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Mostrando postagens de outubro, 2008

Visitas à Filantropica (31 de outubro de 1956)

Temos noticiado ultimamente, os gestos nobilíssimos de muitos marilienses dispendendo algumas horas de suas ocupações ou descanso, para realizar visitas coletivas a entidades assistenciais da cidade. Em verdade, nem poderíamos deixar de colocar em devido destaque gestos altruísticos de tal natureza, que provam, de público, o espírito de solidariedade de muita gente, levando um pouco de conforto, carinho e alegria aos garotinhos e garotinhas que se encontram abrigados na Associação Filantrópica e no Lar da Criança de Marília. Em muita gente, despertamos o espírito desse procedimento. Ultimamente tem aumentado as visitas do povo, em grupos organizados, a essas duas instituições, que são, sem dúvida alguma, verdadeiros cartões de visita da cidade, mostrando aos forasteiros, o carinho e o desvelo com que os marilienses se dedicam aos infortunados petizes desamparados. É comovedor, o quadro traduzido na gratidão de uma infinidade de olhinhos alegres e centenas de boquinhas sorrindo de satis

O Brasil e a inflação (30 de outubro de 1956)

Desolador quadro estatístico acaba de ser divulgado pela imprensa nacional, acerca do índice inflacionário de mais de sessenta países do globo. O Brasil, o chamado rico Brasil, cujas reservas minerais dormitam no sub-solo, cujas terras tudo produzem, cuja extensão territorial é das mais invejáveis, ostenta, desgraçadamente, o primeiro lugar dentre as nações mais inflacionárias do mundo, com uma cifra de elevação constante do custo de vida, de fazer vergonha até aos estrangeiros entre nós radicados. O fenômeno agrava-se dia a dia. Os estudos desenvolvidos por técnicos e comissões especializadas têm sido os mais inócuos possíveis. Os planos de reerguimento econômico do país postos em prática pelos govêrnos e ministros de Estado, até aqui nenhum resultado objetivo conseguiram apresentar. O descontrole é tão patente, que passou a ser coisa de rotina entre os brasileiros. Já ninguém se admira das elevações constantes do custo de vida, já ninguém se estarrece da política econômico-financeira

Gesto nobre de marilienses (27 de outubro de 1956)

Vários grupos de pessoas representando organizações, firmas ou associações de classe, têm procedido, à miude, nobilíssimos gestos, ao visitar entidades assistenciais de Marília, especialmente aquelas que abrigam sob seus tetos crianças desamparadas. O Lar da Criança e a Associação Filantrópica, seguidamente recebem dessas visitas coletivas, que, ao par do apôio material que as mesmas traduzem, representam indiscutível estimulo moral, levando alegria às criancinhas. Êsses orfanatos precisam mesmo contar com atitudes dêsse jaez, por parte dos marilienses. Aquêles pequeninos sêres, apesar do conforto, carinho e humano tratamento que recebem nessas casas filantrópicas, sentem melhor o calor da amizade do povo de Marília, por ocasião dessas visitas coletivas. Qualquer um de nós será bem capaz de interpretar o quanto significa para aqueles que embora vivendo com todo conforto e amizade de bons corações, desconhecem, por contingência involuntária, o calor do lar paterno. Não há muito, o verea

Os generos e seus preços (26 de outubro de 1956)

Clama com razão a Imprensa de todos os pontos do país, acerca dos abusos que se praticam sôbre das utilidades de primeira necessidade. De fato, as coisas andam tão descontroladas a respeito, que o Brasil tornou-se um verdadeiro paraiso de gananciosos. Já não existem freios para colocar um dique no movimento altista que desgraçadamente, classifica nossa pátria em primeiro lugar entre as nações mais inflacionarias do mundo. Nem sempre, pode-se culpar o pequeno comerciante. Este já não dispõe de meios capazes de controlar as vendas, porque comprando pouco, e seguidamente, seguidamente tem que ir pagando mais caro e vendendo mais caro também. O mal precisa ser atacado pela raiz. O ponto vital origina-se quando os intermediários metem o dedo e quando os grandes atacadistas fecham negócios com partidas gigantescas, muitas vezes para armazenar, prendendo o produto e forçando automaticamente as altas dos preços, sob os olhos complacentes dos órgãos controladores de preços. De qualquer maneira,

A Semana da Asa (25 de outubro de 1956)

Marília não esteve indiferente às comemorações da Semana da Asa, que se feriram em todo o Brasil. Terça-feira, às 16,45 horas, todos aviões marilienses, que se encontravam em condições de vôo, estiveram no ar no horário referido. Por outro lado, as escolas dos diversos cursos educacionais da cidade, prestaram também significativa homenagem ao pai da aviação. Solenidades especiais, palestras, alegorias, foram apresentadas a respeito, fazendo viva a lembrança e a saudade do povo brasileiro, ao acontecimento que tanto orgulho representa para nós. A respeito, recordamos que há uns 10 ou mais anos passados, assistimos ali no Cine São Luiz, um filme americano, sôbre a história da aviação. E saímos indignados com o desenrolar da película, apesar de tôda a nossa simpatia pelos norte-americanos. É que o enredo demonstrava a história da invenção do aparelho “mais pesado do que o ar”, suas experiências iniciais e as lutas de seus descobridores. A história esqueceu Santos Dumont; ou melhor, relego

Homens, vamos usar saias? (24 de outubro de 1956)

Um cidadão, demonstrando confrangimento pelos atuais trajes masculinos, entendeu de proceder radical transformação nas indumentárias dos homens. Entendeu e veio a público externar a idéia, em sua inteira prática. Fez uma demonstração nas ruas de São Paulo, tendo inclusive prejudicado o próprio trânsito. O homem inventou o “new look” masculino: camisa de náilon, saia, chapeu leve e meias do tipo usado pelas bailarinas! Sapatos também tipicamente femininos! Alega o idealizador dessa “maravilha”, que os atuais trajes masculinos são descômodos, extenuam, custam caros, etc.. Justifica, a seu (modo) as “conveniências” do novo tipo de roupa para homens. E são muitas; assim como êsses remédios que os “camelots” vendem na rua: tem incontáveis finalidades. Quando tivemos conhecimento das primeiras informações a respeito, não ligamos importância ao fato. Depois, tentamos inteirar-nos melhor do andamento das coisas, quando o cavalheiro decidiu-se e levou a efeito a demonstração pública dos trajes

O “padrão” do nacional (23 de outubro de 1956)

Temos escrito, inúmeras vezes, artigos apreciando o espírito nato do brasileiro; muitas ocasiões, pelo lado real, embora possa parecer que abordamos o ângulo depreciativo do nacional, isto é, de nós próprios, porque falamos em tese. A verdade é que muita coisa existe errada por aí afora. Enquanto um daquêles, que, de uma ou outra forma, tem responsabilidades governamentais, dá um exemplo exuberante de patriotismo e amor pelo Brasil e por sua gente, dezenas e centenas de outros pensam mais com o estômago do que propriamente com o coração. Certa ocasião (não faz muito tempo), conhecemos na Capital Federal, um cidadão. Um conhecimento casual, como muitos que sucedem por aí com quase todos nós. Uma conversa sem importância e meramente formal, foi o início da meada de um entendimento que firmou-se em amizade à primeira vista. O rapaz quis saber coisas acerca de Marília, cidade de quem há tempos ouve dizer maravilhas. E nós, como marilienses (bairristas, mesmo), ficamos à vontade e até um ta

País de aumentos (20 de outubro de 1956)

Não resta dúvida, que temos hoje em dia muitos políticos teimosos e que pretendem encobrir o sol com uma peneira. Das duas, uma: ou são ingênuos demais, ou incompetentes em excesso. Ou então pensam que o povo brasileiro é mais ignorante do que parece. O Brasil de hoje está longe de ser aquêle com que sonharam nossos avós, aquela Pátria altaneira e independente, o Brasil Gigante que nos conta a maravilhosa letra do Hino Nacional. O Brasil é um país de aumentos. Aumentos de taxas, aumentos de contribuições, aumento de impostos, aumentos de tarifas e ensaios e mais ensaios de novos aumentos, provando, até agora, que o Govêrno Federal e seus auxiliares imediatos – muitos dos quais completamente ineptos –, estão apresentando a pior fase governamental que o Brasil chegou a possuir desde a sua descoberta. Só não aumenta a vergonha, a vontade de trabalhar. Há pouco, um Ministro de Estado do Brasil, teve a desfaçatez e a insinceridade de afirmar, nos Estados Unidos, que a situação econômica de

Censura às radio-emissoras (19 de outubro de 1956)

O Ministro da Viação, baixou há pouco a comentada portaria aplicando determinadas censuras às emissôras de rádio e televisão do país. Nenhum dêsses órgãos poderá transmitir discursos políticos, que de uma ou outra forma, direta ou indiretamente, ataquem atos do Govêrno e seus auxiliares. O governador Jânio Quadros, baseado num parecer de uma comissão de juristas, que apreciou o teôr da aludida portaria, sob o aspecto de constitucionalidade, declarou que os preceitos constantes da mesma não serão aplicados em nosso Estado. Acontece que as emissôras de rádio e televisão possuem os canais, prefixos e licenças, expedidas pelo Govêrno Federal. E, desrespeitando os preceitos da citada portaria, poderão ser cassadas essas autorizações, sem que o Govêrno do Estado possa defendê-las a respeito. Daí, conclui-se, que mesmo com a afirmativa do Chefe do Executivo bandeirante, as emissôras de rádio e televisão ficarão na obrigação de prestar obediência e respeito ao citado ato. E, ao que parece, as

As “broncas” do Carlos Lacerda (18 de outubro de 1956)

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Em outras ocasiões, escrevemos alguma coisa acerca do irrequieto deputado-jornalista Carlos Lacerda. Comentamos a verdadeira crise política criada pelo citado parlamentar, sua “fujida” para os Estados Unidos e a celêuma e inquietação que causou seu malfadado manifesto. Aliás, nada dissemos de novidade, apenas comentamos, aquilo que acontecera e estava acontecendo e que é do inteiro domínio público. Sem razões, algumas pessoas não gostaram do que escrevemos, quando em verdade não estávamos descobrindo a lei da relatividade ou colocando em pé o famoso Ovo de Colombo. Mas acontece que o sr. Carlos Lacerda [Carlos Frederico Werneck de Lacerda, foto ( Vassouras /MG, 30 de abril de 1914 + Rio de Janeiro , 22 de maio de 1977 ), foi escritor e político brasileiro , membro da União Democrática Nacional (UDN), vereador (1945), deputado federal (1947–55) e governador do Estado da Guanabara (1960–65). Fundador em 1949 e proprietário do jornal Tribuna da Imprensa ] está empregando mal s

Casa para a mulher aleijada (17 de outubro de 1956)

Redação de um jornal, embora pareça uma coisa desagradável para os estranhos, é um ambiente gostoso para os que labutam na imprensa. Papéis em desalinho, originais, provas, clichês, anúncios, correspondência e órgãos da imprensa de quase tôdas as partes do Brasil, além da impregação do cheiro forte de tintas e do barulhos das máquinas, são as características de uma redação do interior, quase sempre ligada diretamente a oficina de trabalhos. E aquêles que militam na imprensa interiorana, essa pobre imprensa cabocla, nem sempre bem compreendida, sentem uma felicidade extrema numa sala de redação. É que sempre há alguma coisa para fazer, sempre há algo para comentar-se. E as palestras entre os membros mais assíduos, tomam um aspecto agradabilíssimo, cordial, de inteira fraternidade. No sábado último, “batíamos um papo”. O autor destas linhas, o Anselmo, que é o mais simples e humilde de todos os gerentes de jornais, o ver. Álvaro Simões e o companheiro Lauro Vargas. Só faltava o João Jorg

A Nova Lei de Imprensa (13 de outubro de 1956)

Escreve-nos um leitor, solicitando esclarecimentos e também nosso ponto de vista acêrca da discutida reforma da atual Lei de Imprensa. Diz êsse nosso amigo que não está entendendo bem da questão e que gostaria de conhecer melhor o assunto para firmar um conceito próprio. A verdade é que tampouco nós conhecemos o teôr da citada lei e portanto, nada poderemos pormenorizar a respeito do assunto. Valerá no caso, o nosso ponto de vista pessoal, que pode ser resumido no seguinte: Existem opiniões contraditórias acêrca da medida. Enquanto uns são apologistas de uma rolha nos órgãos da imprensa, para mais facilmente cometerem descalabros e abusos, sem que ninguém tenha o topete de denunciá-los ao público, outros reconhecem o valor dos meios informativos e combatem o processo com que se pretende fazer calar aquêles que exercem u’a missão de responsabilidade e sacrifícios, traduzida no labor cotidiano de noticiar e escrever para o povo. Efetivamente, existe em vigor um código de ética e mesmo de

Cartório Eleitoral Volante (12 de outubro de 1956)

Noticía a imprensa paulistana, com certo amargor, o acentuado desinteresse de muitos brasileiros, em regularizar suas situações de eleitores, quando ainda é bem grande o número de pessoas em idade regular, que não providenciaram as suas inscrições. E vão mais adiante as informações, dando conta de deficiência dos Cartórios Eleitorais da Capital paulista, em relação ao número de servidores especializados, frente aos milhares de brasileiros que precisam ainda acertar essa condição. As reclamações mais comuns, traduzidas do “desabafo” de candidatos a eleitores, é o fator demora, conforme se depreende dos noticiários. Em verdade, embora nada entendamos do assunto, consideramos perfeitamente justificável a demora, pois dois motivos: primeiro, porque as medidas de precaução estabelecidas por lei exigem, naturalmente, morosidade dos trabalhos, uma vez que se trata de um assunto muito mais sério do que possa parecer para os menos avisados; segundo, porque é muito grande o número de interessado

Irretorquível contraste (11 de outubro de 1956)

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Sempre dissemos que não entendemos patavina de política, principalmente muita coisa que se processa por aí sob êsse nome. Em política financeira, então, somos “analfabetos” – se é que se póde usar tal têrmo. De finanças só sabemos espremer o que ganhamos o (u) fazer uma ginástica dos diabos, para equilibrar, no fim do mês, a “receita” e a “despesa”. Mas não ha dúvida, que no Brasil, a política econômica anda de mal a pior. Com excessão no Estado de São Paulo, diga-se de passagem. Graças ao tino econômico do atual Governador, ressalte-se sensatamente. Existe, a êsse respeito, um contraste tremendo, entre a política econômica da União e do Estado líder. E é a êsse respeito que vamos falar. São Paulo, como é do conhecimento de todos, já elaborou seu orçamento para o próximo ano. O Estado que é o coração do Brasil, vinha ha muitos anos, arrastando “déficits” sobre “déficits”, num perfeito atestado de desequilíbrio financeiro. Agora, prevê um “superávit” considerável. Para aqueles que pensa

A Semana da Criança (10 de outubro de 1956)

De hoje até o dia 17 do corrente, comemorar-se-á entre nós, a Semana da Criança. Relembrar os pequeninos seres que terão, amanhã, sôbre seus ombros, a responsabilidade de guiar os destinos da Pátria, é um gesto nobre dos adultos. Render um preito às crianças embora póssa parecer de pouca importância à primeira vista, significa uma obrigação de todos aqueles que têm sôbre sí, sob qualquer fórma, uma parcela de responsabilidade em dirigir ou educar, participando de algum modo com os problemas da vida daqueles que serão os homens de amanhã. “Deixai vir à mim as criancinhas”, disse Jesús. Analisar ou descrever a majestosidade e a grandeza dessa frase carinhosa, é quase impossível. Encerra ela um exemplo dos mais dignificantes, como um espelho a refletir um áto que obriga a reconhecer e louvar o sentimento do Filho de Deus pelas crianças. E se o exemplo partiu daquele que foi perfeito, bom e santo, deve ser seguido por nós todos. Não sabemos quais os programas que a respeito serão executado

U’a homenagem justíssima (6 de outubro de 1956)

Existem razões sobejas, para que nosso jornal venha se ocupando em destacar, durante tôda a semana findante, a homenagem que se tributará ao comendador Cristiano Altenfelder Silva, no dia de amanhã. Ao par do importante marco de progresso que traduz a inauguração do Pavilhão infantil anexo à Santa Casa, cuja inauguração dar-se-á também amanhã, é mistér que se evidencie o autor da obra. É imorredoura e inapagável, a gratidão dos marilienses, pelo seu saudoso fundador, Bento de Abreu Sampaio Vidal. Reconhecer os feitos e o amôr que o sr. Bento de Abreu Sampaio Vidal dedicou à Marília é um sentimento natural de todos aqueles que são marilienses autênticos, que pulsam e sentem amor por éstas plagas. Acontece, que a óbra benemérita iniciada em Marília pelo seu fundador, prossegue agora na perpetuação dos átos de seu genro, o Comendador Cristiano Altenfelder Silva. Sem alardes, êsse homem vem dispendendo parte de sua fortuna em obras assistenciais de nossa cidade. E não são obras de pequena

O direito dos municípios (5 de outubro de 1956)

Positivamente, aquilo que ha pouco significava apenas um sonho, uma idéia nova, apesar de constituir-se num direito real que vinha sendo desconhecido e relegado a plano inferior, principia a tornar-se realidade, começa a fazer sentir seus primeiros frutos. Referimo-nos ao direito dos municípios, a cédula do progresso dos Estados e do próprio Brasil. A descentralização, a urgência do reconhecimento do verdadeiro lugar dos municípios, o apôio governamental aos centros interioranos, começa já a colocar as comunas dentro de seu verdadeiro lugar, no palco da própria vida econômica da nação. A bandeira dos municipalistas, não à custa de poucos sacrifícios e algumas incompreensões, vai vencendo a sua batalha nobre e das mais dignas. Nobre e das mais dignas, porque objetiva colocar na devida situação o direito inconteste das comunas de todo o Brasil. E êsse direito inconteste, é bom que se frise, não representa, nem de leve, nenhum favor dos poderes centrais para com as comunas. Noticiamos ha

A onda aumentista da cidade (4 de outubro de 1956)

Oportuna proposição foi apresentada pelo vereador Aniz Badra, na última sessão da Câmara Municipal de Marília. O presidente da Associação Paulista de Municípios solicitou informações do Executivo, acerca do número de pedidos entrados na Prefeitura, por intermédio das partes interessadas, pleiteando aumentos de preços de diversos gêneros de utilidade, como o pão, frutas, aves, legumes, carne, café em xícaras, etc.. E mostrou-se o edil assustado e mesmo indignado com a onda aumentista que domina a cidade, quando verdadeiras “manobras” são executadas por pessoas ou grupos interessados, em detrimento do povo mariliense, já tanto sacrificado. Citou S. S. o caso da elevação do preço do cafezinho, quando alguns bares da cidade, à bel prazer elevaram seu custo para um cruzeiros e cinquenta centavos, sem que, felizmente, tivessem obtido o apôio da maioria dos bares da cidade. Referiu-se também ao fato de um estabelecimento, que, tendo aumentado o preço do café em xícaras para Cr$ 1,50 e percebi

A “Mercedes Bens do Brasil” (3 de outubro de 1956)

Com a presença do Chefe da Nação e as solenidades de praxe, ocorreu na semana passada, o áto inaugural da fábrica de caminhões brasilerios, pela firma “Mercedes Bens do Brasil S/A.” Sem dúvida, um acontecimento de grande relevo na vida econômica nacional, um marco de progresso que vem a tornar-se realidade, já com um atraso de centena de anos. Positivamente, ao ensejo de tecermos um pequeno comentário à margem do significado verdadeiramente grandioso que representará êsse marco de progresso industrial no país, cumpre-nos afirmar que tal assunto deveria ser traduzido em realidade, já ha tempo. Ao som do Hino Nacional, o Presidente Juscelino Kubitschek descerrou a placa comemorativa, contendo a legenda: “Nas estradas brasileiras, caminhões brasileiros”. A expressão foi tirada de um dos discursos do próprio Sr. Kubitschek, proferido por ocasião de sua campanha eleitoral. Autoridades, imprensa, industriais, representantes do comércio e industria automobilística e convidados especiais, esti

A mensagem dos “discos voadores” (2 de outubro de 1956)

O povo, de quase todos os quadrantes da terra, vinha de ha muito “descansando” das noticias e das “ameaças” de invasão dos famosos “discos voadores”. Disseram-se tantas e tantas coisas acerca dêsses aparelhos, que muitos relatos a respeito chegaram a atingir as raias do absurdo. “Viam-se” “disco voadores” a três por quatro. Certa ocasião, comentamos o caso daquele rapazinho que jurava por todos os santos do céu, haver presenciado um “disco voador” aqui em Marília, lá pelos lados do Pombo! Uma famosa revista carioca, chegou ao cúmulo e a insensatez de realizar uma montagem fotográfica, um verdadeiro truque, de flagrantes “batidos” de um desses aparelhos quando “sobrevoava” a Capital Federal! Muita gente “viu” os “discos voadores”, menos nós, que ficamos com água na boca, de tanta vontade de apreciar tambem os curiosos objetos e seus exóticos tripulantes, que foram descritos sob multiformes aspectos. Agora, segundo noticia o jornal britânico “Empire News”, os “discos voadores” irão envia

“Óleo negro” (2 de outubro de 1946)

José Padilla Bravos Para aqueles que alimentam as razões simplistas de carater pejorativo, ou para aqueles apaixonados, que rezam por cartilhas de sentimentos contrarios aos genuinamente nacionais, por certo, a notícia do jorro do petróleo veiu em má hora. Em má hora convenhamos, na concepção doentia e na mentalidade feirante dessa gente, que, ou não pulsa com a vida brasileira, ou aspira transformar estas terras, em colonias escrevas de outras raças e de outros costumes. Para aqueles outros, que arfam e se sentem derramantes de orgulho, por estarem sobreados pelo sacrosanto Pavilhão Verde e Amarelo, o motivo ostenta um prisma diferente, um aspecto diverso, um encare contrário. Não poderia ser diferente e nem tãopouco seria possivel, que vingassem quaesquer motivos de apatismo, pelos interesses nacionais, por parte daqueles que têm amôr à esta Terra de Santa Cruz e, que, pugnam pelo ideal de brasilidade. Aqueles indivíduos que defendem estas plagas, pensando por elas, apontando suas va

Amôr à terra (1º de outubro de 1946)

José Padilla Bravos Ainda podemos encarar este Brasil com otimismo, em quase todos os seus pontos de vista naturais. É bom demais, e é pena, que alguns nativos desnaturados ou alguns estrangeiros mal agradecidos ou menos reconhecidos, queiram levá-lo ao jugo totalitário de doutrinas exóticas, apunhalando-o pelas costas, traiçoeira e covardemente. Verdade, é que temos as nossas falhas, que jamais fugimos em reconhecê-las. Pelo contrário, temos o desprezível habito de desvalorizar e desmoralizar o que é nosso próprio, mesmo o que ainda possue algum valor e algum moral. E a arma que empunha essa classe de indivíduos, para lutar conôsco mesmo e com o Brasil, é a difamação, a calúnia, o anonimato e outras do mesmo ról. Mas, nossos atrazos na modernização do século, tem suas justificativas, e, qualquer pessôa de bom senso não se esvairá em aceitar ou reconhecer. Em primeiro lugar, nossa terra foi descoberta, explorada e abandonada por mais de meio século, onde se transformou num covil de lad