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Mostrando postagens de agosto, 2009

Os direitos das mulheres (31 de agosto de 1957)

Limos há dias qualquer coisa acerca de um movimento atualmente desencadeado no Rio de Janeiro, por um grupo de mulheres, visando igualar seus direitos aos dos homens e esboçando mesmo uma reforma em determinados artigos do Código Civil. Pouco ligamos para a notícia, porque achamos alguma coisa de puerilidade na mesma e porque entendemos que no Brasil precisamos de muitos movimentos, movimentos mais úteis, urgentes e necessários em pról do povo. Acabamos de receber uma cartilha com letra de mulher, assinada pelas iniciais M. L. R., com interêsse ferrenho em saber a opinião do cronista a respeito da campanha referida. A letra da missiva, como dissemos, parece ser feminina e o interêsse demonstrado, bem como uma série de perguntas formuladas, também. Não iremos responder a carta propriamente, porque ignoramos quem seja M. L. R. e porque nos foi apresentado um verdadeiro “questionário” para ser respondido. No entanto, vamos aproveitar a idéia que nos foi fornecida, para abordar o assunto,

Ainda e sempre, o candidato mariliense (30 de agosto de 1957)

Poderemos pregar no deserto, poderemos contrariar os interesses partidários de correntes políticas da cidade, que sejam obrigadas a agir mal, relegando a plano inferior os interesses locais, mas continuaremos sempre. Prosseguiremos, porque entendemos justa a réta pela qual caminhamos, que é o desejo de ver Marília representada lídimamente no Palácio 9 de Julho e tambem no Palácio Tiradentes. Marília, seu povo e toda a região é que colherá os frutos désta campanha, se a mesma puder conseguir seus objetivos. Para o autor déstas linhas, pessoalmente, nenhuma vantagem ou prejuizo advirão. Embora não sejamos políticos, procuramos “pescar” alguma coisa de política; embora não entendendo muito bem, certas manobras escusas que por aí se aplicam sob o rótulo de política, pensamos que com nosso esforço, já estamos compreendendo alguma “pitada” da política local. E isso nos está dando o que pensar, porque estamos percebendo que os partidos políticos locais não estão muito interessados em empresta

Lucros nas eleições? (29 de agosto de 1957)

Positivamente, embora pareça esdrúxulo mesmo, o fato é verdadeiro. As eleições, no Brasil, parece que poderão dar lucros, após a cobertura das grandes despesas, efetuadas com o transcorrer dos pleitos eleitorais. Basta para tal, que se cobrem dos eleitores faltosos, as multas estabelecidas pela lei eleitoral. Até agora, de acôrdo com dados estatísticos elaborados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o total das multas a respeito, pagas em todo o país, atinge cifra de 26 milhões e 600 mil cruzeiros! Sem contar-se, todavia, a grande porcentagem que não recolheu ainda as dívidas dêsse gênero. Os dados divulgados, deixam claro um grande perigo: o perigo das eleições, em nosso país, principalmente a dar lucros para os cofres da nação! Muita gente, ou por estar descontente com a nossa democracia ou com os que praticam, ou desiludida com os processos (e excessos) que cometemos a todo instante, sob o pretexto de democracia e liberdade, é de opinião que a ditadura sairia bem mais barata para o Bra

Precisamos de mais semáforos (28 de agosto de 1957)

Não ha (como) negar que o serviço de policiamento e fiscalização do trânsito em nossa cidade, apesar de ser bastante eficiente, está a reclamar a instalação de mais alguns semáforos em diversos pontos da “urbe”. Marília reclama, de ha muito, a urgência dêsse sistema facilitador e orientador de trânsito, com aparelhos melhores e mais modernos, especialmente os chamados “automáticos”. A introdução de novos “luminosos” em diversos pontos da cidade, especialmente no centro, está sendo uma urgência indiscutivel. O crescimento da cidade, o aumento de seu trânsito – pedestre e motorizado –, está a exigir as atenções das autoridades de direito, nêsse particular. O assunto já foi focalizado por nós, repetidas vezes. Já mereceu tambem as atenções da Câmara e da própria Prefeitura, mas, ao que parece, a questão encontra-se ainda “no tinteiro”. A própria Diretoria do Serviço de Trânsito, em São Paulo, fabrica hoje, tais apetrechos auxiliares de trânsito. Se as providências tivessem sido procedida

Candidato mariliense e opinião dos municípios vizinhos (27 de agosto de 1957)

Em nossa campanha em pról da eleição de um ou mais candidatos marilienses, sempre nos demos ao cuidado de referir a representação e os resultados benéficos que terá Marília e a região toda. Num de nossos comentários do pretérito, citamos o exemplo de Biriguí (cidade cuja população equivalerá ao colegio eleitoral de Pompéia ou Vera Cruz), que conseguiu eleger esse grande municipalista que é Lot Neto, homem que têm procurado e conseguido atender em parte os interesses públicos de Biriguí e de outros centros da região. Apontamos uma série de erros cometidos no passado e por vezes nos mostramos pessimistas quanto às possibilidades de Marília atingir o seu objetivo. Tentamos fazer uma campanha de esclarecimento público, em benefício de nós próprios, de Marília e região. Os écos dessa campanha atingiram, ha muito, outras cidades irmãs, que principiaram a meditar sobre o assunto, pensando conscientemente os interesses próprios, em relação às possibilidades de eleição de candidatos de Marília

...e os “cursinhos”? (24 de agosto de 1957)

Já podemos considerar matéria vencida a luta empreendida pelos marilienses, acerca da criação e instalação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras em nossa cidade. Depois da perseverança sem esmorecimento e da contenda titânica que empreenderam os mailienses, o desfecho ocorreu satisfatoriamente. Possuimos a nossa Faculdade que deverá funcionar já no ano vindouro, para gáudio de nossa mocidade estudantil de Marília e região e para satisfação e engrandecimento de nossos meios culturais. Nesse particular, tivemos até a felicidade de sermos brindados pelo Governador, com a designação de um esplêndido diretor, como é o dr. José Quirino Ribeiro. Está faltando ainda uma coisa, que julgamos necessária e que, ao que pensamos, já deveria existir. São os chamados “cursinhos”, destinados a preparar os interessados de nossa cidade e de outros centros, especialmente desta vasta região da Alta Paulista, a fim de que êstes possam enfrentar os vestibulares para ingresso na mencionada Faculdade. P

Leite, cachaça, samba e futebol (23 de agosto de 1957)

Primeiramente, nosso país éra conhecido como a “terra do samba”. Hoje o tipo dêsse rítmo que importamos da África, segundo dizem uns, que nós próprios inventamos, segundo afirmam outros, já passou para segundo ou terceiro planos nas preferências musicais dos brasileiros. Agora o que interessa é o bolero, o fox, a guarania, o “swing” e outras coisas importadas tambem. O que “não pegou” foi o tal de “rock and roll”. Depois da “terra do samba”, passamos a ser o “país do futeból”. Agora já não o somos mais, pois o futebol no Brasil, depois das asneiras de Flávio Costa e das chamadas “marcações por zona” caiu tambem no negativismo, conforme tivemos o dissabor de perceber, através das campanhas intercontinentais e internacionais em que nossos “famosos” selecionados interviram. Não sendo o Brasil a “terra do samba” e nem o “país do futeból”, teriamos mesmo que ser detentores de um outro “título” qualquer. E este veio tambem. Somos agora o “país da cachaça”, fabricada à larga e vendida tambem

Trabalho de estudos (22 de agosto de 1957)

Esta crônica é feita sob encomenda, por solicitação de uma ilustre professôra de um dos grupos escolares da cidade. Achando plausíveis as ponderações da mencionada mestra, apressamo-nos em trazê-las a público. O ponto de vista dessa educadora, que é, antes de tudo, um fervoroso apêlo aos pais e responsáveis de alguns dos próprios alunos, resume-se no seguinte: Ultimamente muitas crianças que estudam em estabelecimentos primários, estão prejudicando o próprio curso, por uma questão de necessidade pecuniária das próprias famílias ou por ignorância dos próprios pais ou responsáveis. Citaremos, neste escrito, os exemplos que a nossa solicitante nos forneceu. Muitos pais de família, retiram dos grupos escolares, às vezes no último ou últimos anos da série, meninos e meninas, para aproveitar os trabalhos dêstes nas épocas de colheita de algodão ou de catação de café. Às vezes, crianças que estão realizando excelente aprendizado, com aproveitamento integral dos ensinamentos ministrados; há at

“Como se ensina, como se aprende e como se esquece” (21 de agosto de 1957)

Por certo, muitos leitores hão de pensar, assim à primeira vista, que a epigrafe dêste artigo refere-se a algum “slogan” radiofônico, ou a alguma “tirada” do Sr. Assis Chateaubriand. Entretanto, trata-se de uma coisa bastante séria e de interesse geral. Refere-se à educação. De 21 a 26 de Outubro próximo futuro, a Escola Normal Particular Equiparada “Sagrado Coração de Jesús”, patrocinará em nossa cidade, um interessante curso de aprendisagem escolar “como se ensina, como se aprende e como se esquece”. O citado curso especial, terá lugar no Salão Nobre do mencionado estabelecimento estudantil, será patrocinado pela diretoria da referida escola, sob os auspícios da Universidade de São Paulo. Ministrará o aludido ciclo de ensino especial, a consagrada professora catedrática, doutora Noemy da Silveira Rudolfer, já conhecida dos marilienses e uma das mais conceituadas autoridades filosóficas do momento. O curso citado destina-se a professores, estudantes normalistas, quartanistas e a qualq

Propaganda do Brasil (20 de agosto de 1957)

Não há muito, escrevemos aqui, alguma coisa, censurando o dispêndio de verbas governamentais, para fins de propaganda do Brasil no exterior. Não porque julgássemos desnecessário tal veículo. Muito menos, porque alimentássemos algum interêsse anti-patriótico ou subalterno, de carater pejorativo: unicamente, porque estamos percebendo, bem como todos os demais brasileiros sensatos e patriotas, aquêles que se preocupam um pouquinho pelas coisas do Brasil, o gigante que “dorme eternamente em berço esplêndido”, que o meio pelo qual tal “propaganda” vem sendo feita, não está em absoluto correspondendo. Ou o processo está falho por deficiência técnica no sentido intrínseco da verdadeira propaganda, ou falta verba suficiente, ou os empregados designados para tal fim são preguiçosos, dorminhocos, acanhados, e, o que é mais grave, maus brasileiros. A propaganda do Brasil no exterior tem sido um verdadeiro mito. Uma deficiência tão grande, que chega mesmo a ser uma vergonha! Chega-nos agora mais u

Educandário “Bento de Abreu” (17 de agosto de 1957)

Viverá Marília hoje, um de seus mais belos dias no setor de assistência social, com a inauguração do Educandário “Bento de Abreu Sampaio Vidal”, uma obra gigantesca e benemérita, destinada a preencher uma lacuna na cidade, servindo, não só Marília, como também inúmeros outros centros da região. Uma realização de grande vulto filantrópico, social e educacional e representativo, que exigirá, obrigatoriamente, a gratidão eterna de todos os marilienses. Um beneficio inestimável, prestado ao povo de Marília, pela Mesa Administrativa da Sta. Casa de Misericórdia, na pessôa benquista, operosa e abnegada de seu estimado provedor, o Comendador Dr. Cristiano Altenfelder Silva, auxiliado pelos demais membros da Mesa, Srs. João Batista Sampaio Góes e Venâncio de Souza, respectivamente, secretário e tesoureiro. Centenas de meninos órfãos e desamparados, alí terão um lar amigo e abençoado. Ainda, no ano que vem, o mesmo prédio que hoje será solenemente inaugurado, destinar-se-á tambem ao funcionamen

Joio e trigo (15 de agosto de 1957)

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O Jornalista José Arnaldo faleceu há dez anos, no dia 15/8/1999, em Marília. Como jamais alimentássemos nenhum outro interêsse no caso, a respeito da campanha que vimos desenvolvendo acerca da eleição de, no mínimo, um candidato mariliense nas próximas eleições, não nos surpreendeu a alta receptividade que dito movimento tomou. O que nos surpreendeu um pouquinho, foi a exteriorização pública de pontos de vista contrário, que, “analisando”, chega a fazer-nos crês outros interesses, de outras pessôas, em pról de candidatos alienígenas, e, logicamente, contra os possiveis e futuros candidatos locais. O sr. O. Ceschi, está realizando no “Jornal do Comércio”, uma série de interessantes entrevistas, ouvindo pareceres de diversos próceres políticos locais, acerca do pensamento das várias correntes partidárias, em relação ao próximo pleito eleitoral. Num de nossos artigos, fizemos um pequeno reparo ao citado articulista, acerca de uma das perguntas contidas no “questionário”, que fazia menção

DEZ ANOS SEM JOSÉ ARNALDO

Neste sábado, 15 de agosto de 2009, a morte do Jornalista José Arnaldo (nascido José Padilla Bravos), completa dez anos. Às 19 horas, haverá missa na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, na Avenida Bartolomeu de Gusmão, 114, bairro Aparecida, em Santos, cidade em que vive a viúva, Dona Cidinha (Aparecida Grenci Bravos). Estamos todos convidados. Mais informações pelo telefone (+13) 3227-4969 (Dona Cidinha) ou (+13) 3302-3147 (Sueli)

Questão de ponto de vista... (14 de agosto de 1957)

Muita gente está conosco, na luta que empreendemos, em pról da eleição de, no mínimo, um candidato mariliense, à deputação estadual nas próximas eleições. Algumas pessoas, teimam ainda em manter pontos de vista divergentes. Respeitamos o modo de pensar de qualquer um, mas defendemos o nosso ponto de vista, dentro dos mesmos princípios democráticos avocados por aquêles que nos contrariam. Estamos em condições de assim proceder. Não temos preferências por nomes locais e sim apenas interêsses por gente de nossa cidade, ao invés de candidatos alienígenas. Não pretendemos favores, agora ou mais tarde, dos futuros candidatos, sejam da terra, sejam de fora. Nossos desejos, são aquêles multi-repetidos: os de levarmos ao Palácio 9 de Julho e se possível ao Palácio Tiradentes, marilienses que tenham amor à sua cidade e ao seu povo. Que tenham a obrigação irretorquível e indiscutível de defender nossos legítimos interêsses, para que possamos, no futuro, pleitear nossos direitos, sem mendigar favo

Candidato de Marília (13 de agosto de 1957)

Se todos os pontos de vista que defendemos, fossem inequivocadamente corretos e irrefutáveis, seriamos um fenômeno. Isto pensamos, à respeito da campanha que vimos ha tempos empreendendo, com o fito exclusivo de lembrar aos marilienses, da necessidade indiscutivel que se nos apresenta como obrigatória, em elegermos, no próximo pleito eleitoral, no mínimo um candidato de Marília. Já delineamos, repetidas vezes os motivos desse nosso interesse, que gira unicamente em torno daquilo que chamamos de amor à Marília. Temo-nos sentido à vontade para assim expressar nosso ponto de vista, porque nenhum compromisso temos com-quem-quer-que seja, politicamente falando. Não somos políticos e nem tivemos, jamais, tais pretensões. Não porque julguemos impropriedade ou qualquer outra coisa o ser político. Apenas, porque, não possuimos – confessamos –, aquilo que se chama “veia política.” Assim é, que, os nossos rabiscos, têm encontrado dupla repercussão na cidade e nos meios políticos locais. Entendem

Passagem de nível (10 de agosto de 1957)

Reclamou-se já, por duas vezes, ao plenário da Câmara Municipal, acerca de certas inconveniências que apresentará o complemento da construção de muro da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, marginando a linha da ferrovia, ao longo da Av. Sampaio Vidal, em direção à Vila São Miguel. Póde parecer um contrasenso o motivo: primeiro, porque reclamou-se insistentemente à mencionada Companhia, que mura-se as margens do leito ferreo; agora, porque se solicita à mesma empresa, que não feche totalmente aquele trecho. No entanto, não existe contrasenso algum. As circunstancias é que motivaram tal proceder. Em virtude do traçado da estrada de ferro, em relação ao mapa e desenvolvimento da cidade, exatamente os dois mais populosos bairros da “urbe” são separados pelos trilhos da ferrovia, estando a ligação dos mesmos, sujeita a recuos e avanços, até os trechos de ruas que “cortam” a linha férrea, unindo as Vilas Palmital e São Miguel. Quasi no final da Av. Sampaio Vidal, embora não existindo uma pas

Exposição de pintura (9 de agosto de 1957)

Marília, ultimamente está despertando para as artes. Até o povo em geral, ao que parece, está tomando gosto por tudo o que represente mostras artísticas, prestigiando valores novos ou veteranos, numa demonstração de cultura artística bastante acentuada. Isso prova o adiantamento de um povo, o gráu de cultura, o gosto apreciativo das artes. Ultimamente, nossa cidade tem oferecido ao público, por intermédio de diversos artistas de renome, inúmeras exposições, que mereceram aplausos rasgados por parte de todos aqueles que sabem apreciar o gênero apresentado. O prédio n. 600, da Av. Sampaio Vidal, de propriedade do Banco Brasileiro de Descontos S.A., têm sido cedido ultimamente ao fins referidos. Está quasi tornando-se um ponto permanente dessas exposições. Depois de Brasilino Nelli, Collete Pujól e outros, os marilienses estão apreciando agora a exposição de télas da professora D. Conceição Caldarone. Uma excelente móstra, que foi inaugurada na noite de ante-ontem, com regular número de g

Precisamos de um corpo de Bombeiros (8 de agosto de 1957)

Muito nos ocupamos, no passado, acerca da necessidade que Marília apresenta, de aparelhar-se com um Corpo de Bombeiros. Estudos, ao que nos consta, foram estabelecidos a respeito, no sentido de dotar nossa cidade dêsse imprescindivel melhoramento, uma peça indiscutivel das exigências do progresso de nossos dias. As dificuldades iniciais, ao que parece, esfriaram o ânimo das autoridades responsáveis, que tiveram como a maior délas, a de ordem financeira. Agora, pela lei 658, de 13 de Maio de 1950, podem ser criadas nas cidades interioranas, destacamentos do Corpo de Bombeiros da Força Pública, contribuindo a municipalidade com as acomodações. Ora, uma cidade como Marília, deverá esforçar-se para ficar aparelhada desse marco de progresso, cujos benefícios em horas especiais, não carecem ser por nós enumerados. O crescimento rápido e vertiginoso de Marília, que fórma no rosário dos municípios mais adiantados do interior, faz de ha muito sentir éssa necessidade. A criação de um serviço de

A “bronca” está “pegando fogo” (7 de agosto de 1957)

Aquí estamos nós, volta e meia, para carrear mais uma acha de lenha, à chama que estamos alimentando, como referência a necessidade irretorquivel que temos, de eleger, no mínimo, um deputado mariliense no próximo pleito eleitoral. No começo não fomos bem interpretados por alguns. Agora as coisas caminham em outro sentido e pelo que percebemos, estamos sendo melhor compreendidos. Nossa luta, pela sufragação completa de gente de Marília, opõe-se, naturalmente, às pretensões dos políticos profissionais, dos “caçadores de votos” que costumam “girar” pelo interior, em vésperas de eleições, preparando terreno e fazendo “trabalhinhos de sapa”. A “bronca”, no entanto, está “pegando fogo”. Está se generalizando. Não são poucos os jornais interioranos, que estão já rechaçando as “visitas cordiais” dos politiqueiros contumazes à diversos centros do interior. Um jornalista linense, Ubirajara Martins, aborda o assunto, declarando que a ordem das coisas agora está invertida. Diz ele: “O “beija mão”

Um esclarecimento necessario (6 de agosto de 1957)

Nesta coluna, uso sempre o pronome na segunda pessoa. Hoje, entretanto, peço permissão aos leitores, para usá-lo na primeira. Em 1954, ocupava eu um cargo de locutor na Rádio Clube de Marília, tendo de lá me afastado por conveniência própria, pago e satisfeito. Naquela época apresentava eu um programa matinal, das 7 às 8 horas, sob o título de “Programa da Boa Vizinhança”, em cuja audição diária, uma das secções apresentava músicas sertanejas. Uma dupla caipira (“Pedrinho e Pedrão”), exibia-se diariamente no programa. O sr. Francisco Alves (Pedrão), solicitara-me a confecção de algumas letras, para serem musicadas e apresentadas no aludido programa. Atendi com prazer ao solicitado dêsse homem, que era um assíduo colaborador do programa. Escrevi algumas letras, muitas das quais agradaram e são do conhecimento público, especialmente daquêles que ouviam o mencionado programa. Há mais de seis meses, o senhor Francisco Alves, convidando-me para testemunha de seu casamento, comunicou-me que

Não adianta, não (3 de agosto de 1957)

Positivamente, muitas atenções andam voltadas para o autor déstas linhas, em consequência dos rabiscos que vimos ultimamente publicando, acerca da necessidade de Marília eleger, no próximo pleito eleitoral, no mínimo um deputado estadual. Felicitações (verdadeiras ou não), recebemos constantemente. Pontos de vista contrários, tambem chegam ao nosso conhecimento, quando algumas pessoas nos procuram para insinuar que deveremos parar com o que escrevemos, alegando que o público hoje em dia já sabe o que fazer nas próximas eleições, não havendo, por isso, mesmo, necessidades de que os marilienses sejam cansados com nossas “multireprizadas crônicas”. Outros, no entanto, estimulam-nos para que prossigamos na caminhada. São os que for (m) am na trincheira que empreendemos; são (o) s que estão saturados dos “pátria amada”, dos falsos amigos de Marília, aqueles que aquí só aportam em vésperas de eleições, para prometer empregos públicos e arrebanhar votos dos menos avisados. Com ou sem estímulo

“De pleno acôrdo” (2 de agosto de 1957)

Em virtude da correlação existente entre uma série de artigos que ultimamente vimos publicando, e, atendendo ainda ao que nos foi solicitado por um leitor e amigo, transcrevemos, a seguir, do “Diário de Notícias”, de Ribeirão Preto, o artigo cujo título é o deste epigrafe, da lavra de Dom Luís Mousinho, Bispo de Ribeirão Preto. Eis a íntegra do referido trabalho: “Anteontem recebiamos extensa mensagem telegráfica do Ministro Rocha Lagoa, Presidente do Superior Tribunal Superior Eleitoral, solicitando nossa intervenção junto aos Sacerdotes e Religiosos no sentido de os mesmo se empenharem num intenso trabalho de encaminhado do povo para o alistamento eleitoral. Entre outras considerações, assim nos falava o Ministro: “Venho respeitosamente sugerir a Vossa Excelência determine às Autoridades eclesiásticas sob sua jurisdição que em tôdas as oportunidades que se lhes apresentem de contacto com os fiéis, sejam os mesmo esclarecidos sôbre a necessidade do cumprimento daquele dever cívico e p

Democracia e utopia (1º de agosto de 1957)

Fazem já dois lustros, que iniciamos a luta pela eleição, de, no mínimo, um candidato legitimamente mariliense. Perdemos a contenda no passado, porque, desgraçadamente, boa parte da gente que bate no peito, diz exultar por estas plagas, propaga ufanar-se por amôr à Marília, têm sido falsa e hipócrita. Não lamentamos não ter nascido aqui, porque isso seria renegar o rincão que nos proporcionou os primeiros clarões do dia, seria ingratidão, covardia; mas gostamos desta terra, aquí vivemos e justo é que por ela lutemos defendendo seus direitos, suas necessidades e suas aspirações. E isto faremos, sejamos mal ou bem interpretados. Desafiando os “patria-amada” que aparecem de vez em quando por aí, dizendo-se amigos de Marília, sem jamais por nós terem feito alguma coisa a não ser recolher votos, injustamente consignados. Ninguém nos deterá. Os conceitos emitidos nésta coluna, são de absoluta e integral responsabilidade de seu autor. Por isso sentimo-nos à vontade para falar. Falaremos ainda