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Mostrando postagens de agosto, 2010

Sangue para os pobres (30 de agosto de 1958)

Sabem todos, que, na ocasião em que um doente necessita de transfusão de sangue para sobreviver ou para atenuar um mal físico, encontra, quase sempre, sérias dificuldades, sendo a maior de ordem financeira, mormente se o enfermo pertencer à classe póbre. O plasma custa um preço bastante caro, mesmo quando doado, tôdas as vezes que a transfusão é feita por um médico particular e não por um Banco de Sangue oficial. Os pobres de Marília vinham lutando com o problema em apreço e a respeito tivemos o ensejo de ouvir, versos diversas acêrca dêsse particular. Falou-se muita coisa, especialmente criticando alguns médicos especializados nesse mister. Nós, por experiência própria, não estamos em condições de condenar ou aplaudir as referências, algumas até pejorativas, que a respeito circularam e continuam a circular na cidade. Em fase disso, o assunto ganhou proporções tais, que veio a público e chegou a ser focalizado na Câmara Municipal. Posteriormente, criou-se e instalou-se um Banco de Sang

Vote bem, votando em gente nossa (29 de agosto de 1958)

Estamos há um mês e (cinco) dias do pleito de 3 de outubro. Será chegado o momento do eleitor mariliense comparecer às urnas, para eleger, conscientemente, seu Governador, Vice-Governador, deputados federal e estadual, senador e suplente de senador da República. Os leitores sabem da luta que vimos realizando há mais de uma década, objetivando a eleição de legítimos representantes de Marília. Essa luta nada tem a ver com o jornal, porque como órgão de imprensa, nossa Folha acolhe em suas colunas a propaganda e o pensamento de todo e qualquer candidato e igualmente noticia com imparcialidade própria dos órgãos democráticos e que não se vendem ou não pertencem a facções políticas, tudo o que a respeito de política acontecer, focalizando nomes indistintamente. Essa campanha, neste órgão, é da responsabilidade integral do autor destas linhas. Por ela o mesmo responde, em qualquer circunstância ou situação. Mas, como dizíamos, estamos há um mês e (cinco) do pleito eleitoral. Necessário é que

Uma reunião diferente (28 de agosto de 1958)

Se existem prazeres incompreensíveis para muita gente, como por exemplo a mesa de jogo, o “snooker”, a mesa do bar, o futebol, o cinema, etc., para nós, que militamos na imprensa, nada mais agradável do que uma “conversa ao pé do fogo” – como diria o sr. Adhemar de Barros. Nossa redação, de pobrêza franciscana, com três escrivanias, duas máquinas de escrever, algumas cadeiras e um sofá estofado é a prova disso. Aqui a gente fica muitas horas, como o viciado num entorpecente, “batendo papo”, aspirando o ar impregnado de tintas, gasolina e papéis velhos. Isso sem contar-se o cheiro enjoativo da linotipo, quando o Sandoval cisma de limpar a máquina. Coisa rara numa redação é reunirem-se todos os redatores. Outro dia, entretanto, como tôda regra tem sua exceção, conseguiu reunir-se todo o pessoal do “Correio”, da parte redatorial. Todo, não. Faltou o Antônio Fernão de Magalhães. Mas lá se arregimentaram, em feliz coincidência, além do autor desta coluna, mais João Jorge, Anselmo, rev. Simõ

“Bronca”, arma de otário (27 de agosto de 1958)

Esgaravatar feridas dói mesmo. Escrevemos ontem (26/8/1958) um artiguete, acêrca da inutilidade e da falta de fundamento de todo e qualquer prognóstico eleitoral. Entendemos nosso ponto de vista, baseado em exemplos passados e fundamentado na própria razão. Principalmente hoje em dia, quando o eleitor brasileiro, em que pése a sua boa fé e a sua relativa ignorância, de módo geral não mais está ligando para legendas, para votar unicamente em homens. E ele faz bem. Partidos só interessam aos políticos à eles filiados; ao povo interessam os homens de valor e suas atitudes leais em pról dêste mesmo povo. Pois não é que lógo de manhã, ao atendermos o telefone cá da redação, percebemos que um animal com voz masculina estava no outro lado da linha? Pelo tamanho das patadas, pudemos antever que o cavalo éra grande. Se não éra, pelo menos arrotou ares de grandeza. Gostamos de conversar com nossos leitores. Já temos afirmado isso várias vezes. Gostamos, principalmente, de ouvir as críticas que

Prognósticos eleitorais (26 de agosto de 1958)

Como simples observadores, tivemos o ensejo de presenciar em nossa cidade, comícios onde se ouviram as palavras dos três candidatos aos Campos Elíseos – Carvalho Pinto, Adhemar de Barros e Auro Moura Andrade. Ouvimos com interesse as alocuções de diversos candidatos a deputado e de outras pessoas especialmente empenhadas na campanha eleitoral de cada um dos nomes citados. Procuramos, dali, tirar uma conclusão própria, conscienciosa, neutra. Ao mesmo tempo, por mistér de ofício, temos ouvido pareceres e prognósticos de muita gente de nossa cidade. Adhemaristas, Janistas e “peneiristas”. Cada qual, partidário de um candidato, tem como cérta a vitória deste, apresentando razões e tabelas elaboradas, com a convicção matemática de que dois e dois são quatro. Em nós, temos como incógnita a eleição presente. Surpresas poderão acontecer, trazendo no final da apuração do pleito, alegrias para uns e decepções para outros. Nada do que se disser poderá ter base sólida ou fundamento indestrutível.

A V Olimpíada Estudantil (23 de agosto de 1958)

No próximo dia 30 (de agosto de 1958) teremos em nossa cidade a data inicial da realização da V Olímpíada Estudantil de Marília, certame anual patrocinado pelo Yara Clube e que conta com a simpatia e a participação de todos ou quasi todos os estabelecimentos de ensino de nossa “urbe”. Vimos no passado, o sucesso dêssas realizações. Elevada expressão técnica, ambiente de cordialidade, apesar do interesse que as disputas desportivas movimentam, a medida que as competições vão se desenvolvendo. Objetiva o Yara Clube, entidade que se destaca entre nós na movimentação e patrocínio das diversas competições esportivas, o aprimoramento da fórma técnica do desporto amadorista. O preparo do físico é necessário e ombreia-se com o preparo do intelecto. “Mens sana in corpore sano”, lema grandemente difundido entre nós. Brilhante folha de serviços nesse campo já prestou o Yara Clube de Marília e mesmo a região. Dos umbrais daquela simpática Casa da Av. Vicente Ferreira, já despontaram verdadeiros c

Candidatos & Política (21 de agosto de 1958)

Reiteradas vezes, temos confessado sem pejo algum, que nada entendemos de política. Não “política” na verdadeira extensão do vocábulo, mas sim certas sujeiras morais que por aí se cometem à miude, sob o rótulo e pretexto de que se trata de política. O povo brasileiro, em sua maioria, ignorante e sincero quanto ao dar crédito a qualquer “doutor”, deve ficar estarrecido dentro de sua filosofia matuta e de seu gesto leal, frente aos absurdos que não entende e que nésta época de pré-eleições, tão abusivamente campeia por ai. Dissem (os) que não compreendemos de política. Exemplifiquemos: não entendemos a balburdia e a pouca vergonha, os engodos, as mentiras e as delongas, os embustes e os processos escusos, condenáveis, que tanto deturpa a real acepção da palavra “política”, que interpretamos como uma ciência, uma arte de dirigir e orientar o govêrno do povo soberano, com lealdade, com (h) ombridade, de maneira Franca, esclarecedora, que coloca em seu devido lugar e em igualdade de condiç

Nova e modelar Casa de Carnes (20 de agosto de 1958)

Desde domingo último (18/8/1958) , foi o comércio de Marília enriquecido com a instalação e inauguração de mais um estabelecimento digno das grandes cidades: A Casa de Carnes Rural, órgão pertencente a Cooperativa Agrícola Mista da Alta Paulista. Alí estivemos, em missão de imprensa, assistindo a inauguração. Ficamos maravilhados com as instalações, a higiene, a qualidade dos produtos. Estão de parabéns os dirigentes da grande cooperativa tupãense, óra brindando o povo de Marília com mais esse estabelecimento especializado e contribuindo para amenizar um pouquinho as agruras da vida da classe póbre, oferecendo a todos, indistintamente, produtos bons, por preços accessíveis em relação as demais cotações do mercado normal. Representa a inauguração referida, mais um marco de progresso de nossa cidade. Prova que Marília vai acompanhar, “pari passu”, a trajetória dos grandes centros, dentro de um comércio moderno, eficiente, prático, delineado nos moldes da hodiernidade. Estamos aos poucos,

Música e leitura (19 de agosto de 1958)

Duas coisas importantes e necessárias à sensibilidade, espírito e lazer de toda a gente: música e leitura. Nem todos, entretanto, sabem apreciar u’a melodia ou uma boa leitura. Sôbre os que sabem ou gostam, as preferências variam. Há os que gostam de u’a música clássica, os que apreciam um motivo popular, os que se deliciam com uma passagem folclórica. Existem os que gostam de um romance de amor, de um conto policial e por incrível que pareça, há os que tem predileções pelo vernáculo ou determinada ciência. Música e leitura, obrigatórias em todas as escolas, não conseguiram ainda convencer a maioria de nossa gente, de sua utilidade, de sua necessidade. Mesmo dentro das divergências naturais de predileções, não vemos difundidas em grande escala éssas duas importantes alavancas que ajudam a gente a viver. O que gosta de música, que tem um senso emotivo musical firmado, sente um conforto incrível ao ouvir meia hora das melodias de sua predileção. O que aprecia a leitura, seja de qual gêne

Parlamento ou “ring”? (15 de agosto de 1958)

A história se repete. Mais uma vez, deputados paulistas se engalfinharam, qual moleques de rua, em plenário da Assembléia Legislativa de São Paulo. Trocaram sôcos e ponta-pés a valer. O acontecimento, como das vezes anteriores, não teve maiores consequências, porque entrou logo em cena a turma do “deixa disso”. O sr. Cássio Ciampolini e outros deputados, apresentaram ao plenário do Palácio 9 de Julho, um requerimento propondo a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito, para apurar as irregularidades apontadas pela imprensa, no caso da censura de aparelhos telefônicos em São Paulo. A proposição de “panos p’ra manga”, quando a deputada Conceição da Costa Neves foi à tribuna e “desancou a lenha”, atribuindo ao Governador do Estado e ao sr. Pedroso Horta, ex-Secretário da Segurança Pública, a responsabilidade do fato. Como não tem “papas na língua”, disse “cobras e lagartos” do sr. Jânio Quadros. O sr. Araripe Serpa (por sinal envolvido mais de uma vez nesses lamentáveis acont

Irresponsabilidade penal aos menores (14 de agosto de 1958)

De acôrdo com o Código do Processo Penal vigente no Brasil, a responsabilidade penal só atinge as pessoas de 18 anos de idade em diante. Êsse dispositivo, no pretérito, justifica-se perfeitamente, em virtude de que o “modus vivendu”, aquilo que seja convencionado chamar “educação familiar”, éra diferente. Os pais éram austeros, o princípio religioso apresentava maior respeito e maiores efeitos, a tradição dos séculos não fôra disvirtuada e não existiam os excessos e as facilidades de hoje, vulgar e erradamente chamados de “modernismo”. A marcha do tempo, nesse tocante, criou uma verdadeira contenda, quer contra o dever social, quer contra a garantia das famílias, contra a própria lei e contra as próprias autoridades constituídas. As coisas mudaram. E mudaram tanto, que urge agora, conforme já está sendo ventilado, ação de recuo do limite de 18 para 14 anos, no que tange à responsabilidade penal dos brasileiros. A princípio, para os menos avisados, póde parecer uma aberração ou mesmo um

Eleições à vista (13 de agosto de 1958)

Menos de dois meses nos separam do pleito de 3 de outubro, quando os marilienses deverão comparecer às urnas, visando eleger seus governadores e deputados estaduais e federais. Convém sempre estar bem lembrado, de que existe necessidade irretorquível em que todos os eleitores locais se atenham ao pensamento único de que Marília deve eleger, desta vez, seus legítimos representantes. Convém não esquecer de que é um dever moral o consignar-se os votos aos marilienses legítimos e, não, aos candidatos alienígenas, especialmente aquêles que para Marília e seu povo só apresentaram promessas e discurseiras inúteis. Está a cidade credenciada a ser bem advogada nos parlamentares – estadual e federal. Nomes capazes, honrados, de pessoas trabalhadoras, fazem parte do ról (meio grandinho, diga-se de passagem), dos marilienses óra disputando o páreo eleitoral referido. Urge a centralização de votos em torno dos nomes conhecidos, para que consigamos, désta vez, tirar da orfandade parlamentar e políti

Propaganda política (9 de agosto de 1958)

Qual medicação granulada, que, dentro do cópo ao qual se lhe deita água e começa a efervescer, assim está a campanha eleitoral de nossos dias. Começa a cidade a ser invadida por cartazes e pixamentos. Nomes que jamais vimos em nossa vida, estão agora conhecidos como verdadeiros homens amigos do interior, inteiramente devotados ao bem estar público. Verdade é que cada qual tem o direito de fazer propaganda como bem entende, pois para isso vivemos num clima euforicamente tachado de democracia. E acontece que nem todos os que assim pensam, pensam direito ou agem direito. Os postes, muros, diversos outros locais, principiam já a apresentar aquele aspecto característicamente lastimáveis de emporcalhamento, com letreiros, cartazes e fotografias. E o que menos vemos nesse particular, guardadas as devidas proporções, é a propaganda dos candidatos locais. Os alienígenas, mercê de gente de Marília à soldo em espécie ou traduzido em promessas de empregos, estão invadindo tudo. Néssa invasão e cor

“Sete Dedos”, o Evangelizador (8 de agosto de 1958)

A notícia tem o seu sabor extraordinário. Benedito de Lima César, o famoso delinquente “Sete Dedos”, que por muito tempo ocupou os noticiários dos jornais pelas suas espetaculares fugas de diversos presídios do Brasil, óra recolhido à Casa de Correção de Belo Horizonte, confessou-se regenerado e disposto a ingressar no caminho do bem. Vários processos de seus fenomenais crimes ainda estão em andamento. “Sete Dedos” tornou-se temível pelas incríveis fugas e pelo expediente utilizado para levar a cabo diversas evasões, tendo deixado a polícia completamente boquiaberta. Agora, Benedito de Lima César, apegado à leitura da Bíblia, sentiu melhor o problema do espírito e decidiu-se, conforme confessou, a ingressar na vida normal da verdade, do trabalho e de honestidade. Tanto, que, do próprio cárcere, dirigiu veemente apêlo e consêlho ao não menos famoso “Promessinha”, para que abandone a vida marginal, para que se entregue à Justiça expiando os crimes e retorne depois para o caminho do bem!

Um casamento curioso (7 de agosto de 1958)

Não existiu nada de mais, mas tornou-se curioso um casamento realizado ha dias na Matriz de Sto. Antonio, em Guaratinguetá. Curioso e inédito. Maria Gianne, solteira, 80 anos, a noiva. Geraldo Lourenço, solteiro, 42 anos, o noivo. Ela, empregada doméstica. Ele, sapateiro. Na hora do “conjugo vobis”, a igreja se encontrava literalmente tomada por curiosos, justificando-se a curiosidade pelo ineditismo do fato. O rapaz quiz um casamento simples; sem muitas despesas e sem muitos alardes. A mulher, como uma boa representante do sexo feminino, exigiu mais: quiz a cerimônia completa – véu, vestido de noiva, grinalda, lírios, flores de laranjeira, órgão, “marcha nupcial” e arroz crú. Depois, “lua de mél” em lugar desconhecido. Quando o padre eficiente da cerimônia perguntou a idade de Maria, ele titubeou um pouco e declarou “30”; depois voltou atraz e declinou a verdade: 80! A reportagem foi feita por um jornal da Capital, com algumas “pitadas” de curiosidade, o que realmente se torna plausív

Ainda os Contra-senso (6 de agosto de 1958)

Temos em nós, que o estrangeiro observador, vivendo no Brasil, embora não o diga, há de sentir uma certa espécie e indisfarçável incompreensão, ante muita coisa que ocorre entre nós, principalmente nesta época de pré eleições. Sabem todos que se fala muito mal da política em nosso país. Não que a política em si seja nociva, mas como tão tradicionalmente vem sendo deturpada e mal empregada, justifica perfeitamente o pejorativismo que em tôrno da mesma gravita. Por outro lado, os bons políticos de nosso país (tão poucos, infelizmente), tem suas ações apagadas pela maioria dos politiqueiros profissionais e contumazes. Óra, falando-se tão desairosamente da política e dos políticos, é forçosamente passível de estranhesa, o fato de aumentar seguida e gradativamente o cordão dos candidatos a postos eletivos no Brasil. Nomes apagados, personalidades que nem sempre inspiram confiança moral em virtude de gestos ou ações pretéritas, semi-analfabetos, leigos em legislação, etc., etc., incorporam-s

Contra-senso (5 de agosto de 1958)

Ainda está bem vivo no espírito de todo o Brasil, o éco das fantásticas festividades e empavonamento tributado pelos poderes públicos oficiais e pelo povo brasileiro, aos campeões mundiais de futebol. Já frizamos e repetimos que jamais fomos contra as homenagens, porque nós também as achamos dignas e merecidas. Nos insurgimos, isto sim, contra os excessos que a respeito se praticaram, maxime em comparação a muitos descasos corroborados e especialmente no que tange à alguns milhares de “pracinhas” da FEB, ainda desempregados, desajustados e doentes. Vivemos num clima irretorquível de contra-sensos e ninguém poderá nega-lo. Ou se faz absurdos, ou se procede injustiças. Não existe, regra geral, meio têrmo. Levou-nos a tecer este comentário, fato recente ocorrido no Brasil; mais precisamente, em São Paulo. A própria imprensa, mesmo a especializada em esporte, deixou de dar o fato que iremos referir, o devido registro. Nenhum paredro esportivo, nenhum representante das muitas federações des

Será verdade? (2 de agosto de 1958)

Tipo de notícia besta. Mas foi divulgada por diversos órgãos da imprensa paulistana e carioca. Mais ou menos, isto: Pecuaristas mineiros e capixabas, utilizaram em seus rebanhos destinados ao córte, para fins de engorda, hormônios femininos. O fato, em si, causou espanto natural. Acontece, que, após tal processo, principiaram a circular rumores de que a carne dos bovinos tratados com hormônios femininos, vinha apresentando influências biológicas que estavam redundando em fenômenos estranhos, prejudicando em sentido direto o sexo masculino. Isto é, comentam as notícias, que muitos homens, após ingerir a carne de vaga nessas condições, principiaram a perder pêlos do rosto e falar em todo de falsete. Diversos médicos das cidades de Mantena e Colatina foram procurados por homens nessas condições, verdadeiramente alarmados. Alguns facultativos alertaram o público, acêrca do perigo do uso de hormônios femininos para a engorda de gado. Supõem-se que êsse simples alerta tenha causado a confusã

Depois da “Moda Saco”, a “Linha K” (1 de agosto de 1958)

Já ricocheataram em São Paulo, os efeitos da primeira apresentação o novo tipo de vestido feminino, recente levada a efeito em Paris. Trata-se da “Linha K”, que, segundo opinião dos costureiros parisienses e dos “entendidos” entre nós, irá alcançar pleno sucesso. O costureiro paulistano Pepe Pastor esclarece que a citada “Linha K” foi inspirada nos movimentos do Segundo Império, de Napoleão e Josefina. Alguns modêlos apresentam os decotes exageradamente baixos e outros as saias tão curtas que nem chegam aos joelhos! Vai ser mesmo uma “gracinha”! Veja o que a respeito declarou à imprensa o costureiro referido: “Jean Patou, ao trocar seu antigo modelista Júlio Laffite pelo atual Roland Karl, vai substituir a característica de elegância própria da escola “Robert Piguet” pela estrutura mais exagerada, mais espetacular do desejo do comércio. Trata-se de explorar, antes de tudo, a beleza do corpo feminino, até o extremo que ela deve ser cortada pela técnica do soutien Gorje, que modela compl