Selecionando os candidatos à vereança (3 de fevereiro de 1959)

Temos percebido nos últimos dias, que a efervescência política, embora sem transparecer, está sendo um fato na cidade.

Com exceção da UDN que já lançou seu candidato à sucessão do prefeito Argollo Ferrão, os demais partidos políticos, estão ainda algo indecisos e baralhados. A preocupação é um fato; a necessidade de um homem ideal, que reúna qualidades administrativas, simpatia pública e possibilidades de vitória, embora pareça difícil para os prognósticadores da Avenida, é um “calçanhar de aquiles” para os dirigentes políticos.

No tocante ao relacionamento e homologação dos nomes para disputar as cadeiras de vereadores, o problema também existe, se bem que em menor monta. Temos notado a preocupação indisfarçável dos dirigentes partidários na feitura dessas listas. Está em foco a cogitação de nomes que, de fato, venham a representar condições as diversas legendas, nomes êsses mesclados por pessoas de diversas, de maneira a constituir-se um corpo de edís, fundamentalmente técnico e indiscutivelmente completo.

A verificação dessas idéias e das sondagens que a respeito estão sendo executados, dá a perceber, com clareza meridiana, que a maturidade política dos dirigentes de partidos, está sendo agora, mais do que nunca, realidade e compreensão não imitadas no preterido.

A questão, em sí, não deixa de ser grata e auspiciosa. Principalmente agora, quando estamos vendo o fundar de uma legislatura que caiu muitos furos no cenário público, mercê de alguns atos de repercussão negativa. Não que pretendemos afirmar, inutilidade ao nosso Poder Legislativo; acontece, que, em comparação com os corpos de legisladores do passado, especialmente da primeira legislatura, a força viva da edilidade mariliense, no presente, não encontra paralelo de indiscutível apreciação eqüitativa.

Não será segrêdo para ninguém, o dizer-se que poucos foram os edís da presente safra, que souberam correspondem plenamente aos votos recebidos, sem um mínimo de desapontamento aos seus eleitores. É a prova disso é que os próprios partidos políticos notaram, ainda em tempo, a mencionada anomalia, agindo como agora estão, no que tange ao selecionamento de candidatos à vereança municipal.

Embora os partidos políticos não afirmem o ponto de vista supra emitido, a realidade é a que estamos afiançando. E obram bem, inegavelmente, os responsáveis pelos destinos e pelos nomes e ações das variadas facções partidárias da cidade.

Ao inverso do que possa parecer, nada existe de espécie numa atitude como a que estamos referindo; pelo contrário, apresenta êsse processo de seleção de valores,, um índice inquestionável de maturidade política, dignos de encômios. De fato, urge que nossa Câmara Municipal seja remodelada, no que diz respeito a muitos de seus integrantes, alijando-se das suas poltronas, pessoas que pouco ou nada tenham produzido em pról dos interêsses da população mariliense.

Congratulamo-nos com os que estão alimentando e defendendo o ideal preconizado e óra em fóco. E nesta croniqueta, que não é nenhum “Ovo de Colombo”, nada mais está impregnado, do que o desejo de que essa caminhada prossiga e obtenha o alvo colimado.

Extraído do Correio de Marília de 3 de fevereiro de 1959

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