Placas de ruas (25 de janeiro de 1958)

Focalizou não há muito tempo um jornal cinematográfico, com eivas de humorismo e sátira sadia aos poderes públicos da Capital Federal, o fato de existirem, no Rio de Janeiro, incontáveis ruas sem as devidas placas nominativas e outras onde numa distância de três, quatro ou mais quarteirões, nota-se a ausência de tal painél.

O fato, não é de todo novidade. A anomalia dêsse porte, existe em quase tôdas as cidades do Brasil, principalmente no interior. Há uns 15 anos passados, por exemplo, poucas eram as cidades interioranas que possuíam tal melhoramento, bem como suas casas identificadas pelas placas numéricas.

Marília, como sempre seguindo todos os exemplos de fóra, não pode, indiscutivelmente, fugir à regra. Andamos inúmeras ruas em que sòmente de longe em longe nota-se a placa com a denominação da via pública. Para nós, daqui, o caso tem pouca importância. Para os de fóra, entretanto, a questão muda de figura.

Mas não é só isso. Ruas existem já com denominação oficial, porém sem êsse necessário complemento. Pergunta-se a qualquer cidadão, por mais antigo que seja, onde ficam determinadas ruas da cidade e êle ficará em dúvida. É claro que ninguém é obrigado a saber de cór a localização de tôdas as vias públicas da “urbe”. Entretanto, as ruas de bairros mais novos, abertas há pouco tempo, sem tal melhoramento, criam embaraços terríveis, não só aos marilienses, como, especialmente, aos forasteiros.

Contava-nos ontem um cidadão que tendo necessidade urgente de procurar outra pessoa e sabendo o nome da rua, procurou para lá dirigir-se. ficou num dilema terrível, andando de um para outro lado, sem localizar a pretendida via pública, embora estivesse no bairro certo. perguntou, auscultou, sondou, andou e nada. Não encontrou placas indicativas de ruas.

Furioso contou-nos o fato. Perdera precioso tempo e não conseguira seu intento, de carater urgente.

Acreditamos no aludido cidadão, porque conhecemo-lo de sobejo, sabendo-o incapaz de exagerar tal afirmativa. Nós mesmos já deparamos, não há muito, fatos mais ou menos idênticos, em que percorremos até cinco quarteirões sem encontrar uma placa indicativa de ruas.

O assunto, ao que percebemos, não será “bicho de sete cabeças” para ser resolvido. A municipalidade dispõe de meios suficientes para solucionar tal fato e entendemos que a morosidade a respeito está já representando, de certo modo, uma negligência da Prefeitura. Sabemos perfeitamente que o sr. Prefeito Municipal tem inúmeros outros problemas, de maior monta e de maior urgência a tratar. Acontece que as pequenas coisas também devem ser (re)solvidas e o assunto em tela é merecedor de atenções.

Aqui fica a lembrança.

Extraído do Correio de Marília de 25 de janeiro de 1958

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