Joio e trigo (15 de agosto de 1957)


O Jornalista José Arnaldo faleceu há dez anos, no dia 15/8/1999, em Marília.


Como jamais alimentássemos nenhum outro interêsse no caso, a respeito da campanha que vimos desenvolvendo acerca da eleição de, no mínimo, um candidato mariliense nas próximas eleições, não nos surpreendeu a alta receptividade que dito movimento tomou.

O que nos surpreendeu um pouquinho, foi a exteriorização pública de pontos de vista contrário, que, “analisando”, chega a fazer-nos crês outros interesses, de outras pessôas, em pról de candidatos alienígenas, e, logicamente, contra os possiveis e futuros candidatos locais.

O sr. O. Ceschi, está realizando no “Jornal do Comércio”, uma série de interessantes entrevistas, ouvindo pareceres de diversos próceres políticos locais, acerca do pensamento das várias correntes partidárias, em relação ao próximo pleito eleitoral. Num de nossos artigos, fizemos um pequeno reparo ao citado articulista, acerca de uma das perguntas contidas no “questionário”, que fazia menção à campanha de “certa imprensa”, quando deveria ser referida a expressão “certo colunista”, em nosso entender. Ontem, o mesmo jornalista respondeu ao que alegamos, externando seu modo de pensar, que não aceitamos, mas que no momento não iremos aborda-lo outra vez. O que nos interessa no caso, é que na entrevista de ontem, concedida ao confrade aludido, a mencionada pergunta alusiva à “certa imprensa” foi abolida das questões formuladas ao Prof. Glycério Povoas, secretário-geral do Partido Social Democrático. Lamentamos que assim tenha acontecido e solicitamos ao Sr. O. Ceschi que volte a inclui-la nas próximas reportagens, porque estamos nós tambem acompanhando o movimento e estamos interessados em saber o que pensam de nossa campanha os políticos locais. Com a reinclusão dessa questão, nessa série de reportagens, o mencionado colega nos prestará um grande favor e estará tambem colaborando conosco.

Com referência, ainda, ao “candidato mariliense”, prosseguiremos sem descanso. Continuaremos a lutar pela idéia que esposamos. Nada ganharemos ou perderemos com éssa nossa clarinada de alerta ao eleitorado mariliense. Quem ganhará ou perderá no caso, será a cidade, será o próprio povo. Alguem nos contrariará nesse ponto de vista?

Lutaremos para que fique bem claro que perderemos tempo e repetiremos os erros do passado, se forem apresentados em nossa cidade, nas próximas eleições, mais de dois candidatos ao cargo de deputado estadual. Embora extra - oficialmente saibamos que exite maior número do que esse em cogitações e estudos, entendemos que alguns deverão ser sacrificados, para que aumentem as possibilidades de elegermos nosso legítimo representante, a fim de que melhor sejamos respeitados e melhor possamos ser servidos na reivindicação de nossos reais direitos.

Raul Pimazoni, Coriolado de Carvalho, Aniz Badra, Sebastião Mônaco, Argollo Ferrão, Álvaro Simões, Fernando Mauro, Leonel Pinto Pereira, Guimarães Toni e muitos outros, são marilienses capazes e dignos de representar Marília em qualquer Parlamento. Por que, então, possuindo Marília gente digna, honrada e capaz, não se empenhar em mandar ao Palácio Nove de Julho e ao Palácio Tiradentes, um de seus filhos – autêntico ou genuíno? Por que, teimamos em dar guarida aos “caçadores de votos” e aos políticos profissionais que aquí só aportam às vésperas das eleições, fazendo promessas, distribuindo dinheiro a alguns diretorios políticos para “apôio partidário” e prometendo empregos públicos à meia dúzia de improvisados “cabos eleitorais”, que objetivam, antes de tudo interesses próprios?

Desejariamos que a questão alusiva à “certa imprensa” voltasse a ser focalizada pelo “Jornal do Comércio”. É mais um meio que dispomos para conhecer o grau da receptividade de nossa campanha e (o) que pensam os ilustres políticos que estão sendo habilmente entrevistados pelo jornalista O. Ceschi, abordando um assunto que é, indiscutivelmente, de interesse de todos os marilienses. Gostariamos que isso acontecesse, porque pretendemos conhecer o ponto de vista de todos os mentores políticos da cidade. Antecipadamente agradecemos a colaboração que nesse particular, o nosso confrade “Jornal do Comércio” nos está prestando.

Extraído do Correio de Marília de 15 de agosto de 1957

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