A Semana da Criança (10 de outubro de 1956)

De hoje até o dia 17 do corrente, comemorar-se-á entre nós, a Semana da Criança. Relembrar os pequeninos seres que terão, amanhã, sôbre seus ombros, a responsabilidade de guiar os destinos da Pátria, é um gesto nobre dos adultos. Render um preito às crianças embora póssa parecer de pouca importância à primeira vista, significa uma obrigação de todos aqueles que têm sôbre sí, sob qualquer fórma, uma parcela de responsabilidade em dirigir ou educar, participando de algum modo com os problemas da vida daqueles que serão os homens de amanhã.

“Deixai vir à mim as criancinhas”, disse Jesús. Analisar ou descrever a majestosidade e a grandeza dessa frase carinhosa, é quase impossível. Encerra ela um exemplo dos mais dignificantes, como um espelho a refletir um áto que obriga a reconhecer e louvar o sentimento do Filho de Deus pelas crianças. E se o exemplo partiu daquele que foi perfeito, bom e santo, deve ser seguido por nós todos.

Não sabemos quais os programas que a respeito serão executados pelos diversos estabelecimentos escolares, acerca da aludida Semana da Criança. No entanto, a julgar pelas realizações dos anos anteriores, temos a certeza de o transcorrer da semana em referência merecerá os devidos destaques. E nem poderia ser diferente, principalmente em Marília, onde sempre os bons exemplos são cultivados com carinho e sem outras pretensões.

Render, portanto, um preito de reconhecimento às crianças, algo em especial, durante o transcorrer da semana citada, deve ser obrigação. As homenagens, por singelas que se apresentem, deverão calar profundamente nos espíritos infantis, agora em formação, para que estas mesmas crianças no futuro a reverenciar as novas gerações, tributando-lhes devida e necessariamente, as mesmas manifestações que hoje recebem.

Em especial, os marilienses, tanto aqueles que arcam com trabalhos de assistência social à infância, como os outros que dirigem, superintendem ou colaboram nesse campo, deverão dedicar um carinho especial àquelas crianças que embora conhecendo o conforto de um lar em nossa cidade, desconhecem o calor dos pais, o ambiente da própria família. Essas crianças, que se encontram na Filantrópica, no Lar da Criança etc., deverão merecer, durante o transcorrer da Semana da Criança, uma afeição ainda mais especial daquela que sempre receberam, para que bem compreendam o significado da homenagem, para que em seus espíritos possa incutir-se o exemplo de carinho e afeição com que os adultos as distinguem. Todo o conforto moral, material e espiritual que seja dispensado às crianças durante o citado período, afóra aquele que sempre tiveram direito representará uma das mais belas ações dos marilienses.

Extraído do Correio de Marília de 10 de outubro de 1956

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