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Mostrando postagens de dezembro, 2009

Feliz Natal, leitores! (25 de dezembro de 1957)

Nésta data magna da Cristandade, no dia em que comemoramos o transcurso do nascimento do Filho de Deus, vamos fazer uma pausa na variedade de assuntos habitualmente focalizados nésta coluna. Ao assim procedermos, temos em mira, unicamente, o apresentar aos amáveis leitores do “Correio”, especialmente àqueles que nos distinguem com a leitura de nossos modestos escritos, os sinceros votos de um Feliz Natal. Natal! Dia de alegria, de felicidade. Até a natureza procura cooperar com a satisfação das gentes em todos os 25 de dezembro. Os semblantes irradiam algum explendor, traduzindo nos abraços-amigos trocados entre os que se estimam. Um dia de alegria, que todos procuram comemorar com alegria. Um dia feliz, que todos tentam passar dentro da mais indestrutivel felicidade. Nos últimos dias, vimos a cidade apresentando um movimento desusado. Gente, humilde ou abastada, nova ou velha, preta ou branca, ondulando as ruas, adquirindo alguma coisa ou não. Uns observando vitrines, outros comprando

O Foguete Brasileiro (24 de dezembro de 1957)

Verdadeiramente, o lançamento do foguete brasileiro explodiu como uma bomba! Não pela incapacidade do nacional, mas pelo sigilo que envolveu as operações, pela modéstia dos trabalhos e pelas indiscutíveis deficiências técnicas de nossas arrojadas e necessárias indústrias. É bom esclarecer devidamente a alusão sôbre “deficiências técnicas” acima. Falamos no sentido geral, em relação à equipagem de vulto nacional, cujo parque é falho e dependente do mercado exterior. Falamos do escasso material humano especializado, por falta de escolas capazes de ensinar, sem que tenhamos que recorrer a favores de nações amigas. Apenas isso. Voltando ao foguete: Tudo deve ser encarado de modo proporcional. Se isto fizermos, não há dúvida que teremos que nos orgulhar e louvar os militares da Escola Técnica do Exército que trabalharam nesse mistér. Se atentarmos para a fraca equipagem que dispomos nêste sentido, os estudos relativamente iniciais, a falta de recursos financeiros adequados, a escassez da ap

Democracia X Monarquia (21 de dezembro de 1957)

Para o autor destas linhas, o pensamento encerra um sentido esdrúxulo. Cremos que para muita outra gente também. O fato é que tenta-se, mais uma vez, o restabelecimento do regime monárquico no Brasil! Existe quem deseje (lutando ao mesmo tempo, pela instauração da monarquia), um Rei brasileiro. O Movimento Patrianovista empenha-se agora numa luta de propagação de suas idéias acerca da implantação do regime monárquico no país, destituindo, em consequência, o atual sistema político. Teremos, se o número de adeptos da idéia fôr concreto, a luta entre as duas forças. Não cremos, no entanto, nessa possibilidade, como não acreditamos, de forma alguma, em probabilidade da modificação do regime democrático. Declaram os partidários dêsse movimento, que, “sem rei, não há união nacional”. E acrescentam: “Só a doutrina monárquica salvará a Nação. Não há outra solução. Há 68 anos que nos impuseram viver dentro de um regime espurio. Há 68 anos que nos mentem, nos prometem, nos engodam, nos atrapalha

Ser deputado é bom (19 de dezembro de 1957)

Póde parecer despeito ou inveja, mas não é. Ser deputado é bom e bastante lucrativo, além de trazer incontáveis vantagens para quem usufrui essas qualidades. O deputado desfruta daquilo que se chama “imunidade parlamentar”, isto é, um privilégio que de certo modo, contraria os próprios postulados do regime democrático, uma vez que situa um separativismo de desigualdade, frente aos demais cidadãos. Deputado vive cercado de “filhotes políticos” que o endeusam e dêle esperam empregos e apaniguacoes. Em troca, conquista esperançosos “cabos eleitorais”, recebe frangos e presentes, principalmente por ocasião das épocas de fins de anos. Desfruta de descontos especiais em muitos hotéis grã-finos. Goza de abatimentos em algumas companhias de transporte e tem “passe livre” em outras. Ganha, honestamente, verdadeiras fortunas mensais. Isto sem contar-se com as oportunidades imorais que se lhe oferece, para consideráveis “mordidas” e ganhos “por baixo do pano”. Agora, a própria Assembléia Legislat

Natal dos póbres (18 de dezembro de 1957)

Se as manifestações de apreço e aplausos que chegaram até nós, com referência à um comentário que fizemos, sôbre o Natal das crianças pobres, tornarem-se efetivas, vai acontecer muita coisa boa êste ano. Diversas pessoas nos telefonaram ou nos procuraram, para indagar os meios que deverão utilizar, a fim de que cheguem aos meninos e meninas da Filantrópica e do Lar da Criança, alguns brinquedos de Natal. Despertaram nessa intenção, depois de nosso modesto e despretencioso comentário. A todos, dissemos exatamente aquilo que escrevemos não há muito: que se ponham em contacto com as diretorias dos respectivos estabelecimentos assistenciais. O que fizemos, foi apenas um trabalho jornalístico, no qual condensamos uma idéia, considerada útil. Nada mais. Agradecemos os aplausos que nos foram endereçados. Nenhum dêles é merecido, uma vez que apenas procuramos lembrar uma situação que deve ser lembrada. Realmente, muita gente pode dispender uma pequena parcela de seus orçamentos, para comprar u

Placas indicativas de ruas (14 de dezembro de 1957)

Nada como dar tempo ao tempo – diz um antigo brocardo. Não há muito que o fato aconteceu. Uma “firma” invadiu a cidade, alugou salas num edifício local, mobiliou escritórios, contratou espetaculares “brotos” e ludibriou a boa fé da Prefeitura e da Câmara Municipal. Propunha-se instalar na cidade, placas indicativas dos nomes das vias públicas, a exemplo das que existiam em Nova Iorque, Rio, São Paulo etc.. Um comércio, sem dúvida. Acontece que tudo é comércio e desde que o comércio fosse legal, honesto e de resultados concretos, nenhuma oposição poderia surgir. Tudo, de início, correu às mil maravilhas. Os malandros conseguiram levar “no bico” muita gente boa de Marília. Apresentaram-se aos comerciantes e industriais com uma fenomenal bagagem de “referências”, sendo-lhes facil a obtenção de seus desideratos. Muita gente concordou em “colaborar” com a cidade, embelezando vias públicas proporcionando aos forasteiros um serviço indicativo e nominativo das ruas da cidade. Sucede, que, desd

“Papai Noel” (13 de dezembro de 1957)

A “vinda” do bondoso velhinho de barbas brancas é uma tradição imutável, terna e cristã. Representa alegria, quasi sempre significa presentes. A garotada aguarda ansiosa, o dia magno da Cristandade; a maioria sem bem aperceber-se da grandeza da data. Os coraçõeszinhos infantis, distantes do aquilatamento da realidade dos fatos, exigem e esperam a ‘chegada’ do “Papai Noél”. Aqueles cujos pais encontram-se em condições – com sacrifícios ou não – de convocar a “vinda” do bom velhinho, são verdadeiramente felizes. Pódem ser contemplados com o clássico presente de Natal, seja grande e custoso, seja simples e pequeno. E os dos pais póbres? Daqueles que sendo chefes de família, mal pódem suportar as agruras da subsistência de um lar? Muitas crianças, jamais tiveram a oportunidade de receber um presente do “Papai Noél”. Devem considera-lo um ingrato, um separatista, que faz diferença entre filhos de rico e de pobre. E tem razões. A vida de hoje, caríssima e difícil, faz sofrer não só a classe

Todo excesso é prejudicial (12 de dezembro de 1957)

Lembramo-nos ainda. Um preto velho, carandeiro profissional, dêsses que “curam” qualquer moléstia, “desencostam” espíritos maus, benzem bicheiras de gado e já “conversaram” com milhares de assombrações, foi quem nos disse certa vez: “Todo excesso é prejudicial”. O têrmo usado pelo “seu” Zé Maria não foi bem êste. Ele dissera, simplesmente: “Tudo que é dimais prijudica”. Faz muitos anos, quando tal frase nos foi incutida, sem que disso nos déssemos conta. O decorrer do tempo veio corroborar a verdade filosófica alí contida. Efetivamente, todo excesso é prejudicial. Exceder-se em política, futeból e mesmo religião, para não citarmos outros casos, expõe o fanático ao ridículo. O gesto comedido, é sempre o aconselhável. Aquele que se fanatiza por determinada paixão, torna-se incapaz de aquilatar até que gráu de normalidade pratica. Não enxerga ninguém, especialmente os que pensam ou agem em contrário aos seus modos de entender as coisas. Fatos semelhantes, vemos seguindamente em todas as p

Dia do Reservista (10 de dezembro de 1957)

Regra geral, todo aquêle que cumpre a exigência militar que está sujeito, ao ingressar na Reserva do Exército, acredita-se completamente desobrigado para com a Pátria. É um êrro imperdoável. O reservista, em nosso país, até a idade limite de seu possível e viável aproveitamento militar, continua a apresentar um elemento suplementar das próprias Fôrças Armadas, que dêle poderão fazer uso em caso de necessidade pátria. No próximo dia 16, veremos transcorrer o Dia do Reservista. Êste ano, todos os Oficiais e Aspirantes a Oficial R/2, bem como os Sub-tenentes e Sargentos da reserva (remunerada ou não), do Exército ou da Fôrça Pública, devem apresentar-se a Junta de Alistamento Militar de nossa cidade. Também os cabos e soldados, possuidores para promoção a Sargento, oriundos do Exército ou da Polícia Militar, que foram licenciados de 1927 para cá, estão também sujeitos a essa exigência. Todos sabem que o Exército Brasileiro prepara-se, assim como tôdas as fôrças armadas do mundo, para even

Cavalos e cabritos (7 de dezembro de 1957)

A propósito de uma reclamação que nos foi dirigida por um leitor dêste jornal, lembramo-nos do susto que passamos u’a noite destas, quando quasi “atropelamos” um cavalo que se encontrava sobre um passeio, numa esquina escura da Rua Cel. Galdino. Caminhavamos distraidamente, e, ao cruzar a esquina, por pouco não “colidimos” com o pacato animal. Confessamos, que, nas circunstâncias como se verificaram os fatos, levamos um susto regular. Recordamo-nos ainda do “cavalo vira lata” citado por nós, ha muito. Hoje parece que desapareceu. Mas, como iamos dizendo, um leitor nos procurou. Para formular uma queixa contra o serviço competente da municipalidade. Móra o aludido cidadão, no populoso bairro de Vila Palmital. Lá, conforme asseverações de nosso informante, cavalos, cabritos e outros animais, sem contar com as manilhas de cães sem dono, estão ponto em polvorosa e desassossego os moradores de Palmital. Além do descaso na detenção desses animais, existem outros fatos que estão a reclamar as

Variedade em denúncias (6 de dezembro de 1957)

Não há (como) negar, de que os mais curiosos casos de denúncias apresentadas em Juizo, fazem, inquestionavelmente, parte do grande rosário de processo de divórcios dos Estados Unidos. Vez por outra, a imprensa nacional sente-se no dever de explorar tais acontecimentos, satir (iz) ando e temperando à gosto, assunto dêsse jaez, tão de agrado dos leitores brasileiro (s) . Efetivamente, temos conhecido casos que escapam às raias do absurdo. Óra é o marido que justifica o pedido de separação, porque sua “cara metade” roncou durante o sono. Outra vez, é a mulher que pede o divorcio, acusando o esposo de “crueldade mental”, porque êste impediu que o “luluzinho” dormisse na cama de ambos. E assim por diante. Agora, lendo o confrade “Comércio da Franca”, edição de 1º do corrente, deparamos, sob a manchete “Denunciada a COMAP pela prática do curandeirismo”, a seguinte notícia: “A Associação Profissional do Comércio Varejista de Franca, acaba de formular documentada denúncia, contra a COMAP local

Enfermidade de Eisenhower (5 de dezembro de 1957)

Através do noticiário telegráfico internacional, ficou o mundo ciente de ter sido acometido de grave enfermidade, o presidente Eisenhower, dos EE. UU. da América do Norte. Um mal súbito, que não deixou de acarretar aos povos do mundo civilizado uma certa apreensão, porque abalou um pouco a estrutura física de um homem, que, nos últimos anos, têm se destacado pelas suas ações político-administrativas internacionais. Verdadeiramente, é mistér que se reconheça, na pessoa de Eisenhower, uma capacidade política das mais elogiáveis do mundo. O atual presidente dos Estados Unidos assumiu a direção do país amigo, numa época das mais conspurcadas, dificeis e confusas. Quando a prudência fez-se sentir como estrela de primeira grandeza, numa série de ações, que, mesmo dentro de determinadas fronteiras poderiam repercutir em diversas nações do mundo, Eisenhower foi capaz de demonstrar éssa qualidade e um senso de responsabilidade incomuns. Delegado e participante de diversos congressos de estudos

Acerca de Escolas... (4 de dezembro de 1957)

Nossa despretensiosa crônica de ontem, trouxe-nos alguns comentários encomiosos. Talvez sem motivo, uma vez que não descobrimos nenhum “ovo de Colombo”, não desvendamos nenhum segrêdo. Acontece que um leitor nos procurou para felicitar-nos e agradecer-nos o conteúdo do escrito. Declarou que nosso comentário “abriu-lhe os olhos”. E justificou a afirmativa dizendo, que, até aqui, nunca se preocupara com o estado de aproveitamento escolar de seus filhos e só voltava os olhos para o assunto, por ocasião dos exames finais, conhecendo os resultados do ano letivo. Achou que tínhamos razões no ponto de vista emitido, de que a preocupação de hoje, na maioria do mundo estudantil, resume-se naquilo que dissemos chamar-se “passagem de ano”. E citou-nos exemplos conhecidíssimos. Efetivamente, o fato acontece conforme dissemos. O aproveitamento das aulas recebidas durante o ano letivo, regra geral, vem se apresentando pouco concreto. Algumas “recordações” em cima da hora dos exames e um pouco de sor

Estudantes e “bombas” (3 de dezembro de 1957)

Estamos na época em que se desenvolvem os exames anuais escolares. Hoje de incontida ansiedade, de um lado para os estudantes bem intencionados e de outro, para os pais dos alunos. Hora tambem de preocupações para os próprios mestres, que, ao par da neutralidade que norteia seus átos educadores, não deixam tambem, como humanos, de “torcer”, pelo menos intimamente, para que aqueles que corresponderam aos ensinamentos durante o transcorrer do exercício, conquistem a necessária média de aprovação. Uma coisa temos notado ultimamente, em especial na época de pré-exames escolares: Um despreendido interesse pelos estudos, por parte de muitos alunos. Nos quintais, nas salas, mesmo nas ruas, vê-se à miude, moças e rapazes com livros e cadernos abertos balbuciando teorias e ciências, verdadeiramente distanciados do resto do mundo. Significa isso, sem negar, um certo descaso pelos próprios estudos, durante o transcurso do ano todo. Representa um aproveitamento apenas relativo das ministrações rec