Não descansaremos... (18 de julho de 1957)

Temos recebido aplausos, pelo ideal que continuamente defendemos através de nossas despretenciosas colunas, acerca da necessidade, inconteste que têm os marilienses, em eleger no próximo pleito eleitoral, seus legítimos e insuspeitos representantes.

Cartas, telefonemas, conversas pessoais, dão-nos a certeza e a confiança de que desta vez, os marilienses estão melhor interpretando os motivos dessa contenda, que, em hipótese alguma é nossa, porque é, antes e acima de tudo, de Marília e seu próprio povo. A lembrança está ficando cada vez mais arraigada na mente e no sendo de todos os eleitores desta cidade, especialmente daqueles que de fato pulsam por éstas plagas, amando verdadeiramente a cidade “símbolo de amôr e liberdade”.

Algumas pessoas continuam a insistir conosco, para, em sequência à esta serie de assuntos de idêntico teôr que estamos abordando, sejamos mais objetivos, apontando nomes de marilienses e analisando suas possibilidades como candidatos de nossa cidade aos cargos de deputado federal e estadual e mesmo de prefeito e vice-prefeito. Não são poucos os que nos solicitaram iguais manifestações; desde pessoas simples até figuras de grande projeção na política local, instam-nos a apontar nomes, para uma apreciação da reação pública. Entendem muitos desses amigos, que os nomes trazidos à luz, darão motivos a apreciação geral e auxiliarão o eleitorado a ir desde já formando um juizo seguro para a designação do sagrado voto na ocasião oportuna. Repetimos o que antes dissemos, embora respeitando e agradecendo as provas de confiança que temos recebido a respeito: continuamos aguardando a manifestação dos partidos políticos da cidade, com o apontamento de nomes. Reprizamos ainda o apêlo anteriormente formulado aos diretórios políticos da cidade, para que cerrem fileiras, unidos (como sempre, quando se têm abordado assuntos de interesse de Marília), para o processamento de estudos acerca dos nomes locais que maiores credencia(i)s reunam para concorrer aos mencionados postos eletivos. Reforçamos ainda nosso apêlo, para que as diversas correntes políticas locais, tomem a iniciativa democrática, liberal e bem mariliense, de entenderem-se com os respectivos diretórios estaduais e centrais, expondo aos mesmos o desejo de apoiarem ou indicarem candidatos locais, sem quaisquer possibilidades de consignar votos a elementos de fóra, que pretendam auferir sufrágios de apoio por nossa cidade. É um dever intransigente e bem mariliense, que pesa sobre os ombros dos diretórios políticos locais, êsse de indicar ou apoiar candidato da terra, ao envés de cerrar fileiras em torno de gente de outras plagas, por mais íntegros e honrados que póssam ser os aludidos nomes.

Que reflitam sobre isso, os nossos dirigentes partidários. Que haja a mesma harmonia de idéias, que sempre foi patente entre nós, mesmo através das diversas correntes políticas, quando se trata de questões de interesse de nossa terra e de nossa gente.

O ideal, já repetido por nós, será a apresentação de um candidato único para a deputação federal e igualmente um candidato único para ocupar uma cadeira no Palácio 9 de Julho. Se no âmbito, estadual tal não for possível, jamais deveremos apresentar mais de dois nomes, porque assim repetiriamos os erros do passados e voltariamos a continuar “órfãos” na Assembléia Legislativa.

Uma coisa é importante para a mencionada observação: os candidatos que venham a ser apresentados, pertençam a qual facção política pertencerem, devem, antes de tudo, ser verdadeiramente marilienses; de preferência, seus nomes e projeções políticas deverão ultrapassar as nossas fronteiras, porque será mais benéfico para nós próprios, a eleição de nomes que, além do prestígio político local, tenham tambem repercussão e estima públicas em outros pontos, especialmente nos âmbitos estadual e federal. Isso é importante. O eleger-se um elemento que goze de simpatias populares entre nós, mas que tenha pouca projeção fóra de nossas fronteiras, não é o suficiente. O necessário, é aliar-se as duas condições para nossos melhores futuros proveitos. Que atentem para isso o público e os dirigentes políticos de Marília.

Os diversos partidos políticos da cidade, sempre devem provas sobejas de coesão e democracia, quando se trata dos interesses da cidade. Tais provas já mereceram citações através da imprensa de vários pontos do país. Agora, mais uma vez, os interesses da cidade estão a exigir iguais compreensões e coesões a respeito.

Embora pareça ainda um pouco cedo, entendemos que já é tempo das realizações de “demarches” dessa natureza.

Continuaremos na luta. Se Marília não eleger desta vez seu próprio e lídimo representante, nós estaremos com a consciência bastante tranquila. Como dissemos anteriormente, combateremos o lançamento de mais de dois candidatos à deputação estadual pela cidade.

Não descansaremos.

Extraído do Correio de Marília de 18 de julho de 1957

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