A fumaça dos ônibus (17 de fevereiro de 1956)

Não há muito, tínhamos escrito um artigo, abordando o inconveniente das fumaças dos ônibus circulares (e outros também), deitada pelos canos de escapamento, em linha horizontal, rente ao chão. Até sugerimos, na ocasião, que o sr. Pedro Sola, proprietário da Empresa que serve a cidade, modificasse tal sistema, pelos canos tipo chaminé, lançando ao ar o fumo originário do óleo “Diesel”. Por um motivo qualquer, êsse artigo cedeu lugar a outro, ficou “para amanhã” por algum tempo e acabou indo para o cesto.

Agora, numa das sessões da Câmara Municipal de Marília, o vereador dr. Fernando Mauro, ofereceu à mesa da edilidade mariliense, interessante projeto de lei, obrigando a todos os ônibus que servem a cidade, em carater permanente (urbano e municipal), a modificar o referido sistema, a exemplo do que se verifica em São Paulo, Rio de Janeiro e outros grandes centros.

Justificou o aludido edil o projeto de lei, apontando os inconvenientes da fumaça lançada para trás pelos coletivos, tendo mencionado, com propriedade (como médico que é), alguns malefícios que tal fumaça acarreta à saúde pública.

Um interessante projeto, sem dúvida alguma. Oportuníssimo mesmo. Já estamos cientes, de que o sr. Pedro Sola, responsável pela “Circular Cidade de Marília” vai introduzir em todos os ônibus de sua empresa, a referida modificação. O mesmo deverão fazer os demais proprietários de ônibus.

Fazendo votos para que o projeto seja aprovado e sancionado, entendemos ainda que o mesmo deveria servir de modelo para outros municípios, que, igualmente, deveriam copiá-lo e adotá-lo.

A fumaceira negra e de cheiro desagradável, além de ser prejudicial à saúde, conforme afiançou o ilustre médico-vereador, dificulta a visão dos motoristas de carros que seguem de perto os veículos que expelem a fumaça rente ao chão para a retaguarda; dificultam o trânsito de pessoas que cruzam as ruas, após a passagem dêsses veículos e chegam mesmo a sujar a roupa, além de tornar negro e escorregadio o calçamento, onde as paradas são mais constantes.

O projeto é oportuníssimo. Oportuníssimo e necessário.

Extraído do Correio de Marília de 17 de fevereiro de 1956

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