O P.S.P. dá o exemplo (2 de abril de 1958)

Estivemos segunda feira última, em missão exclusivamente jornalística e convidados que fomos pelo sr. Otávio Barreto Prado, na séde do Partido Social Progressista. Fomos apreciar os trabalhos de reestruturação do Diretório Municipal.

A Mesa foi presidida pelo delegado da legenda, dr. Adhemar de Toledo e foi reeleito para o comando social-progressista em nossa cidade, o popular Tatá, à quem, nesta oportunidade, apresentamos congratulações.

O que mais nos encantou naquela reunião, foi a atitude digna de louvores, dos pessepistas locais:

Explicou o sr. Otávio Barreto Prado, que, não tendo o P. S. P. um candidato próprio de Marília, para concorrer ao posto de deputado estadual, uma vez que o dr. Adhemar de Toledo, candidato nato do partido, não iria disputar as próximas eleições, o P. S. P. achava por bem tomar a decisão de apoiar outro candidato, mesmo de outra legenda, desde que fôsse mariliense. Esclareceu o popular Tatá a decisão, dizendo que nenhum desrespeito significaria à sua legenda, e, que pelo contrário, visita de encontro aos interêsses reais de Marília, colaborando assim com a “cidade menina”, para que esta deixasse de permanecer na eterna orfandade parlamentar que tão contundentemente a identifica.

Demonstrou o P. S. P., uma atitude das mais sensatas e dignas de encômios. Poderia ter apresentado outro nome, conforme chegou a ser sugerido na referida assembléia. Entretanto, reconheceu que mesmo carreando com isso alguns votos à mais para a legenda, iria contribuir para a repetição dos fatos anteriores, quando Marília ficou sem possibilidades de eleger um legitimo representante, em virtude da natural dispersão de votos.

O P. S. P. de Marília colocou nessa condição, os interêsses da cidade acima dos interêsses do partido e isso deve merecer simpatias de todos nós, com aprovação mesmo do próprio líder do Partido que é o sr. Adhemar de Barros. Deu um exemplo frisante, que não cabalará e nem negociará seus votos em nossa cidade, empenhando-se, pelo contrário, para a eleição de um mariliense, mesmo de outro partido. A condição essencial é que seja mariliense e que trabalhe por Marília e seu grande povo.

Nós que, modesta mas sinceramente, sempre nos preocupamos com essa questão, que já escrevemos dezenas e dezenas de artigos a respeito, ficamos bastante satisfeitos com tal atitude, que demonstrou, acima de tudo, um acendrado e indiscutível amor por Marília e pelo povo mariliense.

Não há muito, num dos nossos escritos, chamávamos mesmo as atenções dos dirigentes políticos locais da cidade, no sentido de que unissem fôrças, a fim de que Marília pudesse, desta vez, eleger seu legítimo advogado. Temos, conforme dissemos, gente capaz suficientemente para bem nos representar no Palácio 9 de Julho e no Palácio dos Tiradentes. Temos, por outro lado, eleitores capazes para tal concretização. Depende, tão sòmente, de atitudes patrióticos como essa, demonstrada pelo P. S. P., que será corroborada em breve, e, da maior consciência dos marilienses, em não dispender sufrágios em torno de candidatos de fóra, especialmente em favor dos autênticos e conhecidíssimos “caçadores de votos”.

O P. S. P. vem de encontro à nossa luta.

Devemos dar-lhe nossos parabéns, ao mesmo tempo que solicitamos aos demais partidos políticos da cidade, que sigam êsse exemplo, unindo fôrças em tôrno de um candidato de Marília.

Precisamos mostrar a todos – e a nós próprios em particular –, que temos meios suficientes para demonstrar nossas fôrças. Marília não pode prescindir de um representante nos parlamentos nacionais.

O P. S. P. acaba de dar um belíssimo exemplo.

P. S. – Os assuntos de nosso artigo de ontem, sob o epígrafe “Boas Notícias” não sairam errado, não. Sairam certos e na época certa: 1º de abril.

Extraído do Correio de Marília de 2 de abril de 1958

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