Cartório Eleitoral Volante (12 de outubro de 1956)

Noticía a imprensa paulistana, com certo amargor, o acentuado desinteresse de muitos brasileiros, em regularizar suas situações de eleitores, quando ainda é bem grande o número de pessoas em idade regular, que não providenciaram as suas inscrições. E vão mais adiante as informações, dando conta de deficiência dos Cartórios Eleitorais da Capital paulista, em relação ao número de servidores especializados, frente aos milhares de brasileiros que precisam ainda acertar essa condição.

As reclamações mais comuns, traduzidas do “desabafo” de candidatos a eleitores, é o fator demora, conforme se depreende dos noticiários. Em verdade, embora nada entendamos do assunto, consideramos perfeitamente justificável a demora, pois dois motivos: primeiro, porque as medidas de precaução estabelecidas por lei exigem, naturalmente, morosidade dos trabalhos, uma vez que se trata de um assunto muito mais sério do que possa parecer para os menos avisados; segundo, porque é muito grande o número de interessados, em comparação do número de servidores especializados.

Em nossa cidade, não sabemos em que pé andam as coisas nesse sentido, porém, temos a impressão que o Cartório Eleitoral local está dando conta do recado com inteira satisfação. Até professores e funcionários públicos, têm sido colocados, em certas ocasiões, à disposição do MM. Juiz Eleitoral, para auxiliar nesses trabalhos.

Porém, o motivo de nosso comentário de hoje, embora relacionado com o assunto inicialmente focalizado, é outro.

Trata-se de uma providência que achamos digna de elogios, partida do DD. Juiz Eleitoral de Baurú. Segundo dá conta a imprensa bauruense, a referida autoridade eleitoral, objetivando facilitar ao máximo as inscrições de eleitores, organizou cartórios eleitorais volantes. Foi u’a medida que veio provar a boa vontade do aludido magistrado, em cumprir da mais perfeita maneira as suas espinhosas obrigações, facilitando, simultâneamente, aos que trabalham o dia todo, especialmente os operários. Assim é que S. Excia., organizou e pôs em prática, os referidos cartórios volantes, que atuam diretamente nos locais de grande concentrações, como, por exemplo, as ferrovias, industrias diversas, etc.

As notícias a respeito, não pormenorizam os resultados da iniciativa; no entanto, o próprio bom senso faz prever, antecipadamente, a certeza de que tais resultados serão os mais satisfatórios e elogiáveis possíveis.

Aí está uma idéia felicíssima e uma providência oportuna, que poderá mesmo servir de exemplo à outras cidades, principalmente as que se encontram com problemas, como os atualmente existentes na própria paulicéia.

Extraído do Correio de Marília de 12 de outubro de 1956

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