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Mostrando postagens de outubro, 2010

Só dando com um gato morto... (31 de outubro de 1958)

Aborda-nos um cidadão ilustre de Marília. Depois dos cumprimentos, alguns “confetis” e palavras diversas, acaba por passar-nos uma “big” descompostura, deixando-nos a matutar sôbre suas palavras algo voluntariosas e pelo modo como defendeu um ponto de vista contrário daquilo que entendemos. Censurou-nos êsse amigo, pelo fato de termos manifestado, em escritos anteriores, nosso ponto de vista de que o atual Presidente da República não está fazendo o govêrno que dêle esperávamos (como esperam milhares outros de brasileiros). Sucede, porém, que discordamos da idéia de nosso leitor e amigo, discordância essa que mais se solidificou, quando solicitamos ao mesmo que nos expuzesse as razões pelas quais classifica o sr. Kubitschek como um bom govêrno. Perguntamos ainda se era a questão “Brasília” que o consagraria e quais as providências de fato e de direito palpável que poderiam ser apontadas como corroboração do dito. Não ficamos convencidos com a argumentação de nosso interlocutor, porque t

Nova “Lei Cadilac”? (29 de outubro de 1958)

A notícia provém do Rio de Janeiro e foi divulgada por agencia noticiosa de idoneidade insuspeita. Por aí, pode-se deduzir que tenha a sua razão de ser. Alguns cafajestes e maus brasileiros (antes de mais nada), cogitam a elaboração de nova e infame “lei cadillac”, objetivando, à custa das condições de deputados federais, exercer uma sangria indelével contra a economia nacional, importando, com ágios ao cambio oficial, automóveis para uso próprio ou para comércio desonesto. Já experimentamos éssa infâmia. Levantou-se a imprensa honesta, livre e independente de todo o país, repudiando a desfaçatez desse gesto. De nossa parte, chegamos a apontar os nomes dos desavergonhados parlamentares que defenderam e votaram o abjeto diploma legal. E a notícia aí está, revoltando os homens de bom senso: deputados da nova “safra” articulam a feitura dessa nova lei, já para o início da próxima legislatura, visando “motorizar-se” por pouco dinheiro e em detrimento flagrante aos interesses do próprio paí

Ainda os preços das coisas (28 de outubro de 1958)

Positivamente, é estarrecedor o clima atualmente vigente no Brasil e que diz respeito à corrida altista de todos os preços de mercadorias, especialmente dos gêneros de primeira necessidade. Problema complexo, é verdade; suas origens são múltiplas, não há negar. Entretanto, o ponto nevrálgico dessa questão, em que pese as confessas boas intenções do Govêrno Federal, está antes de mais nada, ligado diretamente à responsabilidade do Presidente da República. Verdade é que a barragem destinada a sustar essa caótica anomalia, deve ser um trabalho de equipe, mas, nem por isso, imune o Govêrno da União do maior quinhão da responsabilidade nesse campo. Diversas são as origens dêsse estado de coisas, tão deprimente no Brasil, colocando nosso país, num índice verdadeiramente abjeto, em relação às nações do mundo, onde o custo de vida é o mais caro. A falta de uma fiscalização eficiente, maciça, positiva e honesta de órgãos competentes, integrados por gente que não se diga apenas, mas que de fato

Abusos e mais abusos (25 de outubro de 1958)

Não é necessário ser comunista e nem tampouco revoltado, para sentir náuseas de muitas coisas que acontecem à miude por êstes Brasís que Cabral e sua flotilha descobriram por mero acaso. Mesmo os que se julgam e procuram ser ponderados na emissão de conceitos ou apreciação de fatos, chegam a desesperar-se e perder a transmontana, tamanho é o cáos moral e econômico que nos sombreia, prenunciando situações verdadeiramente desesperadoras. De tudo o que é êrro e que existe no país, a política econômica ostenta lugar elevadíssimo. O descontrole é total, o desgovêrno, idem. Mal anunciado e ensaiado o novo nível de salário mínimo e já os preços dos gêneros em geral subiram pirotécnicamente e sem encontrar barreiras de espécie alguma. Imaginem os leitores o que não sucederá na ocasião em que, de fato, tal processo chegar a vigorar oficialmente. No Brasil, desgraçadamente, cada qual faz o que quer, porque aquí os ladrões grandes agem impunemente e cadeira só se faz mesmo para os pequenos larápi

Abusos e mais abusos (25 de outubro de 1958)

Não é necessário ser comunista e nem tampouco revoltado, para sentir náuseas de muitas coisas que acontecem à miude por êstes Brasís que Cabral e sua flotilha descobriram por mero acaso. Mesmo os que se julgam e procuram ser ponderados na emissão de conceitos ou apreciação de fatos, chegam a desesperar-se e perder a transmontana, tamanho é o cáos moral e econômico que nos sombreia, prenunciando situações verdadeiramente desesperadoras. De tudo o que é êrro e que existe no país, a política econômica ostenta lugar elevadíssimo. O descontrole é total, o desgovêrno, idem. Mal anunciado e ensaiado o novo nível de salário mínimo e já os preços dos gêneros em geral subiram pirotécnicamente e sem encontrar barreiras de espécie alguma. Imaginem os leitores o que não sucederá na ocasião em que, de fato, tal processo chegar a vigorar oficialmente. No Brasil, desgraçadamente, cada qual faz o que quer, porque aquí os ladrões grandes agem impunemente e cadeira só se faz mesmo para os pequenos larápi

Inquestionável necessidade (24 de outubro de 1958)

Marília possui um organismo de indiscutíveis méritos, pela real importância que traduz dentro do progresso hodierno, no que tange ao preparo técnico de pilotagens aéreas. É o Aero Clube local, entidade que ostenta um orgulhoso primeiro lugar no Brasil todo, como a escola dêsse jaez, que jamais interrompeu suas atividades em momento algum. Sabido é que muitos aero clubes paralisaram suas atividades vez por outra, em decorrência de uma série de fatores e dificuldades normais algumas, imprevistas outras. O Aero Clube local é detentor ainda de outra condição que representa um autêntico recorde: a escola dêsse gênero que maior índice de aproveitamento apresenta hoje em todo o país. Por aí, verificarão os leitores, a importância do Aero Clube local, seu significado dentro do panorama preparatório de novos pilotos brasileiros, pilotos êsses que poderão, em eventual beligerância, dignificar os céus do Brasil ou do exterior, como combatentes. Apresenta uma lacuna tremenda, entretanto, o Aero Cl

Satisfação de ambas as partes (23 de outubro de 1958)

Com respeito às eleições passadas, existem em Marília dois grupos distintos de marilienses. A fora os neutros, os frios, cujo número é ínfimo, duas facções são distintas entre nós, a dos que foram francamente pró eleição de gente da cidade e dos que “suaram a camisa” e ganharam dinheiro (ou promessas de emprego) ao trabalharem para gente de fóra. Ambos os grupos estarão satisfeitos agora, com tôda a certeza. Apesar de não totalmente, as duas correntes encontram-se contentes, embora uma delas esteja desfrutando aquela sensação alegre do dever cumprido e a outra, usufruindo uma felicidade falsa, com alguns pesos de quilos na consciência. Nós nos encontramos classificados na primeira condição. Bairristas que somos, amantes intransigentes de Marília, sua gente, seus problemas e suas causas, desfrutamos agora aquela atmosfera de felicidade bem intencionada, aquela impressão consciente de termos empregado nossos esforços cívicos em pról de nossa cidade. Elegemos um deputado estadual, quando

Alegria de pobre... (22 de outubro de 1958)

Alegria de póbre dura pouco. É o antigo brocardo que o assevera. Assim estamos nós. Conseguimos nos ausentar uns dias de Marília, e, consequentemente, dêste jornal. Fantasiamo-nos de “turista” e rumamos lá para Serra Negra, com o fito exclusivo de descansar uma semana das lides cotidianas que nos integram, por contingências necessárias, às atribuições da vida mariliense. Tempinho danado p’ra correr, êsse quando a gente está na “moleza”! Os dias passaram tão depressa, que mal nos apercebemos que o lapso programado expirava e que a carteira murchava mais do que folha de abóbra em dia de sol quente! Alegria de póbre dura pouco mesmo. Os dias passaram tão depressa, que nem a gente havia ainda olvidado toda a barulheira das eleições e o dever já reclama nossa presença. Mas, pensando bem, alguns de folga, aproveitados por aqueles que poucas oportunidades tem de dispor dessas vantagens, surtem maiores do que as férias permanentes dos que podem e as desfrutam 365 dias durante o ano. Estivemos

Pio XII (10 de outubro de 1958)

Desapareceu ontem (9/10/1958) o Santo Padre. Faleceu o Papa Pio XII, antigo padre Eugênio Paccelli. O passamento desse extraordinário sacerdote, aos 84 anos de idade abre uma lacuna irreparável no seio da família católica universal e mesmo no campo das mais elevadas intelectualidades hodiernas. Uma vida inteira dedicada a servir a Deus e a Igreja Católica, Apostólica, Romana. Uma existência preocupada com a paz do mundo, a felicidade dos homens, o sossego espiritual da humanidade. Uma existência inteira a pregar a fraternidade entre os homens, o entendimento entre as famílias, o labor e os bons princípios entre os govêrnos. Conhecemos pessoalmente a figura simpática do Santo Padre. Foi em 1943, quando integrávamos a gloriosa Força Expedicionária Brasileira, exército de heróis hoje esquecidos pela ingratidão da própria Pátria. Cerca de uma centena de soldados, compreendidos entre brasileiros, americanos, ingleses, franceses, italianos e marroquinos compuzeram o blóco que foi recebido e

A vontade popular é soberana (8 de outubro de 1958)

Virtualmente, estão eleitos os dirigentes e colaboradores do novo govêrno de São Paulo. O resultado das urnas, embóra não terminado oficialmente, correspondeu aos desejos da maioria e constituiu-se, sem dúvida, em motivo de decepção para os partidários do candidato Adhemar de Barros. Nós que não temos bandeira política e que dentro das observações naturais, em nossa missão na imprensa sempre fomos neutros em nossas análises, poderemos falar de cátedra a respeito dessa autêntica reviravolta de idéias. A vontade popular é soberana e como tal deve ser respeitada. Cumpre agora ao povo em geral, quer os que esperavam a vitória do atual prefeito de São Paulo, quer os carvalhistas ou mesmo os auristas, o prestigio aos que serão dentro em breve declarados eleitos pelo voto da maioria dos eleitores do nosso Estado. O pleito de sexta-feira passada, acarretou logicamente a preocupação e a certeza de que estamos progredindo no campo da liberdade de escolha de nossos dirigentes. A votação expressiv

Candidatos de Marília (7 de outubro de 1958)

Por dever de ofício, incluímo-nos no ról das pessoas que obtiveram a legal autorização do Juiz Eleitoral local, para transitar pelas imediações das mesas apuradoras de votos do último pleito. Como nós, os que observavam tais trabalhos, devem ter para com a sua realização, palavras elogiosas, tal a produtividade e o despreendimento dos funcionários incumbidos do referido mistér. Igualmente, para com o próprio responsável pela organização, ordem e lisura dos trabalhos, dr. Santana e os demais servidores do Cartório Eleitoral, que foram incansáveis e não despregaram o pé do local, enquanto os trabalhos não chegaram ao seu término. Ao par disso, todos devem ter notado um ponto curioso durante o transcorrer do pleito: a afluência de “paqueiros” de candidatos de fóra, acompanhando ávidos o decorrer da contagem dos votos, marcando sofregamente os sufrágios consignados aos “paraquedistas” que se intitularam, na véspera da eleição, “amigos de Marília”. Por ali vimos quantos marilienses estivera

A V Olimpíada (2 de outubro de 1958)

Não há negar que a realização da última Olimpíada Estudantil de Marília revestiu-se do êxito esperado. Conseguiu despertar de maneira acentuada, no espírito dos jovens estudantes, o interêsse pelo desporto amador, êsse esporte tão bonito e distanciado (graças a Deus), do mercantilismo e das “marmeladas” que tão grandemente campeiam nas rodas do profissionalismo. Ao par da citada realização, o Yara Clube comemorou festivamente, o transcurso do 18º aniversário de sua fundação, marcando u’a e meia dúzia de anos dedicados à difusão do esporte amadorista. Após o “Baile da Vitória” que marcou o encerramento das competições e a eleição e coroação da Rainha da Olimpíada do corrente ano, o Departamento de Esportes do Yara Clube tributou homenagem, representada por um churrasco, a todos os que colaboraram com a realização do aludido certame. O churrasco referido teve lugar na noite da última terça-feira, no “Rancho Marília”, num ambiente dos mais alegres imagináveis. Nossa reportagem, gentilment

Cessou a barulheira (1 de outubro de 1958)

A barulheira oriunda da propaganda eleitoral referente ao pleito que se ferirá depois de amanhã (3 de outubro de 1958) , cessou desde a zero hora de hoje, na forma de preceituação da Lei Eleitoral. Continuará até o dia 3, ainda, a propaganda escrita. A cidade tomou ares diferentes, do azáfama dos últimos tempos. Silenciosa. Voltou à normalidade nesse particular. De todos os discursos ouvidos, das promessas e das demagogias, dos motivos externados com sinceridade, de ataques pessoais, defesas de grupos, insinuações e oratórias desenfreadas, algumas ridículas até pelo teor elevadíssimo da paixão, está agora o eleitor mariliense em condições de recolher-se e meditar conscientemente, formando e firmando seu ponto de vista, para cumprir, daqui já dois dias, o sagrado dever do voto. Repousam os alto-falantes volantes; descansam igualmente as trombetas dos amplificadores instalados nas sedes dos diretórios políticos. Tudo é silêncio nesse particular. Muita gente está dando graças a Deus, pelo