O perigo das passagens de niveis ferroviarios... (4 de julho de 1958)

No ról dos acontecimentos desagradáveis e trágicos registrados pela crônica policial da cidade, figuram diversos desastres ferroviários, verificados nas passagens de níveis da linha férrea, em variados pontos.

Não é de hoje que abordamos o problema referente à necessidade de providências a fim de solucionar-se essa questão, com a construção de passagens desses níveis do leito da Paulista. Os poderes municipais, igualmente, tem envidado esforços a respeito e o problema continua insoluvel, desafiando a argúcia e a execução a contento.

No dia de ontem, mais um fato desse jaez verificou-se em Marília. Desta vez, no cruzamento existente nas proximidades da Fábrica de Oleo da firma “Anderson Clayton & Cia.”. Por pouco, não teriamos que registrar a ocorrência com o desagradável dever de informarmos a perda de duas vidas, que, felizmente, conseguiram salvar-se, embóra um veículo houvesse ficado completamente inutilizado.

O ex-mariliense Sr. Ernesto Polido, atualmente residindo em Paraguaçú Paulista e um menor, foram as vítimas do acontecimento. Sucedeu a ocorrência por volta das 11,30 horas, quando se dá a partida do trem de luxo da Paulista rumo a São Paulo.

O referido cidadão, ao proceder o cruzamento da ferrovia naquele trecho das imediações da “Clayton”, aguardou a passagem da composição e quando ésta cruzou, o mesmo pôs em marcha o veículo, sem ter notado que uma locomotiva realizava manobras regulares, pelo outro leito ferroviário. O veículo foi colhido e do impacto resultou o seu arremesso numa distância aproximada de 30 metros do local, salvando-se milagrosamente o motorista e seu acompanhante.

O sr. Polido sofreu fratura numa perna e escoriações na cabeça e o menor registrou escoriações generalizadas pelo corpo, tendo ambos sido socorridos em tempo e medicados no Hospital Marília.

Este registro, talvez sirva para reforçamento das provindouras lutas que serão ainda travadas em continuação, para que Marília póssa dispor de adequadas passagens de niveis ferroviários, facilitando o próprio trânsito e oferecendo melhores garantias de vida a população e forasteiros.

Afóra isso, é bom tambem que se recorde as famosas porteiras das ruas 9 de Julho e Paraná, que apesar do zelo dos funcionários que alí exercem serviços, não deixam de constituir constantes perigos para todos nós.

Aquí fica mais um pequeno alerta, especialmente dirigido aos administradores da Cia. Paulista de Estradas de Ferro.

Extraído do Correio de Marília de 4 de julho de 1958

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