Mãe (13 de maio de 1956)

Numa das desalinhadas gavetas de nossa idosa e antiestética mesa de trabalhos, encontramos, entre um amontoado de cartas, cartões, endereços e outras coisas aparentemente imprestáveis, um recorte de jornal, cuja data e origem ignoramos.

Passamos uma vista d’olhos sôbre o mesmo e ficamos maravilhados com o seu conteúdo, embora não conseguíssemos atinar quando o havíamos guardado.

Trata-se de um artigo consagrado à Mãe, sob o título que emprestamos a êste nosso trabalho, de autoria de “Meimei”, com o P. S. “Do livro “Cartas do Coração”, psicografado por Francisco Cândido Xavier”.

No ensejo desta magna data – Dia das Mães –, pedimos vênia ao seu desconhecido autor, para transcrevê-lo na íntegra. Ei-lo:

“Um dia, a Mulher solitária e atormentada, chegou ao Céu, e, rojando-se em lagrimas diante do Eterno Pai, suplicou:

- Senhor, estou só! Compadece-Te de mim. Meu companheiro, fatigado, cada dia, pede-me repouso e devo velar-lhe o sono! Quando triunfa no trabalho, absorve-me na atividade mais intensa, e, muita vez distraído, afasta-se do lar, onde volta sòmente quando exausto, a-fim de refazer-se. Se sofre, vem a mim abatido, buscando restauração e conforto.

Tú que deste flores ao arvoredo e que abriste as carícias da fonte, no seio escuro e ressequido do sólo, consagra-me, assim, ao isolamento? Reservaste a Terra inteira ao serviço do homem que se agita, livre e dominador, sôbre montes e vales, e, concedes a mim, apenas o estreito recinto da casa, entre quatro paredes; para meditar e afligir-me sem consolo? Se sou a companhia do homem, que se vale de mim para lutar e viver, quem me acompanhará na missão que me destinas?

O Senhor sorriu, complacente, em seu trono de estrelas fulgurantes, e, afagando-lhe a cabeça curvada e trêmula, falou compadecido:

- Dei o mundo ao homem, mas confiarei a vida ao teu coração.

Em seguida, colocou-lhe nos braços uma frágil criança.

Desde então, a Mulher fez-se Mãe e passou a viver plenamente feliz”.

Extraído do Correio de Marília de 13 de maio de 1956

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O jogo do bicho (26 de outubro de 1974)

O Climático Hotel (18 de janeiro de 1957)

“Sete Dedos”, o Evangelizador (8 de agosto de 1958)