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Mostrando postagens de janeiro, 2011

Um movimento justo (31 de janeiro de 1959)

Com toda a certeza, os populares que transitaram na tarde de ontem pelas proximidades da Delegacia Regional de Polícia, deverão ter estranhado o movimento incomum e a presença desusada de gente mariliense, nas imediações da mencionada repartição pública. É que a sociedade e povo mariliense, representados pelas suas mais significativas autoridades e pelas diversas entidades de classe, alí convergiram, com o escôpo de unirem-se em torno de um apêlo, que foi dirigido ao Sr. Secretário da Segurança Pública, solicitando a permanência do Dr. Francisco Severiano Duarte, no cargo de delegado regional de polícia de Marília, sustando-se a sua remoção, para igual posto, na cidade de Presidente Prudente. O áto demonstrou, mais uma vez a coesão de sentimentos e forças de Marília, como sempre tem acontecido, quando se trata de reivindicar operações de interesse público. Foi u’a manifestação espontâneo, que se caracterizou por um espírito de democracia dos mais elogiáveis. Foi uma demonstração de car

As invenções... (30 de janeiro de 1959)

Apregoamos de boca cheia, como num gesto de menosprezo aos nossos pais e avos, que hoje vivemos num mundo diferente, graças a uma série de modernas invenções. Acontece, que apesar de tanto progresso e tanta melhoria, ainda vivemos iludidos com muitas “maravilhosas” invenções deste século. No setor eletrônico, de acordo com os cientistas, demos mais saltos do que cangúrus africanos. Entretanto, um radiozinho rudimentar que tenha 20 ou 25 anos, ainda é melhor, mais positivo e menos “enguiçador” do que altas fidelidades, transistores, etc... Um “binga” daqueles de pedra lascada e chumaços de tecido, aprovam ainda mais do que isqueiros eletrônicos de centenas de cruzeiros. O setor automobilístico, ainda temos o “pé de bóde”, de 1928, provando que braço é braço, para muitos “Cadillacs” e “Bel Airs”. Agora, a chamada moderna “moda saco”, vem provar que nada mais se trata de u’a imitação alterada para pior, dos modelos de vestidos de mil oitocentos e tantos. Os calcados modernos, são desconfo

Programa de salvação nacional (29 de janeiro de 1959)

Poderá parecer pessimismo, derrotismo ou pejorativismo. Poderá parecer mesmo a existência de razões simplistas, de caráter abjeto. Poderá parecer muita coisa mais, tudo o que se tem dito e escrito, acêrca do atual govêrno da nação; entretanto, verdade é que se diga que muita coisa do que se tem propalado, em rítmo de criticas ao atual Govêrno da República, apresenta a sua porcentagem de inquestionáveis razões. O sr. Juscelino Kibtschek precisa, urgentemente, elaborar um programa de salvação nacional. Não há derrotismo nesta afirmativa; pelo contrário, existe na mesma, muito patriotismo e muito amor pelo Brasil e pelos brasileiros. Em tôda a história da nossa República, jamais desfrutamos uma condição tão critica na vida nacional como presentemente. Quase não existem ângulos da administração federal, que não sejam passíveis de censuras que não apresentem motivos e ensejos de críticas diretas. A inquisição está latente, envolvendo tôdas as camadas e condições sociais e o sr. JK precisa u

Uma Faculdade pouco prestigiada (28 de janeiro de 1959)

Não se trata, em verdade, do prestígio oficial, do prestígio público. Trata-se, isso sim, do pouco prestígio por parte daqueles que mais do ninguém, em maior número, deveriam acercar-se dessa escola, para alí haurir as luzes da ciência. O resultado de lutas de mais de uma década, surgiu agora, mercê do despreendimento do próprio povo mariliense, através de seus poderes constituídos, sua classe estudantil, sua imprensa e seu rádio e suas entidades representativas. E, sobretudo, graças ao espírito administrativo do Governador Jânio Quadros. Temos, portanto, a nossa Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Mas, pelo que estamos informados, a mocidade em condições de afluir ao citado núcleo do saber, não está correspondendo plenamente. O prazo das matrículas para o curso vestibular, foi dilatado e prolonga-se-á até o próximo dia 5 de fevereiro, como u’a medida de maiores facilidades para os interessados. Verdade é que a inauguração, abertura de inscrições e prazo determinado para início

“DÁ O MEU BONÉ” (27 de janeiro de 1959)

Não pensem os que não nos conhecem, que somos aversos ao esporte, maximé ao futebol. Gostamos do pé de bola e, quando crianças, não fugimos à regra integralizada pela legião de garotos, que principia chutando bolas de meia, depois de borracha e termina com as pelotas de “capotão” nas várzeas ou arrabaldes da cidade. Quando as pequenas qualidades amadoristas tiveram que ceder lugar ao “dependuramento de chuteiras”, continuamos ainda coesos ao lado dêsse esporte, trabalhando pela divulgação e difusão do mesmo, como cronistas. E isso fazemos há muitos e muitos anos, com a mesma satisfação inicial. Dentro de nossas condições de críticos esportivos, jamais nos deixamos levar pela paixão, nem mesmo quando esta transbordava da consciência da maioria e arrastava em seu caudal imenso, opiniões desencontradas até dos mais céticos. Censuramos quando foi preciso e elogiamos quando se fez mistér, porque essa é a verdadeira função do comentarista de esportes, que deve apresentar como identidade, ant

PEQUENOS TÓPICOS (24 de janeiro de 1959)

Faleceu em Hollywood, Cecil B. de Mille, um dos mais renomados pioneiros da indústria cinematográfica norte-americana. O velho cineasta desapareceu com a idade de 77 anos e notabilizam-se pela excelencia de suas notáveis produções, que contrastam flagrantemente com a maioria dos “abacaxís” autis, conhecidos como películas ou histórias cinematográficas, --:-- Amanhã, o Governador do Estado vai ser homenageado por numerosos prefeitos do interior. Sabe-se que aproveitará o ensejo que se lhe vai oferecer para neutralizar as explorações políticas que se fazem, em certos círculos, a propósito do discurso que proferiu há dias em Bauru. O chefe do Executivo dirá, então, que absolutamente não fez, como se assoalhou, a apologia da ditadura implantada pelo marechal Tito, na Iugoslávia. --:-- De São Paulo regressará hoje para os Estados Unidos, o ator “cow-boy” Roy Rogers, que se encontra no Brasil desde domingo último, tendo visitado Brasília, onde pretende comprar terras. Não está funcionando be

O Dia do Município (23 de janeiro de 1959)

Aproximamo-nos de 4 de abril, a data magna da municipalidade mariliense. Comemorará a cidade, o transcurso de seu 30º aniversario de independência político-administrativa. Uma data bonita, como se vê. Uma efeméride gloriosa, marcando um dinamismo áureo de um centro extraordinário pelo seu progresso e representação em todos os sentidos, sob todos os prismas. Uma coisa assim, comparada à criança-prodígio, que tendo 10 anos registrados pela certidão de idade, apresenta ações e responsabilidades consciente de um adulto. No ano passado, aconteceu um fato curioso, com respeito à igual data em apreço. A Comissão Especial, incumbida para tratar dos festejos do aniversário da cidade, adiou as citadas solenidades, em vista da data ter coincidido com a passagem da Sexta Feira Santa. A prorrogação deixou claro que as comemorações em tela dar-se-iam em anexo às festividades do cinquentenário da imigração japonesa, quando Marília receberia oficialmente os príncipes do Sol Nascente. Todos esperaram o

O “estouro” da paciência (22 de janeiro de 1959)

Acontecimentos trágicos, desenvolveram-se recentemente na cidade mineira de Uberlândia. U’a multidão enfurecida, depredou cinco cinemas daquele extraordinário e adeantado centro montanhês, inutilizando quasi completamente as mencionados casas de espetáculos e ocasionando prejuízos de grande monta. A análise do fato, não é tão fácil assim, como à primeira vista póssa parecer. O problema que originou êsses resultados, encerra a sua faceta de complexidade. A atitude não póde, de afogadilho, ser condenada, da mesma maneira que não póde ser apoiado. U’a análise de meio têrmo deve ser a função especifica da questão. Se, de um lado, é passível de censura todo o áto marcado pela revolta, toda a atitude que objetiva ou que na realidade prejudica a propriedade alheia, não menos é exato que existe no caso alguma razão, plenamente justificada. A paciência do homem tem um limite e o “estouro” desta é sempre imprevisível. Todos sabemos, ou por experiência, ou por conhecimento de causa, ou mesmo por

O rabo do macaco (21 de janeiro de 1959)

As mulheres podem ser prodigiosas e “especialistas”, de módo geral, na preocupação, ocupação e falação da vida alheia. Entretanto, falar mal do próximo não é privilégio feminino; existe muito “barbado” por aí afóra, que deixa a mais faladeira e mais reparadeira das mulheres, numa “rabeira” fragorosa. Em Marília, é assim. Na Avenida, principalmente. Existem pessoas, que ao envés de cuidarem de suas próprias vidas, viver eternamente preocupada com o modo de viver, andar, vestir ou até de tossir e espirrar do próximo. São elementos que poderiam muito bem organizar um clube ou uma associação; o “Clube da Tesoura e dos Balanços do Bem Alheio”! Pois não é que existem em Marília, cidadãos que vem a maior parte do tempo alí na Avenida do Fundador, a bisbilhotar a vida do próximo, insinuando, analisando e “envenenando”? Se passa u’a mulher e o gaiato a conhece, já cochicha para o companheiro alguma coisa; se não a conhece, pergunta lógo quem é, onde mora tentando quasi saber até o número do man

A voz da natureza (20 de janeiro de 1959)

A não ser que o indivíduo seja extremamente cético, dando-se o trabalho de observar, no lufa lufa comum e no borborinho das próprias contingências da vida, verificará que, dentre as próprias maravilhas da natureza, a concepção de compreensão e reconhecimento de vários classificados como irracionais,, é simples coisa de fabulosa. Lembramo-nos do caso do burrinho “Canário”, “artista” de um circo de cavalinhos, que adivinhava a idade das pessoas e até as cores das roupas de baixo de indivíduos. Também de cavalos e cachorros amestrados, comumente exibidos em casas de diversão de tal jaez. É certo que tudo isso é consequência de um treinamento persistente. Mas é também certo que o poder de assimilação de certos animais é um fato. Até os cães de caça, por vezes, parecem raciocinar mais rapidamente que o sêr humano. Temos visto histórias verdadeiramente comovente de cães pastores e cães “São Bernardo”, no salvamento de pessoas, em casos de enchentes ou incêndios. O cão, hoje, auxilia de manei

O cruciante problema nacional (17 de janeiro de 1959)

Não há negar que é das mais calamitosas no Brasil, a questão dos preços dos gêneros e utilidades de primeira necessidade. Clamam-se providencias capazes de colocar um dique, ao descontrôle e desgoverno existentes nesse setor, inutilmente. As medidas preconizadas pelos govêrnos ou sugeridas e anunciadas em práticas por organismos responsáveis pelo contrôle e fiscalização dêsse ângulo, jamais conseguiram atingir objetivos que viessem, de fato, ao encontro dos interêsses das populações menos favorecidas. Por outro lado, espírito insaciáveis de certo número de comerciantes e intermediários, colocam em polvorosa a própria segurança da subsistência dos nacionais. Isso nos acarreta a pejorativa classificação, de sermos um povo que apresenta a condição de uma das nações de vida mais cara na face da terra, apesar de habitarmos um dos maiores e mais ricos países do mundo! Quais, seriam, então, as causas dêsse objeto fenômeno? Certamente que a inexistência de um método de planificação e a ausênci

Destaques... (16 de janeiro de 1959)

Comenta-se que o Papa João XXIII acaba de aceitar o convite que lhe foi formulado pelo Presidente Kubstchek para visitar o Brasil. Apesar de não ter sido marcada a data dessa visita ao nosso país, acredita-se que tal venha a acontecer até os meados do corrente ano. --:-- Concordou a diretoria do Sindicato da Indústria de Torrefação e Moagem de Café, em aceitar os têrmos baixados pela Resolução nº 126, do Instituto Brasileiro do Café, que determina o preço de Cr$ 46,00 para a venda do quilo de pó de café ao consumidor. A medida deverá entrar em vigência no dia primeiro de fevereiro próximo. --:-- As empresas proprietárias dos cinemas de São Paulo, conseguiram, mercê de um mandato de segurança, ficarem livres do tabelamento da COAP. Assim, pretende o Sindicato da classe, aumentar em mais de 30% os preços dos ingressos nas referidas casas de diversões. --:-- No Rio de Janeiro, pleiteia-se também um mais de um “aumentozinho” de 30% nas tarifas de ônibus. Começamos mal o ano de 1959, com es

Colcha de retalhos (15 de janeiro de 1959)

Técnicos do Laboratório Aero – Médico da Base de Wright Field, no Estado de Ohio, U.S.A., afirmam que o primeiro sêr humano a atingir a Lua deverá ser mulher e não homem. Informam que, da realização de diversas experiências levadas a efeito naquela oficina, a mulher adaptou-se melhor do que o homem. Colocados os dois – homem e mulher – em cabines especiais, onde se reuniram as condições de um vôo sideral, verificaram-se os técnicos que, depois de algum tempo, os homens se tornaram “agressivos e incoerentes”, enquanto as mulheres se adaptaram mais facilmente ao meio referido. --:-- A CMTC, em São Paulo, deverá dispensar cêrca de mil de seus empregados. Justificando a medida, informou alto funcionário da autarquia referida, que, em 1953, a Companhia dispendia séte homens para cada ônibus ou bonde; e que em 1958, êsse numero foi elevado, inexplicavelmente, para treze empregados. Com a dispensa desse excedente, a empresa apresentará uma economia de mais de um milhão de cruzeiros mensais. A

Écos de uma vitória (14 de janeiro de 1959)

No dia de ontem arreou-se a bandeira de uma grande e insana luta, tendo sido içado o pavilhão de uma estupenda vitória – de toda uma família mariliense. A inauguração oficial da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília, ontem ocorrida, foi um acontecimento que marcou época e que ficará para a posteridade, significando um riquíssimo louro nas páginas da própria história de nossa cidade e de nossa gente. Se traduziu em realidade os anseios da população estudantil de Marília (e da própria região da Alta Paulista), foi também a consequência direta de mais de uma década de contendas reivindicatórias das mais justas, das quais participaram todos os marilienses, indistintamente, através de seus poderes constituídos, suas entidades de classe, suas escolas e grêmios e sua imprensa e rádio. Êsse jornal sempre procurou constituir-se num porta-voz autêntico dessa luta e já desde o ido ano de 1945, estampávamos em nossas páginas, os primeiros trabalhos de alerta, acêrca dessa necessidad

Marília perde grande indústria (13 de janeiro de 1959)

Marília possuiu, até poucos dias, uma indústria de inquestionável valor representativo e manufatureiro. Talvez desconhecida pela maioria dos marilienses, pois cá, como lá fora, continua a perdurar o provérbio de que “santo de casa não realiza milagres”. Essa indústria, que nem todos conheceram, durante quase dois anos de suas atividades entre nós, aqui nasceu, expandiu-se, ganhou fama e conceito e levou seus produtos aos 21 Estados do Brasil, tendo competindo e vencido, em qualidade, apresentação e testes técnicos, com os mais renomados produtos do gênero, mesmo de procedência estrangeira. E, por incrível que pareça, onde menos os produtos da mesma foram conhecidos, é aqui em Marília mesmo! Trata-se de “Instalações Auto-Elétrica Marília”, firma que se especializou na fabricação de instalações elétricas para todos os tipos de carros motorizados, inclusive tratores das mais variadas marcas conhecidas no país. Além das instalações elétricas, dotadas de fusíveis de segurança e braçadeiras

Extraordinária coincidência (10 de janeiro de 1959)

Existe um rapaz que trabalha como caixa em uma das repartições públicas da cidade. Como sóe acontecer a tôdas as pessoas que exercem tal mistér, o mesmo não constitui exceção à regra geral de que todos os que lidam com dinheiro, estão sujeitos a sofrerem prejuízos vez por outra. Êsse rapaz nunca tinha achado dinheiro; só perdido, uma vez que nem tôdas as pessoas, ao receberem um trôco errado (a maior), têm a suficiente consciência de devolver o excesso. Muitos que quem perde é o estabelecimento, quando, na realidade, quem perde e é obrigado a repor a diferencia, é a pessoa que trabalha no caixa. Isto é apenas um pequeno prefácio, para comentarmos uma coincidência extraordinária ocorrida ante-ontem e relacionada com êsse fato. É o seguinte: O rapaz saiu do emprego, passou na banca de jornais, adquiriu a “A Gazeta Esportiva”, entrou no “Bar Avenida” e comprou um pão. Atravessou a Avenida, na altura do Banco de São Paulo. Ao pisar no passeio, divisou sôbre a guia da sarjeta, algumas cédul

A sucessão municipal (9 de janeiro de 1959)

Embora aparentemente frio o ambiente político local, no que tange à sucessão do prefeito Argollo Ferrão, certo é que as diversas facções partidárias da cidade apresentam, nos bastidores internos, as suas mais sérias preocupações. Só a UDN, até agora, tem candidato oficialmente lançado, no nome do sr, Leonel Pinto Pereira. E como tal, desnecessário será o conjecturar-se que o partido que apoiou o sr. Carvalho Pinto esteja apenas dormindo sôbre a esperança de ver o seu candidato eleger-se só. Os trabalhos, embora discretos, estão sendo feito por aí, procurando-se uma forma de psicologia de vitória. Acontece, que, pelo que se percebe, os demais partidos encontram-se, nesse particular, ainda com idéias baralhadas, auscultando opiniões de lideres e estudando meios de “não perder” as próximas eleições, porque, nos últimos anos, a maioria dos partidos políticos preocupou-se mais em não perder as eleições do que “ganhar bem o pleito”. Conchavos têm sido realizados e mesmo entendimentos entre p

Espetáculos obscenos (8 de janeiro de 1959)

Estamos lendo agora, no jornal “Diário de Sorocaba”, edição de 3 último, uma justificada “bronca” em artigo de redação, estampado em primeira página, com referência ao pretendido oferecimento de espetáculos teatrais obscenos na “Manchester Paulista”. Como se trata de uma “companhia” que já se apresentou em Marília e que poderá oportunamente por aqui reaparecer, transcrevemo-nos, a seguir, o inserido pelo citado órgão sorocabano, cujo texto está assim redigido: “Há alguns meses passados um espetáculo obsceno levado em um dos cinemas de nossa cidade, constituiu-se num real ultraje à sociedade sorocabana. Lembram-se os leitores que, através de nossas colunas, profligamos o espetáculo imoral, a peça “Falta um pedaço no meu marido”. Também a Confederação das Famílias Cristãs levantou o seu brado de alerta. Mas o sr. Milton Carneiro, responsável por aquela indecência que se apelidara de “representação teatral”, fez ouvidos moucos ao protesto da família sorocabana, e com o dinheiro torpemente

Não é questão de boa vontade... (7 de janeiro de 1959)

Não é mesmo questão de boa vontade. Temos a mais santa das boas vontades, no que tange ao desejo honesto de gostar e prestigiar ao mesmo tempo, o atual Govêrno da União. Mas é uma coisa assim “que não vai bem”... por mais que nos esforcemos, não conseguimos encontrar razões plausíveis, para considerar o atual Presidente da República como um bom Govêrno. Pode ser que venhamos ainda a mudar de pensar. Fazemos votos para isso. No entanto, até o momento, não vimos nenhum amontoado de justificativas, que pudesse igualar ou ultrapassar, em volume, o índice de motivos que nos dá o direito de pensar que o Brasil é um país mal governado. O sr. Juscelino Kubitschek, pelo que percebemos, está se abstendo de cientificar-se das mais comezinhas ocorrências que tão de perto afligem o povo brasileiro, e, em consequência, relegando o plano que em função secundárias eleva-se ao cubo, no que concerne, à medidas providenciais para o bem estar geral de sessenta milhões de brasileiros; está deixando que o p

Isenção de Impostos (6 de janeiro de 1959)

Baixou recentemente o Governador Jânio Quadros, decreto que regulamenta o preceituado pelo parágrafo primeiro do artigo 15, da Lei estadual nº 5.021, de 18 de dezembro do ano passado. Consoante o decreto citado, diversos produtos ficam isentos do impôsto sôbre vendas e consignações, quando as vendas forem efetuadas diretamente ao consumidor, para alimentação própria ou de sua família, sejam as vendas realizadas pelos produtores, comerciantes varejistas, feirantes ou ambulantes. É a seguinte a relação dos gêneros de primeira necessidade óra mencionada na isenção do imposto de vendas e consignações, quando comercializadas nas condições supra referidas: Feijão, arroz, ervilha, lentilha, grão de bico, milho e soja; farinhas de trigo, de milho, de mandioca e de arroz, fubá, pão e massas alimentícias; carne verde, charque, peixe, aves e ovos; óleo e azeites nacionais, banha, toucinho, gorduras animais e vegetais comestíveis; margarina, manteiga, queijos nacionais e leite crú, pasteurizado, e

Feliz Ano Novo, leitores! (1 de janeiro de 1959)

Com a graça de Deus, adentramos hoje o ano de 1959. E com a mesma graça de Deus, novamente nos encontramos com os leitores amigos do CORREIO DE MARÍLIA, no ato de manifestar os mesmos propósitos e idênticos desejos, dos já formulados e confessados em iguais passagens, em anos anteriores. Cumprida mais uma etapa de nossa vida jornalística, solvemos também, durante o transcorrer de mais um ano, nossas obrigações perante o próximo, perante a sociedade e perante Deus, o Arbitro dos árbitros. Tentamos e tivemos as mais puras das intenções, em desincumbir-nos, durante o ano que ontem expirou, como uma facção de um arauto de boas causas, como um êlo da corrente das divulgações imprescindíveis, afetas ao nosso jornal. Em sã consciência, consideramo-nos credenciados a afirmar que nossos empenhos foram sinceros e que os frutos de nosso labor despretensioso, redundaram na safra dadivosas de resultados compensadores e satisfatórios. Por ciência de oficio, vimo-nos às vezes, compulsados a censurar,

O satélite brasileiro (1 de janeiro de 1959)

Ultimamente, na Escola Técnica do Exército, os preparativos para o lançamento do satélite brasileiro que tentará atingir a ionosféra. Trata-se do foguete que foi batisado com o nome de “Felix I”, nome inspirado no próprio gatinho amarelo que servirá de tripulante e que viajará na ogiva do mencionado engenho. O aparelho citado, custou aproximadamente 300 mil cruzeiros e os técnicos militares afiançam a certeza de êxito total no seu lançamento, com o atingimento do percurso e tempo previamente elaborado. O assunto, em sí, representa um passo bastante avantajado na éra eletrônica e na conquista do espaço. Se conseguir o pretendido êxito, justo é que se reconheça que nosso país, apesar dos pesares, esforça-se por progredir e acompanhar as pegadas das mais avançadas nações de todo o mundo. Se não conquistar os resultados esperados, nenhum motivo de desdouro haverá para os cientistas nacionais, pois nem tudo o que se pretende realizar, é feito, com vitória total, na primeira tentativa. O exe