Um policial diligente (30 de outubro de 1957)

É de nosso feitio, abordar através desta despretensiosa coluna diária, os assuntos de maior interêsse momentâneo. Dedicamos um carinho ainda mais especial, aos fatos relacionados de uma ou outra forma, com as coisas e causas marilienses e de sua gente, enfim. Destacamos acontecimentos diretamente ou não, ligados com a própria vida de Marília e seu povo, como igualmente criticamos aquilo que se nos parece errado ou contraproducente. Quando censuramos, procuramos fazê-lo cingidos exclusivamente dentro do labor jornalístico, sem permitir que nessas críticas seja exteriorizado nenhum egocentrismo. Quando louvamos fatos ou atitudes de alguém, igualmente o fazemos dentro dêsse princípio e dessa função.

É o caso de hoje. Não poderíamos nos furtar ao dever de ressaltar, a conduta de trabalhos de uma autoridade policial de nosso município, que, até aqui, apesar do pouco tempo que com os marilienses priva, foi capaz de dar mostras sobejas, de diligência, pulso firme, boas intenções e um espírito moralizador dos mais encomiosos. Referimos-nos ao dr. Francisco Severino Duarte, operoso delegado adjunto da Regional de Polícia local.

As atividades dêsse Delegado de Polícia encontram hoje repercussão além de nossas fronteiras, pela energia lógica como vêm sendo conduzidas. O moço é incansável nas suas funções de policiar, vigiar, reprimir atos que se encontram fóra da Lei.

A luta aberta aos jogos ilícitos; a repreensão aos chamados “picaretas”; o combate aos marginais e desocupados; a defesa da decência e da família, combatendo e exterminando os “rendez vouz” que salpicavam em diversos pontos da cidade, inclusive em pleno centro e em zonas residenciais; a repreensão aos casalzinhos indecorosos e amantes dos pontos escuros das vias públicas, dentre outras coisas, são assuntos que recomendam o dr. Severino Duarte como um policial de estirpe, como um funcionário de escol, como uma garantia dos mais sagrados princípios da decência de uma família, como é a grande e operosa família mariliense.

Vigaristas, ladrões de automóveis, passadores de “contos do vigário” sob diversas fórmas, sentenciados foragidos, etc., são quase que diariamente conduzidos à polícia pela mencionada autoridade, que, além de contar com um excelente corpo de auxiliares, não se descuida um só momento, chefiando ela própria, diuturnamente, as mais variadas diligências e providências policiais.

Disso tudo, dessa ação incansável e bem intencionada, resultaria, como está resultando, o destaque do citado policial. O dr. Francisco Severino Duarte chama obrigatoriamente à si, as atenções gerais. Sua conduta é meritória de encômios. Como cidadão, é dos mais ilustres e respeitados, porque êle próprio e o primeiro a respeitar os que andam dentro da Lei. Educado e tratável, inteligente e vivo, o Delegado Adjunto de Polícia é austero e enérgico em sua ação policial, na reprimenda ao crime e ao êrro. Antigo jornalista, sabe dispensar aos repórteres um carinho especial, franqueando seu Gabinete à imprensa, para que esta possa também colaborar com a polícia, no sentido de orientar o público e combater o mal. Aliás, à êsse respeito, o dr. Severino demonstra um espírito dos mais democráticos, colocando a imprensa na sua devida posição, não prescindindo dos serviços informativos.

Hoje em dia, o Delegado de Polícia Adjunto é centro de atenções. Embora os marginais vejam nessa autoridade um terror e desejem a sua ausência de nossa cidade, a família mariliense e a sociedade em geral, está satisfeita e segura, embora temerosa de que sua ação decisiva e moralizadora, possa vir a faltar-nos no futuro.

Dizendo a verdade dos fatos, não estamos fazendo nenhum favor ao mencionado policial e nem procurando ser-lhe gentís. Apenas estamos ressaltando um assunto que merece ser ainda mais destacado, porque refere-se à uma questão mariliense e todos os assuntos que dizem respeito direto ou não aos interêsses de Marília e seu povo, aqui encontram a devida guarida e relevo.

Nossos parabéns ao dr. Severino Duarte, pela sua elogiável ação policial entre nós. Nossos votos para que continue sempre a alimentar essas intenções e essa extraordinária energia de trabalhos insanos e diligentes, em pról da família mariliense.

Extraído do Correio de Marília de 30 de outubro de 1957

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