Situação Anômala (27 de março de 1956)
Sempre ouvimos dizer que o interior é celeiro, a fonte de abastecimento dos grandes centros, no que tange aos gêneros alimentícios.
Principalmente no que diz respeito a cereais, verduras e frutas.
No entanto, aqui em Marília, isto não acontece. Verifica-se aqui a inversão dêsse pormenor. Tomates, por exemplo, consumidos em Marília, procedem de São Paulo e adjacências. As bananas, idem. Grande parte – senão a totalidade – do arroz consumido pelos marilienses, procede do Rio Grande do Sul e do Paraná. O feijão, em grande volume também, importamos do Paraná.
As frutas, quase tôdas, são de fora.
Se o interior é a fonte que abastece a Capital, conforme se afirma e conforme “provam” as estatísticas, alguma coisa anda errada a respeito.
Isso, pelo que percebemos, é um caso anômalo.
Até uma abobrinha (pequenina e raquítica), custa cinco cruzeiros em Marília! E tal artigo não vem da periferia de São Paulo, não provém das chácaras de Mogi das Cruzes...
O que será isso? O sólo mariliense é fértil, dadivoso e exuberante. Muita gente trabalha. Os órgãos incumbidos da distribuição de sementes, afirmam que a distribuição referida está sendo procedida satisfatoriamente. O mercado é esplêndido, com referência aos preços. Quem faz compras dêsses gêneros alimentícios, não poderá contestar. Até um xuxú já custa dois cruzeiros em Marília...
Uma coisa deve ser certa: disinterêsse pela horticultura em Marília. Tais mercadorias, importadas, dão menos trabalhos e possivelmente oferecerão lucros mais compensadores.
Não seria o caso de “dona” COMAP ou da Associação das Donas de Casa de Marília observar?
Extraído do Correio de Marília de 27 de março de 1956
Principalmente no que diz respeito a cereais, verduras e frutas.
No entanto, aqui em Marília, isto não acontece. Verifica-se aqui a inversão dêsse pormenor. Tomates, por exemplo, consumidos em Marília, procedem de São Paulo e adjacências. As bananas, idem. Grande parte – senão a totalidade – do arroz consumido pelos marilienses, procede do Rio Grande do Sul e do Paraná. O feijão, em grande volume também, importamos do Paraná.
As frutas, quase tôdas, são de fora.
Se o interior é a fonte que abastece a Capital, conforme se afirma e conforme “provam” as estatísticas, alguma coisa anda errada a respeito.
Isso, pelo que percebemos, é um caso anômalo.
Até uma abobrinha (pequenina e raquítica), custa cinco cruzeiros em Marília! E tal artigo não vem da periferia de São Paulo, não provém das chácaras de Mogi das Cruzes...
O que será isso? O sólo mariliense é fértil, dadivoso e exuberante. Muita gente trabalha. Os órgãos incumbidos da distribuição de sementes, afirmam que a distribuição referida está sendo procedida satisfatoriamente. O mercado é esplêndido, com referência aos preços. Quem faz compras dêsses gêneros alimentícios, não poderá contestar. Até um xuxú já custa dois cruzeiros em Marília...
Uma coisa deve ser certa: disinterêsse pela horticultura em Marília. Tais mercadorias, importadas, dão menos trabalhos e possivelmente oferecerão lucros mais compensadores.
Não seria o caso de “dona” COMAP ou da Associação das Donas de Casa de Marília observar?
Extraído do Correio de Marília de 27 de março de 1956
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