General Craveiro Lopes (7 de junho de 1957)

O general Francisco Higino Craveiro Lopes, Presidente de Portugal, encontra-se presentemente entre nós. O Chefe de Estado Português está sendo alvo de merecidíssimas homenagens, que o povo brasileiro está tributando, com justiça, ao grande estadista luso.

Solenidades especiais foram programadas, no sentido de cercar o ilustre visitante do mais fraternal carinho e conforto. É para nós, brasileiro, honra grandiosa, hospedar tão insigne visitante, externando-lhe os mais puros sentimentos de nossa simpatia, admiração e respeito, ao lado da gratidão reconhecida pelo espírito secular de fraternidade e amor que identifica os dois povos.

Não ha muito, quando éra Presidente da República o Sr. Café Filho, visitando o país amigo e irmão, mereceu o Brasil as mais efusivas demonstrações de apreço e amizade do povo lusitano. O mesmo sentimento foi tributado ao Sr. Juscelino Kubtschek, quando êste visitou Portugal, como Presidente eleito de nossa Pátria.

Brasil é Portugal e Portugal é Brasil. Se aquí os portugueses são considerados verdadeiros nacionais, lá os brasileiros são tidos como autênticos portugueses.

O próprio Governador Jânio Quadros, que, segundo consta, está doente e deveria afastar-se temporariamente do leme do Estado, só o fará após recepcionar condignamente o ilustre visitante amigo.

Déssa honrosa visita, tiramos um proveito extraordinário: Está irretorquivelmente manifesta, a real política que tanto bem faz aos povos – a política da fraternidade e do respeito mútuo, do amor recíproco e da consideração comum.

Esse sentimento que sempre existiu entre brasileiros e portugueses, onde não se imiscui nenhuma eiva de maldade ou interesses mesquinhos, nenhum resquício de inveja ou domínio, nenhuma demonstração de supremacia egoísta de não sobre nação, deveria servir de espelho a outros povos. Essa é realmente a política que poderá salvar o mundo e identificar gentes, dentro do respeito, do amor e da consideração ideal, ditados pelo senso comum.

Essa é, em verdade, a política que está fazendo falta no mundo de hoje, para garantir aos povos dias tranquilos de amanhã.

Nessa oportunidade, em que os brasileiros rendeem as mais sinceras homenagens ao grande estadista português, conferindo-lhe os mais honrosos títulos de “persona grata”, cercando-o do mais irrestrito calor fraternal, desejamos nós, tambem, através désta coluna, congratulamo-nos com os portugueses de todo o Brasil, especialmente aqueles que são verdadeiramente marilienses por adoção, pelo motivo grande e honroso para nós, em hospedarmos o Presidente de Portugal, general Francisco Higino Craveiro Lopes um verdadeiro e inegável amigo do Brasil e dos brasileiros.

Extraído do Correio de Marília de 7 de junho de 1957

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