O dia do município (27 de fevereiro de 1958)

Quatro de abril é o Dia do Município de Marília. Marcará a passagem do 29º aniversário de emancipação municipal da cidade. Cairá tal data, no ano em curso, na Sexta Feira Santa, conforme tivemos a oportunidade de lembrar aos poderes constituidos da cidade, em tempo hábil. Na ocasião, sugerimos até, a possibilidade de estudos, no sentido de que as comemorações aludidas sejam transferidas para o dia 6, domingo.

O fato, entretanto, escolhido para a nossa crônica de hoje, não é bem a questão da transferência ou não da data. Isso compete à comissão respectiva que será nomeada pelo prefeito Argolo Ferrão, na qual colaborará, como sempre, a Câmara Municipal.

Nosso objetivo à colaborar com os membros da aludida Comissão, lembrando-os de alguns pormenores atinentes ao caso. Por exemplo, a execução da Lei já aprovada pela edilidade e sancionada pela Prefeitura, acêrca do Salão de Belas Artes. Tal caso exige providências imediatas, pois se as ações a respeito forem deixadas para a última hora, traduzir-se-ão, por certo, nalguma coisa que não venha a corresponder integralmente ao preceito legal estabelecedor da idéia. Falta, a respeito, publicidade, cabendo à Comissão realizá-la. Urge dar ciência em tempo suficientemente antecipado, da aludida mostra legal, suas condições, prêmios e normas dêsse certame.

Por outro lado, pensamos que a Comissão em referência, tomará tôdas as providências para o bom desenrolar dessa efeméride. Sempre fomos contrários a qualquer dispêndio de dinheiro público para coisas puerís. No entanto, em se tratando de comemorar a passagem do Dia do Município, entendemos que algum dinheiro público pode e deve ser gasto, embora sem espalhafatos. É uma obrigação, pensamos. O pode deve participar dêsse acontecimento e para tal participação devem existir outros motivos, além do significado puro e simples da data. Não seria justo, a comemoração da data da cidade, com um simples desfile escolar e a tradicional sessão solene da edilidade. Competições esportivas, sessões cívicas, presença de alguma coisa extraordinária, etc., carecem fazer-se presentes nessa oportunidade.

A propósito, fomos procurados por um leitor de nosso jornal, que nos cedeu, para qualquer possível idéia, uma coleção de vistas fotográficas de carros alegóricos, barracas e fantasias, tomadas por ocasião de transcursos de datas municipais diversas. A intenção dêsse leitor, é prestar também sua colaboração à Comissão referida, da qual julgava que fazíamos parte. Tais vistas, em atenção ao leitor referido, encontram-se em nosso poder, podendo ser procuradas por quem se interessar, sem qualquer compromisso. Se dali fôr tirada alguma idéia, bem. Se não, nenhum prejuízo ou trabalho acarretará seu conhecimento.

O fato do Salão de Belas Artes, entretanto, deve merecer cuidados especiais, enquanto é tempo. Confessamos que essa lembrança deve origem a uma solicitação de pessoa amiga, que, observando e interessada a respeito do fato, percebeu que apesar de tudo, para tal acontecimento, o tempo já é, naturalmente, um tanto exíguo.

Extraído do Correio de Marília de 27 de fevereiro de 1958

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O jogo do bicho (26 de outubro de 1974)

O Climático Hotel (18 de janeiro de 1957)

“Sete Dedos”, o Evangelizador (8 de agosto de 1958)