Dia do Reservista (10 de dezembro de 1957)

Regra geral, todo aquêle que cumpre a exigência militar que está sujeito, ao ingressar na Reserva do Exército, acredita-se completamente desobrigado para com a Pátria. É um êrro imperdoável. O reservista, em nosso país, até a idade limite de seu possível e viável aproveitamento militar, continua a apresentar um elemento suplementar das próprias Fôrças Armadas, que dêle poderão fazer uso em caso de necessidade pátria.

No próximo dia 16, veremos transcorrer o Dia do Reservista. Êste ano, todos os Oficiais e Aspirantes a Oficial R/2, bem como os Sub-tenentes e Sargentos da reserva (remunerada ou não), do Exército ou da Fôrça Pública, devem apresentar-se a Junta de Alistamento Militar de nossa cidade. Também os cabos e soldados, possuidores para promoção a Sargento, oriundos do Exército ou da Polícia Militar, que foram licenciados de 1927 para cá, estão também sujeitos a essa exigência.

Todos sabem que o Exército Brasileiro prepara-se, assim como tôdas as fôrças armadas do mundo, para eventualidades futuras. O porvindouro é uma incógnita que ninguém pode precisar. A pátria precisa estar sempre em condições de garantir a sua soberania e a sua liberdade, e, essa garantia só é possível com um Exército forte, unido, bem preparado.

No último conflito mundial, quando pela cabeça de ninguém passava a possibilidade de vir o Brasil a enviar ao além mar suas tropas, vimos que isto aconteceu. A maioria da Fôrça Expedicionária Brasileira foi constituida por elementos convocados, reservistas do passado. E souberam, por forças das circunstâncias, readaptar-se à nova vida, tendo, posteriormente, dado exemplos exuberantes de patriotismo, com a lavratura de ricas páginas de denodo e glórias a já rica História Militar do Brasil.

Isso é o que diz respeito a parte obrigatória, militarmente falando. Existe ainda outra face da questão, que é a necessidade do reservista apresentar sempre aquêle espírito de camaradagem, quer entre a classe, quer entre a classe, quer entre os militares da ativa. Urge um entrosamento mais aperfeiçoado, mais coeso, entre todos aquêles que já cumpriram o dever militar, mas que ainda se encontram em situações que poderão obrigá-lo a retornar ao Quartel. Marília possui mais de 20 oficiais da reserva, dezenas de sargentos, cabos e soldados. A condição é propicia, para êsse estreitamento de amizades.

Êste ano, ao par dessas exigências pátrias, o Delegado de Recrutamento Militar, Tenente Pedro Amado de Lyra, juntamente com o Presidente do Tiro de Guerra local, engenheiro Miguel Argolo Ferrão, organizou uma outra parte recreativa, representada por um campeonato de tiro de fuzil, entre oficiais e aspirantes da reserva e oficiais da ativa, do Exército e Fôrça Pública. Tal competição, inédita em nossa cidade, terá lugar às 10 horas do próximo dia 15, no “stand” do Tiro de Guerra local.

Extraído do Correio de Marília de 10 de dezembro de 1957

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