O IV Congresso de Municípios (11 de abril de 1957)

Conforme é do conhecimento do público, terá lugar no Rio de Janeiro, de 27 do corrente até 5 de maio próximo, o IV Congresso Brasileiro de Municípios, conclave de suma importância para a vida municipal de todo o Brasil, onde deverão fazer-se presentes representantes de tôdas ou quase tôdas as comunas brasileiras.

Marília, como sempre, far-se-á presente nessa importantíssima assembléia, por cinco de seus vereadores (três oficialmente nomeados pela Câmara Municipal; um, delegado pela própria representação partidária que pertence; e o outro, como presidente da Associação Paulista de Municípios.

Os drs. Durval Sproesser, J. Guimarães Toni e Fernando Mauro Pires Rocha, são os delegados da Câmara, para êsse congresso. O primeiro, com três teses apresentadas e os outros com dois trabalhos cada. O dr. Coriolano de Carvalho, foi indicado pelo Partido Trabalhista Brasileiro, para representar o P. T. B. mariliense ao aludido conclave. O representante trabalhista, em virtude de não ter apresentado suas teses dentro do lapso de tempo preconizado pelos estatutos do IV Congresso Brasileiro de Municípios, fé-lo através da Associação Paulista de Municípios, na forma estatutária da assembléia referida.

A respeito, aqui fica registrada a confiança dos marilienses em geral, pelos trabalhos que, como sempre, serão desenvolvidos pela delegação da cidade “símbolo do amor e da liberdade”. Um total de onze magníficos trabalhos dos representantes marilienses, de interêsse urgente e geral para a causa municipalista, deverá merecer apreciação dos congressistas brasileiros. Além disso, podemos afirmar, sem receio de êrro, nossa cidade far-se-á representar pelas suas maiores autoridades em assuntos municipais nêsse importantíssimo certame nacional, cuja causa é das mais nobres e dignas, plena de esperanças totais para a redenção da bandeira municipalista.

Nossos votos para que os trabalhos decorram, como sempre, num ambiente de ordem e compreensão, dentro do amor sadio ao futuro da vitória total do municipalismo, que é a base da própria independência e economia brasileiras. Está provado que a descentralização e a equânime distribuição de rendas pelas comunas, com maior amparo ao homem do interior, maior incentivo e maiores facilidades de financiamento, além de maior conforto social, médico, hospitalar, educacional, etc., além ainda, de maiores facilidades oficiais de apôio e incentivo à lavoura, comércio e indústria, transformarão, em pouco tempo, radicalmente, nosso grande país. Até hoje, o povo interiorano tem vivido afastado dos grandes centros e das grandes capitais. Até hoje, as autoridades municipais têm sido esquecidas dos poderes centrais e o que conseguiram fazer, regra geral, foi a consequência do espírito próprio de carater empreendedor, embora sempre e sempre colaborando com as capitais.

Em boa hora, foi levantada a bandeira municipalista. Em boa oportunidade, os soldados do municipalismo tomaram posição nessa patriótica e redentora trincheira de interêsse pátrio. Só depois que essa luta foi efetivamente iniciada, é que principiamos nós, os caipiras interioranos, a receber alguns resultados eficientes e compensadores; não à guisa de favores, mas como a solvição de direito líquido, certo e irrefutável.

Nossos votos, ainda, para que os frutos dos trabalhos dêsse importante conclave nacional, traduzem-se, o mais cedo possível, na realidade que todos esperamos.

Embora um tanto previamente, aqui consignamos nossos votos de boa viagem, felicidades e pleno sucesso aos representantes mailienses, que levarão a bandeira de Marília ao IV Congresso Brasileiro de Municípios.

Extraído do Correio de Marília de 11 de abril de 1957

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