Teatro Amador Mariliense (14 de julho de 1956)

O redator destas linhas, jamais teve a oportunidade de apreciar, no passado, aqueles belíssimos espetáculos teatrais que nos contam todos, que eram levados a efeito pelo Gremio “Leopoldo Fróes”, sob os auspícios da “União dos Treze”. No entanto, estamos informados que belas noitadas foram apresentadas em nossa cidade, arrancando aplausos de toda a gente, especialmente daqueles que amam esse tipo de apresentações.

Fazia muito tempo que não víamos em Marília, um espetáculo teatral de vulto e de grande repercussão, pois se não fora uma ou outra festa estudantil a respeito, nada se tinha feito em Marília nesse sentido. E verdade, diga-se, que mesmo entidades estudantis e religiosas tem apresentado boas peças; estas, no entanto, não tiveram, como é lógico, uma irradiação como o espetáculo de quinta feira última no Cine Marília, “Sinhá Moça Chorou”.

Assistindo a peça, embora não tivéssemos gostado cem por cento da história profundamente extensa, gostamos sobremaneira de como se conduziram os rapazes e moças que na mesma interviram. Gostamos, porque vimos uma plêiade de jovens capazes de representar, como amadores, melhor do que muitos profissionais, verdadeiros “medalhões” das Capitais. E foi daí, que nos afluiu um pensamento. Poderá parecer algo ousado, mas no entanto é perfeitamente viável, e, de certo modo, necessário ao progresso de Marília e as exigências artísticas de seu grande povo. Por que não fundamos em nossa cidade o “Teatro Amador Mariliense”?

Ficou provado que temos gente capaz em Marília. Para dirigir, para ensaiar, para encenar, para “maquilar” e para representar. Com uma união dêsse grupo, poderiamos ter uma equipe para representar Marília, de modo permanente e satisfatório, no campo do teatro amadorista. É claro que haveria dificuldades de várias ordens. Mas após termos visto as que transpuseram os responsáveis pela apresentação de “Sinhá Moça Chorou”, nos convencemos que as dificuldades serão contornadas e que Marília poderá ter o seu teatro amador.

Aquí, fica a idéia, que é tambem, uma necessidade. Que se organizem algumas pessoas de boa vontade, amantes da arte teatral, coadjuvadas por esse grupo de jovens e se funde em Marília o Teatro Amador Mariliense.

Extraído do Correio de Marília de 14 de julho de 1956

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