Marília e os Flagelados (10 de abril de 1956)

O povo de Marília, mais uma vez, deu mostras sobejas de seu espírito de solidariedade humana, ao cerrar fileiras em torno das vitimas das catástrofes ocorridas com os desmoronamentos em Santos.

Não foram poucas as famílias que ficaram no relento, não foram poucas as famílias que perderam entes queridos, nessa hecatombe. A despeito das providências das autoridades santistas, estaduais e mesmo federais, dos auxílios empreendidos pelo povo de vários quadrantes do Brasil e por diversas entidades assistenciais do Estado, o mariliense também ofereceu, com sua espontaneidade, o seu quinhão de auxilio.

Numa demonstração cabal de solidariedade com os irmãos santistas, os srs. José Leite Carrijo Júnior e Francisco Dias, organizaram listas de subscrição pública. O total arrecadado, que soma a importância de Cr$ 62.941,50 (sessenta e dois mil, novecentos e quarenta e um cruzeiros e cinquenta centavos), já foi encaminhada à Comissão Especial em Santos, sob o nome do povo mariliense, acompanhada da respectiva lista de contribuições.

Além dêsses sessenta e dois mil cruzeiros, estamos informados de que a Rádio Dirceu de Marília, que também organizou uma lista de contribuições, deverá encaminhar, em data de hoje, a importância arrecadada, que, embora não estivesse ainda somada quando nos comunicamos com aquela emissora, pensamos aproximar-se da casa dos vinte mil cruzeiros.

Um gesto bonito, digno de aplausos êsse do povo mariliense. Um gesto profundamente humano, acima de tudo. Vem demonstrar, que o povo mariliense, apesar das preocupações cotidianas e do interêsse pela Cidade Menina, sabe ainda compreender e participar das desgraças alheias, dando um pouco do seu, para os irmãos santistas.

Se todas as cidades do Brasil déssem também a sua contribuição, por pequena que fosse, em pouco tempo, poderiam as autoridades da terra de Braz Cubas acomodar as centenas de vitimas que resultaram dos desmoronamentos em Santos.

Não poderíamos deixar de registrar êsse fato tão bonito, tão espontâneo, do povo mariliense. Tal demonstração de solidariedade humana, merece, de fato, uma nota elogiável. Muito bem, marilienses!

Extraído do Correio de Marília de 10 de abril de 1956

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