Feliz Natal, leitores! (25 de dezembro de 1958)

Nesta data festiva, em que a humanidade cristã se confraterniza, estendendo-se mutuamente as mãos e entrelaçando amizades, aqui nos encontramos, leitores amigos do “Correio”.

Seguindo o exemplo do Nazareno, de amor a todos, indistinção de homens, com amor a Deus e no próximo, congratulamo-nos com nossos amigos e leitores, pelo evento mais eloquente do mundo cristão.

Natal!

Estancam-se as lutas diuturnas e cotidianas, ao aviso dos sinos que anunciam euforicamente a Grande Data.

A humanidade se confraterniza, num amplexo de compreensão sincera e amor mútuo. Tudo é alegria, porque a efeméride convida a pensar sôbre a grandeza do acontecimento.

O Filho de Deus, que se fez homem para nos salvar, nasceu no dia de hoje. E nos deu o exemplo magnífico de amor aos semelhantes, de resignação, de renúncia.

Na estrebaria de Belém, sôbre um punhado de feno, cercado pelos humildes e santos pais e observado pela pacata vaquinha, o Filho de Deus já se apresentava ao mundo de então e do porvir, como o exemplo máximo da bondade, da humildade, de amor ao próximo e de piedade permanente.

Hoje, ao comemorarmos a passagem do Dia de Natal, grata efeméride que dedicamos à Família e ao respeito mútuo, com a observância dos princípios de amor à própria História Sagrada, curvamo-nos respeitosamente ante a majestosidade dessa excelsa data.

E ao realizarmos essa genuflexão espiritual, procuramos fazê-lo examinando nossa própria consciência, analisando nossos atos frente aos mandamentos e aos exemplos do Filho do Senhor. E ao fazê-lo, indagamos em pensamento: “Será que todos os que habitam esta querida cidade poderão, de sã consciência, postar-se aos pés do Filho de Deus e confessar seus pecados dizendo as suas virtudes?”

O Filho de Deus feito homem, foi o exemplo que deve ser seguido e que muitos não seguem.

Reverenciemos, portanto, a passagem da grande data.

Unamo-nos num congraçamento de fraternidade e amor, como tão bem pregou N. S. Jesús Cristo aos homens da terra, mesmo aos seus algozes. Rememoremos a passagem Golgotiana e olhemos naquele fato a história exemplo de renúncia e resignação.

A fraternidade universal prega-se agora mais do que nunca entre os homens de boa vontade. E nada melhor do que a data de hoje, para que os próprios homens se dispam de malquerenças, de afastamentos banais, a fim de se ligarem ainda mais, pelos laços da fraternidade, galvanizados pelo espírito da solidariedade humana e exemplar.

Que Deus, na Sua infinita bondade e inalienável sabedoria, cujo transcurso do nascimento de seu Filho hoje se comemora, se digne olhar para os pobres e vulgares homens da terra, amparando-os em sua caminhada, orientando-os em suas desmedidas ambições e reprimindo-os em sua voraz fome de grandeza, dando-lhes a iluminação clara e precisa para que o exemplo de Jesús continue a ser perpetuado e imitado.

“Glória a Deus nas alturas e paz na terra entre os homens de boa vontade”.

Leitores do “Correio de Marília”, nesta data festiva e sacrossanta, congratulamo-nos com todos os marilienses, ricos e pobres, pretos e brancos, nacionais ou não; e formulamos a todos, indistintamente, os votos mais sinceros de uma passagem do Dia de Natal feliz, alegre e risonha, sob os auspícios e os beneplácitos da própria paz na terra que tanto preocupou ao próprio Filho de Deus.

Feliz Natal, leitores do “Correio de Marília”!

Extraído do Correio de Marília de 25 de dezembro de 1958

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