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Mostrando postagens de novembro, 2009

Liberdade para Prestes (30 de novembro de 1957)

Sem atinar verdadeiramente com os motivos, porém acreditando em boas intenções, aquí estamos para atender uma solicitação que nos foi formulada, escrevendo algumas linhas acerca da propalada luta óra em vigência, objetivando a liberdade do Sr. Luiz Carlos Prestes. Em primeiro lugar, consideramos o lider comunista como um mau brasileiro (embora nada tenhamos contra ele e nos sintamos no dever de respeitar seus pontos de vista doutrinários). Consideramo-lo mau brasileiro e não podemos perdoá-lo, por mais humanos que sejamos, uma vez que ainda está viva em nossa lembrança a sua afirmativa de que lutaria o meso contra a Pátria, caso o Brasil viesse a guerrear contra a Rússia! Existe mandato de prisão preventiva contra o mesmo e no entanto, gente de responsabilidade, que se fantasia de defensora do povo, pactua com o ato, desprestigiando a própria Justiça e tentando a liberdade do citado cidadão. Propugnar pela liberdade de Carlos Prestes, é um direito que assiste a qualquer um, gesto merec

Liberdade e violência (28 de novembro de 1957)

Não faz muito tempo, um famoso jornalista francês que visitou nosso país, teve a oportunidade de manifestar-se verdadeiramente abismado com a destemoridade da imprensa brasileira. “A imprensa do Brasil é a mais destemida e violenta do mundo” – declarou o citado profissional de imprensa, por sinal um nome de capacidade e projeção internacional. Para nós, habituados já ao atual “modus vivendu” da imprensa nacional, a afirmativa em apreço deu-nos um pouco que pensar. Isto, porque, em nosso modo de ver as coisas, analisando os fatos sob o prisma de imparcialidade, neutralidade e independencia – bandeira norteadora da boa imprensa nacional – habituamo-nos a encarar a decorrência natural da vida de nossa imprensa, como perfeitamente normal e idêntica à de todo o mundo. Pelas declarações do diretor do “Paris Match”, no entanto, pudemos perceber que nem toda a imprensa nacional é aquilo que se póde e deve considerar como “boa imprensa”. Ainda ontem (27/11/1957) , um amigo nos exibia duas revis

Título Eleitoral (26 de novembro de 1957)

No próximo dia 31 de dezembro (de 1957) (e) xpirará o prazo de validade dos títulos de eleitor, presentemente chamados “antigos”. Depois dessa data, nenhum brasileiro maior de 18 anos estará em condições de requerer a expedição de qualquer documento ou exercer atividade dependente de apresentação de papéis necessários e oficiais, sem a posse do novo título eleitoral. Por todos os meios possíveis, as autoridades eleitorais estão de há muito divulgando essa necessidade. Conforme escrevemos há alguns dias passados, parece-nos que o interêsse (e obrigação) geral está se apresentando um tanto “fria”, ou, mais precisamente, não correspondendo aos prognósticos inicialmente elaborados. Conforme dissemos, é bastante estranhável a atitude de grande parte dos nacionais, em não se interessar de pronto pela solvição dêsse compromisso de brasilidade. A obtenção de carteiras profissionais, a inscrição em concursos para cargos públicos, etc., etc., será inviável e impraticável para qualquer cidadão em

Ruas, passeios e buracos (23 de novembro de 1957)

Sem nenhum negar, o atual Prefeito Municipal é um administrador de grandes realizações. A construção do Paço Municipal, por si só, recomenda seu govêrno, como um administrador dinâmico e bastante trabalhador. O prolongamento da rede de água e esgoto, a extensão da rede de iluminação, o aumento do calçamento da cidade e os planos de asfaltamento, são, sem sombra de dúvida, elogiáveis atividades do sr. Argolo Ferrão. Sucede, conforme dissemos em outras ocasiões, que os problemas municipais são complexos variados e diversos. Ao par das grandes realizações, mistér é que se olhe também para pequenas questões, aparentemente fúteis. Os buracos de determinadas ruas, o desnível do calçamento em inúmeros pontos da cidade e os buracos dos passeios públicos, são também assuntos que devem merecer atenções da administração municipal. Muitas reclamações nos chegam ao conhecimento, acerca de buracos nas ruas da cidade. Ponderamos aos reclamantes, que problemas de maior monta estão ocupando as atenções

Voto de analfabetos (22 de novembro de 1957)

Continua em discussão o problema atualmente em foco na Câmara Alta, acerca da instituição do direito de votos para os analfabetos. As opiniões são diversas. Ainda não se conseguiu apurar u’a maioria esmagadora pró ou contra a questão. Os pareceres daquêles que têm sôbre os ombros a missão de solucionar tão grave questão, divergem entre si, mas nenhuma parte conseguiu, de modo positivo e cabal, subjugar a parte contrária. Entendemos, nós, que a instituição do direito de voto aos analfabetos representa uma verdadeira imprudência política. Reconhecemos nos brasileiros em geral, iguais direitos, menos êste. É verdade que estamos num regime democrático e que numa democracia não há lugar para distinção de preferências políticas, não se justificando o afastamento dessa órbita dos que não sabem ler e escrever. Mas também é verdade que o colegiado eleitoral brasileiro ainda está bastante “verde”, crú mesmo. Se estamos nessas condições, ao entendermos êsses direitos aos analfabetos, estaríamos,

Porteiras da paulista (21 de novembro de 1957)

Voltou-se a agitar a questão da necessidade de encontrar-se uma solução cabal e correspondente, para o problema verdadeiramente calamitoso que representa para Marília as “célebres” porteiras da Cia. Paulista. Há longos anos êste jornal vem focalizando (o) fato, tendo provocado, inclusive, entendimento de autoridades municipais e associações de classe com os altos dirigentes da grande empresa ferroviária. O problema, no entanto, permaneceu insolúvel. Recordamo-nos que no passado, sugerimos entendimentos diretor do sr. Prefeito Municipal (ainda antes do atual período de redemocratização nacional) com a direção da Paulista. Tais entendimentos foram levados a cabo, mas as providências até hoje não surgiram. O dr. Jaime Cintra, já recebeu por diversas vezes emissários da cidade, que expuseram pormenorizadamente ao ilustre diretor da Paulista, os problemas e a necessidade de sua solução. S. S. não ignora, portanto, a urgência do fato, e, apesar das boas intenções anteriormente demonstradas

Mercado Municipal (20 de novembro de 1957)

Há muito tivemos a preocupação de escrever alguma coisa acerca da necessidade de remodelação total do atual Mercado Municipal de Marília. Ainda no govêrno do sr. Adorcino de Oliveira Lírio, martelamos o assunto por diversas vezes. Mais tarde, com a posse do sr. Argolo Ferrão, voltamos ao assunto, que fô (r) a anteriormente focalizado, quer na administração do sr. Neves Camargo e Adhemar de Toledo. Agora, na última sessão da edilidade mariliense, o vereador dr. Fernando Mauro voltou a agitar a questão, dizendo em plenário da carência de Marília em face (da situa) ção total do atual Mercado. Tem razão o edil pedecista, como também nós há muito tempo. O prédio do obsoleto Mercado Municipal, de há muito deixou de acompanhar o progresso e as necessidades marilienses. Tornou-se pequeno, acanhado, insuficiente para atender as suas reais finalidades. Até as condições da moderna higiene não encontram cabal acomodação dentro dêsse próprio, uma vez que a sua construção passou a figurar no ról das

Esporte e amor à Marília (19 de novembro de 1957)

Ainda está servindo de “prato do dia”, o acontecimento esportivo da última sexta-feira. Não a realização da peleja amistosa entre o Vasco da Gama e o Brasil Bandeirantes, propriamente dita, mas sim o rumo que as circunstâncias tomou. Muitos pormenores e alguns nomes relacionados com o caso em téla são de todos conhecidos. Existe, todavia, um fato que deve merecer atenções públicas. É o sentimento de zelo e amor à Marília, demonstrado na hora propícia por alguns cidadãos marilienses, muitos dos quais nem poderiam ser considerados esportistas em toda a extensão do vocábulo. Alguns cidadãos, numa demonstração de cuidado pela repercussão desfavorável que surgiria fatalmente em torno do nome de Marília, praticaram uma atitude salvadora, procurando e resolvendo o “impasse” criado pela decorrência de uma irreflexão (sem negar bem intencionada) de uma só pessoa. O problema foi contornado de módo satisfatório, com a sua responsabilidade pesando sobre os ombros de duas outras pessoas “que nada t

Miscelânea de Notícias (II) (15 de novembro de 1957)

A primeira “miscelânea” saiu somente “para variar de tempêro”. No entanto, alguns dos nossos amáveis leitores gostaram e pediram bís. Se sinceridade ou brincadeira, não sabemos; assim pois, com nossa costumeira bôa vontade, vamos atender os pedintes. Por isso, ésta “segundona”. --:-- Comemora-se hoje o 68.o aniversário da proclamação da República. Se o Marechal Deodóro da Fonseca fôra vivo e visse às quantas anda a “sua” República, por certo a “desproclamaria”. --:-- Dona Conceição da Costa Neves, ex-Conceição Santamaría, uma das integrantes da Comissão de Parlamentares que visitou ha pouco a Rússia, fez uma série de palestras através da Rádio Piratininga de São Paulo. E não disse nenhuma coisa adocicada. Falou “misérias” do regime soviético e do “pêso” da doutrina comunista! Coisas de arrepiar os cabelos! Agora chegou a vez do deputado Lucioninho, outro integrante da aludida caravana. Vamos aguardar o que o mesmo disser, para, posteriormente, tendo já ouvido “dona” Conceição, formarmo

Fiscalização de presos (14 de novembro de 1957)

Existem opiniões diversas quanto à reorganização da COMAP mariliense. Os que acreditam na possibilidade do mencionado órgão controlador e fiscalizador de preços ser dirigido por gente capaz e bem intencionada, são de parecer que sua existência e atividades só poderão trazer benefícios públicos. Os que, desanimados e desiludidos com exemplos pretéritos, vêem na vida do citado órgão, apenas a continuidade de uma inércia e uma pusilanimidade “tradicionais”, são, com razões, contrários à sua reestruturação. Nós somos ainda dos que se enquadram no primeiro pensamento. Entendemos que a COMAP deve ser reorganizada para trabalhar com afinco e dentro dos princípios básicos de suas precípuas finalidades controladoras e fiscalizadoras. Ultimamente o mariliense tem sido vítima de uma série de explorações das mais descabidas. Todo o mundo “tira a sua casquinha” na primeira oportunidade. Não que estejamos pretendendo baixas absurdas em determinados artigos e gêneros de primeira utilidade ou compleme

Miscelânea de Notícias (13 de novembro de 1957)

Clamava ainda ontem à tarde, determinado cidadão, queixando-se amargamente do tempo em Marília. “Veja você (“) , explicava o homem, (“) se póde existir saúde bôa com um clima tão instável. Faz um calor dos diabos e duma hora para outra, o tempo muda, ventando, fazendo frio, chovendo e voltando o calor repentinamente (“) . Em verdade, o tempo tem estado verdadeiramente “camaleonesco” nos últimos dias. Acontece que todo o ser humano é, por si só, insatisfeito. Se chove, reclama. Se venta, reclama. Se faz frio ou calor, reclama tambem. Reclamar é um mal de todos nós. Acontece, que poucos minutos depois, deparavamos um outro cidadão, que mostrava-se infinitamente satisfeito com a chuvazinha da tarde e dos últimos dias. Motivo: o homem possue algumas dezenas de alqueires de terras semeadas de algodão. --:-- Não resta dúvidas de que no próximo ano funcionará a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília. Trabalhos insanos vem sendo desenvolvidos pelas autoridades municipais e pela C

Parques Infantis (12 de novembro de 1957)

Na votação da proposta orçamentária municipal para 1958, aprovou a edilidade mariliense uma oportuníssima emenda de autoria do reverendo Álvaro Simões. A reconsignação de uma verba de um milhão de cruzeiros, destinada a construção de Parques Infantís em nossa cidade. Como sabem todos, Marília possui um único Parque Infantil – diga-se de passagem, moderno e bem aparelhado. No entanto, insuficiente para atender as necessidades locais e difícil para muita gente interessada, uma vez que a densidade demográfica da “urbe” está de há muito a exigir novas localizações dêsse melhoramento imprescindível, em outros pontos da cidade. Os parques infantis, hoje em dia, não são privilégios de filhos de ricos, como possa alguém assim pensar. Nesses recantos, tantos filhos de ricos como de pobres, pretos ou brancos, encontram um ambiente sadio e alegre, uma vida ao ar livre, a prática de esportes e a leitura de bons livros, ao lado de brinquedos adequados e uma alimentação suplementar sadia e bem dosad

Um passado no presente (9 de novembro de 1957)

Curioso, como algum fato passado, enterrado nas gavetas do esquecimento normal, possa transportar uma pessoa a recordações pretéritas das mais vivas! Assistimos na última quinta-feira, no Cine São Luiz, como “aperitivo” do estupendo filme de James Mason intitulado “Delírio da Loucura”, um interessante “short” colorido. A curta metragem referida, colocou em evidencia determinadas telas elaboradas por um artista do século XVII na Itália, cuja memória e arte hoje são consagradas em todo o mundo. Apresentou aquilo que se poderia chamar de uma história, um acontecimento natural numa vida: o retorno de um ex-combatente à legendária Itália, com o espírito de observar no presente, aquilo que êle vira por acaso no passado, numa época de guerra na qual participava. O homem principal, que apareceu como soldado adentrando o local em apreço, retornou, conforme nos mostrou o filme, alguns anos depois, como um apreciador das artes do pincél. Assistimos o filme e não conseguimos evitar a vibração de n

Prorrogação de Mandatos (8 de novembro de 1957)

A prorrogação de mandatos, óra pretendida por alguns parlamentares, eiva-se, sem sombra de dúvida, de uma verdadeira imoralidade. É um processo que denota temor indisfarçado de alguns deputados, que não souberam cumprir fielmente suas obrigações parlamentares e receiam a inevitável derrota nos próximos pleitos. Um meio, enfim, de continuar mais algum tempo dependurado às grossas tetas do herário público, mercê de um expediente condenável, onde se advoga em causa própria. Gostaríamos que aquêles que são apologistas dêsse processo de prorrogação de mandatos, realizassem um plebiscito para auscultar a opinião pública a respeito. Apesar de combatidos, os defensores dessa infeliz idéia tentam argumentar de modo infantil, as “necessidades” da questão, quando nenhuma necessidade existe e apenas conveniências pessoais que beneficiarão uns poucos, em prejuizo de muitos. Os partidários da prorrogação dos mandatos, são, sem dúvida, os que poucas realizações de destaque conseguiram efetivar; a mai

Um Banco de sangue para Marília (7 de novembro de 1957)

Não há (como) negar, que nosso apreciadíssimo colaborador, reverendo Álvaro Simões, ao utilizar-se do espaço diário que prazerosamente lhe é reservado nêste jornal, do mesmo só se tem valido para patrocinar boas causas, em favor direto da coletividade, e, em especial, dos desamparados e necessitados sob qualquer forma. Como se já não bastassem as inúmeras vitórias conquistadas nessa caminhada, em decorrência de sua brilhante e bem intencionada pena, o incansável cidadão, sempre preocupado com o bem estar comum, olvidando seus próprios interêsses, vem de encetar agora uma das mais nobres e dignas, campanhas – a criação de um Banco de Sangue para Marília. Já dissemos anteriormente, repetidas vezes, que as intenções desta coluna diária objetivam o destaque de acontecimentos mais importantes da ocasião, relacionados preferencialmente com a cidade ou povo mariliense. Por isso, aqui estamos para colocar no devido relevo, essa elogiável iniciativa do mencionado articulista, paradigma como se

O Finados que passou (6 de novembro de 1957)

O Dia de Finados, êste ano, parece que apresentou menor afluência pública ao Cemitério Municipal. A não ser que estejamos equivocados, foi menor a porcentagem das visitas ao Campo Santo de Marília êste ano do que nos anteriores. Em proporção, o grosso do movimento humano verificado nas partes da manhã e da tarde do último sábado, deve ter sido bem menor daqueles movimentos dos últimos anos. Parece que está “caindo da moda” o visitar-se as necrópoles no Dia dos Mortos. Não pretendemos dizer com isso que registrou-se pouco movimento, mas sim que nos pareceu menor. Nos anos anteriores, principalmente no período da tarde do mencionado dia, o próprio trânsito de pedestres no interior do Cemitério fôra bem mais acentuado, por vezes difícil, não pelo sentido de desorganização do movimento dos visitantes, mas sim pela menor afluência pública. Êste ano, a locomoção de um para outro lado foi relativamente mais fácil, levando-se a crêr o que estamos afirmando. O trânsito motorizado, pareceu-nos q

José Arnaldo (3 de novembro de 1957)

José Arnaldo, nosso colega de trabalhos, que vem colaborando com o “Correio” desde 1944, quando, nos campos de luta da Itália já nos remetia apreciadas crônicas sobre a vida dos “pracinhas” brasileiros, acaba de demitir-se do quadro de locutores da Rádio Dirceu de Marília. Na citada emissora José Arnaldo exercia as funções de Diretor do Departamento de Reportagens e Titular de Esportes. José Arnaldo continuará na imprensa mariliense, acumulando as funções de reporter dêste jornal, conforme vem acontecendo ha doze anos. Extraído do Correio de Marília de 3 de novembro de 1957

Homenagem a um municipalista (3 de novembro de 1957)

No próximo dia 9 de dezembro, serão tributadas sensíveis homenagens póstumas ao grande municipalista que foi Stelio Machado Loureiro. O municipalista Stelio, um dos precussores da bandeira dos Municípios em todo o Brasil, como todos sabem, foi desditosamente tragado pelas águas do Rio Paraná, nas proximidades do Salto de Urubupugá. À 9 do mês vindouro, deverão reunir-se no local, prefeitos e vereadores de diversos municípios do Brasil, para render êsse tributo de saudade e homenagem póstuma à memória do saudoso Stelio Machado Loureiro. Defronte do local do desaparecimento do inditoso municipalista, foi erguida, pelo Prefeito da cidade de Castilho, uma capéla, em cujo local, no dia mencionado será celebrada Missa por intenção da alma daquele grande soldado do municipalismo. Será u’a homenagem singela, das mais sinceras e reconhecidas. Render um preito de saudade à memória daquele que no passado, deixando em segunda plana as reivindicações das capitais e o conforto do asfalto, para volta

Mortos & Vivos (2 de novembro de 1957)

Em nosso artigo de ontem, focalizamos a importância e o significado do dia de hoje – Dia de Finados –, sob o aspecto social e cristão. Dispendemos fracas considerações em torno do transcurso dêste dia dedicado à memória dos Mortos. O dever de solidariedade cristã, a ninguém deve passar desapercebido. A elevação de uma prece de saudade, em intenção daquêles que foram entes queridos e que hoje repousam sob a terra dos Campos Santos, é dever geral, mesmo para os mais materialistas que possam existir sôbre a face do globo. O Dia dos Mortos é um dia de respeito, de solidariedade cristã, de preces e meditações. De visita aos túmulos de pessoas queridas e saudosas. Se tocamos no assunto do respeito aos mortos, oportuno é que falemos nesta oportunidade, alguma coisa acerca daquêles que consideramos mortos-vivos e que são os ex-combatentes da F. E. B.. Não vamos referir-nos aos mortos de Pistóia, mas sim aos “pracinhas” vivos, que hoje se encontram salpicados pelos mais diversos quadrantes do B

O Dia dos Mortos (1º de novembro de 1957)

Como sempre, comemorar-se-á amanhã, 2 de novembro, o dia consagrado aos Mortos. Data de respeito e recolhimento profundo, quando todos, ricos e pobres, pretos e brancos, se irmanam em idêntico sentimento – o de reverenciar a memória daquêles que foram caros em vida e continuam sendo caros em saudade. Até a Natureza costuma partilhar com a humanidade nêsse dia. Tudo aparenta uma espécie de tristeza, palpável e indelével, forçando mesmo os espíritos mais indiferentes, à meditação e prece. Os mais puros sentimentos de uma lembrança saudosa, vivida no pretérito por um ente querido, nêsse dia, mais do que nunca, sobem à tona do âmago dos corações, mesmo os mais empedernidos, transbordando torrentemente. Flores, ciprestes e velas queimando, juntamente com as feições contritas daquêles que sentem a dor da saudade, é o espetáculo comum nos Campos Santos, no dia de amanhã. Preces são elevadas aos céus, rogando por aquêles que deixaram o mundo dos homens. Multidões dirigem-se aos Cemitérios, par