Ainda e sempre, o candidato mariliense (30 de agosto de 1957)

Poderemos pregar no deserto, poderemos contrariar os interesses partidários de correntes políticas da cidade, que sejam obrigadas a agir mal, relegando a plano inferior os interesses locais, mas continuaremos sempre.

Prosseguiremos, porque entendemos justa a réta pela qual caminhamos, que é o desejo de ver Marília representada lídimamente no Palácio 9 de Julho e tambem no Palácio Tiradentes. Marília, seu povo e toda a região é que colherá os frutos désta campanha, se a mesma puder conseguir seus objetivos. Para o autor déstas linhas, pessoalmente, nenhuma vantagem ou prejuizo advirão.

Embora não sejamos políticos, procuramos “pescar” alguma coisa de política; embora não entendendo muito bem, certas manobras escusas que por aí se aplicam sob o rótulo de política, pensamos que com nosso esforço, já estamos compreendendo alguma “pitada” da política local. E isso nos está dando o que pensar, porque estamos percebendo que os partidos políticos locais não estão muito interessados em emprestar uma colaboração bem mais sincera, aos próprios interessados da cidade e do povo mariliense. Pensamos, outrossim, que isso seria possivel, sem que nenhuma corrente partidária pudesse com isso sair da linha diretiva do próprio partido. Isto, porque, ao que estamos “adivinhando”, quasi todos os partidos políticos locais têm interesses em apoiar candidatos de Marília, desde que êsses candidatos pertençam as suas fileiras políticas!

Não existe muito entusiasmo e interesse nos diretórios municipais dos partidos vários aquí representados, em fazer-se um acôrdo ou uma coligação de fundo eminentemente mariliense, oclimando antes de tudo, os próprios interesses do povo local e da Alta Paulista. Isso é inegável, embora ésta afirmativa esteja sujeita a contestação.

Pelo visto, teremos em breve, ao par dos “caçadores de votos” e dos “doutores promessas” que por aquí deverão aportar, oferecendo empregos e jogos de camisas de futebol, quatro ou cinco candidatos da terra. Teremos então o seguimento dos erros do passado e depois, nós, désta coluna, teremos um grande beneficio: Não mais precisaremos puxar pelo intelecto, apelar para a inspiração, para escrever. Teremos assunto para “bater” muito tempo seguido, apontando muitas coisas erradas que virão à público na época devida.

Nésta coluna, nenhum candidato de fóra terá acolhimento. Respeitando os direitos constitucionais de todo mundo, faremos tambem respeitados os nossos próprios, externando nossas idéias e pontos de vista. Combateremos deste cantinho, os “amigos de Marília” que aquí só aportam às vésperas de eleições, distribuindo dinheiro à cabos eleitorais improvisados, que, antes de mais nada, colocam-se (ingenua e propositadamente), contra os próprios interesses de Marília. Combateremos tambem a distribuição de dinheiro aos próprios diretórios políticos por candidatos de fóra, desde que possamos prova-lo, como deveriamos ter feito no passado.

Se “cada povo tem o governo que merece”, Marília até aquí não mereceu mesmo ser representada em nenhum parlamento – estadual ou federal –, por culpa exclusiva de seus eleitores.

Não nos atemorizam insinuações malévolas, da mesma maneira que não nos endeusam encômios daqueles que realmente desejam comungar conosco êsse ponto de vista. Pelo contrário, ambas as manifestações, para nós, nêsse sentido, têm o feito de um excelente tônico estimulante. Por isso, repetimos: ainda e sempre, nos bateremos pela eleição de um mariliense, no mínimo, no próximo pleito estadual.

Extraído do Correio de Marília de 30 de agosto de 1957

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