Mercado Modelo Municipal (8 de janeiro de 1958)

Em relação à muitas cidades, Marília até não está mal servida no setor do Mercado Municipal. Isso, em comparação àqueles centross que ainda não dispõe desse melhoramento em sua “urbe”. Entretanto, em comparação as exigências de sua própria vida e desenvolvimento normal, relativamente ainda às cidades que já solveram essa questão, construindo seus Mercados Modêlos, Marília está aquém das expectativas.

Ha muito reclama o dinamismo e a expansão da cidade, tal empreendimento. Ninguem poderá desconhecer ser insuficiente e em certos pontos obsoleto, o atual mercado municipal de nossa cidade. Na época em que foi construido, ocasião em que Marília principiava a desabrochar, representou uma óbra de vulto, extraordinária. A cidade cresceu vertiginosamente, exigindo, não só no setor de construções públicas, mas em vários outros prismas, o acompanhamento de seu progresso. O que ontem satisfazia as necessidades da vida mariliense, hoje passou a ser insuficiente e a exigir reformas, melhorias, ampliações.

Não só no setor de estética, de grandeza exterior, de modernismo. Todos sabem que precisamos ser práticos e objetivos. Podemos muito bem prescindir, em certas ocasiões, desses requisitos, conquanto que tenhamos de outra fórma, a compensação plena de que determinado utensílio, prédio, repartição ou objéto é completo dentro daqueles ditames ou desideratos a que se destina. Isto, principalmente quando se trata de coisa pública ou de interesse público.

Nêsse particular, não podemos dizer que Marília possui um Mercado Municipal. Possui, isso sim, uma casa onde alguns comerciantes se aglomeram, onde as condições higiênicas não são as melhores e onde os preços não trazem nenhuma vantagem ao consumidor, como acontece em todos os mercados do mundo.

Assis, cidade de recursos próprios indiscutivelmente inferiores à Marília, fez inaugurar sábado último, seu Mercado Modêlo Municipal. Lins está construindo igual empreendimento. Por que Marília, que ha tempo reclama éssa necessidade, até agora não passou ainda da fase de estudos à respeito?

O forasteiro que chega à Marília, vê suas avenidas e seu progresso, conhece seu parque industrial e o trabalho de sua gente, por certo ficará abismado ante o acanhado prédio onde funciona o Mercado, a falta quasi total de espaço vital, a dificuldade de exposição de mercadorias, etc.. À rigor, não temos mercado municipal. Temos apenas uma casa, onde vários comerciantes e quitandeiros se reunem e onde o povo se comprime, iludido em estar obtendo melhores preços que os normais da praça e que está realmente num Mercado.

Extraído do Correio de Marília de 8 de janeiro de 1958

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