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“Ciao”, ano velho! (31 de dezembro de 1959)

“Ciao” mesmo, 1.959. Você foi bom para alguns, que foi ruim para outros, “ao revoir”. As gentes são assim mesmo; costumam enjoar, aborrecer-se logo de tudo. Inda no começo de janeiro último, todos estavam eufóricos, satisfeitos, desejando-se reciprocamente um “Feliz Ano Novo”. Todos estavam satisfeitos com você, 1.959. Agora, todos estão desejando que você acabe de uma vez, para recepcionar da mesma maneira que você foi recepcionado, o Ano Novo. Você morrerá no calendário do presente, lá isso é verdade. Mas imitará o ex-Presidente Getúlio Vargas – passará para a história. Seu nome vai ser lembrado indefinidamente. Você será citado, sempre rememorado. “Em tal dia de 1959, nasceu em tal cidade, o cidadão tal”; “em 1959, faleceu o beltrano”, “em 1959, aconteceu isto, sucedeu aquilo”, nascimentos, casamentos, riquezas, misérias, bons negócios, maus negócios, derrotas do São Bento em sua própria casa, etc., etc., e tal, serão muitos dos motivos que colocarão em evidência seu nome, 1959. Mas

O comércio com a Rússia (23 de dezembro de 1959)

Não, pensem os leitores que iremos analisar nêste artiguete, as vantagens ou não, conveniências ou não, do restabelecimento de relações comerciais com a União Soviética. Absolutamente. Vamos nos referir, apenas e tão sòmente, a Missão Comercial Brasileira que recentemente regressou de Moscou. Pois, é: sabemos agora, pelo noticiário de um órgão da imprensa paulistana, que o custo das despesas da tal comissão (comissão, ou começão?), custou ao Brasil cêrca de quarenta milhões de cruzeiros (quarenta mil contos de réis). Fóra os preços das passagens, que fique bem claro. Os estudos foram longos; análises, démarches, conversações. Não sabemos se entrou no programa a tal de “conversa mole” também, mas deve ter-se feito presente. Ignoramos se os russos se interessaram mais pelo café ou pelo outro produto nacional que é o Pelé (muito conhecido na Rússia, diga-se de passagem). Não fomos informados se dêstes estudos se concretizarão os negócios “café x petróleo”, “café x caviar”, “café x vodka”

Notícias em retalhos (22 de dezembro de 1959)

Notícias de Washington expedidas por um funcionário do organismo federal do espaço, prognosticou que os Estados Unidos promoverão a viagem de ida e volta de um homem à Lua, “dentro de uns 10 anos mais ou menos”. Prognosticou também “uma expedição humana a Marte, na década de 1970”, como parte do Programa Mercúrio. --:-- No último dia 12 (de dezembro de 1959) , realizou o Partido Social Democrático a sua convenção nacional, quando foi escolhido, unanimemente, o nome do marechal Teixeira Lott, como candidato do partido à sucessão do sr. Juscelino Kubitschek. Assistiram o encerramento dos trabalhos da primeira parte da citada convenção, o Ministro da Guerra e o Presidente da República. --:-- Foi normalizado o serviço aéreo em São Paulo, com o acôrdo do reajuste dos salários dos aeroviários, na base de 35% de aumento. --:-- Na cidade de Boqueirão, Ceará, próximo a Fortaleza, três bombas de alto poder explosivo provocaram pânico na cidade. Os petardos destruíram parcialmente uma repartição

O que é que a Câmara pensa? (19 de dezembro de 1959)

Sim, é a pergunta que formulamos, na certeza de que algum senhor vereador mariliense nos responda honestamente: o que é que a Câmara pensa? A indagação vem a propósito da inércia da edilidade, traduzida em não realização de oito sessões consecutivas, inclusive a última sessão periódica do ano, pela primeira vez nos doze anos de funcionamento da edilidade local, após o período de redemocratização do país. Vereador em Marília não é remunerado, mas seus serviços são considerados relevantes e de interêsse público. Ninguém é obrigado a ser candidato a vereador, mas isto acontece e o mesmo é eleito, tem responsabilidades para com o público, da mesma maneira que os que são assalariados. A Câmara Municipal de Marília, nos últimos tempos, apresentou uma inatividade a toda prova. Os edis teimaram, em sua maioria (uma vez que não havendo maioria, não foram realizadas as reuniões), a negligênciar suas obrigações para com o público e isto fizeram. Política? Displicência? Mede de responsabilidade? S

“O Glesvidal” (18 de dezembro de 1959)

Gentilmente recebemos um exemplar do primeiro número de “O Glesvidal”, interessante revista de publicação anual, editada pelo Grêmio Literário e Esportivo “Sampaio Vidal”, do Instituto de Educação de Marília. A remessa nos foi feita pessoalmente, com os cumprimentos dos dirigentes do citado órgão, deferência que agradecemos. Apreciamos, de ponta a ponta, o conteúdo da revista. Gostamos de sua confecção, da variedade de assuntos ali contidos. Vimos claramente, a exteriorização do espírito jovem, dinâmico e empreendedor. Um compêncio agradável de multiformes inserções. Humorismo sadio, bem dosado, salpicando as suas páginas. Artigos bem postos, bem escritos, escolhidos, selecionados. Vimos uma revista estudantil diferente. Diferente e agradável. Do ponto de vista técnico, “O Glesvidal” está completo. Da apreciação jornalística, idem. Duas coisas nos impressionaram na feitura e apresentação do aludido órgão: primeiro, a idéia feliz de seus organizadores, conseguindo colunas em circulação

Notícias em Pílulas (17 de dezembro de 1959)

Os aficionados do futebol profissional em Marília estão ainda com um espinho atravessado na garganta, face à derrota sofrida pelo São Bento domingo último, frente ao Corinthians de Presidente Prudente. Acontece que êles têm razão... --:-- Continua duvidosa a situação política no Paraguai. Continua algo insustentável a posição do ditador Stroessner. Temos, pelo visto, a repetição dos fatos ocorridos na Argentina e em Cuba. Positivamente, êsses latinos gostam mesmo de derrubar govêrnos... --:-- Desatenciosa foi a Câmara Municipal para com a Associação Comercial de Marília, nem sequer dando uma satisfação ao conteúdo de um oficio dirigido por aquela entidade ao Legislativo, solicitando dêste providências com respeito à ornamentação da cidade por ocasião das festas natalinas. --:-- Um leitor dêste jornal, que, pelo visto, dever ser político, nos escreveu uma carta para opinar sôbre a constituição da nova Mesa da Câmara Municipal. Pediu-nos a divulgação. Embora a carta esteja assinada e ide

Morar em S. Paulo... (16 de dezembro de 1959)

Existe gente atarefada em todos os lugares, não há dúvida. E, em Marília, idem. Inclusive nós, que às vezes sentimos dificuldades até em solver certos compromissos, maximé quando os horários dos mesmos coincidem ou se aproximam demasiadamente. Às vezes, êsse borborinho todo, faz com que o cidadão olvide uma coisa a realizar e pode dar-se o caso de que essa coisa tenha um caráter urgente. Hoje em dia, poucas são as pessoas que não vivem submersas nesse mar de atropelos. Dizem que é o sinal dos tempos. Sinal indesejável êsse. Os homens encurtam a vida, hoje em dia, nesse “dinamismo” todo, nessa labuta moderna. Alguns não podem evita-lo mesmo, pois uma série de fatores assim o exige. A contingência da própria vida demanda, em muitas circunstância, êsse desdobramento de atividades. Não raro, o cidadão, principalmente se é chefe de família numerosa, tem que se desdobrar, tem que “se virar” e precisa mesmo arrumar algum “biquinho” extra-salário fixo e mensal. Principalmente nas Capitais. Max

A mudança do “footing” (15 de dezembro de 1959)

Naturalmente, assim como o rio que aos poucos vai se desviando do leito original, o “footing” da cidade está se desviando ou repartindo. De uns tempos para cá, o aglomerado de jovens que sempre realiza o “footing” na Avenida do Fundador, aos domingos à noite, está se repartindo e convergindo em maioria para a Praça Saturnino de Brito. O referido logradouro público, habitualmente já vinha comportando regular afluência de gentes, todas as noites domingueiras, face à presença da Corporação Musical Mariliense e a execução de suas retretas. Pais de família ali comparecem nessas ocasiões, levando seus filhos “para ver a banda”. Êsse movimento, essa afluência pública, agora sofreram aumento considerável. Temos a impressão que o chamarisco principal para justificar a elevação do índice da afluência pública naquele local foi a inauguração da fonte luminosa do novo Paço Municipal. O certo é que a aglomeração pública, especialmente nas ocasiões referidas, é acentuadíssima. E com isso, criou-se um

A ornamentação da cidade (12 de dezembro de 1959)

Êste jornal sempre foi partidário de todas as medidas econômicas municipais e sempre censurou gastos supérfluos, desnecessários, especialmente os facilmente dispensáveis. Todas as providências de compressão de despesas da municipalidade, com motivos plausíveis, tiveram em nossa Folha, uma referência especial, um parágrafo encomioso. Nem por isso, entretanto, deixamos de expender nosso ponto de vista favorável a alguns pequenos gastos de necessidade premente, de carência lógica. É o que entendemos, nessa questão da necessidade de Marília, através de seus poderes constituídos providenciar a ornamentação da cidade, maximé na parte central. No ano passado, passamos pelo dissabor de termos visto a Câmara Municipal aprovar uma verba específica “em cima da hora”, deixando o Prefeito com a “batata quente na mão”. Este ano, pelo visto, sucederá o mesmo. Será lamentável, pois para termos a repetição daquilo que ocorreu em 1958, preferível será nada fazer-se, deixando tão sòmente que os comercian

Fragmentos de notícias (10 de dezembro de 1959)

Até a hora em que rabiscávamos êste compêndio, permanecia no mesmo “ponto morto” a questão do julgamento pela Justiça Comum, do mandato de segurança impetrado pela Associação Prudentina de Esportes Atléticos. E, como isso, nenhuma manifestação oficial da Federação Paulista de Futebol, para sabermos se o São Bento lutará ou não domingo vindouro contra o Corinthians de Prudente, adentrando assim, oficialmente, no Torneio dos Campeões na segunda divisão de profissionais, cujo lugar fôra conquistado por fato e por direito, de maneira até galharda pelo alvi-rubro mariliense. --:-- Findou-se o V Congresso Brasileiro de Municípios, realizado em Recife, Pernambuco. Estão sendo aguardados na cidade, em regresso a êsse conclave, os vereadores dr. José Guimarães Toni, dr. Durval Sproesser, Nasib Cury e o jornalista dr. José Cunha de Oliveira. --:-- Hoje já é dia 10. Até agora, nem a Câmara e nem a Prefeitura, realizaram qualquer providência no sentido de ser ornamentada a cidade, maximé na parte

Ainda as máximas alheias (8 de dezembro de 1959)

Em nosso artigo de sábado, fizemos a transcrição de diversas máximas e pensamentos. Conforme dissemos, são de autoria do jornalista Fuco G. Gómez e foram extraídas do jornal “El Sol”, editado na cidade de Alajuela, Cuba. Prometemos inserir mais alguns dêsses escritos filosóficos para que os nossos leitores possam apreciar as máximas e pensamentos alheios. Vejamos: “A humanidade lucraria muito mais, quando nenhuma malversão contra os poderes públicos ficasse impune. As más manobras e os negócios escusos de todas as classes, deveriam estar previstos nas leis escritas e por estas condenados, sempre e quando o pêso destas se fizesse cair sôbre todos e por igual. A mínima pena estabelecida nas leis, para o caluniador, deveria ser o impedimento perpétuo do individuo, para desempenhar negócios alheios ou para executar quaisquer outros cargos de grande responsabilidade. Tanto para os que percebem soldos ou salários, como os que dispõem de outros meios de vida, devem apresentar o máximo interês

Máximas alheias (5 de dezembro de 1959)

Temos em mãos um exemplar do jornal “El Sol”, editado na cidade de Alajuela, Cuba. Percorrendo as suas notícia, quase tôdas de caráter local e fecundo em comentários e observações políticas, deparamos, na última página, sob o título “Reflexiones”, assinado por Fuco G. Gómez, uma verdadeira obra prima em máximas e pensamentos. Pensamentos de curtos parágrafos e extensas sabedorias, convém frisar. Bonitos, lógicos, filosóficos, bem medidos e bastante objetivos. Ao termos gostado de tal inserção, julgamos que nossos leitores também sentiriam prazer em conhecer êsse rosário de pensamentos magníficos que bem nos impressionou. Ante isso, vamos transcrevê-los, depois de traduzidos, para ciência de nossos leitores. Ei-los: “Os elementos oportunistas de sempre, são os primeiros a dependurarem-se no carro do vencedor, em atribuírem-se a si próprios, os méritos que não possuem e os sacrifícios que não realizaram e a acurarem falsamente os outros, justamente daquilo que mais os podem comprometer.

Ainda as profecias (4 de dezembro de 1959)

Fizemos ontem referências acêrca das profecias do Professor Saturno, profeta pernambucano residente no Recife. Comentamos os onze itens de sua profecia, não só para conhecimento de nossos leitores, como, igualmente, pelos motivos de curiosidade que a mesma encerra. Prometemos comentar as divagações proféticas do Professor Saturno, a nosso modo, em nosso entender. Vejamos, pois, o que dizem os itens da citada profecia, ontem focalizados nesta coluna: a) – Existe lógica na afirmativa de que o sr. Jânio Quadros vencerá as eleições (se for candidato, pois não?). Para o observador neutro, desapaixonado e apolítico, o ex-governador de São Paulo, pela sua excepcional conduta de líder como chefe do mais adiantado Estado da Federação, passou a constituir-se numa grande esperança de “colocar nos eixos” muita coisa errada que existe nestes brasis. b) – Também Jango e Juscelino poderão romper as relações políticas. Aliás, já houve um reconhecimento. Duas razoes poderão implicar nisso: O PSD negar

Profecias (3 de dezembro de 1959)

Um profeta pernambucano, conhecido como Professor Saturno, vem de divulgar uma série de profecias sôbre o Brasil e os brasileiros. Não somos muito dados à crendice dessas coisas, mas como o assunto poderá interessar a muita gente e como faz “revelações” extraordinárias, será por nós focalizado. O citado profeta alardeou que em matéria de previsões políticas sempre acertou em suas profecias, invocou mesmo o testemunho da própria imprensa pernambucana. Afiançou, segundo a notícia, ter previsto com antecipação o suicídio do Presidente Getúlio Vargas, a queda do ditador Juan Domingos Peron e a morte de Eva Peron. Os assuntos que podem interessar aos brasileiros, com relação à política nacional, profetizados pelo Professor Saturno, são estes: a) – O sr. Jânio Quadros vencerá as eleições presidenciais. b) – Jango e Juscelino romperão as relações políticas. c) – Carlos Lacerda morrerá em abril próximo. d) – A derrota do Marechal Lott nas eleições vindouras será “fragorosa”. e) – Jânio não che

Notícias em estilhaços (2 de dezembro de 1959)

Aproximamo-nos do Natal, a data magna da Cristandade. Data que trará, como nos anos anteriores, um misto de contrastes. Para algumas famílias, alegrias, mesas fartas, felicidade. Para outras, dificuldades, miséria, doenças e constrangimento pelas contingências tão díspares dêsse ser desvairado que se chama Destino, que aplica golpes impiedosamente nos homens. --:-- O São Bento, provado está, constituiu-se no “bode expiatório” da Federação Paulista de Futebol. Quem não tem nada a ver com o “caso Prudentina” está sendo a maior vítima. Está expiando pecados alheios, servindo de “tábua de bater roupa”, “bancando o holandês”. --:-- Variadíssima e insuportável vem se manifestando a temperatura em Marília nos tempos. De um momento para outro, os barômetros apresentam mutações quasi incríveis. Faz frio num instante para fazer calor infernal lógo depois. Chove de repente e de repente deixa de chover. Porisso, certamente porisso, que muita gente e especialmente crianças, andam por aí com a saúde

COFAP Futebol Clube (1 de dezembro de 1959)

Órgão desvirtuado por excelência desde a sua origem, essa tal de Comissão Federal de Abastecimento e Preços, vulgarmente apelidado de COFAP. Enquadra-se perfeitamente na letra do folclore popular de que “pau que nasce tôrto, não tem jeito, morre tôrto”. Seu desaparecimento se impõem, uma vez que segue rota adversa às suas finalidades precípuas. COFAP é o mesmo que uma vaca leiteira holandesa, de grandes e grossas têtas, as quais sempre se dependuraram diversas personalidades, uma autêntica sócia de safados. Não tem autoridade, não tem personalidade, não tem ação em pról do povo êsse famigerado organismo descontrolador de preços. Quando o Presidente Juscelino Kubitschek anunciou aquela “maior piada de 1958”, ou seja, o “congelamento dos preços”, foi que os brasileiros tiveram a oportunidade de perceber o qual inútil é a COFAP. O Chefe da Nação anunciou o malfadado e embusteiro “congelamento” e a COFAP, desautorando o magistrado máximo do país, reunia-se semanalmente e semanalmente liber

Avisinha-se o Natal (28 de novembro de 1959)

A data magna da Cristandade se aproxima. Com ela, a natural onda de alegria, a esperança de que a efeméride tão grata, encontre a todos as famílias, num estado geral de felicidade. Sem preocupações ou aborrecimentos com doenças, finanças, etc., para que o transcurso da fausta data seja condignamente comemorado. Com o Natal, virá também o “Papai Noel” da petizada. Com a época atual, até o bom velhinho de cabelos e barbas brancas sente os efeitos da crise, as agruras da inflação. De imparcialmente bondoso, o homem que a Europa coberta de neve nos mandou numa lenda tradicional, passou, de alguns anos até esta data, a ser parcimonioso, discriminativo. Não pode atender a todos, não estará, como das vezes anteriores, em condições de descer através de todas as chaminés, para brindar a todos os seus “netinhos” com ricos presentes. Muitos pequenos ficarão decepcionados, com toda a certeza. Outros, mais afortunados, serão mimoseados com ricos brinquedos. Da mesma maneira que divergirão as distri

DESTAQUES (27 de novembro de 1959)

Rumaram ontem para São Paulo, de onde viajarão para o Rio e posteriormente para Recife, com escala em Salvador, os vereadores Durval Sproesser, Toni e Nasib Cury. Os mencionados edis compõem a comissão de legisladores marilienses que participará, em nome da cidade, dos trabalhos que se desenvolverão na capital pernambucana, atinentes ao V Congresso Brasileiro dos Municípios. Sábado próximo, deverá empreender igual destino o prefeito Argollo Ferrão. --:-- Disparidade incrível de preços de utilidades, verifica-se em Marília. Em quase toda a parte, porém, nas feiras livres, a questão é mais grave ainda. O mariliense que for chegando e adquirindo logo o que necessita, poderá “entrar na fria” da exploração em maior escala. As divergências das cotações são tão flagrantes, que é conveniente, para qualquer pessoa, antes de comprar, dar uma “voltinha” e vasculhar os preços de várias bancas. Experimentem. --:-- O sr. Francisco José da Nova, secretário da Segurança Pública, que domingo foi recepc

Um impedimento que causou especie (26 de novembro de 1959)

De 1 a 5 de dezembro vindouro, trinta alunos do Grupo Escolar “Gabriel Monteiro da Silva”, deveriam visitar São Paulo. A excursão referida, inteiramente patrocinada pelo DEFE, fôra conseguida pelo professor Alfredo Naylor de Azevedo, delegado regional de educação física e esportes de Marília, contando ainda com a cooperação da Comissão Central de Esportes local. Tal passeio representaria um prêmio, no estabelecimento de ensino primário mariliense, que, em abril último, foi o vencedor, dentre cinco competidores, da “maratona atlética intelectual”. De início, a viagem referida seria à Santos. Ponderou-se que Santos não seria bem a local próprio, pois haveria maiores dificuldades para o contrôle e segurança dos petizes, em virtude das praias. Resolveu-se, então, que a excursão seria à Capital. A delegacia do DEFE local, conseguiu então o necessário: passes, alojamentos, alimentação, ônibus especial para cumprir o programa dos passeios, previamente elaborado. Pessoas de reponsabilidade, ac

Notícia a granel (25 de novembro de 1959)

Até agora, desconhecem-se quaisquer providencias ou interesses dos poderes públicos, com respeito à necessidade de ser ornamentado o centro da “urbe”, por ocasião das festas natalinas. --:-- Legisladores, políticos, artistas e pessoas entendidas na matéria, estão examinando o ante-projeto do decreto do Executivo Mariliense, objetivando regulamentar a Lei (ainda projeto), que constituirá, como órgão oficial da municipalidade, a Comissão de Cultura Artística de Marília. --:-- O primeiro “chute em gol”, oara a sucessão do sr. Adhemar de Barros na Prefeitura de São Paulo, foi deferido pelo PDC, indicando o nome do sr. André Franco Montoro. O líder pessepista, em declarações à imprensa, asseverou que a municipalidade bandeirante permanecerá em poder do PSP, pois o candidato a ser por êle indicado será o seu atual vice, sr. Cantídio Sampaio. --:-- Protestou o sr. Jânio Quadros contra a chamada “emenda parlamentarista”, alegando que se trata de u’a manobra escusa, encerrando um golpe de certo

Despojos dos “pracinhas” (24 de novembro de 1959)

Já estão assentadas as providências, para a trasladação dos despojos de cerca de meia centena de “pracinhas”, do Cemitério de Pistóia, na Itália, para o mausoléu que está sendo erguido no Rio de Janeiro, na “Casa do Ex-Combatente”. Diversas opiniões divergiram sôbre a necessidade ou não de processamento dessa mudança de centenas de heróis anônimos. Pensam uns que a transferência para o sólo pátrio é imprescindível e representa um dever de brasilidade, enquanto outros entendem que os que repousam nas terras de Dante, após terem tombado pela Pátria, alí devem permanecer indefinidamente. Não seremos nós que iremos entrar no mérito dessa questão, isto é, emitindo um conceito sôbre o acêrto ou não da medida preconizada e prestes a ser consumada. O que nos moveu a abordar o assunto em referência tem outro fundamento. Vejamo-lo: Da mesma maneira que algumas pessoas alheias diretamente ao movimento, tem sido enviadas (à custa do Govêrno), todos os anos à Itália, por ocasião do Dia de Finados,

Miscelânea (21 de novembro de 1959)

Marília receberá hoje, por convite especial do “Lions Club” local, a honrosa visita do sr. Francisco José da Nova, secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo. Uma recepção carinhosa e condigna será proporcionada ao ilustre auxiliar do Govêrno de São Paulo, autoridade policial que tem sabido se conduzir com acêrto e eficiência à testa do importante órgão que dirige. Às 17 horas, S. S. será recepcionado em caráter oficial em nossa cidade, em solenidade cívica de sessão especial convocada pela edilidade mariliense. Ao ensejo deste registro, apresentamos os votos deste jornal, de feliz estada em nossa cidade, ao Secretário da Segurança Pública, sr. Francisco José de Nova. --:-- Um lavrador da cidade de Santa Fé do Sul, de nome Marcelino Melão, encontrava-se um dia dêstes em São Paulo, “assuntando” o movimento da Rua Paula Souza. Dêle se aproximaram dois “caipiras”, contando-lhe a “batida” história de uma herança que teriam que encaminhar à Santa Casa de São Paulo. Tentando banc

A Marcha da Fome (20 de novembro de 1959)

Sempre tivemos em nós, que, todas as medidas extremas são perigosas. Há que distinguir, entretanto, a medida extrema da necessidade extrema. Separar o joio do trigo e saber aquilatar os motivos existentes ou originários entre uma e outra. Em Sorocaba, a magnifica “manchester paulista”, tivemos recentemente, segundo noticiariam os jornais sorocabanos, u’a medida que, além de extrema, foi indubitavelmente dolorosa. Realizaram os funcionários da Prefeitura de Sorocaba, a “marcha da fome”. Para que os leitores tenham uma idéia da gravidade desse cometimento, transcrevemos a seguir um trecho de um comentário de José Carlos Paschoal, inserido no “Diário de Sorocaba”, edição de 12 ultimo: Vejam: “Sorocaba assistiu, estarrecida, a Marcha da Fome. Centenas de trabalhadores municipais, cujos salários insuficientes estão atrazados há três meses, caminharam pelas principais ruas da cidade, carregando dísticos que atingiram o governo frontal e inapelavelmente. Dirigindo-se aos populares que se alin

Prédio próprio da Casa da Lavoura (19 de novembro de 1959)

Em nossa edição de ante-ontem, divulgamos que se pretende construir em Marília, sob a égide e responsabilidade da Secretaria da Agricultura, um prédio próprio para a Casa da Lavoura. O aludido edifício, inicialmente orçado em sete milhões de cruzeiros, destinar-se-á a agasalhar todas as dependências superintendidas pela delegacia regional local e faz parte do “plano de ação” do atual Governador do Estado. Teria, então, a finalidade de centralização de serviços diversos e setores vários daquela unidade, abrangendo a região discriminada de inúmeras centros da Alta Paulista. Marília e mais 306 cidades interioranas, serão dotadas, segundo consta, desse melhoramento, melhoramento para o próprio serviço público e que virá se constituir, fóra de dúvidas, em mais um marco oficial do progresso urbanístico da cidade. As plantas, estudos e orçamentos de todos esses prédios já foram concluídos e objetiva-se a construção desses tipos de edifícios num período relativamente rápido, ou seja, em seis m

Fragmentos... (18 de novembro de 1959)

Início de exames escolares. Proximidade de início de exames escolares. Alunos preocupados, alguns em polvorosa, temendo as “bombas” ou “estudando” como processarão a “cóla”. Outros, despreocupados e pouco responsáveis. Um ano mais, um ano menos, dará na mesma. A alcunha de “repetente”, para muitos, nenhum osso quebrará. Outros ainda, mesmo na época que procede as provas finais, teimam em “enforcar” aulas para ir aos cinemas. As vezes, são até filhos de pais póbres, que fazem sacrifícios incríveis para mante-los estudando. --:-:-- Alguns trechos de algumas ruas da cidade, receberam não há muito, a visita dos capinadores “réco-réco”. As graminhas foram amontoadas junto às guias de sarjetas... e alí ficaram! --:-:-- Éssa conversa de que menor não pode dirigir motoneta é “faról”. Nas ruas Feijó, Gonçalves Dias (próximo a Delegacia de Polícia), Carlos Gomes, Alvares Cabral e outras (dentre muitas), fedelhos “filhinhos de papai”, desafiam as autoridades de transito e dirigem tal tipo de bici

Um alerta necessário (17 de novembro de 1959)

Em nossa edição de terça-feira última, focalizamos a expedição de despachos telegráficos assinados pelo Prefeito Argollo Ferrão, com respeito ao perigo que ronda a construção (necessária) da rodovia de contorno da cidade. Para alguns, talvez haja sido a notícia aludida, vista superficialmente apenas, sem a detenção de u’a análise cuidadosa sôbre a sua real importância. Efetivamente, a questão é mais grave do que parece, diz respeito direto aos interesses do próprio poderia de desenvolvimento de Marília e consulta, por outro lado, a própria economia estadual. A razão desse fato diz referência ao pensamento da companhia construtora do último trecho da rodovia oficial Marília-Baurú, que, pelos termos contratuais, está na obrigação de proceder também a construção da estrada de contôrno da cidade, deixando amplo e fácil acesso de circulação dos vários ramais que demandem a outras estradas de ligação de Marília com outras centros. Se levado a têrmo o propósito de campanha construtora, será r

Um alerta necessário (17 de novembro de 1959)

Em nossa edição de terça-feira última, focalizamos a expedição de despachos telegráficos assinados pelo Prefeito Argollo Ferrão, com respeito ao perigo que ronda a construção (necessária) da rodovia de contorno da cidade. Para alguns, talvez haja sido a notícia aludida, vista superficialmente apenas, sem a detenção de u’a análise cuidadosa sôbre a sua real importância. Efetivamente, a questão é mais grave do que parece, diz respeito direto aos interesses do próprio poderia de desenvolvimento de Marília e consulta, por outro lado, a própria economia estadual. A razão desse fato diz referência ao pensamento da companhia construtora do último trecho da rodovia oficial Marília-Baurú, que, pelos termos contratuais, está na obrigação de proceder também a construção da estrada de contôrno da cidade, deixando amplo e fácil acesso de circulação dos vários ramais que demandem a outras estradas de ligação de Marília com outras centros. Se levado a têrmo o propósito de campanha construtora, será r

Fazendo côro... (14 de novembro de 1959)

Não faz muito tempo. Foi quando Brasília principiou a tornar-se um conjunto étnico – negociatas, curiosidade e alucinação –, que começamos a rabiscar alguns de nossos artigueter a respeito. Sempre fizemos questão de deixar bem claro, que jamais estávamos sendo contra a mudança da Capital Federal; fomos sempre avessos, à formula e ao processo de como está sendo construída Brasília. Dos pontos de vista que expendemos, encontramos, como é óbvio, opiniões divergentes. Uns aplaudiram, outros condenaram o que escrevemos. Teria de ser assim mesmo e tal fato atesta claramente, que, em verdade, vivemos num regime democrático, onde cada qual póde pensar livremente. Mas, como dizíamos, muitos escritos divulgamos sôbre essa berrante e disparatante suntuosidade, plantada em pleno sertão, a custa da emissões e mais emissões de nosso desvalorizado cruzeiro, enquanto a nação capenga economicamente, num contraste flagrante, com os próprios brasileiros, que, por desdita, vizinhos da nova Capital, contin

E o Pronto Socorro Municipal? (12 de novembro de 1959)

Assunto velho êsse. Até já carcomido pelos anos. Empoeirado, embolando. Algo reumático. Ao lado do Corpo de Bombeiros, continua a desafiar a argúcia de nossos administradores e legisladores. De há muito, por qualquer motivo, se encontra na gaveta do esquecimento. Entra Prefeito, sai prefeito, elegem-se vereadores, todos abordando a questão e ninguém, de efetivo, algo fazendo sôbre a questão. “Tabú”, “caveira de burro” ou falta de pulso? O fato é que é lacuna para ser completada em Marília e parece difícil a sua solução. A cidade reclama êsse melhoramento e ninguém poderá contestá-lo. Muitas promessas, muita demagogia já giraram em tôrno do assunto, parecendo até o “Sputnik” em redor da Lua! Não se concebe que nossa “urbe”, com uma estimativa de mais de 80 mil almas, apresentando uma trepidação própria dos grandes e dinâmicos centros, e, por isso mesmo, exigindo os efeitos de todos os requisitos do progresso de uma cidade moderna, apresentando problemas de assistência social de vulto co