Foguetório da madrugada (4 de janeiro de 1956)

Está errada a atitude de pessoas, ou grupos de pessoas, que, por motivo de comemorações de qualquer coisa, data ou efeméride, principiam a espocar fogos durante altas horas da noite ou em pleno amanhecer.

Não encontra, tal proceder, apôio de quem-quer-que-seja, pelos inconvenientes que traz consigo. Quem trabalha durante todo o dia, tem o direito de repousar sossegadamente durante a noite, para reiniciar a luta do dia imediato.

Portanto, condenamos, em alto e bom som, o foguetório abusivo que se verificou na madrugada de ôntem, em vários pontos da cidade, mais ou menos pelas cinco horas.

É falta de respeito patente pelo próximo, é desconsideração flagrante para com as autoridades policiais, que, terminantemente, proíbem a queima de fogos e barulhos infernais que prejudiquem o sossego e o bem estar públicos.

Quem assim agiu, deve responder pelos átos, perante as autoridades competentes. Deve dar as necessárias explicações de tal abusivo proceder.

Se isto continuar, do jeito que vão as coisas, para breve, por quaisquer motivos ou comemorações, será a cidade acordada, com os foguetórios condenáveis e impertinentes. Acima de comemorações que digam respeito a interesses de pessôas ou grupos, está, indubitavelmente, a necessidade de repouso público, o sossego da população mariliense. Mais alto ainda, está o respeito ao próximo.

Não se justifica, em situação alguma, a quebra de tranquilidade pública, por aqueles que queimam fogos anonimamente. Anonimamente, repetimos, porque ninguem consegue localizar as pessôas que assim agem. E, de vez que tais ações são feitas sob camuflagem e sob as sombras da noite, significam u’a maior ilegalidade.

O respeito do próximo deve merecer maior consideração por parte dos praticantes dêsses processos. O mariliense, que trabalha no duro, de sól a sól, têm direito ao sono reparador, à tranquilidade noturna. Esse direito não póde e não deve ser pisoteado por pessôas insensatas. Sim, pois é insensatez e desrespeito, menosprezar o sossego público, durante a noite ou em alta madrugada.

Extraído do Correio de Marília de 4 de janeiro de 1956

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