O homem, a ciência e Deus (25 de abril de 1958)

Participávamos um dia dêstes, de uma conversa entre dois amigos. Palestra casual, da qual os assuntos vêm fluentemente à tona, mudando de rótas diferentes. De um para outro ponto, acabou por ser abordado um motivo que um dos companheiros ouvira, através de um programa radiofônico, transmitido pela B. B. C. de Londres, em língua portuguesa.

O noticiário referido, dava conhecimento de que, cientistas ingleses teriam inventado um “corpo humano artificial”, tão perfeito que apresentava condições de reprodução!

O assunto suscitou controvérsias, como seria de esperar. Dúvidas mesmo e incredulidade.

Se verdadeira a notícia, significa um atrevimento da ciência, incapaz que foi até agora, de descobrir “quem nasceu primeiro – o ovo ou a galinha?”.

Ora, a ciência dos homens é incapaz de explicar do que é feito um simples grão de areia, qual a composição exata de um grão de arroz e como o mesmo é em sua essência, produzido. São mistérios da Natureza que provam a existência de Deus, o sábio dos sábios.

Não cremos na probabilidade apregoada, da feitura de um corpo humano artificial “tão perfeito a ponto de permitir a reprodução”! A ciência está pretendendo invadir um terreno proibido: dar vida aos homens, construir essa maravilha que é o corpo humano, é privilégio unicamente de Deus, o pai de Cristo e o pai dos homens.

É verdade que a ciência avançou muito e é uma decorrência normal das gentes, cada vez mais aperfeiçoada, cada vez mais elevada. É o fruto diréto da inteligência humana, deixada por Deus aos próprios homens. É mesmo a luz divina do Criador, representando o sôpro da inteligência divina.

O homem pretendeu muito nesse particular. A ciência jamais poderá abocanhar a condição de criar um corpo humano artificial nessas condições. O próprio cérebro eletrônico que hoje existe, é um aparelho mecânico de aplicações relativas. Querer ultrapassar as barreiras do concebível é uma insensatez.

É claro que rendemos nossas homenagens à ciência moderna, processo que muito facilita a própria vida e as condições de vida dos povos em geral. É lógico que respeitamos a capacidade dos homens, seus estudos, sua profunda cultura cientifica, em pról do bem estar da humanidade. É lógico ainda que somos partidários do aperfeiçoamento, do modernismo, do conforto, do progresso. Mas não podemos convir com a afirmativa que a B. B. C. transmitiu.

O homem deve compenetrar-se disso; não que se cinja ao conformismo inativo, especialmente o homem da ciência. Mas as pretensões devem ter limite e jamais tentar azinadamente alcançar as raias do absurdo. E o homem querer construir uma espécie humana artificial “inclusive reprodutora”, é um grande absurdo!

Pasteur, o homem considerado como o maior cientista de todos os tempos, que nem farmacêutico formado éra, nem médico nem nada, é prova disso. Teve sua mente iluminada por Deus, para nos legar os benefícios científicos que hoje fazem parte integrante da vida moderna.

Conta-nos a própria história, que a maioria dos inventos hoje comuns e integrados à vida de nossos dias e de nossas gentes, foram óbras do acaso, muitas vezes, resultados do imprevisto. Ao tentar-se uma determinada experiência, constara-se um resultado diverso, posteriormente aperfeiçoado. Como poderá, então, ser aceita a idéia de que cientistas construirão um homem humano artificial, completo em todos os sentidos, inclusive no setor da reprodução da espécie?

Talvez a pergunta póssa ter uma resposta; nós, entretanto, não a encontramos.

Extraído do Correio de Marília de 25 de abril de 1958

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