Tracoma, terrível mal (26 de setembro de 1958)

Fato é que nos dias de hoje, o indice dos tracomosos em nosso país baixou tal termômetro introduzido numa sorveteira. O terrível mal, que tantas vitimas fez no passado em nosso país e que é o responsável direto por tantos e tantos casos de cegueira entre nosso povo, hoje está reduzido a cifra verdadeiramente pequena.

Contribuíram, para a diminuição dêsse mal, por um lado a própria ciência médica que avançou de maneira extraordinária durante as últimas décadas; de outro, a mais acentuada educação de eugenia geral nesse sentido; de outro, ainda, os interêsses dos próprios Govêrnos, que, pelo menos nesse particular, se nunca estiveram perfeitamente completos, pelo menos se mostraram bastante próximos da solvição cabal da necessidade colimada.

Como dizíamos, hoje em dia, não se verifica o grassamento do mal do tracoma em condições alarmantes. Mas existe ainda a remanescência da infecção e seus ataques em diversos setores, principalmente na zona rural. Mesmo assim, a Secretaria de Saúde do Estado, está encarando com meticuloso carinho essa moléstia e propensa a acabar de uma vez com a infecção.

Em Marília temos prova disso. O Dispensário de Higiene Visual de nossa cidade, funcionando anexo ao Centro de Saúde local, está empenhado em prestar socorros e auxílios nesse campo, de maneira ampla e total, a todos os necessitados. Das zonas rural ou urbana, ricos ou pobres.

Tais tratamentos são inteiramente gratuitos e realizados de maneira moderna e comprovada, cujos resultados são afirmativamente positivos. Assim, todos os que tiverem qualquer desconfiança a respeito, poderão e deverão procurar a mensionada repartição oficial. Como se sabe, o tracoma origina-se de uma simples dor d’olhos e assim os que se encontrarem em circunstancias análogas, ou que perceberam esse mal mesmo com aparência de uma coisa corriqueira, deverão imediatamente procurar em Marília, o Dispensário de Higiene Visual, anexo ao Centro de Saúde, na Rua São Leopoldo, para o devido exame gratuito. O tratamento, conforme dissemos, também é gracioso e completo, pois é de interesse da Saúde estadual, extinguir os poucos casos atualmente existentes.

A campanha, em sí, é nobre e deve merecer encômios, principalmente sabendo-se que tal órgão dispõe de recursos e profissionais competentes e dedicados para solucionar esse importantíssimo problema de ordem pública.

Procurem a mencionada repartição, as pessoas que se encontrarem nas condições citadas. Com isso, propiciando meios de estudos e ação aos serviços médicos especializados, garantirão a própria saúde e contribuirão também para a extinção do mal terrível, hoje existente em proporções bastante insignificantes.

Extraído do Correio de Marília de 26 de setembro de 1958

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