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Mostrando postagens de agosto, 2008

Existe muita coisa errada (31 de agosto de 1956)

Com seu peculiar estilo de escrever bonito e objetivamente, o nosso colaborador, reverendo Alvaro Simões, abordou em sua crônica de ontem um fato doloroso, ocorrido em Marília. Refletindo sobre o escrito em apreço, a gente acaba por convencer-se de uma por todas, que o homem de nossos dias atingiu o zênite do egoísmo pessoal, em todos os sentidos. Ou é um fenômeno natural do gênero humano, ou é um mal da maioria dos brasileiros. O fato é que existe muita coisa errada. Por exemplo, toda gente grita contra as circunstâncias de hoje em dia do nosso sofrivel “modus vivendi”. Mesmo os que dispõem de meios suficientes para uma subsistência folgada e para adquirir a qualquer preço o que comer, costuma chorar. Regra geral, a gente grita, chora, esperneia, esbraveja, mesmo com a barriga cheia. E aqueles que desfrutam dessa situação privilegiada, pouco se importam que seus semelhantes morram de fome, pereçam de frio. Enquanto uns se banqueteiam, outros mendigam um resto de comida para o alimento

Um cavalo num telhado (29 de agosto de 1956)

Por certo os leitores pensarão que se trata de alguma fábula de Esopo, o que iremos descrever sob o epígrafe dêste artigo. No entanto, nada de fábulas, nada de ficções. O fato aconteceu “no duro”. E não foi nos Estados Unidos e nem tampouco na China. Foi na bela São Sebastião do Rio de Janeiro. A imprensa de vários pontos do país, publicou, na última sexta-feira, o seguinte telegrama: “RIO, 23 (SE) – Os bombeiros do Posto de Ramos foram chamados às pressas, na tarde de hoje, para atender a um caso “sui generes”. Escorregando pela ladeira do Morro do Alemão, na praça do Carmo, em Bonsucesso, um cavalo, que fugira do pasto, rolou e foi estatelar-se de encontro ao telhado de uma residencia, à rua Frei Gaspar. Depois de pisotear o telhado, quebrando todas as telhas, o cavalo foi a muito custo, retirado pelos bombeiros.” Imaginem o espetáculo curioso e grotesco, que deve ter despertado aos curiosos o ver um cavalo sobre o telhado de uma casa! Façam a idéia do susto pelo qual devem ter passa

O incrível Carlos Lacerda (28 de agosto de 1956)

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Não somos políticos, já afirmamos inúmeras vezes. Jamais tivemos vocação para a política e sabemos perfeitamente que nem mesmo a “pinta” de político possuimos. À rigor, confessamos mesmo que não entendemos bem de política. Pelo menos, não compreendemos muita coisa que existe errada por aí, muita safadeza que se pratica à miude, sob o rotulo ou pretexto de política, democracia e outras coisas mais. Não vai neste artigo, qualquer coisa contra a agremiação partidária que o sr. Carlos Lacerda (foto) é filiado e sob cuja legenda foi eleito deputado federal. Vamos analisar o homem e não o partido. E será, sem dúvida, uma análise difícil. Perde-se todo aquele que pratica excessos. Quaisquer que sejam eles. O sr. Carlos Lacerda, projetou-se rapidamente no cenário da política nacional, mercê de sua inteligência admirável e sua farta imaginação. Orador fluente e jornalista dos mais capacitados, sua campanha primordial empolgou o Brasil e carreou-lhe uma multidão de admiradores. De fato, o Sr. L

Obrigado ‘dona’ COFAP! (25 de agosto de 1956)

Repetidas vezes temos afirmado nossa pouca fé em certos organismos controladores de preços, integrados, em grande parte por pessoas que representam, em realidade, uma casta e não uma classe. A COFAP é um deles. Seus membros, quando representam facções de indústria e comércio, deveriam, ao contrário, representar o industriário, o comerciário, etc.; isto é, deveriam representar os miseráveis e não os potentados. Aliás, isso é um mal nacional. Sabemos, por exemplo, que diversos deputados federais e estaduais, que integram comissões representativas nos parlamentos, são pessoas que representam, em realidade, causas próprias. Assim, “representa” a pecuária o grande pecuarista, as usinas o grande usineiro, a industria o poderoso industrial, etc. E os resultados, aí estão: infalivelmente, cada reunião de orgão dessa natureza traduzem maiores dificuldades para o povo brasileiro. Até trememos de medo, quando COFAPS, COAPS etc. se reúnem. Adivinhamos sem dificuldades, que mais uma escorcha virá s

O trigo em nosso Estado (23 de agosto de 1956)

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Mereceram aplausos e encômios rasgados, os interesses do Governador Janio Quadros (foto) , em lançar em nosso Estado, em carater oficial, o incentivo à cultura do trigo. Oficialmente, o marco inicial dessa caminhada de redenção, ocorreu em São Miguel Arcanjo, onde a área total plantada foi de 150 alqueires, com excelente índice de germinação, ótima aparência vegetativa e estupendas perspectivas de bôa safra. Vários são os centros paulistas, onde já foi plantado o precioso cereal. Avaré, por exemplo, está na expectativa de compensadora colheita para êste ano. A área inicialmente plantada no município de Avaré, foi posteriormente ampliada, em virtude da existência do moinho de Itapeva. Nesse moinho, vários triticultores mandavam moer o trigo, que vendem depois aos consumidores, pelo preço de Cr$ 12,00 o quilo, com excelentes margens lucrativas. Palmital, Paraguaçu Paulista e outros municípios da Alta Sorocabana, apresentam bôas culturas do cereal. Aqui mesmo em Marília, existe quem colh

Sinal dos Tempos? (22 de agosto de 1956)

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Ao que parece, Marília jamais viveu um drama como o presente. Jamais tivemos tantos desempregados na cidade, nunca foi tão elevado o número de pedintes elas vias públicas, nunca foi tão difícil e desesperadora a vida na Capital da Alta Paulista. A alta geral dos preços das utilidades públicas, estarrece qualquer mortal. Nem uma fruta, pode, hoje em dia, comprar um operário que seja chefe de família numerosa, tão elevados são os seus preços. Agora, o espetáculo triste, a “ espada de Dámocles ” sobre as cabeças de centenas de empregados, ameaçados de desemprego, em consequência do novo salário mínimo, salário que ainda apresenta suas dúvidas, quanto a realidade, em face da aceitação desfavorável que teve, uma vez que tornar-se-á dentro de alguns dias, completamente inútil. E, por outro lado, criará outras consequências imprevisíveis. Muita gente, humilde, servirá de bode expiatório para o “drama do salário mínimo”. Em muitas circunstâncias, existem razões em parte para muitos empregador

Medicamentos fraudados (21 de agosto de 1956)

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Escrevemos ha dias, sobre laboratórios farmaceuticos, que fraudam medicamentos, em flagrante áto de menosprezo ao povo brasileiro, em irretorquível atitude de desumanidade. Ha poucos dias, na séde do Serviço de Fiscalização do Exercício Profissional, teve lugar uma reunião, a que compareceram o diretor-geral do Departamento de Saúde, o diretor do Serviço de Fiscalização do Exercício Profissional, o diretor dos “comandos” sanitários, e dois técnicos do Instituto Adolfo Lutz, convocada para acertar medidas relativas à aplicação de penalidades aos fabricantes de medicamentos adulterados. Representando o Ministério Público, compareceu à reunião o promotor público Helio Bicudo (na foto de autoria de Max G. Pinto) , que instruiu as autoridades sanitárias acerca da forma legal do envio à Procuradoria Geral do Estado da documentação necessária à responsabilização criminosa dos infratores. Primeiros produtos condenados Das amostras apreendid

Laboratórios “Fantasmas” (17 de agosto de 1956)

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Tomou-se em São Paulo, uma atitude que de ha muito deveria estar em vigencia, não só na paulicéia, como em todo o Brasil. É o caso do Governo, que decidiu arregaçar as mangas e entrar em ação contra incontáveis “laboratórios” farmaceuticos que existem espalhados, quase em sua totalidade na própria Capital paulista, que nada mais são do que verdadeiros antros de indivíduos gananciosos, desonestos e desalmados, que se prevalecem das misérias e necessidades do povo, para impingir-lhe medicamentos fraudados alguns e absolutamente inócuos outros. O Chefe dos “Comandos Sanitários”, Dr. Mario Paiva, recebeu, a respeito, do Governador Janio Quadros, o seguinte despacho: “Aos “Comandos Sanitários”. Examinar. Articular-se com outros serviços de saúde para combate rigoroso aos laboratórios desonestos. O “Adolfo Lutz” colaborará. Todo o empenho. 7 de agosto de 1956. (as.) Jânio Quadros (foto) ”. Esse assunto deveria ter merecido enérgicas atenções do Governo, de ha muitos anos atrás. É uma questã

Jornais velhos (15 de agosto de 1956)

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Certa ocasião, um amigo comum e leitor desta secção, nos ofereceu alguns números de jornais antigos. Para coleção – explicou. Na oportunidade, brincamos com essa pessôa, dizendo aceitar de bom gosto, pois tentaríamos colecionar jornais de antanho, uma vez que estava falhando o nosso intento em colecionar notas de mil cruzeiros. E a pessôa cumpriu a promessa. Veio trazer-nos um embrulho contendo jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro, em edições cujas datas variam de 1907 até 1933. Por falta de tempo, só ontem tivemos o ensejo de “correr os olhos” sobre os exemplares, já amarelecidos pelo transcurso dos anos. Passamos alguns momentos agradabilíssimos, deliciados com a leitura disso que para muitos são imprestáveis e para nós constituem uma verdadeira relíquia. Como era diferente a vida antigamente! Casas chiques, em bairros idem, alugavam-se por preços que por dia o inquilino vinha a pagar menos do que custa hoje um simples sanduíche de pão e mortadela. Política, então, punha em desta

O caso “Drogasil” (14 de agosto de 1956)

Não estamos fazendo campanha desmoralizadora contra a firma. Em nosso primeiro artigo, escrevemos que não é nossa intenção cercear direitos de quenquer-que seja. Tampouco entramos no aspecto legal da questão. Comentamos, como jornalistas marilienses, o fato em si, porque diz respeito direto aos interesses do povo desta terra. E nós, jamais silenciaremos, quando urja defender interesses dos marilienses. Especialmente como é o caso em tela, que, lógicamente, precipitará o encerramento das atividades da Farmacia Noturna, em prejuízos do próprio povo. Em nosso artigo anterior, focalizamos a questão pelo lado humanitário, uma vez que entendemos como desumano o procedimento que venha a acarretar prejuízos morais e físicos ao povo, abolindo da cidade, os serviços utilíssimos e indiscutíveis que nos presta a Farmácia Noturna, funcionando, ininterruptamente das 18 até às 8 horas. Acontece que um cidadão nos procurou. Seu nome, para ser público não irá interessar e tampouco convêm sua divulgação

Foram entusiasticamente recebidos pelo povo mariliense os seus bravos Expedicionários

(Entre eles, o cabo José Padilla Bravos, o José Arnaldo) Ante-ontem, tôda a cidade vibrou de entusiasmo rendendo calorosas homenagens aos valentes expedicionários marilienses, que regressaram da guerra. Desde quinta-feira já era desusado o movimento nas ruas. Ás casas comerciais do centro, colaborando para o brilhantismo da recepção, ornamentaram artisticamente suas vitrinas, algumas delas apresentando notáveis e expressivas alegorias. Na rua 9 de Julho, na esquina da avenida 10 de Novembro, foi erguido um arco triunfal, e, na quadra do coração da cidade, em frente ao Tenis Clube, foi levantado o palanque oficial, ostentando alegorias e saudações do Aéro Clube, do Tiro de Guerra e da Sociedade dos Amigos de Marília. Nos postes das ruas centrais, foram colocados escudos com legendas expressivas dedicadas à FEB. Em todos os bairros foram hasteadas bandeiras e no trecho central, o aspecto era de uma floresta de bandeiras. Quando se aproximava a hora da chegada do combôio da Paulista, havi

O novo aumento de preços de passagens (11 de agosto de 1956)

Se é verdade que a Cia. Paulista de Estradas de Ferro é a que melhor serve o público em geral, é também verdade que é a mais caro cobra os seus serviços de transportes. Por “dá cá aquela palha”, a Paulista arruma um pretexto e “sapeca” novo aumento em suas tarifas ferroviárias. Nós, que somos servidos por essa ferrovia, temos razões de sobra para gritar, quando nos vemos na iminência de um novo aumento de preços de passagens e fretes, que virá a ser o terceiro dentro de um ano! Está transpirando o novo aumento de preços de passagens e fretes ferroviários, para vigorar, segundo consta, já na semana entrante, ou seja, no dia 15. Um absurdo, sem dúvida. É mesmo de estarrecer, de desanimar, de se perder a fé essas muitas coisas que acontecem no Brasil. Três aumentos de preços, num mesmo ano. E não pensem os leitores que são “aumentozinhos”, não. Foram aumentos, com “a” maiúsculo. Acontece, que, quando da última elevação de suas tarifas ferroviárias, a Paulista justificou o áto como conseqü

Um gesto antipático (10 de agosto de 1956)

Não vamos aqui discutir o aspecto legal da questão, por não ser da nossa competência. Nem pretendemos cercear direitos preceituais de quem-quer-que seja. Acontece que a Drogasil, com sua teimosia em querer permanecer com seu estabelecimento aberto depois das dezoito e até vinte e duas horas, irá, fatalmente, precipitar o fechamento da Farmácia Noturna. Isso porque a Drogasil, com maior estoque e em ponto mais central, monopolizará para si o forte do movimento farmacêutico noturno, ou seja, o compreendido até o horário das vinte e duas horas. Todos sabem que depois dêsse período, só recorre a uma farmácia, quem tem urgência inadiável e na maioria das vezes em casos graves. Óra, com o fechamento da Farmácia Noturna, em conseqüência direta da teimosia da Drogasil, o prejudicado será o próprio povo mariliense. Permanecer com a farmácia aberta durante toda a noite, não é privilégio da Noturna e nem de ninguém. Por que, então, uma vez que a Drogasil insiste em só fechar suas portas às 22 hor

A reorganização da COMAP (09 de agosto de 1956)

Ha tempos, foi o plenário da Câmara Municipal notificado, numa das sessões ordinárias do legislativo mariliense, que o Prefeito Argollo Ferrão estava de posse da lista de nomes de pessoas que deve(r)iam ser consultadas para integrar o organismo municipal controlador de preços. Agora, com maior segurança, estamos informados que tais nomes auscultados, estão dispostos a emprestar ao município e ao povo mariliense a sua cota de colaboração. Assim, dentro de mais alguns dias, será reorganizada a COMAP em Marília. Louvamos a intenção do Sr. Prefeito Municipal, em ter-se preocupado grandemente com a escolha de pessoas ara a desincumbência do cargo. Sabemos todos que existem em Marília, não um ou dois, porém, inúmeros homens capazes de emprestar ao município e ao povo mariliense a sua colaboração sincera nesse sentido; no entanto, essas pessoas precisam trabalhar e dispender, por vezes, sacrifícios sem conta e sem quaisquer outros interesses que não os de servir uma causa nobre e de certo mod

Passeios esburacados (08 de agosto de 1956)

Preliminarmente, a atenuante: o tempo, chuvoso como está, não permite mesmo consertos nos passeios públicos, que apresentam em Marília, mais buracos do que queijos suíços. Acontece, porém, que o problema é algo crônico. Apesar de não sermos nenhum “globetrotter”, temos viajado um bocado e conhecemos incontáveis cidades do Estado. E afirmamos que poucas são as “urbes” do nível de adiantamento de Marília, que apresentam o espetáculo igual a nossa cidade, no concernente aos passeios tão amiudamente esburacados. O caso vem de longe e de há muito há nos ocupamos da questão. Acontece que a situação está a chamar as atenções da Prefeitura Municipal. Agora, com as chuvas, percebe-se mais facilmente as “crateras” imensas e em número incalculável, que existem nos passeios das ruas de Marília. As águas plenam os buracos, atingindo o nível normal das partes calçadas. A profundidade dos mesmos, torna-se ignorada. O pedestre, andando às pressas, às vezes não percebe as covas; leva um tremendo soco,

O barril de pólvora do Canal de Suez (07 de agosto de 1956)

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(O Canal de Suez, em imagem recente feita pela Nasa) Abrimos a carta, de letra bem feminina, redonda e harmoniosa, vasada em bom português, muito fluente e amena. De início, abundancia de gentilezas aos nossos “estupendos artigos, que se tornam agradáveis de ler, pela simplicidade com que são feitos, pela ponderação e critério com que são abordados”. Depois, a “sinuca” cá para o redator destas linhas: “dê sua opinião sobre as brigas que se verificam em torno do Canal de Suez.” Bôa amiga, confessamos que não somos leigos e sim “analfabetos” em questões de política – especialmente a política internacional. Com referencias às “brigas” sobre a causa do aludido canal, então, pouco sabemos. Pouco sabemos, porque pouco nos interessamos, até aqui, pelo caso em tela. No entanto, o que parece certo, tão matemático como dois e dois são quatro, é que o Canal de Suez é um barril de pólvora e o estopim já está aceso. Ao par do comércio indiscutível que a Inglaterra procura fazer do caso, vemos – em

Ainda o petróleo Boliviano (04 de agosto de 1956)

Várias cartas e telefonemas chegaram até nós, em virtude de nosso comentário de há dias, acerca do caso divulgado, sôbre a exploração de petróleo boliviano, pelo Brasil, numa área de 32 mil quilômetros quadrados naquêle país. Os leitores têm lá suas opiniões, é claro. Por isso, é que alguns aplaudiram o que escrevemos, enquanto outros nos censuraram, o que para o jornalista dá na mesma, uma vez que a pessoa que escreve para o público, está mesmo sujeita a críticas de ambas as formas, do mesmo modo que o artista que se exibe num palco. Acontece, porém, que aquilo é exatamente o que pensamos e é também o que pensa sensatamente a maioria das gentes que vivem neste imenso Brasil. Para provar que estávamos certos, embora considerando-se a impossibilidade formal, do Brasil realizar integralmente a exploração dêsse produto no exterior, quando nem em seu próprio sólo o está fazendo totalmente, basta o raciocínio isento de paixões, mesmo de um garoto de curso primário. “Quando a esmola é muito

A mocinha e o dinheiro da Companhia (03 de agosto de 1956)

Nos ocupamos outro dia, nesta coluna, de relatar o fato do guarda civil que deixara na instalação sanitária do Cine Bar, o revolver pertencente à corporação que serve. Simultaneamente, fazíamos um apêlo à pessoa que tivesse encontrado a arma, para que a devolvesse, pois assim estaria evitando dissabores, responsabilidade maior e possível perda de emprego do bom policial. E o revolver apareceu, conforme noticiamos posteriormente ao referido artigo. A pessoa que o encontrara, entregou-o, através do confessionário, ao padre Cesar e das mãos dêste foi ter ao sr. Chefe da Guarda Civil. Ninguém ficou sabendo quem foi o cidadão e a ninguém mais interessou saber do fato, uma vez que o objetivo de nosso escrito, era, exclusivamente, a devolução da arma ao legítimo dono. Agora, mais um caso registramos, com alguma aparência ao relatado. É o caso da mocinha Maria José Simões, cobradora da Kosmos Capitalização S. A., que perdeu, num ônibus da linha Catanduva, uma carteira contendo mais de 17 mil c

Espíritos destruidores (01 de agosto de 1956)

Muitas vezes, é comum o reclamar-se contra poderes constituídos ou contra empresas particulares, que, de uma ou outra fórma, servem o público, embora disso lhe advenham compensações pré-estabelecidas. Assim é que muitas vezes, reclama-se contra o estado de higiene de uma instalação sanitária de uso público, contra um jardim ou outro logradouro, contra um local público de qualquer espécie, etc. Aí, então, entra em jogo aquilo que o povo, no seu Ego, chama de “direito”. Clama quem paga imposto ou quem paga ingresso, ou quem, de qualquer modo, julga ter o direito de exigir. Sucede, que, na maioria das vezes, um grande número dêsse mesmo exigente público, se esquece de que não existe direito sem obrigações; de que para se desfrutar a condição de exigir, deve-se, primeiramente, praticar o áto de solver os próprios compromissos ditados pela razão, pelo direito, pela civilidade. É comum o ver-se dependências de utilidade pública, em verdadeira lastima, atestando, de modo insofismável, o alto