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Mostrando postagens de setembro, 2010

Medida desaconselhável (30 de setembro de 1958)

Há dias, pela União Paulista de Servidores Públicos Federais, Estaduais e Municipais, foi encaminhada ao sr. Governador do Estado, uma representação, solicitando estudos e providencias do Executivo bandeirante, no sentido de modificar o horário dos funcionários estaduais para 5 dias da semana. Em tal memorial, poderá o citado organismo que a chamada “semana inglesa” já foi realizada com êxito na municipalidade de São Paulo, em estabelecimentos militares e em grande número de indústrias. Justificou a medida como de economia para os cofres públicos, com a diminuição de despesas decorrentes do consumo de energia elétrica, limpeza e material, etc.. Adianta ainda que disso resultariam benefícios para o próprio público, uma vez que o expediente normal seria dilatado e não venceriam aos sábados os prazos para pagamentos e outros fins fiscais. A medida é desaconselhável, por dois pontos distintos: primeiro, pelo privilégio que proporcionará a uma classe, que irá trabalhar apenas cinco dias por

Prudência e serenidade (27 de setembro de 1958)

É natural do próprio homem as mutações momentâneas. As circunstancias transformam homens e grupos, estando a própria História cheia de exemplos: Nero, Ulysses, Mussolini e mesmo Perón e Getúlio, são a prova disso. Segunda-feira passada, por ocasião de um comício político na cidade, vimos divergência de idéias de dois grupos. Divergências éssas perfeitamente normais, mercê da democrática atmosfera em que vivemos, que faculta a quem-quer-que seja, pensar livremente e livremente agir, desde que, dentro dos preceitos assegurados pela própria Carta Magna de nossa República. E disso tivemos a corroboração, quando a própria polícia, que estava executando os trabalhos de prevenção pública, sob a direção pessoal do delegado Severino Duarte, isolando as duas correntes, permitiu e garantiu a livre manifestação de ambas, numa demonstração irretorquível da preservação dos postulados emanados pelo nosso regime atual. Não nos compéte a análise das condições verificadas na oportunidade. Igualmente não

Tracoma, terrível mal (26 de setembro de 1958)

Fato é que nos dias de hoje, o indice dos tracomosos em nosso país baixou tal termômetro introduzido numa sorveteira. O terrível mal, que tantas vitimas fez no passado em nosso país e que é o responsável direto por tantos e tantos casos de cegueira entre nosso povo, hoje está reduzido a cifra verdadeiramente pequena. Contribuíram, para a diminuição dêsse mal, por um lado a própria ciência médica que avançou de maneira extraordinária durante as últimas décadas; de outro, a mais acentuada educação de eugenia geral nesse sentido; de outro, ainda, os interêsses dos próprios Govêrnos, que, pelo menos nesse particular, se nunca estiveram perfeitamente completos, pelo menos se mostraram bastante próximos da solvição cabal da necessidade colimada. Como dizíamos, hoje em dia, não se verifica o grassamento do mal do tracoma em condições alarmantes. Mas existe ainda a remanescência da infecção e seus ataques em diversos setores, principalmente na zona rural. Mesmo assim, a Secretaria de Saúde do

A “verve” popular (25 de setembro de 1958)

O nacional, via de regra, é prestigioso em idealizar “tiradas”, aproveitando sempre motivos circunstanciais. Vê sempre uma “deixa” para inventar uma boa piada, sôbre assunto variado, focalizando seguida e rapidamente, os acontecimentos ou pessoas de projeção ou destaque. Parece ser um dom natural. Se alguém se desse ao capricho e trabalho de coletanear as “piadas” espontânea (s) e tão ricas em humorismo natural, propicias e oportunas em face das lides focalizadas, editaria um livro incrivelmente gostoso de ser folheado. Vimos as grandes “piadas” referentes a João Alberto, Getúlio, Góes Monteiro, Dutra, Adhemar, Jânio e muitas outras personalidades, salpicadas de gostoso “sense of houmor” e polvilhadas com uma boa “pimenta” nacional, tão habilmente difundida nas ocasiões respectivas, vimos o extraordinário e verdadeiramente recordista “estoque” de finíssimas “tiradas”, surgidas recentemente, quando da visita oficial ao Brasil, do então Presidente de Portugal, general Craveiro Lopes. O

Uma realidade (24 de setembro de 1958)

Como observadores, estivemos acompanhando o desenrolar do comício de segunda-feira última, quando falou ao público local o líder vermelho sr. Luiz Carlos Prestes. Igualmente estivemos acompanhando as manifestações pró e contra exteriorizadas na ocasião. Chamou-nos a atenção, de maneira especial, o fato de que enquanto o sr. Carlos Prestes “descia a lenha” em nossa polícia, essa mesma polícia (que) lhe garantia a palavra e mantinha a ordem pública, isolando, inclusive, os manifestantes contrário à sua doutrina política, assegurando-lhe o direito de se manifestar livremente, dizendo o que bem entendesse, censurando poderes constituídos e alardeando as suas idéias exóticas. O comício referido movimentou todos os elementos disponíveis de nossa polícia, compreendida entre investigadores, Guarda Civil e Força Pública, incluindo-se pelotões de choque desta, que promoveram um cordão de isolamento, impedindo que os dois blocos pudessem encontrar-se e disso resultar, devido ao espírito alterado

O grande tribuno (23 de setembro de 1958)

Por dever de oficio, temos acompanhado e assistido a realização de todos os comícios políticos realizados em nossa cidade, desde a época de redemocratização do país, ou seja, desde 1.945. Em consequência, temos ouvido, como simples observadores, discursos dos mais variados e proferidos por oradores inúmeros, desde os mais medíocres até os mais dotilóquios. Sábado último, por ocasião da realização do comício em pról da candidatura do padre Calazans, ficamos verdadeiramente encantados a oratória simplesmente maravilhosa do grande tribuno que demonstrou ser o padre Godinho, da Ordem dos Jesuítas. O que mais nos impressionou na alocução desse sacerdote, foi aquilo que se chama “linha parlamentar”. Oração que traduziu, antes de tudo, a personalidade de quem a proferiu, num ambiente sumamente elevado e uma demonstração de um espírito atinado, sapiente, pleno de filosofia, sociologia e teologia. Discorreu o padre Godinho sôbre a questão política nacional, com uma ombridade incrível. Mesmo ten

Explicação que nada explica (20 de setembro de 1958)

Não é segredo para ninguém e muito menos para o observador comum, que as cidades de nosso Estado, onde a Emprêsa Teatral Pedutti goza do privilégio do monopólio cinematográfico, são as mais desservidas do Brasil nêsse sentido. Nós mesmos, desta coluna, temos procurado chamar as atenções do sr. Pedutti sôbre o fato, pois o que estamos seguidamente vendo em Marília nesse campo, chega a ser mesmo uma calamidade. Igualmente, outras pessoas têm apresentado reclamações em penca ao responsável por êsse estado de coisas, incriminando o descaso para com o público pagante, principalmente no que diz respeito ao selecionamento das películas e aos filmes “abacaxis”, cortados e velhos. Em face disso, distribuiu a Empresa Pedutti, em formato de panfleto, uma “Explicação Necessária”. Eis alguns tópicos: “Sendo como é, simplesmente exibidora e não produtora, não cabe a ela a responsabilidade da má ou boa qualidade dos filmes. “Diria então alguém “Cabe aos exibidores, selecioná-los”; mas é preciso lembr

Resposta a uma leitora (19 de setembro de 1958)

Não é do nosso feitio o responder cartas que nos chegam às mãos, sem a devida assinatura e competente identificação. Entretanto, vamos responder a missiva que nos foi endereçada e simplesmente assinada por “Leitora”. Abrimos a excessão, em vista do assunto focalizado no conteúdo da correspondência referida, qual seja, a necessidade de elegermos candidatos de Marília no próximo pleito de 3 de outubro (de 1958) , bandeira éssa que de há muito empunhamos. Vamos por etapas, cara leitora. Sua cartinha, apesar de muito bem escrita (embora mal datilografada), é uma incoerência. Você advogada o direito de votarmos em candidatos de fóra, dizendo, lógo a seguir que “à nossa frente se depara o mesmo abismo que, um dia, caímos nele, ao termos levado à Assembléia êsses fulanos que lá se encontram”! Quer dizer, você preconiza a escolha de nomes alienígenas, quando você mesma confessa a inutilidade desses nomes! Por outro lado, vê-se perfeitamente que você é mesmo leiga em questões política, ao pergu

Círculo Cívico de Conferências (18 de setembro de 1958)

Existe em Marília uma lacuna que poderá com facilidade ser superada. É a questão da ausência de um organismo especifico, destinado a promover conferências cívicas periódicas, de caráter público. Verdade é que instituições diversas contamos na cidade, que, vez por outra, desincumbem tais mistéres, como, por exemplo, a União dos Treze, a Sociedade Luso-Brasileira, o Centro Acadêmico “Roberto Simonsen” e outras. Entretanto, são tão espaçadas as palestras ali desenvolvidas, que a gente de Marília vive quase constantemente privada de ouvir bons oradores e boas palestras cívicas. Já é tempo de Marília ser dotada de um empreendimento dêsse porte, como, por exemplo, um Círculo Cívico de Conferências, organizado e dirigido pelos valores intelectuais de nossa “urbe”. Um C. C. C. que promova palestras sôbre assuntos e temas variados, de interêsse geral de fundo patriótico, onde se ressalte, de preferência o sentido de brasilidade. Um organismo independente e afastado, não só no rótulo, mas em tôd

Um comício “sui generis” (17 de setembro de 1958)

Como sabem todos, nunca condenamos ou aplaudimos os comícios políticos que se realizaram ou se realizam na cidade. São concentrações públicas perfeitamente legais, previstas pela própria Constituição e amparadas também pela Lei Eleitoral. De nossa parte, temos nos cingido ao noticiário puro e simples, conforme impõe nossa missão de repórteres absolutamente neutros. Entretanto, hoje, neste comentário, vamos sugerir a realização de um comício político em Marília. Um comício inédito, “sui generis”. Um comício do qual participem, exclusivamente, os cinco candidatos de nossa cidade, óra disputantes de cargos eletivos no pleito de 3 do próximo mês. Formulamos aos srs. Aniz Badra, Álvaro Simões, Fernando Mauro, Guimarães Toni e Shiguetoshi Nakagawa, o apêlo de que todos os cinco, como bons marilienses, se reúnam em praça pública, para falar um por um, ao povo de nossa cidade e da região. Que nesse “meeting”, sejam desprezados os interesses de legendas e não sejam abordadas as eleições no terr

Jubileu de Prata da Comarca (16 de setembro de 1958)

A data de hoje marca o transcurso do jubileu de prata da instalação da comarca de Marília. Criada nossa comarca pelo decreto-lei estadual n. 5956, de 1933, iniciou as suas atividades e foi oficialmente instalada no dia 16 de setembro daquele mesmo ano. A criação da comarca de Marília, mesmo no longínquo ano de 1933, quando o município mal completara seu 5º ano de existência, foi uma imposição do próprio dinamismo da cidade, de sua evolução pujante e verdadeiramente revolucionárias. O primeiro juiz de direito da Comarca de Marília foi o Dr. Fernando Augusto Nogueira Cavalcanti e ao áto da instalação da comarca estiveram presentes personalidades expressivas da cidade e da região, dentre as quais S. Excia. Revdma., D. Ático, Bispo de Cafelândia, magistrado, representante do então Interventor Federal de São Paulo, etc. Na data de hoje, a família forense de Marília, sob os auspícios da Sub-Secção local da Ordem dos Advogados do Brasil, renderá expressivo tributo ao transcurso déssa grata ef

Candidatos de Marília (13 de setembro de 1958)

Indiscutivelmente, terá Marília désta vez, uma de suas maiores oportunidades em ver-se representada na Assembléia Legislativa do Estado e na Câmara Federal, alegendo um ou mais de seus candidatos. Isso, em que pése a interferência dos candidatos de fóra, que aquí procuram fazer ninho, intitulando-se também donos do terreiro. Sabido é que todos possuem direitos iguais e tais direitos jamais foram negados a quem-quer-que seja que por aquí aporta, arrotando qualidades imagináveis e que são passiveis, na maioria das vezes, de apresentarem dúvidas. O que maior espécie causa nesse particular, são os empenhos de alguns marilienses, em pról de candidatos de fóra, relegando injustamente os méritos e as pessoas da gente de casa. Prova irrefutável de trabalho por dinheiro ou em tróca de promessas de empregos, pois incompreensível e que gente que aquí vive e aquí está radicada, aquí possue suas ocupações e seus famílias, prefira empenhar-se em favor de candidatos forasteiros, preterindo, diretamen

Presidente Gronchi, “auguri”! (11 de setembro de 1958)

Hospeda o Brasil um estadista italiano dos mais consagrados do momento, o maior magistrado da Itália: o Presidente Giovanni Gronchi. A exemplo das manifestações de apreço tributadas ao ex-presidente da Portugal, general Francisco Higino Craveiro Lopes, vem o público brasileiro manifestando calorosas simpatias e distinguido e carinhoso respeito ao Chefe da Nação peninsular. A exemplo ainda, dos vínculos de fraternidade e gratidão que unem os brasileiros aos portugueses, estamos igualmente ligados ao grande e laborioso povo italiano, cuja imigração para o Brasil principiou em 1.888, já no prenúncio de nossa República. Daquela época até hoje, nos 70 anos transcorridos, mais de um milhão de italianos aqui aportaram e do Brasil fizeram a sua segunda Pátria. A terra de Dante, Miguel Ângelo e Petrarca, prodigiosa em gente laboriosa, culta e artística, mandou para cá muitos de seus filhos, os quais, aliando sua vontade a outros povos e aos nacionais, influenciaram sobremodo no desenvolvimento

Nossa Biblioteca Pública (10 de setembro de 1958)

A Biblioteca Pública “Tomaz Antônio Gonzaga” de nossa cidade, é sem dúvida um dos grandes marcos de nosso dinamismo. Sabido é que o grau de adiantamento dos povos mede-se com o metro do saber, saber haurido nos bancos escolares e perpetuado depois através de boas obras, de leituras especificas, de tratados diversos e especializados. O saber também se adquire ou se aperfeiçoa por intermédio de leituras outras, das mais diversas e poliformes, que promovem a elasticidade da mente, predispõem curiosidade e conhecimentos variados, úteis sôbre todos os prismas, necessários sempre à própria vida, em uma ou outra circunstancia. Nêsse particular, Marília está bem servida, embora no fichário da Biblioteca Pública ainda seja constatada a falta de muitos livros úteis e necessários à consultas, estudos ou mesmo recreação. Mas não há negar que a citada Casa apresenta muita coisa completa, principalmente em relação à outras congêneres, espalhadas em inúmeras outras cidades interioranas. Recordamos qu

Candidatos de Marília (9 de setembro de 1958)

Pessoas de compreensão paupérrima, poderão interpretar a campanha que desenvolvemos, em pról da eleição de candidatos de Marília, como absurda ou pretensiosa. Se o caso for analisado com isenção de ânimos, com frieza e imparcialidade, ver-se-á que tal não sucede. Marília, apesar de canalizar para os cofres públicos federais e estaduais, somas anuais apreciáveis, que representam peso-ouro na balança econômica do Estado e da União, pouco tem recebido dos govêrnos. Exceção honesta seja feita ao atual governador, que muito tem realizado por nossa cidade, como igualmente voltado tem as suas vistas e atenções para as comunas interioranas em geral. Acontece (,) entretanto, que, pela importância geral de Marília, apesar de seus 30 anos de existência, muita coisa tem deixado de acontecer e muitas reivindicações de direito foram olvidadas ou proteladas, algumas até relegadas e outras negadas. Atribuímos como fator preponderante dêsse estado de coisas, a orfandade política de nossa cidade no parl

O novo Ginásio do Estado (6 de setembro de 1958)

Como é do conhecimento geral, Marília deverá construir, dentro em breve, o segundo Ginásio Estadual, cujo prédio será erguido mediante um financiamento já contratado com o Instituto de Previdência do Estado de São Paulo. Não tivemos o ensejo de manusear a planta do aludido edifício. Pessoas insuspeitas, no entanto, quem estudou o citado projeto de construção, em conversa conosco, não conseguiu esconder seu desagrado ante uma série de gritantes falhas que apresenta a planta referida, em confronto com as necessidades exigidas pelas finalidades precípuas de seu elevado destino. O prédio, obedecendo (a) um modêlo padrão, não disporá de um salão Nobre condigno; apenas um pátio interno, para reuniões de alunos (que permanecerão de pé certamente). Corredores exígúos, menor número de salas de aulas do que o prédio atual da Praça da Bandeira e o inconveniente da localização pouco estratégica das instalações sanitárias. Dissemos que o edifício será tipo “standard”, adotado para todas as cidades

Uma C. R. para Marília (5 de setembro de 1958)

Pela localização topográfica e densidade demográfica, nossa cidade ostenta lugar privilegiado na parte noroeste do Estado de São Paulo. Aqui existem vários órgãos auxiliares e administrativos oficiais, quer do Estado, quer da União. A 6ª Circunscrição de Recrutamento Militar, sediada em Bauru, tem sôbre a jurisprudência de uma região vastíssima. Tão vasta que seus serviços apresentam, naturalmente, um sobrecarregamento de atividades de contrôle e fiscalização. O desdobramento da 6ª C. R. de Bauru, com a criação de uma Circunscrição de Recrutamento em Marília, traria benefícios inestimáveis aos próprios interesses do Exército e desafogamento da 6ª C. R., uma dependência que, pela sua localização, pela densidade demográfica e pela vastidão da região noroeste-oeste que superintende, encontra-se sobrecarregada de serviços e distanciada de muitas partes do território que lhe compete cobrir. Marília é uma cidade que apesar de nova, com apenas 30 anos de existência, é sede de comarca, é servi

Um exemplo a ser imitado (3 de setembro de 1958)

É comum dizer-se que o repórter tem o nariz tão grande, que vive a mete-lo onde nem sempre é chamado. Acontece que isto é verdade. O repórter, por dever de oficio, possui um espírito incomum de curiosidade e está sempre atento a ouvir e a ver tudo o que se passa em seu derredor, mesmo nas horas desocupadas. E foi isso mesmo que nos aconteceu, num dia destes, num dos populares bares da cidade. Alí estávamos saboreando um cópo de chopp, acomodados num tamborete, quando percebemos que um grupo de quatro pessoas discutia sôbre política e acêrca de candidatos. Quando um disse que iria votar, para deputado estadual num candidato de fóra (que por sinal está fazendo uma “barulheira” infernal em nossa cidade), o outro quasi o “comeu” vivo. Chamou-o à queima roupa de mau mariliense, de inimigo de nossa cidade (ambos são moradores velhos daquí). De nossa parte, limitávamos a ouvir atentos, embora disfarçadamente, o transcorrer da polêmica. Dizia o chamado mau mariliense, que o candidato “X” prome

Atitude elevada (2 de setembro de 1958)

Fomos assistir, como convidados, dois comícios realizados domingo último (31 de agosto de 1958) , pelos candidatos marilienses Guimarães Toni e Álvaro Simões. Os “meetings” referidos desenvolveram-se nos distritos de Amadeu Amaral e Avencas, com grande afluência pública. Pensávamos, de antemão, que iríamos presenciar comícios comuns, baboseiras, conversas fiadas como tantas vezes tem acontecido nas vésperas das eleições. À êsse respeito, tivemos uma grata surpresa: vimos gente de Marília tomando contacto com as populações distritais, falando de igual para igual, desprezando adjetivos pomposos e sinônimos confusionistas; ouvimos a palavra amiga de marilienses, sem ataques, sem censuras a adversários políticos, sem promessas absurdas e impossíveis. Vimos, enfim, a palavra simples e sincera, aquela que professamos e que tanto gostamos de ouvir; a voz tocante e pura, sem verborragia inócua, sem pompas ilusórias, sem ostentação demagógica, sem cantilenas inúteis. Jamais, em nossos escritos,