“Caçadores de votos” (17 de setembro de 1957)

Ninguem póde negar que têm a sua razão de ser o nosso grito de alerta, acerca da necessidade inadiável que nos urge, para que elejamos no próximo pleito eleitoral, no mínimo um deputado a Assembléia Legislativa do Estado.

Nossa campanha encontrou inclusive repercussão favorável e mereceu mesmo elogios de outros órgãos de imprensa, de vários outros pontos de nosso Estado. Serviu mesmo de exemplo para outras cidades e isto dizemo-lo sem qualquer convencimento, apenas para reforçar a sua continuidade, uma vez que justificadíssimos já estão os motivos de nosso firmado ponto de vista.

Está tecida a nossa cêrca de resistência às pretensões dos “caçadores de votos” e dos “doutores promessas”. O que ainda não foi feito e muito lamentamos, é que os círculos políticos locais ainda não tenham formado nesta trincheira oficialmente, embora alguns já tenham, pessoalmente, manifestado-se favoráveis a nossa clarinada de alertas. Precisamos mesmo formar um círculo de férro, que se traduza em altamente defensivo aos próprios e futuros interesses políticos de Marília e da Alta Paulista.

Daquí mais algum tempo, teremos o ensejo de ver aportar à nossa cidade, êsses “caçadores de votos”. Falarão “ao grande e laborioso povo de Marília”, concitando o povo a “escolher bem”, a “utilizar bem a sua arma”, votando conscientemente, em pessoas íntegras, honestas e trabalhadoras. “Escolher bem”, “utilizar bem a sua arma”, entendemos, é votar num legítimo candidato mariliense e não néssa verdadeira “quadrilha” de catadores de mentiras e engôdos, que no passado já muito abusaram de nossa tolerância, levando “no bico” milhares de eleitores marilienses.

Já é tempo de que o eleitorado mariliense seja alertado convincentemente acerca do “passo da raposa” e sua(s) manobras, nas vesperas de eleições. A credulidade do eleitorado de nossa cidade e de toda a região é passível de atingir os extremos, conforme todos sabem. essa historia de prometer camisas de futeból, empregos públicos, estradas, água, grupos escolares e muitas outras coisas, já “não péga” mais. O povo mariliense que fique de atalaia, contra esse grupo de “falsos Messias” que virão lógo rememorar as promessas passadas, com discurseiras pré-ensaiadas, que nada mais serão do que a continuação das campanhas eleitorais pretéritas. Já estamos acostumados a ver as mesmas caras, os mesmos propósitos e os mesmos métodos, apenas com uma única diferença: quatro anos mais velhos.

Que se acautelem tambem os interessados e interesseiros futuros “cabos eleitorais” marilienses, em pról de aventureiros políticos alienígenas. Ou será que aquele que sendo residente em nossa cidade e trabalhando para gente de fóra não estará colocando em segunda plana os interesses de Marília?

Todos tem direitos a aportar aquí e “dar as suas cantadas”. No entanto, aqueles que são marilienses – autênticos ou genuinos - e que se dispuzerem a formar no cordão dos “puxa puxa” de outras plagas, estarão preterindo os direitos dos marilienses que tambem devem ser respeitados.

Já estamos fartos de promessas de políticos de fóra. Queremos agora mudar o tempero. Queremos promessas de gente da casa, que devem ser obrigatoriamente mais sinceras.

Extraído do Correio de Marília de 17 de setembro de 1957

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