Cães Vadios (01 de março de 1956)

De uns tempos para cá, Marilia tornou-se um centro de cães vadios. As ruas andam infestadas por um verdadeiro exército de cachorros sem dono. Principalmente os bairros. À noite, as ruas da cidade, mormente das vilas, tornam-se verdadeiros canís sem limites. “Vira latas” de todos os tipos, tamanhos e cores, perambulam por aí, latindo ensurdecedoramente aos veículos que passam, perseguindo ciclistas e pedestres.

Outras vezes, proporcionam espetáculos degradantes e condenáveis, principalmente às vistas de senhoras e crianças.

Faz tempo que a “carrocinha” não percorre as vias públicas, fazendo a limpeza dos cães vadios.

É verdade que êsses animais não têm culpa. É verdade também que não se deve adotar medidas drásticas, como, por exemplo, o abate dos cachorros que perambulam pelas ruas da cidade, causando transtornos, encenando fatos condenáveis, atrapalhando a própria limpeza pública com a entornação das latas de lixo e latindo aos automóveis e bicicletas.

Qual seria a solução, nesse caso?

Parece-nos que a “carrocinha” deverá continuar as suas rondas periódicas e que os cachorros presos aos ser retirados pelos legítimos donos, obriguem êstes ao pagamento de u’a multa mais pesada. Por outro lado, urge a colaboração dos próprios marilienses. Da seguinte forma: Todos aquêles que tiverem cachorros – por gosto ou à guisa de guarda –, evitem que os cães vivam soltos pelas ruas da cidade. E, para isso, tenham em suas casas, apenas o número de cães que podem sustentar.

A julgar pelo número de cães que vemos constantemente pelas ruas da cidade, podemos supor que no mínimo cada duas famílias possui um cachorro. Já se vê que é u’a média respeitável e que o número de cães existentes em Marília não é pequeno. Se os donos dos cachorros tiverem em seus quintais ou presos à corrente tais animais, não se verificaria tais degradantes acontecimentos. Nesses casos, o número de cachorros vadios seria bem menor e então a Prefeitura poderia solver o problema com facilidade.

Extraído do Correio de Marília de 01 de março de 1956

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