Postagens

Mostrando postagens de junho, 2009

A Segunda Vara Judicial (28 de junho de 1957)

Não sabemos porque cargas d’gua, tudo que tem o cunho oficial é tão dificil de ser consignado à Marília, mesmo em se tratando de assunto urgente e de necessidade indiscutivel. Todos conhecem, por exemplo, a verdadeira odisséia vivida pelos marilienses, com referência ao decantado curso oficial de ensino superior, hoje, graças a Deus, quase traduzido em realidade. Enquanto em alguns centros, pretensões justas são atendidas num abrir e fechar de olhos, aqui as coisas são diferentes. Parece que jamais se levam em conta as fabulosas verbas que o município carreia anualmente para os cófres do Estado e da União; igualmente, parece que não se dá ao povo mariliense, êsse mesmo povo que foi capaz de construir em menos de trinta anos, ésta vertigem de progresso que se chama Marília, a devida guarida, o necessário éco aos seus clamores reivindicatórios. Fato digno de nota, é que Marília jamais aspirou aquilo que não estivesse em condições de continuar, aquilo que não condizesse com suas necessida

Nóbre missão (27 de junho de 1957)

Procura nosso apreciado colaborador, reverendo Álvaro Simões, reavivar uma campanha que representa um objetivo de antigas lutas dêsse mesmo educador: o aprimoramento do nível geral do ensino secundário na cidade. No passado, através de suas brilhantes crônicas diárias, o reverendo Simões, já manifestará seu pensamento, expondo com propriedade e conhecimento de causa, alguns dos muitos motivos que estão contribuindo para o baixo gráu de aproveitamento dos estudos secundários. E externava, na oportunidade, idéias de congraçamento entre as autoridades educacionais, no sentido de que fossem tomadas as providências mais viáveis e plausíveis, para atingir-se o objetivo colimado. A missão é sobretudo nobre. Tanto assim, que a repercussão já principiou a manifestar-se, através de gente interessada, que está disposta a colaborar com a campanha óra preconizado pelo mencionado educador. Cogita o mesmo, estabelecer uma assembléia entre mestres, alunos e pais de alunos, dentro em breve, em cuja oca

O herdeiro de Lollobrígida (26 de junho de 1957)

Na segunda quinzena do próximo mês, deverá ocorrer a chegada da “cegonha” ao lar do casal Milko Stofic-Gina Lollobrígida. Jornais de diversas partes do globo, ao terem ciência da “novidade”, mandaram à Ischia, em Roma, seus mais sagazes reporteres, para entrevistarem a famosa “estrela” e reportar o acontecimento. Parece o fim do mundo, o fato de que a famosa “Lollô” vai ser mãe. Pelo jeito, dá até a impressão de que será a primeira vez na história, que u’a mulher vai dar à luz. De todos os quadrantes do mundo, chegam diariamente à bela mansão da fenomenal artista, os mais ricos e variados presentes, destinados à fatura mãe e ao rebento riquíssimo, mesmo antes de abrir os olhos para o mundo. Casualmente, liamos ontem, num dos jornais da Capital, num longo radiograma procedente de Ischia, uma reportagem acerca do “mundão” de riquíssimos mimos com que o futuro herdeiro de Milko e Gina está sendo brindado. Dentro da exagerada relação de presentes consta o de um industrial paulistano, que e

Uma crônica tipo J.J. (25 de junho de 1957)

Aqui está uma crônica tipo João Jorge, isto é, mais de um assunto comentado num só escrito. Para início de nossa conversa, abordaremos a decisão do Governador Jânio Quadros, em proceder estudos para a cessão por arrendamento, a pequenos lavradores, da ex-Fazenda Revoredo. O Secretário da Agricultura, de conformidade com o clássico “bilhetinho” do Governador, tem 60 dias de prazo para apresentar o relatório dêsses estudos. Ora, depois de sessenta dias a contar da data, o que é que estará em tempo de plantar? E tem mais outra: consequência da decisão do Sr. Governador não será bem o resultado da invasão indevida das terras; pelo contrário, significa a apreciação de uma solicitação legal, traduzida num grande abaixo assinado de representação, que foi encabeçado pelo Presidente da edilidade local e assinado por dezenas de outras pessoas. --:-- Já que estamos falando em Governador, ficamos há dias “matutando” muito sôbre a propalada visita do sr. Jânio Quadros à Inglaterra. Pelo noticiário

Ainda o candidato de Marília (22 de junho de 1957)

Leitores indiscutivelmente bem intencionados, verdadeiros amigos de Marília, escrevem-nos solicitando a continuidade de escritos acerca das próximas eleições estaduais, quando nossa cidade deverá, sem desculpas ou delongas, eleger seu representante próprio. Realmente, é ainda um pouco cedo para o avivamento dêsse brado de alerta, infelizmente necessário a muita gente de nossa terra. É preciso que o povo vá se apercebendo dos êrros do pretérito, para que possa corrigí-los em tempo, a fim de que Marília não continue a sua condição de “órfã” nos parlamentos. Verdade seja dita, temos contado vez por outra, com apoios de parlamentares ilustres, que têm procurado voltar suas vistas para Marília e seu povo. Mas tais fatos não têm deixado de ser favores, inegavelmente. Pessoalmente, várias pessoas nos fazem o mesmo apêlo, para prosseguimento dessa lembrança, a fim de que fique a necessidade perfeitamente incutida no espírito e no patriotismo de todos os eleitores da cidade. Como já dissemos an

Marília e o gosto artístico (20 de junho de 1957)

De há muito, notamos em nossa cidade, pouca preocupação ou pouco gosto pelas artes lírico-musicais; pouco apoio, pouca simpatia, especialmente pela chamada “música fina”. Confessamos que em matéria musical, por exemplo, não somos apenas leigos; somos completamente cegos. Acontece, que, em decorrência de nossas obrigações de órgão informativo, temos comparecido aos poucos concertos de importância que aqui têm sido realizados. A julgar pelos valores que vez por outra se exibem em nossa cidade, e, por outro lado, considerando o número relativamente pequeno do público que habitualmente frequenta audições desse jaez, ficamos convencidos do que acima afirmamos. Não queremos dizer com isto, que um artista de renome ao apresentar-se ao público mariliense, o faça sòmente “às paredes”; sempre existe um pequeno número de apreciadores do gênero, número êsse que ao contrário de bem representar o gosto artístico dos marilienses, traduz sem dúvida, a indiferença da maioria. A música fina, executada p

A imoral “lei cadillac” (19 de junho de 1957)

Enquanto o Govêrno raciona ou nega divisas oficiais, para a importação de hidrômetros, vacinas “Salk”, tratores, implementos para a lavoura e muitos outros objetos úteis e necessários ao progresso do Brasil e à vida do próprio povo brasileiro, principiam a surgir os efeitos degradantes da imoral e vergonhosa “lei cadillac”. Um punhado de salafrários, que, mercê da ingenuidade e da boa fé do nosso povo, ostenta hoje o privilégio de polpudos vencimentos, imunidades parlamentares, “chapas brancas” e campos de vasão à negociatas escandalosas e antipatrióticas, advogou em causa própria, em detrimento da economia nacional, êsse imoral diploma. Pelo navio “Mor Macyork”, chegaram quarta-feira última, ao Rio de Janeiro, catorze carros de luxo, importados ao câmbio oficial, destinados aos deputados “beneficiados” pela desavergonhada lei. Imediatamente acorreram ao cáis do porto, lampeiros e desbriados, doze proprietários dessa leva de automóveis, importados com o suor do próprio povo, em prejuiz

Marília e a Faculdade (18 de junho de 1957)

Vencida, mercê de Deus, dos trabalhos dos marilienses e da classe estudantil, ao lado dos esforços do deputado Maurício dos Santos e da sinceridade de propósitos do sr. Governador, mais uma etapa da luta de todos nós, acerca da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília. Foi intenso e perfeitamente justificado, o ânimo de júbilo incontido, que na noite de anteontem, dominou todos os marilienses, principalmente aquêles que vinham acompanhando com carinho e interêsse, a contenda local, pró instalação dêsse curso oficial de ensino superior, recentemente criado em nossa cidade. Foi uma grande vitória, sem sombra de dúvida. Contaminou-nos o acontecimento, porque sempre procuramos nos ombrear à essa luta bem mariliense, legitima aspiração de tôda gente de nossa terra e da própria Alta Paulista, diretamente beneficiada. Os poderes constituidos da cidade, emprestaram a melhor boa vontade à bandeira desfraldada pela classe estudantil. O sr. Prefeito Municipal, pessoalmente, dispendeu

Ainda o prédio do IAPB (14 de junho de 1957)

Abordamos, não ha muito, nesta coluna, assunto referente à projetada construção de um grande “arranha céu” pelo IAPB em Marília, destinado a residências de bancários locais. Para tal existe terreno próprio, em ponto magnífico, ou seja, na Rua 9 de Julho, quase na esquina da Av. Santo Antonio. Numa das últimas sessões da edilidade mariliense, o vereador Fernando Mauro propôs, em requerimento aprovado por unanimidade, que se oficiasse a direção do Instituto de Aposentadoria e Pensões Bancarias, no sentido de apressar-se a construção déssa óbra, que, ao par do beneficiar a numerosa classe, aliviando a muitos do angustiante problema da moradia, viria, por outro lado, trazer para Marília mais um impulso no seu já vertiginoso e incontido progresso. O IAPB respondeu ao mencionado edil pedecista, que o departamento especializado do Instituto estava ultimamente certas providências pertinentes a planta do edifício e que tão logo tal acontecesse, seria iniciada a aludida construção. Não duvidamos

Parlamentarismo e pugilismo (13 de junho de 1957)

Não poucas vezes, têm registrado a imprensa, átos reprováveis por parte dos parlamentares brasileiros, especialmente no que diz respeito à verdadeiras cenas de pugilismo em plenários. Agora, vem a situação de repetir-se, através de um engalfinhamento e tróca de sopapos, entre os deputados Araripe Serpa e Dante Perri. E a briga, désta vez, aconteceu em plenário, quando os dois parlamentares se desavieram, passando para o terreno do deforço pessoal, na ocasião em que um outro deputado ocupava a tribuna! O Sr. Araripe Serpa, por sinal o mais jovem deputado do Brasil, é, ou melhor, éra, o líder da Frente Parlamentar Situacionista no Palácio 9 de Julho. O Sr. Dante Perri, do Partido Repúblicano, sentiu-se ofendeido por determinas críticas assacadas pelo representante da situação, acerca de irregularidades que existiriam no Departamento de Estradas de Rodagem. Como ex-engenheiro daquela autarquia, o Sr. Perri revidou às afirmativas do sr. Serpa. Do revide ao acaloramento da discussão e ao bo

Cinemas para Marília (8 de junho de 1957)

Soubemos existir interesse e um movimento algo vivo, por parte de um grupo de capitalistas locais, para construir-se em Marília um novo cinema, amplo, moderno e confortável, que nada fique a dever as melhores casas do gênero existentes nas Capitais e grandes centros. Realmente, a notícia é bastante alviçareira para todos. A cidade está exigindo já, pelo seu desenvolvimento e pelo modernismo de seus dias, maiores ampliações nesse setor de diversões públicas. Os dois únicos cinemas que temos em Marília, indiscutivelmente, não são suficientes para atender as exigências do público local. Vimos isso ha pouco, por ocasião do I Festival de Cinemascope, levado a efeito no Cine S. Luiz. Vimos gente permanecer em filas durante uma ou mais horas e vimos muitas pessoas que não conseguiram presenciar as películas de predileção. Além déssa idéia, que dizem ser viável e para breve, cumpre registrar tambem que o Sr. Emílio Pedutti, proprietário da Empresa Teatral Pedutti, prometeu construir novo cinem

General Craveiro Lopes (7 de junho de 1957)

O general Francisco Higino Craveiro Lopes, Presidente de Portugal, encontra-se presentemente entre nós. O Chefe de Estado Português está sendo alvo de merecidíssimas homenagens, que o povo brasileiro está tributando, com justiça, ao grande estadista luso. Solenidades especiais foram programadas, no sentido de cercar o ilustre visitante do mais fraternal carinho e conforto. É para nós, brasileiro, honra grandiosa, hospedar tão insigne visitante, externando-lhe os mais puros sentimentos de nossa simpatia, admiração e respeito, ao lado da gratidão reconhecida pelo espírito secular de fraternidade e amor que identifica os dois povos. Não ha muito, quando éra Presidente da República o Sr. Café Filho, visitando o país amigo e irmão, mereceu o Brasil as mais efusivas demonstrações de apreço e amizade do povo lusitano. O mesmo sentimento foi tributado ao Sr. Juscelino Kubtschek, quando êste visitou Portugal, como Presidente eleito de nossa Pátria. Brasil é Portugal e Portugal é Brasil. Se aquí

Leitores e sua opinião (6 de junho de 1957)

Não raro, recebemos cartas de nossos leitores, apreciando ou depreciando nossos modestos escritos, sugerindo idéias ou interpelando-nos sobre determinadas questões. Nem todas as cartas pódem mesmo ser levadas em consideração; umas, porque não trazem assinatura, outras porque “metem o paú” em certas autoridades municipais, instigando-nos a patrocinar campanhas nem sempre dignas e representativas da maioria das opiniões. Mesmo assim, damo-nos ao cuidado de conhecer os motivos originários de certos “desabafos”, que periodicamente chegam às nossas mãos. Quando procedem os clamores, a idéia não deixa de encontrar guarida em nossas intenções e preocupações de servir à cidade e seu povo e o assunto é abordado diretamente e em têrmos. Recebemos ontem, carta de um leitor, cujo nome omitimos a pedido, chamando-nos a atenção para a verdadeira “enxurrada” de leituras do tipo “em quadrinhos”, atualmente em vóga em nossa cidade. Reclama o missivista, o tipo dessa modalidade de publicação. De fato, o

A Nova Capital Federal (5 de junho de 1957)

Péde-nos um leitor dêste jornal, opinião pessoal acerca da nova Capital Federal e da chamada Operação Brasília, alegando que ao par das referências pró mudança da administração federal para o centro do país, têm lido comentários de certo modo desairosos, alusivos ao processamento da medida. Não estaríamos em condições de atender ao apêlo dessa pessoa, caso não se tivesse frizado o têrmo “opinião pessoal”. Aquí vai o que a respeito pensamos: A mudança da Capital Federal para o Estado de Goiás, num ponto relativamente bem central do Brasil, é uma urgência que deveria ter sido posto em prática ha mais de um século passado. Desde seu descobrimento, o progresso do país têm sido marcado “à câmara lenta”, por motivos vários, difíceis de enumerar em poucas palavras. O Brasil, praticamente, resumiu-se em São Paulo, Rio, e, ha poucos anos, no norte do Paraná. Todos sabemos, que o restante dos quilometros quadrados de nossa Pátria, continua praticamente abandonado, distanciado da evolução natural

A política e a instalação da Faculdade (4 de junho de 1957)

Na manhã do último domingo, no Salão Nobre da Associação Comercial, um grupo de estudantes, representando os diversos estabelecimentos de ensino da cidade, realizou uma reunião onde foram discutidos assuntos relacionados à instalação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras recentemente criada em nossa cidade. O número estudantil, pensamos, poderia ser maior do que aquele que se verificou, embora todas as escolas alí estivessem representadas, como acima ficou dito. Foram pormenorizados aos presentes, os motivos de como se encontram as providencias a respeito, bem como estudados os próximos passos junto aos poderes públicos, no sentido da efetivação urgente da medida, de maneiras que o mencionado curso oficial de ensino superior óra criado em Marília, póssa funcionar, como é o desejo de todos, já no próximo ano. Os dirigentes do citado movimento, cujas intenções merecem nosso irrestrito apoio, no entanto, preocuparam-se demasiadamente com uma outra questão: a política. De início, ao

Precisamos de mais semáforos (1º de junho de 1957)

Já nos ocupamos anteriormente, da questão de mais sinaleiros luminosos para o trânsito de Marília. Centralizando a cidade um acentuado volume de veículos próprios e servindo, por outro lado, de ponto de passagem obrigatório de veículos de outras regiões que por aqui transitam, a colocação de no mínimo mais oito semáforos, de preferência automáticos, está urgindo mais do que nunca. A respeito do assunto, recebemos manifestações de algumas pessoas, aplaudindo a idéia e convindo conosco dessa necessidade. Apesar de contarmos com uma excelente corporação da Guarda Civil de São Paulo, que tem como missão precípua a fiscalização do trânsito em nossa cidade, não podemos e não devemos prescindir dêsse melhoramento há muito reclamado pelo próprio desenvolvimento da “urbe”. Não fôssem as atenções dos milicianos da Guarda Civil e a noção de responsabilidade de centenas de motoristas, poderíamos registrar, com mais frequência, desastres de várias espécies em plena cidade, especialmente nos cruzame