Marília precisa de semáforos (9 de março de 1957)

No passado, já tivemos o ensejo de ocuparmo-nos sôbre a questão da necessidade dos semáforos para Marília. Efetivamente, a cidade sempre crescendo e apresentando um trânsito – motorizado e de pedestres – cada vez mais acentuado, tem necessidade de no mínimo mais u’a meia dúzia de “luminosos”, em determinados trechos das vias públicas.

Não se trata apenas, no caso, de “querer, por querer”. Trata-se, indiscutivelmente, de imperiosa necessidade, que ninguém pode contestar. Ali na confluência da Avenida Rio Branco com as praças da Bandeira e Saturnino de Brito, por exemplo, urge a colocação de um luminoso duplo. Trata-se de uma entrada e saida da cidade, ligando ao mesmo tempo a mais bela avenida residencial de Marília e apresentando um movimento incomum de pedestres, principalmente estudantes. Na Rua São Luiz, precisam no mínimo três sinaleiros automáticos, nas esquinas da Cel. Galdino, 9 de Julho, Prudente de Morais e na junção com a Avenida, já no começo da avenida Castro Alves. Na 9 de Julho no mínimo mais dois; um na esquina da Nelson Spielmann com a Praça Maria Isabel e outro no cruzamento da Carlos Gomes.

A própria Câmara Municipal já esteve a ocupar-se do assunto, em ocasiões passadas. Depois, não sabemos bem o que houve e a questão foi relegada ao esquecimento, pelo que se percebe. Isso já faz mais de um ano. Se a própria Diretoria do Trânsito em São Paulo fabrica hoje tais objetos, vendendo-os aos municípios interessados, entendemos que houve incúria de nosso município, deixando para o amanhã o referido problema; isto porque, é fácil de perceber-se que se a compra dêsses necessários utensílios de trânsito tivessem sido adquiridos há um ano atrás, o município já teria economizado muitos cruzeiros, em relação aos preços atuais.

Falou-se de convidar o sr. Nicolau Tuma, diretor do Serviço do Trânsito do Estado, para uma conferência em nossa cidade, ocasião em que deveria ser abordada a questão. Pensamos que só para êsse fim, não seria preciso patrocinar a vinda da aludida autoridade a Marília. O problema é mais simples ainda: trata-se de uma compra de objetos imprescindíveis, que à medida que fôr sendo adiada, mais onerará os cofres públicos. A necessidade está comprovada. Dinheiro existe. Daí, entendemos, é só querer.

Ao escrevermos êsse comentário, ficamos aguardando alguns esclarecimentos a respeito da questão, por parte dos senhores vereadores que, anteriormente, estiveram tratando dêsse mesmo assunto. Precisamos de tais informes, para esclarecer aquêles que de há muito nos pedem para patrocinar a “campanha de mais sinaleiros” para Marília, inclusive alguns guarda-civis da cidade.

Extraído do Correio de Marília de 09 de março de 1957

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