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Mostrando postagens de março, 2011

A questão da política cambial (31 de março de 1959)

Ilustre comerciante e leitor deste jornal, confessando-se admirador de nossos modestos e despretensiosos artiguetes, escreve-nos tecendo considerações sôbre os absurdos que se verificam em nosso país, no que tange a atual política cambial. Cita nosso amigo uma série de fatores originários dêste fenômeno, que constitui num autêntico desgoverno. Simultaneamente, nos remete a um arrazoado de autoria do Sr. Luiz Toni, um dos diretores da Associação Comercial de São Paulo, acêrca da atual política cambial e suas causas dirétas. O argumento aludido foi publicado no jornal “Diário do Comércio” de 25 último. Nosso amável leitor, que teve a gentileza de identificar-se assinando a correspondência referida, solicita-nos também a transcrição da argumentação aludida, o que iremos atender com prazer, visto tratar-se de assunto que interessa à muita gente e que diz respeito aos próprios interesses econômicos do país. Temos abordado questão inúmeras vezes, tão somente do lado de observação jornalístic

As evoluções da Banda dos Fuzileiros (26 de março de 1959)

Há uns três meses passados, aproximadamente em conversa com o delegado de educação física e esportes local, dizia-nos o amigo Naylor, de suas intenções em sugerir ao Prefeito Argollo Ferrão, que envidasse empenhos para trazer à Marília, no Dia do Município, a Banda dos Fuzileiros Navais. Com nossa franqueza habitual, aplaudimos a idéia, não sem ter deixado de antecipar algumas dúvidas, pois sabíamos nós, que tal acontecimento demandaria despesas forçadas de alimentação e transporte, para duzentos homens mais ou menos. E dissemos que apesar da idéia ser algo arrojada, em face a certos aspectos econômicos, se tal viesse a acontecer, estariam os poderes municipais proporcionando ao público em geral, um espetáculo dos mais maravilhosos imagináveis. Da idéia às providências da realidade foi apenas um pulinho. Já está confirmada, de maneira efetiva, a presença em Marília dessa colossal Banda Marcial. Nossos aplausos, portanto (a idéia e aos trabalhos neste sentido). Sucede que também não há

Marcial Lago e as Casas Populares (25 de março de 1959)

Em entrevista concedida a um repórter do “Diário de São Paulo”, o sr. Marcial Lago, presidente da Fundação da Casa Popular, dentre outras afirmativas, lançou um repto aos prefeitos municipais de todo o país. O desafio referido, diz respeito ao seu apêlo anterior, em que afiançara que construiria núcleos de residências populares em todos os municípios brasileiros, desde que êstes oferecessem os respectivos terrenos, dotados de água e luz. Em certo trecho de sua entrevista, assim se expressou o sr. Marcial Lago: - “Em 1956 lancei, através da imprensa e do rádio, aos prefeitos de todo o Brasil, um repto no sentido de que qualquer deles me apresentasse, em seu respectivo Município, terreno com água e luz, para que neles a Fundação da Casa Popular fizesse erguer núcleos residenciais. O prefeito de Santos, na época, nem sequer “deu bola” para meu repto. No entanto, todos aqueles chefes de Executivos Municipais que levaram a sério aquilo que afirmei, receberam imediatamente os benefícios da F

Pessimismo crônico (24 de março de 1959)

A onda de pessimismo que nos domina, de que tudo anda de mal a pior, póde ter, como julgamos ter de fato, as suas razões de ser. Nós mesmo, em funções de imprensa, abordamos seguidamente a questão, menos em causa própria do que tentando interpretar os clamores públicos que nos chegam ao conhecimento ou que foram por nós observados. Uma coisa, entretanto, é certa em tudo isso: existe um trabalho animador em quasi todos os ângulos de Marília e se nós somos apenas uma célula viva do Estado líder da Federação, justo é que se avalie, numa síntese despretensiosa e algo fria, que o pessimismo é crônico. Não que pretendemos afirmar que a vida está “côr de rosa”, porque isto seria uma insensatez. Mas a gente em Marília, trabalha como póde, esticando-se em ações com o fito de garantir a própria subsistência, ações essas que representam o combustível que a máquina do progresso vai consumindo insaciavelmente. Os clamores em maior elevação, verificam-se na Avenida, onde muita gente “ajuda o João” d

Ontem e hoje (21 de março de 1959)

Qualquer pessôa que tenha hoje seus trinta ou quarenta anos e que foi criada no interior, convirá conosco que de que a vida atual é propícia à nossa juventude. No passado, a mocidade não dispunha a não ser em raríssimas exceções, das dificuldades que hoje depara. No setor de estudos, tudo é mais fácil, mais completo, no que tange aos meios para haurir as luzes da ciência. No sentido de diversões e passeios, os jovens de hoje em dia encontram ampla liberdade. O intercâmbio estudantil é um fato; bolsas de estudos premiam alunos que se destacam nas aulas. Existem firmas, govêrnos ou pessoas que patrocinam excursões estudantis. Estudantes brasileiros já viajaram para diversas partes do globo e o Brasil já recebeu também visitas de estudantes de vários países do mundo. No passado, tal não acontecia. O interior não propiciava as facilidades de hoje em dia e os próprios pais de família alimentavam mentalidade diferente, quando só os ricos mandavam seus filhos às Capitais, para cursar universi

Banditismo moderno? (20 de março de 1959)

Não fôra o desassombro do jornalista David Nasser e um crime dos mais abomináveis dos últimos tempos, ter-se-ia cingido a uma repercussão pequena, ganhando a indiferença poucos metros além do local onde fôra cometido e onde fôra pela primeira vez julgado. Entretanto, a série de reportagens a respeito, divulgadas pelo aludido profissional de imprensa, sacudiu a opinião pública nacional, desde o Amazonas ao Rio Grande do Sul. O ato do juiz Souza Neto, de impronunciamento do acusado, foi anulado por estância superior e o mesmo já se encontra atrás das grades, para ser efetivamente julgado. Se houver ou não êrro da Justica, não competirá a nós, que não somos leigos, mas sim “analfabetos” em leis, comentar o fato. Uma coisa será inegável, ante o desenrolar das circunstâncias vigentes no setor de excessos e liberdades de centenas de “mocinhos bonitos” e “play bestas”: São Paulo e Rio estão hoje entregues ao banditismo moderno! Como se não bastasse os casos sem conta, registrados pela crônica

Precisamos de mais um posto de abastecimento do Sesi (19 de março de 1959)

Não há muito, escrevemos sôbre a necessidade do Serviço Social da Indústria voltar suas vistas para Marília, instalando em nossa cidade, maia um de seus bem organizados Postos de Abastecimento. Nosso escrito encontrou favorável repercussão entre os industriários marilienses, uma vez que, seguidamente, temos sido procurados, para que continuemos a dirigir o referido apêlo a quem de direito. Isto quer dizer, sem sombra de dúvidas, que a interessada aguarda, confiante, as atenções do SESI nesse particular. Todos sabem que já possuímos um dêstes Pôstos, localizados na Rua São Luiz. Trata-se de um estabelecimento de primeira grandeza dentro do âmbito de interêsse de uma grande e laboriosa classe, como é a classe dos industriários. Acontece que em virtude da densidade demográfica de Marília, a localização de uma única dessas casas na cidade, coloca em dificuldades diversas famílias de industriários, em face à sua localização. Uma só dessas casas é insuficiente para nós. Nessas condições, bem

O dia do município (18 de março de 1959)

Avisinhamo-nos de 4 de abril, o Dia do Município de Marília, data que marcará a passagem do 30º aniversário de nossa emancipação política co-administrativa. Grandes festividades estão programadas e os membros da Comissão de Festejos continua incansável no mistér de tudo providenciar, de maneiras a realizar as festividades do evento, sem que possam deixar margens a desejar alguma coisa. Câmara e Prefeitura, coesas como sempre, estão com suas vistas voltadas para o fato, preocupadas em que tudo transcorra de maneira brilhante, de modos que os marilienses sintam a grandeza da data festiva e os forasteiros e autoridades visitantes perceberam de que em nossa cidade existe, antes e acima de tudo, o espírito de unidade, a demonstração inequívoca de amor por Marília e de respeito às autoridades constituídas. Mistér se faz com que a indústria e o comércio colaborem positivamente para melhor ilustrar tal efeméride. Enfeites de vitrinas, dísticos, fatos alegóricos etc., devem ser os motivos primo

Ainda o preço dos estudos (17 de março de 1959)

Sôbre nosso artiquete de poucos dias, intitulado “Difícil estudar hoje em dia...” (12/3/1959), tivemos o prazer de receber incontáveis manifestações de solidariedade. Diversos pais de família nos procuraram, para nos solicitar que continuássemos a campanha encetada, com o objetivo de alertar e despertar os interesses dos govêrnos, para o fim que focalizamos na ocasião. Ponderamos que nossos clamores, assim sózinhos, jamais poderiam produzir bons frutos e que mistér se faria que outros órgãos, inclusive poderes constituídos, formassem também ao lado de nossas intenções. Efetivamente, é difícil estudar-se hoje em dia, apesar mesmo do notável progresso atualmente em curso, com a descentralização do ensino de vários níveis, processo revolucionário que constituiu-se numa das mais gratas providências de nossas autoridades educacionais, procurando propiciar meios aos jovens interioranos, de melhor e mais positivamente travarem conhecimento com as luzes do saber. Note-se que nos referimos, na

“Museu relâmpago” (14 de março de 1959)

Decidiu a Associação dos Ex-Combatentes, emprestar também a sua colaboração aos festejos organizados oficialmente pela Câmara e Prefeitura, pertinentes ao 30º aniversário do município. Os “pracinhas” organizarão entre nós, no centro da cidade, um “Museu Relâmpago”. Esse acontecimento significará uma contribuição modestíssima, é verdade, porém sincera e terá o sabor do ineditismo em Marília. Suas proporções será mínimas, porque pequeno é o número de “pracinhas” marilienses e em consequência, não poderá ser grande o repositório de troféus, medalhas e objetos utilizados pelos expedicionários de Marília na última guerra mundial, onde uma parcela de gente de nossa cidade, juntamente com os demais brasileiros de todos os rincões do país, sugrafaram, ao lado das bandeiras das Nações Aliadas, o sacrossanto pavilhão Verde-Amarelo. Mas não deixará, convenhamos, de constituir-se em algo diferente entre nós, não deixará de representar um motivo a maior dentro do plano de alegria que representará f

Notícias Diversas (13 de março de 1959)

Cresce no Rio de Janeiro, movimento que principia a alastrar-se por todo o país, visando empenhos no sentido de que o Presidente da República extinga a COFAP e órgãos correlatos. Uma vez que, o mencionado organismo não cumpre mesmo suas finalidades precípuas, não há razão de ser de sua existência, cujas provas mais concretas, tiveram-nos (e têm-nas) os brasileiros, com o propalado e recente congelamento de preços, que nada mais significou do que um mito. --:-- Por falar em COFAP, o autor destas linhas, certa ocasião no Rio de Janeiro, ficou conhecendo determinada pessoa, estabelecida com escritório de contabilidade, corretagens e despachos. Em conversas variadas sôbre assuntos diversos, veio à baila a atuação da COFAP. E esse novo amigo confessa na ocasião, entre um aperitivo, que, tento sido nomeado membro da COFAP, “mascava” 12 mil cruzeiros por mês, para comparecer a duas reuniões mensais! --:-- Os marilienses apreciarão no Dia do Município, a Banda dos Fuzileiros Navais, o maior e

Difícil estudar hoje em dia... (12 de março de 1959)

Recordamo-nos de que quando ainda garotos e cursávamos o grupo escolar, eram difíceis os estudos médios e superiores. Eram difíceis, porque não eram todas as cidades interioranas que dispunham de estabelecimentos estudantís além daqueles do curso primário. Mesmo os ciclos ginasial, comercial e normal, dificilmente eram encontrados em cidades consideradas adiantadas na ocasião. Temos muitos professores normalistas e muitos contadores (na ocasião guarda-livros), que se locomoveram para a Capital ou grandes centros, onde se formaram. Naquele tempo, o concluinte do curso ginasial, éra considerado erroneamente como “bacharel”. Pouca gente conseguiu estudar na ocasião, em virtude dos motivos explicados. Hoje, não; hoje as coisas são diferentes. Nos últimos vinte anos, progredimos extraordinariamente nesse setor. Qualquer cidade da “hinterlandia”, principalmente no Estado de São Paulo, tem seu ginásio (quasi sempre oficial), tem a sua escola de comércio (quasi sempre particular). Apesar dos c

Visita do Presidente da República (11 de março de 1959)

Conforme é sabido, o Sr. Juscelino Kubtschek foi convidado oficialmente para visitar Marília, no próximo dia 4 de abril (de 1959), data do 30º aniversário do município de Marília. O assunto foi comentado sob diversos aspectos entre muitos marilienses. Alguns, até, com pejorativíssimo, o que está errado. Verdade é que vivemos numa democracia e cada qual tem o seu direito de externar um ponto de vista, em termos, cuja liberdade lhe é assegurada pela Constituição Federal. Outro mostraram-se céticos ou mesmo apáticos acêrca da questão em téla, que tanta celêuma criou nos últimos dias em nossa cidade. Nós mesmo, em nosso mistér jornalístico, temos inúmeras vezes, abordado a atuação governamental do Sr. Presidente da República, dentro de termos perfeitamente publicáveis e em obediência aos postulados da Lei de Imprensa. O fato de termos citado certas faces da atual administração federal, condenando-as ou não, elogiando-as conforme o caso, não significa, em circunstância alguma, que sejamos c

Fábricas de papel moeda (10 de março de 1959)

Existem acontecimentos, mesmo por parte das maiores autoridades do país, que dão margem a comentários por vezes de escárnio. São consequências das próprias contingências momentâneas, resultados suplantam os pontos de vista colimados, ou que estendem raízes que avançam em sentido contrário ao esperado. Daí a margem para “gozações”, como se diz vulgarmente. É o caso, agora, da indústria de papél moéda no Brasil, manufatura que se apregoa, terão o caráter de uma das mais importantes do mundo. E, segundo se afirma, não servirá a nenhum país estrangeiro, pois sua produção será exclusivamente para nós próprios! Óra, u’a nação que monta uma fábrica de dinheiro exclusivamente para uso próprio, não significa que seja um motivo de progresso, conforme entendem muitos. A sua repercussão tem lá no fundo, resquícios de pejorativíssimo, sem sombra de dúvidas. Representa que, antes de seu funcionamento, a encomenda de papél moéda do Brasil, a outros países estava sendo algo fabulosa e algo dispendiosa

Crimes sem precedentes (7 de março de 1959)

Estávamos “matutando” sôbre o assunto que destinar ao espaço de hoje nesta coluna, quando o amigo Anselmo (Scarano) nos exibia um jornal interiorano, no qual estava estampada uma notícia verdadeiramente revoltante. Tratava-se de um crime sem precedentes, praticado contra um menor indefeso. Eis, mais ou menos, a notícia que lemos estarrecidos: Aconteceu há pouco, na cidade de Araraquara. Um monstruoso indivíduo alí residente, conhecido pela alcunha de João Mineiro, fez criminosa aposta com um companheiro, sem dúvida alguma do mesmo timbre moral. Apostaram os dois, que João Mineiro não seria capaz de arrancar, à dentadas, o órgão genital de determinado menor. “Topada” a aposta e estipulada a quantia em dinheiro que deveria ser paga a João Mineiro pela realização do compromisso, este designou-se a levar a têrmo a inominável empreitada. Praticou o monstruoso crime, em plena via pública, acuando a vítima indefesa, que foi derrubada, desnudada, pisoteada e denominada pelo citado monstro, de

Miscelania de notícias (6 de março de 1959)

No Triângulo Mineiro (e mesmo em São Paulo), continuam diversas pessoas a explorar a miséria dos desditosos nordestinos. Os retirantes do nordeste, famintos e miseráveis, ao tentarem a vida melhor no sul do país, são desumanamente vilipendiados em sua dignidade humana e negociados como animais, por “intermediários” desonestos. Um verdadeiro tráfico de escravos brancos. Uma vergonha para o Brasil, a juntar-se ao rosário interminável da canalhice que, desgraçadamente, campeia por aí! --:-- O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico acaba de receber, sob empréstimo do chamado Ponto IV, mais dois bilhões e 350 milhões de cruzeiros. Pergunta: Com tanto dinheiro, porque está tardando tanto a construção de Brasília? --:-- Desde terça-feira última, os preços dos pneumáticos sofreram um “aumentozinho” de mais de 18%. É esta a terceira elevação do custo dos pneus nos últimos 6 meses. Em média, um aumento cada 60 dias. E enquanto isso, o seringueiro do Amazonas anda nú, é explorado, morre de f

Um problema gravíssimo (5 de março de 1959)

Aqueles que, por quaisquer motivos, tenham contacto constante com a Polícia e Juizado de Menores em Marília, ficarão por certo alarmados, em face ao índice acentuadíssimo de seduções de menores na cidade. Raros são os dias em que as autoridades não se vêm obrigados a manusear ou instaurar processos desse quilate aqui em Marília. São casos sem conta. Seguidamente as autoridades tomam conhecimento de motivos de seduções de meninas de até 13 ou 14 anos. As histórias originárias desses fatos, são quasi sempre as mesmas, embora com pequenas variações, mas resumem-se numa única e principal causa: negligência e abandono dos pais ou responsáveis. Várias dezenas de menores foram seduzidas em Marília nos últimos tempos, colocando-nos, nesse setor, numa condição lastimável. Incontáveis menores, em consequência desses fatos, passaram a integrar o gigantesco exército das mulheres infelizes. Inumeráveis famílias foram tisnadas em sua honorabilidade, com o aparecimento de seduções de menores em seu s

Um exemplo a ser imitado (4 de março de 1959)

Domingo passado, de regresso do aeroporto, fomos dar uma “sapeada” no “ginasium” do Yara Clube, onde estava sendo realizada uma competição de “jiu jitsu”. Fomos como curiosos, porque para nós, pouca ou nenhuma diferença constatamos entre “jiu jitsu” e “judô”, uma vez que nada entendemos da técnica das mencionadas lutas. Gostamos daquilo que vimos, embora tivéssemos alí passado como meteóro. Ordem, disciplina e organização, marcaram as demonstrações referidas, que concentraram lutadores de várias categorias e idades e de diversas cidades da Alta Paulista, inclusive Baurú. Dentre as competições, na maioria “niseis”, tivemos a satisfação de constatar uma cifra considerável de brasileiros de origem não nipônica. E ficamos pensando na ocasião, os benefícios para o físico e para o espírito, daqueles jovens que alí se encontravam, disputando renhidamente o aludido campeonato. Ficamos pensando, como não seria melhor para a mocidade de hoje, se, ao envés de permanecer ocupada em outras ‘distraç

Calor, sim, “seu” guarda? (3 de março de 1959)

O cinema estava repleto, apesar do calor infernal. Nem uma leve brisa soprava na cidade. Até a esquina conhecida como “ventilador de póbre”, alí na confluência da Avenida com a Rua 9 deixava de apresentar as costumeiras correntes do “vento levanta saia”. Nos bares, os refrigeradores não venciam o esfriamento de bebidas, água ou refrescos. Mesmo assim, o cinema estava super lotado. Gente transpirando a bicas, senhoras e senhoritas movimentando leques e ventarolas sem cessar, alguns cidadãos até sem paletó, apesar de contrariar o regulamento da casa de diversões. Não suportamos o calor de estufa e saímos da sala de projeção. O guarda civil em serviço, deixou também o recinto e dirigiu-se à sala de espera. Estava com a túnica molhada de suor. Perguntamos ao policial, qual a razão que nos últimos dias a guarda civil deixara de dar serviço em recintos fechados e mesmo nas ruas, com a camisa do tipo passeio, sem túnica. Como bom policial e compenetrado funcionário, esquivou-se de entrar em d