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Mostrando postagens de setembro, 2008

Um gesto simpático (29 de setembro de 1956)

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Temos por feitio, abordar nesta crônica diária, os assuntos que se nos afiguram mais palpitantes no momento, dando preferência especial às coisas diretamente ligadas à Marília e seu grande povo. Assim é que temos registrado, gostosamente, nesta coluna, tudo aquilo que merece um destaque ou que seja passível de uma crítica construtiva. Sempre nos preocupamos com os átos e os efeitos, jamais mirando suas origens, evitando sempre individualizar de onde partem, pois entendemos como nosso dever primordial, o colocar em relevo tudo o que seja digno de divulgação e que diretamente se relacione com os interesses dos marilienses. Por vezes, os destaques ou as críticas que procuramos fazer, não podem escapar à citação de nomes ou pontos originários. Em todo o caso, quando criticamos, não nos preocupamos em combater homens e sim idéias ou átos e quando elogiamos, não nos move o desejo de sermos gentis, e sim, unicamente, o de sermos justos em nossos conceitos e informações. Assim é que temos a re

A mais jovem mãe do Brasil (28 de setembro de 1956)

Segunda-feira última, dia 24, realizou-se o enlace matrimonial da menina Helena Aparecida, de 11 anos de idade, já mãe de um filho. Segundo notícia o jornal “Folha do Brasil”, de Nossa Senhora do Ó, de São Paulo, edição de 16 do mês em curso, o fato passou-se na paulicéia e resume-se no seguinte: Numa das favelas de Santo Amaro, subúrbio de São Paulo, mora a mais jovem mãe do Brasil: Helena Aparecida, de 11 anos de idade e filha do lavrador Manoel Messias. A menina foi seduzida por um rapaz de 18 anos, de nome Adolfo Rosembault, que morava e ainda mora com a família. Teve uma gestação normal e um parto sem complicações; a criança nasceu lá mesmo no barracão, com a assistencia de duas pessoas: a mãe de Aparecida e uma “curiosa”. Helena Aparecida está felicíssima com o filho e brinca o dia inteiro com ele como há bem poucos dias brincava com sua boneca de trapo. Como a família é paupérrima e Aparecida não teve leite para o bebê, a vizinhança acorre de todos os lados com oferecimentos. Ad

O custo de vida em Marília (27 de setembro de 1956)

O fenômeno está de tal forma arraigado entre nós, em todos os quadrantes do Brasil, que se tornou uma problemática insolúvel, a desafiar a argúcia, a competência e as boas intenções de muita gente investida em poderes governamentais. São Paulo é conhecida como “o paraiso dos “tubarões”. Acontece, que, de modo geral, a vida em Marília chegar a ser mais cara do que na paulicéia. As bases desordenadas dos alugueis de casas, em Marília, relativamente, são superiores às da Capital. O toucinho em São Paulo é vendido a 38 cruzeiros o quilo e aqui a 45 “pratas”. Um frango, em Marília, 70 a 75 cruzeiros, enquanto na Capital, nos açougues a mesma ave é vendida à razão de 60 cruzeiros. O preço do pão, de farinha pura, em São Paulo, é de 14 cruzeiros a unidade de quilo. Aqui não existe medida para aquilatar o preço dêsse produto, mas, se formos considerar o seu custo, a rigor, em comparação com o peso, temos a convicção que andará pelo preço de 20 e tantos cruzeiros. E, na maioria dos casos, o pão

Cerrar fileiras (26 de setembro de 1946)

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José Padilla Bravos Decididamente, não houve preâmbulos de desânimo, na ação governamental do Presidente Gaspar Dutra (Cuiabá/MT, 18/5/1883 + Rio de Janeiro, 11/6/1974, na imagem ao lado) , na luta hostil da radicada e bem arraigada roubalheira em que viviamos. Felizmente, podemos dizer, já nos sentimos um bocado mais aliviados da corja dos exploradores que açambarcavam a própria vida nacional. Até a economia do próprio patrimônio da União, estava insegura, jogando os “magnatas dos lucros”, com todos os trunfos, centralizados, ramificados e dominantes, refutando e dissimulando as convenções constituidass, burlando leis e governos, sugando insaciáveis e criminosamente, o suor dos que trabalham realmente, dos que produziam, no duro, de sol a sol. Não deixemos fugir tambem, ao nosso reconhecimento, que o General Eurico Dutra ascendeu ao poder numa éra crítica na história brasileira. Uma verdadeira turba e um imenso ról de cometimentos, cobravam soluções, soluções essas que não podiam ser

Viagem à lua (26 de setembro de 1956)

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O cientista argentino Teófilo Tabanera (1909 + 1981, retratado por Ramón Columba) , discursando na VIII Conferência Internacional de Aeronáutica, realizada em Roma, declarou, perante mais de 400 homens de ciência de vários países do mundo, que somente daqui a 15 anos será possivel mandar o primeiro avião-foguete à lua. E foi mais longe, declarando que o referido veículo inter-planetário conduzirá passageiros humanos. Até aí, nada de mais. O povo, ao que parece, mostra-se ainda um tanto cético com referência às futuras viagens para o desconhecido satélite. O que nos causou certa espécie, ao ler o telegrama que dá conta dos pormenores desses estudos, foi a ciumeira que já propiciou a surgir em torno dessas eventuais viagens à lua! Os leitores duvidam? Pois o fato é verdadeiro mesmo. Sob um certo aspecto, curioso, uma vez que partiu de homens que queimam as pestanas sobre livros e que cançam o pescoço de tanto olhar pelos gigantescos telescópios. “O espaço não deve pertencer a ninguem” –

Nós não moramos em Niterói... (25 de setembro de 1956)

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Os leitores conhecem aquela anedota atribuída ao lusitano, que foi abordado no Rio de Janeiro, por um gaiato, que lhe disse sua casa em Niterói estar pegando fogo e sua morrendo queimada? Pois segundo reza a piada, o bom português, dentro de sua natural boa fé, tomou a barca e rumou para a capital do Rio de Janeiro. Só lá chegando é que se recordou que não era casado, não tinha mulher e nem casa e nem morava em Niterói... Conosco, agora, poderemos dizer o mesmo, com a questão do Canal de Suez. Em verdade, o que é que temos com isso? No entanto, o Brasil já está prevendo que vai ser convidado a emitir a sua opinião a respeito do tormentoso problema, que, ao que parece, é barril de pólvora da terceira guerra mundial. Apesar dos noticiários a respeito, temos a impressão de que não estamos ainda bem informados acerca dos acontecimentos que envolvem política internacional e interêsses comerciais de alguns países. Ainda os ovos se encontram na frigideira e ninguém sabe a gordura que vai sobr

O peixe morre pela boca (23 de setembro de 1956)

Surpreendeu-nos a “secção livre” estampada neste jornal, em sua edição de ontem. Surpreendeu-nos, que fique claro, porque em nosso artigo do dia 21, sob o epígrafe “Fato Estarrecedor”, nada mais fizemos do que analisar um comentário de nosso colaborador Álvaro Simões. Analisamos o artigo do reverendo, como poderíamos ter analisado um discurso do vereador Guimarães Toni, do Senador Assis Chateaubriand, do técnico Lula ou mesmo do Presidente Kubitschek. Apenas isso. E falamos em tese. Não citamos Pedro, nem Paulo. Porque não tínhamos conhecimento dos praticantes e porque não nos interessamos saber seus nomes. O que falamos, confirmamo-lo. De modo geral, o que aconteceu com essa questão, acontece à miude nestas terras que se chamam Brasís. Se a carapuça foi lançada, não fomos nós que a lançamos. Se erro existiu, em repetição, foi quem o apanhou e colocou na cabeça. Não nos insurgimos contra nenhum estabelecimento comercial e muito menos contra nenhum comerciante. Comentamos o fato, repeti

A mentira está generalizada (22 de setembro de 1956)

Hoje em dia, a mentira, a terrível mentira, está mesmo generalizada. Todos mentem, cada qual em doses maiores ou menores. Mesmo os mais bem intencionados. No comércio, principalmente, a mentira chega a ser “caso de polícia”. A deslealdade é alguma coisa de palpável, incrível, fantástica. Denunciou há pouco a imprensa, os processos de alguns laboratórios farmacêuticos, impingindo ao público, drogas fraudadas e absolutamente inócuas. Compra-se casimiras “made in São Caetano” por legitimas inglesas. Adquirem-se bugigangas de matéria plástica, de fabricação nacional, como autênticas americanas. A gente, às vezes, encontra na rua alguém a quem não aprecia. E, no entanto, ao cumprimentar o indivíduo, diz, sencerimônia “prazer em vê-lo”, quando intimamente está dizendo “não vou com a sua cara”. Diz-se “bom dia”, mesmo quando o tempo está ameaçador e carrancudo. “Feliz viagem e breve regresso”, diz-se a alguém que vai viajar e que não nos é “persona grata”, quando se faz votos íntimos para que

Fato estarrecedor (21 de setembro de 1956)

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Para muitos, pode ter passado como comum, o conteúdo da crônica de ontem estampada por esta folha, assinada pelo nosso colaborador revdo. Álvaro Simões (mostrado na imagem publicada pelo Correio de Marília em 1948) . Pode mesmo ter-se perdido no trivial das coisas corriqueiras, maximé nestes dias, quando existe pouca vergonha e muita ganância por parte de inúmeros brasileiros indignos. O fato, em si, é algo estarrecedor. Veio provar o espírito malévolo e egoístico de um cidadão, negando-se a vender um produto essencial à alimentação de pequeninos sêres, crianças infelizes que mal nascem já arcam com sua parcela de sacrifícios, inocentemente. A pessoa que procedeu conforme denunciou ontem o revdo. Álvaro Simões, deve ter um pedra em lugar do coração e muitos cifrões em lugar da massa encefálica. Deve, sem dúvida, pensar mais no estômago e na conta do Banco do que na própria humanidade. Não sabemos quem é, nem tampouco isso nos interessa. Estamos já habituados a manusear casos estarreced

A Camara e a Constituição (20 de setembro de 1956)

Reuniu-se anteontem a Câmara Municipal de Marília, em sessão solene, para render publicamente um preito de regozijo ao transcurso do décimo aniversario da promulgação da Carta Magna de 1946. Foi um gesto dos mais democráticos, que veio provar, o espírito de reconhecimento dos marilienses, através de sua edilidade, o cultuar-se a efeméride grandiosa, o render-se um sentimento de respeito à passagem do 18 de setembro, data importante na atual vida nacional. Data importante, frise-se, pois representa o natalício da promulgação do diploma legal que rege os direitos e deveres dos brasileiros, sob o aspecto intrínsecamente democrático. Como oradores oficiais da edilidade, usaram da palavra os Drs. Geraldino Furtado de Medeiros e Aniz Badra, que discorreram sobre a data e sobre a Constituição, seu significado, o labor belíssimo da Constituição de 1.946 e a interpretação sintetizada de seus preceitos. Igualmente, por ocasião da abertura dos trabalhos, o Dr. José Guimarães Toni, Presidente da C

“Presente de Grego” (19 de setembro de 1956)

O que o Brasil está sentindo, a esta altura, com referência ao estado inflacionário presente, sem precedentes em nossa história, é o reflexo indiscutível do autêntico “presente de grego” que nos legou o sr. Presidente da República, com o decantado novo salário mínimo. Os líderes sindicais, quando intentaram os movimentos reivindicatórios do reajustamento dos níveis salariais, tiveram em objetivo, unicamente, oferecer ao operariado do Brasil, melhores condições de subsistência. Mas, não resta dúvida que laboram um êrro que teve no próprio Presidente da República o maior responsável, quando sua excia. anunciou, com incrível antecipação, e, sem qualquer medida acauteladora e necessária, a concessão do aumento dos ordenados mínimos, dando tempo, margem e oportunidade, a que se pusessem em campo aquêles que, agora ficou provado, trabalharam e trabalham contra o próprio Brasil em defesa de suas próprias burras e interêsses condenáveis. Naquela ocasião, quando foram lançados os primeiros “bal

Marília industrial (18 de setembro de 1946)

José Padilla Bravos Vi ha pouco, num matutino paulista, uma demonstração estatística das industria no Estado de São Paulo. Foi pena, entretanto, que a referida exposição se prendesse ao exercício findo em 1944, sendo que nós já avançamos cerca de dois anos dessa alusão. Eu disse “foi pena” porque gostaria que o citado relato, dissesse respeito ao exercício cadente e mitigasse a natural curiosidade, que em mim nasceu no mesmo sentido. Por tal compêndio estatístico, póde se avaliar e estimar a elevação do nosso próprio nivel industrial. Relativamente, é fantastico. Marília é uma “cidade-menina”, que se apoia agora, na tentativa difícil dos primeiros passos. Principia a florecer, desabrochando agora, acordando para o próprio e vertiginoso progresso. Disso, todos nós nos ufanamos, com um orgulho justíssimo e profundo, e estamos helmeticamente certos, de que, ser mariliense, autêntico ou não, é um motivo impendivel de satisfação e orgulho. E é mesmo, incontestavelmente. Qualquer pessoa que

“Descanso” forçado (18 de setembro de 1956)

Uma pequena “ferrugem” em nossa saude, obrigou-nos a ficar fora da circulação” por alguns dias. Por isso estivemos ausentes desta coluna no fim da última semana. Agora, embora não totalmente “recuperado”, voltamos a luta, procurando tomar pé com os principais acontecimentos da cidade. Não estivemos na Câmara Municipal, na última quinta-feira. Não ouvimos, portanto, os ataques que foram dirigidos ao CORREIO DE MARILIA por um vereador coadjuvado por outro edil. No entanto, tivemos conhecimento, embora não tivessemos ouvido a irradiação da “tempestade”. O que nos confortou, foi marilienses que jamais nos visitaram, irem até nossa humilde casa para levar-nos o conforto de sua solidariedade e repulsa aos átos impensados desses dois vereadores. Por outro lado, confortou-nos tambem a atitude dos demais vereadores, que protestaram contra a atuação a respeito dos citados legisladores. Não ficamos agastados, pois sempre esperamos pedras e não flores de pessoas insensatas. O jornal é uma arma mui

Gesto louvável (15 de setembro de 1946)

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José Padilla Bravos (foto) Nesta hora de asfixias, dificuldades e crises variadas em que vivemos, é urgente que cerremos fileiras em torno do mesmo pedestal de brasilidade e senso, numa luta denodada contra o famigerado “câmbio negro”. Esse nefasto meio de vida, se alastrava de tal maneira no seio mariliense, que não tínhamos siquer um setor de qualquer atividade, que não estivesse dominado por suas garras ilícitas e gananciosas. No ângulo que dizia respeito as revendas de jornais e revistas, Marília causava compaixão a quem quer que fosse. O mariliense éra obrigado a pagar os olhos da cara, por um jornal que tinha seus preços taxados claramente, e que os revendedores e concessionários já tinham sua base de lucros razoáveis. Moléstia velha, já se vê. Agora, mercê duma conciliação de sensos e duma consorciação justa das exigencias de nossos dias, as bancas de jornais e revistas de Marília vendem tais objetos aos preços estipulados pelas próprias empresas editoras. É um gesto que não pod

A nova “Casa de Carnes” (12 de setembro de 1956)

É de nosso feitio, o abordar nesta coluna, sempre que possível, fatos e coisas que se relacionam com Marília, seu progresso, o trabalho de seu povo. É por isso, que vamos nos referir, hoje, a mais um grande melhoramento óra introduzido na vida mariliense, com a instalação oficial em data de ôntem, da “Casa de Carnes Carvalho”. Sem favor nenhum, o estabelecimento comercial referido, em data de ôntem entregue ao público mariliense, é merecedor de um registro especial. Moderno, completo, suas instalações nada ficam a dever, aos maiores e mais modernos estabelecimentos congêneres, das grandes capitais. Sua representação é uma obra de vulto. Localizada em ponto central, com um equipamento meritório de admiração, a mencionada casa é digna de ser apresentada a qualquer forasteiro, como um trabalho magnífico de um homem de Marília, que, ao par dos normalíssimos interêsses comerciais, teve a elogiável lembrança de oferecer ao povo mariliense um estabelecimento comercial condizente com a pujança

A Faculdade para Marília (11 de setembro de 1956)

Todos sabem das lutas empreendidas pelo povo mariliense, através de suas autoridades, entidades representativas e imprensa, objetivando a criação e instalação de um curso oficial de ensino superior em Marília. Há dias, noticiamos que o projeto de lei do deputado estadual Maurício dos Santos, criando a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras em nossa cidade, passara em segunda discussão, na Assembléia Legislativa. Através de um editorial publicado pela “Folha da Manhã”, ficamos sabendo da existência de cerca de 700 pedidos idênticos, para diversas cidades do interior. Vejam o que diz o aludido editorial: “A notícia de que, na Assembléia Legislativa, cerca de 700 projetos que dispõe sôbre a criação de novas escolas estão na iminência de voltar a plenário, depois de inútil e longa permanência na Comissão de Educação e Cultura, coincide com a divulgação de parecer do prof. Almeida Júnior, aprovado pelo Conselho Estadual de Ensino Superior, a propósito da criação de uma Faculdade de Medi

Vamos apertar o cinto? (07 de setembro de 1956)

Em Botucatú, com o novo aumento do preço do leite, autorizado pela benevolência de “dona” COFAP, o produto foi para Cr$ 6,00 o litro. Em Baurú, o pão foi fixado em Cr$ 14,00 o quilo, numa atitude de bom senso, em que entraram em acordo mútuo a Prefeitura e as padarias da “Capital da Terra Branca”. Em quanto isso, em Marília, o pão deve andar aí pela casa dos vinte ou mais cruzeiros o quilo, se considerarmos o peso e o preço do produto distribuído na cidade. O leite em Marília... bem o leite “são outros quinhentos cruzeiros”. O açucar embora continue a ser vendido para o exterior por preço irrisório, “subiu” em média 50%, para nós. O aspectro do “salário mínimo” criou um verdadeiro caso de vergonha e de consciência no Brasil, onde ficou provada a inépcia das autoridades incumbidas de controlar e fiscalizar os preços dos gêneros alimentícios. O descontrole, nesse sentido, é verdadeiramente abismador. O pior é que não ficará só nisso. Com o propalado aumento de imposto de vendas e consign

Não haverá uma solução (06 de setembro de 1956)

Sim. Esta é a pergunta que dirigimos ao sr. Prefeito Municipal e ao sr. Delegado Regional de Polícia: Não haverá uma solução pacífica, para o problema angustiante da imiscuidade de meretrizes e famílias na cidade de Marília? Temos repetido, inúmeras vezes, que consideramos o meretrício, como um mal necessário. Temos também dito, que não somos, em particular, contrários àquelas que mercantilizam o amor, vendendo o próprio corpo. Mas a questão, no pé em que está situada, carece de urgentes providências das autoridades responsáveis. A zona do meretrício, que é delimitada por lei, aqui em Marília não obedece nenhuma restrição. Os forasteiros, muitas vezes, batem em casas de família, pois não há meios possíveis de identificar as casas chamadas suspeitas e as residências familiares. A mistura é incrível e chega a atentar contra os foros de civilidade de nossa culta população. Intercalam-se as casas das meretrizes, com as das famílias, sem que nenhuma providência se tome a respeito. Crianças,

Curioso projeto de lei (05 de setembro de 1956)

Curioso projeto de lei, foi apresentado num dia do dia do último mês de junho, no plenário da Câmara dos Deputados, pelo deputado federal sr. Elias Adaime. É a seguinte à íntegra do citado projeto de lei, que foi justificado da tribuna, pelo autor: “Artigo 1º - A lei número 2.130, de 7 de dezembro de 1953, publicada no “Diário Oficial” de 12 de dezembro de 1953, é lei mesmo, devendo pois, ser cumprida. Artigo 2º - Revogam-se as disposições em contrário”. Vejam os leitores, a confirmação irretorquível daquilo que era mito e hoje em dia é, em grande parte realidade, traduzido na expressão chamada derrotista do nacional, quando afirma: “no Brasil existem leis para tudo; falta apenas uma; falta uma lei, que obrigue a execução das leis existentes”. Pode parecer que o deputado Elias Adaime entendeu de glosar os poderes constituidos, Legislativo e Executivo, com a apresentação do citado projeto de lei. Tal, no entanto, não se deu. O parlamentar procurou, publicamente, alertar seus companheiro

O “negócio” é o seguinte (04 de setembro de 1956)

O atual estado de democracia em que vivemos, nem sempre é bem interpretado cá entre nós, os brasileiros. Verdadeiros atos de desrespeito público, são hoje em dia generalizados, entre o povo, com alusão aos poderes constituidos. Acontece que essa desconsideração mútua, é, quase sempre, votada entre si, por muitos daquêles que ocupam posições de relevo nas esferas colaboradoras do próprio estado governamental. Se, por um lado, intimamente ou publicamente, condenamos tal proceder, vamos aceitando a contingência, em nome da democracia. Não há muito, verificou-se um incidente entre duas personagens importantes em nosso mundo político. O deputado Aliomar Baleeiro e o ministro José Maria Alkimin. O incidente evoluiu tanto, a ponto de ultrapassar os limites da ética e da elegância, tendo descambado para impropérios. O sr. Baleeiro, em entrevista concedida a um matutino da Capital Federal, assim se expressou: - “Quando eu sei de determinados escândalos, costumo revelar apenas 20 por cento dêles

Roubo num cemitério (01 de setembro de 1956)

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Ladrões existem muitos neste mundo de Deus: O garoto que rouba quase inocentemente a laranja do quintal de outrem; o vulgar ladrão de galinhas; o ladrão abusado que penetra nas residências alheias; o larápio de automóveis; o ladrão do erário público, que é oficialmente “gente de bem”; etc., etc.. Ladrões de cemitérios, são coisas raras. Mas existem. Isso nos dá conta o jornal “O Progresso” editado em Duartina. Em reportagem a respeito, o aludido órgão, relata, em síntese, o seguinte: Constatou-se o desaparecimento de uma Imagem do Sagrado Coração de Jesús, que ornamentava o túmulo de um cidadão duartinense, no cemitério municipal daquela cidade, avaliada em mais de 17 mil cruzeiros. Avisada a polícia, pôs-se a campo, localizou as pistas necessárias e descobriu o suspeito, que algumas horas mais tarde viria a ser preso e confessar o sacrilégio. Um motorista de praça de Baurú, transportara para Duartina, um cidadão de origem nipônica. O homem deixou o carro esperando, enquanto tratava “d