentar uma diversificação tão distante, porque imprensa interiorana seria sempre imprensa interiorana: pobre, sacrificada, com poucos recursos técnicos e humanos e sem condição de uma remuneração muito condigna, por óbvios motivos. E fui mais adiante, ince

20 ANOS SEM JOSÉ ARNALDO (1922-1999)

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HERÓI DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL NA TOMADA DE MONTE CASTELLO, NA ITÁLIA + JORNALISTA + COLUNISTA DO CORREIO DE MARÍLIA POR MAIS DE 40 ANOS + NACIONALISTA + BAIRRISTA + DEFENSOR DOS DIREITOS DO CIDADÃO EM MARÍLIA, EM SÃO PAULO, NO BRASIL E NO MUNDO.

A nova sinalização do trânsito (14 de junho de 1983)

Delegado de Trânsito e presidente da Comissão Municipal de dito Trânsito deu roupagem nova à sinalização oficial em toda a cidade, especialmente no centro urbano. Motorista que não tenha obtido carteira por telefone e que tem por obrigação conhecer os sinais oficiais consubstanciados no Código específico, não tem nenhuma razão para ser infrator. Basta observar e obedecer a sinalização. Só isso. Todavia, convém o motorista fazer os sinais convencionais e compulsórios de conversões. Em palavras outras, ligas as setas direcionais, para orientar os semelhantes. Nada custa, não quebra osso e demonstra que no volante de um veículo existe uma criatura consciente e conscientizada, que respeita a Lei e, sobretudo, detentora daquilo que se chama comezinhamente “educação”. --+-- O Fundo Mundial de Vida Selvagem está dando divulgação a um relatório, informando sobre a realização que discutiu medidas de proteção às baleias. A convenção, de fundo internacional, realizou-se em Botsuana

Cabo do Exército (06 de junho de 1983)

Foram muitos anos. Foi em 1943. Eu me encontrava servindo o Exército. Tinha a graduação de Cabo. Havia um curso geral de Transmissões, que me habilitava ao grau de 2º. Sargento. Executava funções que tais, assim era considerado, mas não havia na ocasião sido ainda promovido, por falta de vaga. O que vale dizer, operava como Sargento e recebia como Cabo. Fôra designado para ministrar aulas de comunicações radiotelefônicas aos pelotões de transmissões de duas companhias de fuzileiros. No Exército, quem leciona não é professor. É monitor. Eu era monitor. Era uma segunda-feira. Sol escaldante. Eu havia recebido simplesmente a ordem de ensinar. Nenhum programa, nenhum currículo, nenhum diagrama. Cabia-me, então, aquilatar até que ponto os soldados haviam progredido ou estacionado nos estudos daquela área, para poder ministrar o temário improvisado e a meu bel escolher. Era assim. --+-- Apresentei-me ao comandante de uma das companhias para a qual eu fora designado. Este enc

Bate papo com um caboclo (24 de maio de 1983)

Comentei, em especial, um bate papo estabelecido com um caboclo, possivelmente analfabeto de pai e mãe. Como havia dito, em se tratando de um homem de pouca escolaridade, por isso mesmo uma pessoa inculta, mesmo com seu linguajar distanciado da gramática e da pronúncia vernacular exata, vi no caipira um espírito arguto e uma criatura de profundo sentido observatório. Dentre outras coisas e além dos motivos por mim revelados, disseram-me outros pensamentos através de sua palestra espontânea e de certa forma previamente sensata. Por exemplo: - Parece que o eleitorado brasileiro não está ainda convenientemente preparado para a abertura política local. Ele ainda vota em barganha, em coronéis, em pessoas que prometem empregos ou vantagens. - O Governo da Revolução está certo. Quem não está certo é o escalão de seus administradores e ajudantes. Estes, ou ocultam do Governo a verdade, ou distorcem os fatos e informam de maneira errônea, porque não é acreditável que o Gove

A maioria não (22 de maio de 1983)

Deus fez o mundo em seis dias. No sétimo, descansou, após concluída a grande tarefa. Hoje é domingo, dia de descanso. Para a maioria. Há os que não descansam, que estão no batente, por questões obvias e atinentes de deveres próprios. A maioria, não. A maioria não agarra hoje. Não trampa, como dizem os giriomaniacos. Mas há uma outra maioria. Essa, a que consegue descansar de segunda a domingo, de janeiro a dezembro, ininterruptamente. Esse só engana que trabalha. E que, indiscutivelmente, vive melhor, bem melhor, do que os que trabalham no duro, de sol a sol, de segunda a domingo, de janeiro a dezembro. Como é dia descanso, coluna descansa do rotineiro, de sua linha habitual, de sua conduta normal. Nada de citar-se as altas de preços, as elevações do custo da gasolina. Nada de comentar as teorias do Ministro Delfim Neto, sua numerologia equacional, aquela que sem solução equacionatória para o zé povinho. Zé povinho vai assistir futebol hoje. Santos e Mengo, doi