Eleitores de Marília (29 de julho de 1958)

Apresentando um apreciável índice de compreensão e acêrto públicos, o Cartório Eleitoral local encerrou suas atividades de qualificação de eleitores. 18.900 marilienses estão áptos ao exercício do voto livre, democrático e independente, já no próximo pleito de 3 de outubro, quando serão escolhidos o sucessor do Sr. Jânio Quadros, os deputados estaduais e federais de nossa cidade e região.

Poderia ser maior essa cifra, uma vez que muita gente, em idade regular de inscrever-se eleitora, deixou de faze-lo por quaisquer motivos, bem como, inúmeras donas de casa, cuja obrigação nesse sentido é facultativa, igualmente não se qualificaram. Em todo o caso, o número é relevante e não deixa de apresentar o seu aspecto grato, pois traduz indiscutivelmente que os marilienses, em sua maioria, procuraram cumprir êsse dever cívico da obtenção desse precioso documento, dentro do prazo legal preceituado.

No ensejo, ao apresentarmos congratulações a todos os novos eleitores marilienses e aos funcionários ativos e prestativos do Cartório Eleitoral local, sob a presidência do Dr. José Gonçalves Santana, forçoso é que externemos neste artiguete, os desejos de que esses 18.900 votos sejam consignados aos candidatos de Marília, ao envés de destinados a gente de outras plagas.

Se tal fato acontecesse, realizariam os marilienses a mais cabal, e sobeja prova de verdadeiro amor por Marília e região de prestígio pela gente de nossa terra, numa demonstração de real e indestrutível patriotismo.

Não que com nossos pontos de vista e com a atitude da União Eleitoral Mariliense, seja pretendido o cerceamento da liberdade de votar de quem-quer-que seja; tal motivo já foi exteriorizado incontáveis vezes. Apenas que, néssa clarinada de alerta e esclarecimento, estamos tentando fazer ver aos que tem pontos de vista contrários, e, principalmente, aos que tem o hábito de empregar esforços em pról da eleição de candidatos alienígenas, a realidade dos fatos, de todo incontestável.

Não vai aqui, como já frizamos repetidas vezes, nesse decurso de cerca de duas décadas, desprestigio aos candidatos de fóra ou seus direitos de empenho na caça de votos em nossa cidade. Prova é que muitos desses candidatos já elogiaram a caminhada que empreendemos.

Por isso, repetimos o que dissemos acima: Marília, através de seus 18.900 novos eleitores qualificados, daria a mais bela demonstração de amôr à éstas plagas, se consignasse esses 18.900 votos aos candidatos de nossa terra.

Extraído do Correio de Marília de 29 de julho de 1958

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