“Batendo no mesmo prégo...” (27 de julho de 1957)

Perdoem-nos os amáveis leitores, pela insistência com que repetimos o fato: precisamos e não podemos deixar de eleger, no próximo pleito eleitoral, o l(e)gítimo deputado mariliense. Partidos políticos de várias cidades interioranas, já elaboraram estudos inclusive para os futuros candidatos a prefeitos e vice-prefeitos; nomes já foram dados ao conhecimento público.

Enquanto isso, em Marília, os partidos políticos ainda estão bastante frios. Sabemos que existem trocas de idéias partidárias, entre as próprias correntes políticas locais, sem nenhum resultado concludente a presente data. Ha, ao que parece, ao lado do natural receio de fracasso, a dificuldade de nomes, uma vez que tudo faz crêr, que, as diversas correntes políticas locais estão propensas a apoiar um candidato único, “desde que seja do próprio partido”. Ficam mudos os mentores políticos locais, quando percebem interesse do reporter. Uns, “nada sabem”; outros alegam que “só o diretório poderá dar a palavra oficial”.

A verdade, é que o caso assemelha-se, ao que parece, com a história (já repetida por nós) do caboclo, que chamando a filha, disse-lhe: “Maria, você está em idade de casar; seu pai não porá obstáculos ao seu gosto; você póde casar-se com quem quiser, desde que seja com o Dito, filho do compadre Felisbino”.

Não poderá Marília escolher mais do que dois candidatos. Será um áto de verdadeira insensatês, porque teremos a mesma consequência de erros do passado, permanecendo órfãos na Assembléia Estadual. Daquí, désta coluna, combateremos tal acontecimento, baseados nos exemplos pretéritos.

Igualmente, continuaremos apelando para a consciência do eleitorado mariliense, para que não desperdice votos aos políticos profissionais, que só se lembram de Marília em épocas de vésperas de eleições. À propósito, já conhecemos alguns “cabos eleitorais marilienses”, dispostos a trabalhar para um candidato de fóra, que, diga-se de passagem, jamais fez alguma coisa por Marília; pelo contrário, tentou, no passado, prejudicar nossa cidade, apresentando projeto de criação da Faculdade para outro centro, colidindo com a luta sagrada desfraldada pelos marilienses. Lógo, tal candidato aquí estará. Sabemos até da recepção que está sendo organizada e dos estardalhaços que serão processados. Sabemos, por outro lado, que alguns políticos locais, não receberão com bons olhos esta nossa observação. No entanto, como bons marilienses, soldados dessa mesma luta que realizamos ha mais de dois lutros, não calaremos. Temos armazenados alguns “cartuchos” que serão queimados na hora oportuna.

Talvez “preguemos no deserto”. Mesmo assim, pregaremos.

Os marilienses não pódem deixar de votar num candidato local, para consignar sufrágios à gente de fóra. De fórma nenhuma. Os candidatos de outras paragens, que construam eles próprios o seu cabedal de simpatias junto aos marilienses, com trabalhos em pról deste grande povo e não à custa de gente de nossa cidade (bem intencionada, ou que alimente por êsses nomes, simpatias pessoais ou interesses partidários).

Não descansaremos, continuamos a repetir. Sabemos, pelas manifestações que têm chegado ao nosso poder, que a maioria dos marilienses fórma em nossa trincheira. Poderemos perder a batalha, como no passado, mas lutaremos até o final.

Se os partidos políticos não se manifestarem dentro de mais algum tempo, nós próprios sairemos à rua, indicando nomes. Nomes marilienses, bem entendido. Poderemos mesmo criar um “comitê local pró deputado mariliense”. Entretanto, não pretendemos tomar éssa iniciativa. Porisso, aguardaremos mais algum tempo.

Nésta coluna, nenhum candidato de fóra terá guarida, e, pelo contrário, em têrmos e respeitando os direitos de qualquer cidadão, continuaremos a combater “paraquedistas” e “caçadores de votos”, em pról da eleição do deputado mariliense.

Disso pódem todos estar certos. “Bateremos no mesmo prégo”, sem esmorecimentos.

Extraído do Correio de Marília de 27 de julho de 1957

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