Vote bem, votando em gente nossa (29 de agosto de 1958)

Estamos há um mês e (cinco) dias do pleito de 3 de outubro.

Será chegado o momento do eleitor mariliense comparecer às urnas, para eleger, conscientemente, seu Governador, Vice-Governador, deputados federal e estadual, senador e suplente de senador da República.

Os leitores sabem da luta que vimos realizando há mais de uma década, objetivando a eleição de legítimos representantes de Marília. Essa luta nada tem a ver com o jornal, porque como órgão de imprensa, nossa Folha acolhe em suas colunas a propaganda e o pensamento de todo e qualquer candidato e igualmente noticia com imparcialidade própria dos órgãos democráticos e que não se vendem ou não pertencem a facções políticas, tudo o que a respeito de política acontecer, focalizando nomes indistintamente.

Essa campanha, neste órgão, é da responsabilidade integral do autor destas linhas. Por ela o mesmo responde, em qualquer circunstância ou situação.

Mas, como dizíamos, estamos há um mês e (cinco) do pleito eleitoral. Necessário é que todos nós, marilienses de fato e não falsos marilienses, nos compenetremos do vulto dessa responsabilidade, ao procedermos a escolha daquêles que irão representar-nos no Govêrno e nos parlamentos. Principalmente nos parlamentos, que mais diretamente vem a coadunar-se com nossa contenda, que diz respeito aos interêsses de nossa cidade e de nossa gente.

Exemplos do passado não faltam. Nossa cidade ficou abandonada, esquecida, perdeu incontáveis oportunidades de reivindicar benefícios e direitos, porque, com exceção do saudoso Bento de Abreu Sampaio Vidal, jamais contou na Assembléia com um representante legítimo, real, nosso mesmo.

Alguns deputados já procuraram beneficiar Marília. Alguns a beneficiaram, como, por exemplo, com a criação da Faculdade de Filosofia. Entretanto, outros inúmeros projetos de lei de interêsse de Marília, foram apresentados de afogadilho, às vésperas das eleições, com o fito indiscutível e indisfarçável da angariação de votos dos marilienses.

Óra, se já temos êsses exemplos, se já “apanhamos” por desleixo de nós próprios, justo é que procuremos aprender após os erros do passado e reencetemos agora, enquanto é tempo, a caminhada direita, correta, para alcançarmos o fim colimado. Se jamais experimentamos ter um deputado nosso, legitimamente nosso, façamos uma experiência: provemos agora a oportunidade de elegermos gente de nossa terra, para ver se a situação muda, para saber se as coisas melhoram para nossa cidade e nossa gente.

Por isso, repetimos o já muitas vezes repisado: O eleitor consciente de Marília tem dever moral de votar em gente de nossa terra. Tem obrigação para consigo próprio, para com sua família, de votar em candidatos de Marília.

E, o que é mais feliz, tem o ensejo de escolher entre nomes honestos, bons, capazes. O mariliense que deixar de votar em gente de nossa terra para votar em aventureiros e “caçadores de votos” será ingrato, desleal, inimigo de Marília e seu povo.

Aniz Badra e Álvaro Simões são os candidatos de Marília à deputação federal.

Fernando Mauro, Guimarães Toni e Shiguetoshi Nakagawa são igualmente, candidatos de nossa cidade à deputado estadual.

Êsses cinco nomes são os candidatos de Marília. Dentre êles, o eleitor deverá escolher, como amigo de nossa cidade, como amigo de nosso povo. Quem deixar de voltar nesses homens que são nossos amigos (e) que conosco convivem, que aqui têm as suas famílias e as suas obrigações de sobrevivência, não será um bom mariliense, não será, comprovadamente, um amigo de Marília.

Por outro lado, os verdadeiros marilienses, aquêles que aqui vivem, aquêles que aqui ganham o suficiente para sustentar suas famílias, aquêles que estão integrados ao organismo de nossa vida e de nossa cidade, devem combater, a atitude desbriada de falsos marilienses, que, relegando a segundo plano o nome de nossa cidade e de nosso povo, estão trabalhando para candidatos de fóra.

A União Eleitoral Mariliense está “de olho” nos falsos marilienses, aquêles que estão realizado campanhas para gente de fóra em nossa cidade. Conversamos com um diretor da UEM e êste nos asseverou que a União fará, democraticamente, uma campanha pública, “dando nome aos bois” e denunciando as pessoas que estão trabalhando à soldo de candidatos de fóra.

Marilienses, forme(m) vocês também no batalhão dos amigos de Marília. Vote exclusivamente em gente de nossa cidade, para deputados estadual e federal. Você estará agindo certo, estará prestigiando nossa campanha e nossa gente, nossa cidade e nosso povo, enfim. Você estará cumprindo, antes de mais nada, o dever patriótico de bom mariliense, Sim, porque o mau mariliense vai votar em candidato de fóra. Vai votar em troca de alguns cruzeiros, de algum favor ou de alguma promessa de emprego!

Extraído do Correio de Marília de 29 de agosto de 1958

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