Poliomielite, terrível mal (11 de janeiro de 1956)

A despeito dos interesses e esforços ingentes da ciência médica, não se conhece, ainda, um antibiótico positivo, capaz de debelar de modo categórico, a paralisia infantil, doença que tantas e tantas vítimas têm feito em todo o mundo. O mal terrível, tem deformado milhares de criancinhas, deixando, naquelas que escapam à morte, a marca indelével de sua passagem.

Os Estados Unidos, a Inglaterra, Rússia, França e mesmo o Brasil, estudam continuadamente processos capazes de descobrir a origem do suposto vírus déssa doença. Muita coisa já foi feita, concernente à prevenção e mesmo melhoria desse terrível mal. No entanto, ainda não conseguiram os homens da ciência médica, localizar o ponto originário da doença, descobrir como nasce a moléstia tão nefasta, que tanta infelicidade tem causado à inúmeras criancinhas de todos os quadrantes do globo.

Não há muito, foi nosso Estado alarmado com um surto de poliomielite, surgido na localidade de Bilac, próxima à cidade de Birigui, na noroeste. Agora, nova irrupção se apresentou na cidade de Botucatú, se bem que de pequenas proporções, graças a Deus. Em Araraquara, três casos dêsse mal terrível foram tambem constatados.

O infausto acontecimento está preocupando a classe médica e causando apreensões aos chefes de família, mormente aqueles que possuem filhos em idade até 4 anos. A respeito, o Serviço Nacional de Educação Sanitária, está recomendando, para evitar a paralisia infantil, as seguintes providências, como medidas profiláticas:

1) Lavar as mãos com frequência, especialmente depois das necessidades fisiológicas e antes de tomar qualquer alimento.

2) Proteger os alimentos contra as môscas e lavar muito bem os alimentos ingeridos crús, tais como frutas e verduras.

3) Evitar contactos íntimos (apertos de mão, roupas de cama e toalhas de uso comum) com membros de famílias em que tenha havido caso de poliomielite dentro das três últimas semanas.

4) Tratar com cautela todo surto febril, sendo aconselhável o repouso no leito ou, ao menos, evitar exercícios físicos fatigantes, durante uma semana.

5) Evitar a fadiga, especialmente em caso de não sentir-se bem de saúde.

6) Não realizar viagens desnecessárias, para localidades em que haja casos de poliomielite.

Extraído do Correio de Marília de 11 de janeiro de 1956

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