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Mostrando postagens de março, 2009

O SAMDU em Marília (30 de março de 1957)

Na última sessão da Câmara Municipal, aprovou a edilidade mariliense um requerimento de autoria do vereador Bernardo Severiano Silva, no qual foi solicitada a instalação de um posto do SAMDÚ em nossa cidade. Oportuníssima iniciativa, sem dúvida alguma. O SAMDÚ (Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência), tem sido, até aqui, um organismo que vem prestando serviços inestimáveis à população de vários centros interioranos em especial. Eis a íntegra do aludido requerimento, aprovado pelo legislativo mariliense: “Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Marília. Requeiro, ouvido o plenário e em regime de urgência, que se oficie à direção do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDÚ), solicitando-lhe, se possível, a instalação de um posto em nossa cidade. Requeiro também, que igual mensagem seja endereçada ao exmo. sr. Presidente da República, solicitando-lhe os bons ofícios no sentido de Marília ser dotada dêsse valioso empreendimento, que tantos e excelentes

Festividades de 4 de abril (29 de março de 1957)

Somos daquêles que entendem que a municipalidade não deve mesmo dispender fabulosas quantias de seus cofres, para fins de festividades supérfluas. No entanto, pensamos que o Dia do Município de Marília, o próximo 4 de abril, deverá ser comemorado condignamente pelos marilienses, como a data magna de nossa emancipação municipal. E, nesse particular, são necessárias algumas despesas inadiáveis e indispensáveis. Não pode e não deve passar de todo despercebido ao espírito do mariliense, o ensejo do transcurso dessa data. Sabemos todos que a municipalidade não poderá patrocinar festividades faustosas e extraordinárias, excessivamente dispendiosas. Pessoalmente, nós próprios somos apologistas de coisas simples; acontece, no caso, que o fato exige uma exceção, pela importância que encerra. Festividades simples, são uma coisa: festividades além de simples, são “outros quinhentos”. Pensamos que a passagem do Dia de Marília não deve restringir-se apenas a um desfile cívico e a uma sessão solene

Prédios desalugados (28 de março de 1957)

Conhecemos um cidadão de fóra que costuma vir periodicamente à Marília. O homem têm negócios particulares por estes lados e acabou tornando-se um autêntico apaixonado de nossa cidade. Conversando conosco outro dia, declarou-nos seu encantamento pela Av. Sampaio Vidal. Ampla, bonita, com duas mãos de trânsito, bem movimentada, a avenida do fundador tornou-se para esse cidadão, um local agradável. E o homem confessou-nos ainda, que sente um prazer indiscritivel, em dirigir seu carro particular pela citada artéria, seguidamente, de um a outro extremo. Em realidade, a Av. Sampaio Vidal representa mesmo o cartão de visita de nossa urbe. Não ha forasteiro que não tenha exclamações de admiração e encômios para o explendor de nossa principal artéria. E, realmente, essa admiração é perfeitamente justificável. Poucos são os centros interioranos que ostentam uma via pública tão bela e tão bem traçada como a Av. Sampaio Vidal, apresentando um movimento incomum e ondulante. Uma coisa, no entanto, p

O Prefeito Adhemar (27 de março de 1957)

Virtualmente, está eleito Prefeito de São Paulo, o sr. Adhemar de Barros, lider nacional do Partido Social Progeessista. E conseguiu-o por inesperada margem de votos, frente ao sr. Prestes Maia, que, ao que parece, apesar dos pesares, contou com a “mancação” dos comunistas. Isto é o que deduzimos, frente ao fabuloso índice de votos “em branco” verificado no pleito de domingo último. Para nós, simples observadores, acompanhando a marca política de pré-eleições apenas pelo noticiário da imprensa, acreditavamos que o páreo iria ser “duro” entre as duas forças – janistas e adhemaristas -, apontando o vencedor de eleição, por pequena maioria, frente ao segundo colocado. Tal, não aconteceu. O sr. Adhemar de Barros venceu e venceu bem. O Governador do Estado, que apoiou incondicionalmente o Sr. Prestes Maia nesse pleito, acaba de demonstrar que a força de seu prestígio político reside no interior e mesmo em outros Estados. Entendem alguns, que o Governador Jânio Quadros, perdendo as eleições

Jornalismo Interiorano (26 de março de 1957)

Por inúmeras vezes, temos nos ocupado nestas colunas, de esclarecer aos menos avisados, a precípua missão da imprensa sadia e bem orientada, bem intencionada sobretudo, especialmente a pobre e sacrificada imprensa interiorana. Temos então, delineado a função da imprensa em relação do dever sagrado de informar, divulgar e orientar, criticando construtivamente; em resumo, servindo o público em geral. Deparamos agora, no jornal “A Gazeta de Lins”, de 23 último (23/3/1957) , assinado pelo competente colunista Ubirajara Martins, em seu artigo “Um fato em foco”, uma coincidente identidade de pontos de vista com aquilo que algumas vezes temos escrito. Assim, passando a transcrever êsse magnífico e sensato artigo, estamos reforçando nosso próprio entender. Eis a sua íntegra: “Dôa a quem doer. Esbravejem-se os que se julgarem atingidos! Somos muito homens para aguentar as consequências! Não hesitaremos: os nomes serão apontados! Cadeia prá eles! O povo ficará conhecendo os ladrões! Os culpados

Uma luta bem mariliense (23 de março de 1957)

Afóra as pessoas que nos cercam na rua, para fazer alusões sôbre diversos artigos de nossa modesta lavra, aqui publicados, sôbre a necessidade de eleição de um deputado de Marília, recebemos ontem duas interessantes e antagônicas cartas. Uma, congratulando-se com o autor destas linhas, pelo movimento que abordamos, alertando o eleitorado mariliense, para que fique de atalaia e prontidão, quando chegar a hora de eleger os deputados estaduais, pensando um pouco mais em nós próprios, encaminhando ao Palácio 9 de Julho, um digno e lídimo representante de Marília. Simultaneamente, fazendo alusões e elogios aos nossos trabalhos a respeito, no passado, já desde o ido ano de 1946. Outra, franca, desassombrada mesmo, atirando de frente: concitando-nos a desistir da marcha, “porque é perder tempo”. O missivista chama-nos de “ingênuo”, alegando: “Deixe disso meu amigo; o povo mariliense é algo de ingrato e irresponsável em sua maioria. Se hoje tem idéia de votar no Toni, no Badra ou em outra qual

A Política Nacional (22 de março de 1957)

Já seria tempo para que interpretassemos a política nacional como um elo indispensável e precioso da corrente das diversas facções da própria vida brasileira. Seria tambem o momento para que o brasileiro em geral, tivesse pela política do país, um juizo diferente, um respeito mais acentuado, consequência, logicamente, de uma soma de ações diretamente coordenadas em beneficio da população, inspirando maior dose de confiança tradicional, resultado das lutas de idéias diversas, que convergissem sobre um mesmo vértice: o nacionalismo elogiável, sadio, digno, honrado. No entanto, tal não acontece no Brasil. Política, entre nós, desgraçadamente, traduz luta sórdida de modo geral; significa contendas pessoais ou de grupos, objetivando domínio de idéias, imposição de simpatias, forçando condições e acôrdos, colimando o prevalecimento de pontos de vista, de saciamento de apetites pessoais, de conquistas, de “maiorias”, de subjugações. Nas escolas, os adolescentes aprendem coisa muito diversa da

O Dia do Município (21 de março de 1957)

Com vistas às necessárias festividades que deverão ser levadas a efeito no próximo dia 4 de abril, a data magna da emancipação municipal de Marília, estiveram reunidos anteontem, no gabinete do sr. Prefeito, juntamente com o Chefe do Executivo local, o dr. Aniz Badra, presidente da Câmara e os vereadores Raul Pimazoni, Guentelo Tamashiro e José Brambilla, tendo deixado de comparecer o outro membro da comissão incumbida, sr. Edmundo Lopes. O “Correio” fez-se presente ao ato, na pessoa do sr. José Cunha de Oliveira, tendo o sr. Miguel Neto representado a Rádio Dirceu. Compareceu também o fotógrafo Sebastião Carvalho Leme. Decorreram bem os trabalhos do primeiro contacto dessas pessoas, incumbidas da elaboração do problemas das festividades do Dia do Município. Ficou o dr. Aniz Badra de ultimar as conversações com o deputado Ulisses Guimarães, para termos uma solução definitiva da vinda ou não dos fuzileiros navais à nossa cidade, por ocasião dessa magna data. Da questão, surgiu a preocup

O prédio para a Faculdade (20 de março de 1957)

Muitas batalhas empreendeu Marília, para conseguir a criação oficial de sua pretendida Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Os estudantes, as entidades de classe e representativas da cidade, a imprensa falada e escrita, enfim, todos os que dispuseram de um meio qualquer para fazer prevalecer o imperativo do direito de Marília, dêle souberam fazer uso com galhardia e perseverança, levando até as mais altas esferas governamentais, o clamor da mocidade estudantil, não só de nossa cidade, como de tôda a nossa vastíssima região da Alta Paulista. E a Faculdade foi criada. O general Porfírio da Paz, no exercício do cargo de Governador do Estado, prometeu ao povo mariliense, através da Rádio Clube de Marília, que a Faculdade de Filosofia em nossa cidade seria criada. E foi mesmo. Não pelo general trabalhista, mas pelo atual governador, sr. Jânio Quadros. Apesar da obstrução sistemática de inúmeros deputados paulistas, inclusive um que se diz amigo de Marília, que aqui tem muitos eleitore

Conferencias... (19 de março de 1957)

O público mariliense e as classes representativas em geral, têm apreciado, nos últimos tempos, diversas conferências especiais, proferidas por gente capacitada, que aquí têm comparecido, regra geral, a convite das partes interessadas. Não ha (como) negar que tudo o que se pronuncia entre nós, espceialmente por técnicos em determinados assuntos, é bastante interessante. Se, por um lado não trazem resultados ou consequências efetivas e reais, pelo menos servem como um sinal de alerta, acerca de inúmeras falhas que se verificam entre nós, e, ainda, de sugestões sobre os meios mais precisos de serem éssas mesmas falhas corrigidas, embora, na maioria das vezes, por uma decorrência que é um verdadeiro fenômeno, éssa corrigenda jamais tenha sido tornada realidade. O que é certo, é que muitas das conferências que temos ouvido ultimamente, são aquilo que podem chamar-se verdadeiras aulas educativas e de alerta. Sábado último, por exemplo, esteve entre nós o deputado federal por São Paulo, Sr.

Caixas Postais... (16 de março de 1957)

Não indagamos do sr. Agente do Correio local, qual o número de desistências de assinaturas de caixas postais verificado em Marília, como consequência da verdadeiramente absurda elevação dos preços de aluguéis das mencionadas caixas. No interior, conforme percebe-se pelo noticiário da imprensa de diversos pontos do país e especialmente de nosso Estado, a cifra dêsse decréscimo tem sido bastante acentuada. Cidades há em que verificou-se até cinquenta por cento de deserção de antigos assinantes de caixas postais. Até o ano passado, o preço de uma assinatura era de 48 cruzeiros; convenhamos que era baratíssimo mesmo e que justificaria um pequeno acréscimo. No entanto, o “pulo” foi gigantesco; de início, para 960 cruzeiros, para depois de ter sido reduzido pela metade, isto é, “parado” em 480 cruzeiros. De 48 para 480, a diferença é apenas um zero à direita! Nesse particular, o DCT está desservindo a população. Isto porque, com a desistência de muitos assinantes de caixas postais, sobrecarr

Cães vadios (15 de março de 1957)

Marília está virando mesmo uma terra de cães vadios. É tão grande o número de “vira latas” sem dono que perambulam dia e noite pelas ruas da cidade, que os forasteiros devem levar daquí uma impressão das mais péssimas quando as providências de quem de direito a respeito. Esses animais, de rápida proliferação, infestam assustadoramente nossa cidade, no centro e nos bairros; verdadeiras matilhas de caninos provocam admiração de todos, pois não sabemos bem de onde surgiram, ultimamente, tantos cachorros sem dono na cidade. A famosa “carrocinha” de ha muito não dá o ar de sua graça. O mariliense é obrigado a correr o risco de ser mordido por um cachorro, ao tropeçar neste ou pisar-lhe descuidadamente a cauda. O trânsito, domingo último, pela altura das 10 horas, chegou a ficar interrompido! Quem isto não notou, que pergunte ao guarda civil que estava de serviço no “luminoso” da Avenida e ao próprio sargento Lisboa, da Guarda Civil. Ao par disso tudo, o mariliense é obrigado a presenciar, s

O “Rock and Roll” (14 de março de 1957)

Fomos um dos primeiros se não o primeiro em Marilia, a emitir conceitos acerca da dança maluca denominada “Rock and Roll”, a “coqueluche” dos Estados Unidos, que ameaça dominar todo o mundo. Fizemos nossas considerações, conforme explicamos, com fundamento em determinações judiciais, divulgadas pela imprensa paulistana e carioca. A música e dança aludidas, estão proibidas em diversos pontos do país, condenados por autoridades competentes, que têm a preocupação e a missão de salvaguardar a moral e a dignidade da mocidade e a da família brasileiras. Em Marília, está sendo exibido o filme “Ao Balanço das Horas”, que é a demonstração inequívoca da mencionada dança, idealizada por um motorista de caminhão, que tem a “tara” bastante masculinisada” de colecionar bonecas! Trata-se de Elvis Presley, rapaz que vimos não há muito, num filme chamado “natural”, apresentando um “show” público em Nova Iorque. No palco, Elvis é um verdadeiro caso de polícia, pelos gestos que executa, atentando flagran

Propaganda eleitoral? (13 de março de 1957)

Não somos reformistas e nem tampouco temos as pretensões de arvorarmo-nos em conselheiros ou moralizadores da política nacional e suas diversas formas de propaganda eleitoral. No entanto, a verdade seja dita, os diversos processos empregados pela maioria dos departamentos de propaganda de inúmeros partidos, em favor de uns e contra outros candidatos políticos, está a chamar as atenções do bom senso e da decência em nosso país. Estamos vendo cada coisa de arrepiar os cabelos; aliás, a continuidade de processos torpes do passado. Uma verdadeira luta “valetudo”, onde são utilizados os mais abomináveis métodos de desmoralização pessoal ou de grupos. Hoje em dia, raríssimos são os homens que aspiram um cargo eletivo, que conseguem manter-se numa linha de conduta digna de respeito ao próximo, fazendo, por isso mesmo, convergir para seus nomes e suas ações, a simpatia do público. Fazer propaganda eleitoral (eleitoreira, deveria ser o melhor têrmo), é, hoje em dia, regra geral, uma verdadeira

Marília e a COMAP (12 de março de 1957)

Segundo informações que dispomos e conforme já divulgamos através dêste jornal, o sr. Prefeito Municipal irá submeter à aprovação da COAP, para a lavratura do respectivo nomeativo, a lista dos nomes que irão integrar a COMAP local. Assim, pois, dentro em breve, teremos revivida a COMAP local, cujas finalidades, se bem cumpridas, só poderão trazer benefícios à economia do povo. Não significa isto, que a COMAP venha a constituir-se num órgão contrário aos interêsses dos comerciantes e industriais; pelo contrário, num organismo controlador e fiscalizador da dança dos preços, tão banal nos dias de hoje, que serve de motivos escusos para algumas pessoas. Quando nos batemos pela reorganização da COMAP, tivemos em mente unicamente cooperar com todos – Comissão e comerciantes – porque a experiência nos autoriza a dizer, que da mesma maneira que existem comerciantes sensatos, existem outros cujo espírito de ganância é mais solto e ainda, pelo que sabemos, através das COMAPS existentes por todo

Marília precisa de semáforos (9 de março de 1957)

No passado, já tivemos o ensejo de ocuparmo-nos sôbre a questão da necessidade dos semáforos para Marília. Efetivamente, a cidade sempre crescendo e apresentando um trânsito – motorizado e de pedestres – cada vez mais acentuado, tem necessidade de no mínimo mais u’a meia dúzia de “luminosos”, em determinados trechos das vias públicas. Não se trata apenas, no caso, de “querer, por querer”. Trata-se, indiscutivelmente, de imperiosa necessidade, que ninguém pode contestar. Ali na confluência da Avenida Rio Branco com as praças da Bandeira e Saturnino de Brito, por exemplo, urge a colocação de um luminoso duplo. Trata-se de uma entrada e saida da cidade, ligando ao mesmo tempo a mais bela avenida residencial de Marília e apresentando um movimento incomum de pedestres, principalmente estudantes. Na Rua São Luiz, precisam no mínimo três sinaleiros automáticos, nas esquinas da Cel. Galdino, 9 de Julho, Prudente de Morais e na junção com a Avenida, já no começo da avenida Castro Alves. Na 9 de

As prévias eleitorais (8 de março de 1957)

A imprensa paulistana anda atarefada presentemente, com o pleito eleitoral que terá lugar em São Paulo, no próximo dia 24, para a escolha do prefeito da paulicéia. Um órgão de imprensa tem mesmo que noticiar, informar, orientar. As prévias eleitorais óra em vigência, no entanto, estão deixando muito a desejar. Os resultados e os pareceres, em confronto entre si, mesmo em idênticos bairros, têm sido apresentados de maneira diferente. Por que? Por dois motivos: Ou o público consultado é inconstante e insincero na demonstração de seu ponto de vista a respeito, votando óra num e óra noutro candidato, ou essas prévias, em sua maioria não passam de u’a mal orientada publicidade indireta em torno de algum ou alguns candidatos. Como é possível, que o jornal do Pedro ausculte a opinião da feira do bairro da Penha e obtenha uma votação diversa daquela que o periódico do Paulo conseguiu, no mesmo local e no mesmo momento? Nas eleições passadas, já vimos que apenas uma emissôra tem apresentado o r

Tópicos carnavalescos (7 de março de 1957)

Pela segunda vez, leitores, ocuparemos nossa coluna dêste órgão, para falarmos sôbre o carnaval que passou, com estas pílulas acerca do reinado de Momo. Está mesmo desaparecendo o carnaval de rua em Marília. Definha ano a ano. Em 57, de carnaval, só vimos um desfile de veículo pela principal artéria da cidade e alguns grupos de pessoas tentando dar aos folguedos carnavalescos uma vida que realmente não existiu. Nenhuma fantasia caríssima ou digna de nota especial, conseguiu nossa reportagem ver, quer nas ruas, quer nos clubes onde se realizaram bailes carnavalescos. O pessoal da polícia e da imprensa, tiveram, durante o carnaval, uma particularidade bastante comum: um trabalho de mais de vinte horas diárias, durante quatro dias seguidos. Nem todos os clubes tiveram a mesma animação dos anos anteriores. O “Kai-Kan”, por exemplo, embora com muita vida, não alcançou o mesmo sucesso do passado. A Associação dos Alfaiates apresentou os bailes com menor afluência pública, embora dentro de um

Pílulas Carnavalescas (5 de março de 1957)

Desculpem-nos os leitores, pelo fato de mudarmos hoje, excepcionalmente, o estilo désta crônica diária. Vamos ocupar o espaço que nos é reservado pela direção do “Correio”, para narrar, alguns flagrantes acerca do tríduo carnavalesco, em pílulas, conforme estabelece a epígrafe. Vejamos: Não tivemos, praticamente, o carnaval de rua em Marília este ano nas noites anteriores, e, dificilmente, pelo que parece, o veremos hoje. Nenhum “rancho”, nenhum préstilo, nenhum “cordão”, nenhum bloco convenientemente organizado. Embora estejamos de acôrdo em que não deve o município subvencionar os folguedos carnavalescos, empregando para tal fim o dinheiro público, entendemos que pelo menos na iluminação central deveria ter sido procedida durante o carnaval. Outra coisa que a Prefeitura olvidou, foi a instalação do palanque oficial na Avenida, como sempre fora feito nos anos anteriores. Tal realização, que nenhuma despesa efetiva acarretaria aos cofres públicos, mesmo que não servisse para acomodar a

Carnaval (2 de março de 1957)

Oficialmente, as festas momescas serão iniciadas amanhã; tradicionalmente, a folia carnavalesca começa hoje. Muita gente aguardou com ansiedade êstes momentos; muita gente vê com maus olhos o carnaval e suas brincadeiras. Em ocasiões passadas, já tivemos o ensejo de manifestar o nosso ponto de vista acerca do carnaval. Não pertencemos nem aos do contra e nem aos que são francamente do reinado de Momo. Somos neutros na questão, respeitando a predileção de todos. Somos até pelas brincadeiras sadias e bem intencionadas, porque pensamos que sendo o carnaval uma festa tradicional do povo brasileiro, considerada mesmo a maior festa popular do país, é justo que dela participem os que a apreciam. O povo brasileiro, que vive sobremaneira sacrificado com as agruras da vida de nossos dias, deve divertir-se quando pode e como pode. Dentro dos postulados da decência e do respeito comum, é lógico. Apenas não concordamos, com inúmeros abusos e liberdades, que à miude são praticadas por aquêles que sã

Nacionalização da industria automobilistica (1º de março de 1957)

O Presidente da República acaba de promulgar um decreto, pela qual será nacionalizada a indústria automobilística no Brasil. Prevê o aludido diploma legal, até 1960, a fabricação de carros de passeio, com 95% das peças genuinamente nacionais. Por volta de mil novecentos e trinta e pouco, quando ainda frequentávamos o Grupo Escolar, ali na vizinha cidade de Cafelândia, perguntamos certa ocasião, ao “seu” Batista, nosso professor, por que o Brasil, sendo tão grande e tão rico, não fabricava seus automóveis, caminhões, tratores e aviões. O mestre-escola vira-se, cremos, em palpos de aranha, para explicar de modo perfeitamente compreensível a pergunta. Não que não estivesse em condições para tal, absolutamente; é que a explanação teve que ser feita de modos a ser interpretada por um cérebro infantil, distante da perfeita aceitação dos fatos consumados. Não aceitamos de todo a explicação do bondoso professor, replicando o esclarecimento, com as naturais argumentações infantis, que, embora m

Os “Gostosões” do Mercado (1º de março de 1953)

Escreveu: José Arnaldo É sabido que o nosso Mercado Municipal apresenta uma serie de problemas que estão a merecer as atenções de nossas autoridades. Por exemplo, o seu espaço, que era suficientemente grande há anos atrás, apresenta-se agora acanhado, deficiente para as exigencias e necessidades de nossa “urbs”; a precariedade de suas instalações sanitarias, por outro lado, estão a exigir providencias completas; quanto a reparos e pinturas, então nem se fala; os preços das frutas e verduras subiram como foguetes, desafiando a fiscalização e as providencias de controle de abastecimento. Como se isso já não bastasse, surgiu agora, mais acentuadamente nos ultimos tempos, uma verdadeira “praga” de desassossego para as senhoras e senhoritas que convergem àquele local, para fazer as compras que necessitam. São os desocupados e destituidos de educação, metidos a “gostosoes”, que ali ficam plantados, especialmente nos domingos de manhã quando é mais intenso o movimento, aos grupos, distribuind