A questão dos semáforos (26 de outubro de 1957)

Por diversas vezes nos ocupamos anteriormente, acerca da necessidade de ser Marília dotada com maior número de sinaleiros de trânsito, dêsses de tipo luminoso. As razões, amplamente delineadas, não podem ser refutadas, em virtude dos comprovados motivos de justeza que encerram.

Quando parecia que nossas palavras tinham sido levadas pelo vento, eis que alguns vereadores principiaram agora a interessar-se melhor pela questão, alguns dêles depois de ter verificado e estudado o assunto em apreço.

De fato, o movimento de trânsito de nossa cidade – motorizado e pedestre –, está, de há muito, a exigir êsse complemento auxiliar da fiscalização, não só para facilidade em si, dos próprios funcionários incumbidos do serviço referido, como para melhor garantia e salvaguarda das gentes e de bens materiais.

Ao que nos consta, o assunto voltará a ser focalizado numa das próximas sessões do legislativo mariliense, como uma necessidade inadiável que é. É de esperar-se, por isso mesmo, a solução dêsse problema, que mereceu no passado, alguns rabiscos do autor destas linhas. Efetivamente, não é concebível que Marília prescinda dêsse melhoramento, êsse marco de progresso, essa necessidade indiscutível que são os sinaleiros diretivos do serviço de trânsito. Verdade seja dita, é relativamente ínfimo o número de desastres de veículos entre nós verificado, se considerarmos a proporção referente ao movimento do trânsito entre nós. Devemos isso, em grande parte, aos serviços eficientíssimos da Guarda Civil de São Paulo e mesmo ao cuidado da maioria dos motoristas. Isto, no entanto, não quer dizer que o problema está perfeitamente contornado e que possamos dispensar o concurso dêsse mecanismo, uma vez que o mesmo faz parte, hoje em dia, de tôdas as vias públicas de qualquer grande cidade.

Os marilienses estão ainda recordados do número de pequenos desastres na confluência da Rua 9 de Julho com a Av. Sampaio Vidal, antes da colocação do semáforo ali existente. Igualmente, sabem todos, principalmente aqueles que de qualquer forma tem uma parcela de responsabilidade nos destinos de Marília e no bem estar e segurança do povo mariliense, que, no momento, não são poucos os locais e não são poucas as vias públicas que estão a exigir a colocação de sinaleiros modernos, de preferência automáticos.

O assunto é de interêsse publico, e, como tal, deve merecer as devidas atenções dos poderes públicos locais. Isto é o que vai acontecer agora, segundos nos consta. E, cá p’ra nós, vai acontecer já com um pequeno atraso...

Extraído do Correio de Marília de 26 de outubro de 1957

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