Vamos aproveitar o “embalo”? (7 de março de 1958)

Acaba o Governador Jânio Quadros, de autorizar a criação de uma Estação Zootécnica em nossa cidade. O áto respectivo, impõe, como condição precípua para a instalação dêsse núcleo, que o município beneficiado contribua com o terreno adequado para tal.

A notícia, em si, encerra alguma coisa de auspiciosa para os marilienses em geral. Traduzirá a citada Estação Zootécnica, um centro de aperfeiçoamento de animais de raça.

Por outro lado, parece-nos não existir problema de ordem dificil quanto ao terreno especial, principalmente tendo-se em vista que o próprio Govêrno possui em nosso município, uma vasta área de 1.100 alqueires de terras – a famosa Fazenda Santa Helena, “ex-Revoredo”.

Ora, utilizando-se, por hipótese, 100 dêsses 1.100 alqueires, para a instalação da Estação Zootécnica, restarão ainda 1.000 alqueires que poderão ser utilizados para os fins colimados e em estudos pelo Poder Estadual. Será uma pequena parcela desmembrada de uma grande gleba, sem muitas dificuldades, cremos, para a consumação do outro plano já existentes

Portanto, nada dificil será tal acerto, no que tange a área própria para a instalação dêsse melhoramento. Não sendo viável tal medida, pensamos no aparecimento de algumas outras dificuldades a respeito se tivermos em vista que o município não possui, segundo consta, grandes áreas de terras que possam, de imediato, prestar-se ao fim em tela.

Urgiria, então, estudos a respeito. Necessário se faz que a autoridade municipal, coadjuvada pela edilidade mariliense, estude a sugestão óra focalizada nesta coluna diária. A Estação Zootécnica só trará benefícios para Marília. O aprimoramento de animais de raça, além de aperfeiçoar rebanhos, significa também o acêrco de interesses econômicos, que, em última análise, representam movimento geral para o município.

Como somos apologistas de todos os empreendimentos que representem, de um ou de outro modo, progresso de nossa cidade e região, estamos focalizando o assunto em apreço. Sem dúvida alguma, a questão merecerá atenções especiais de nossas autoridades, pelo cunho de importância que representa.

Por outro lado, na suposição de que idéia semelhante ao nosso presente ponto de vista venha a efetivar-se, temos a impressão de que 100 alqueires a menor na gleba total da citada propriedade agrícola, em nada poderão prejudicar os planos óra em andamento de aproveitamento da Fazenda Santa Helena. O próprio sr. Jânio Quadros convir conosco.

O que Marília não poderá permitir, é que se perca a oportunidade em referência, da futura instalação da Estação Zootécnica local.

É claro, também, que isto é apenas opinião reservada, dentro de um trabalho comum de jornal. Pode dar-se o caso da existência de outras providências diversas, objetivando, como é de esperar-se, fim idêntico. No entanto, nunca é demais lembrar-se a conveniência de que não se estanquem ações de trabalho coordenado e intensivo, quando se trata de benefícios para o município, maximé quando tais benefícios são originários de alçada oficial.

A boa vontade inicial, já foi manifestada pelo próprio Govêrno. Cabe agora a nós, o interêsse e as providências para a consecução cabal da idéia. Esforcemo-nos, portanto, para que tal cometimento “não fique no tinteiro” ou não prescreva por falta de providências e atuações locais, dentro do período da oportunidade que oferece.

Extraído do Correio de Marília de 7 de março de 1958

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