Visita do Presidente da República (11 de março de 1959)

Conforme é sabido, o Sr. Juscelino Kubtschek foi convidado oficialmente para visitar Marília, no próximo dia 4 de abril (de 1959), data do 30º aniversário do município de Marília.

O assunto foi comentado sob diversos aspectos entre muitos marilienses. Alguns, até, com pejorativíssimo, o que está errado. Verdade é que vivemos numa democracia e cada qual tem o seu direito de externar um ponto de vista, em termos, cuja liberdade lhe é assegurada pela Constituição Federal. Outro mostraram-se céticos ou mesmo apáticos acêrca da questão em téla, que tanta celêuma criou nos últimos dias em nossa cidade.

Nós mesmo, em nosso mistér jornalístico, temos inúmeras vezes, abordado a atuação governamental do Sr. Presidente da República, dentro de termos perfeitamente publicáveis e em obediência aos postulados da Lei de Imprensa. O fato de termos citado certas faces da atual administração federal, condenando-as ou não, elogiando-as conforme o caso, não significa, em circunstância alguma, que sejamos contrários, pessoalmente ao Sr. Juscelino Kubtschek. Restrições ao administrador, não significam restrições ao homem.

Acontece que o Presidente da República foi convidado oficialmente para visitar nossa cidade e aquí deverá comparecer como o maior magistrado da nação. E como tal, deve ser recebido pelos marilienses em geral. Não é qualquer cidade que formula um convite dessa natureza a autoridade tão elevada e póde contar com a aquiescência e o acolhimento gentil do convite, conforme aconteceu com a comissão de autoridades marilienses que foi recebida pelo Chefe da Nação.

Devemos pensar, antes de mais nada, em Marília e na importância para nossa gente e nossa cidade, nessa visita oficial do Presidente da República. Devemos nos ater para a oportunidade que se nos oferecerá, em apresentar, de viva voz, ao Sr. Juscelino Kubtschek, as reivindicações que sentimos e que são de alçada do Govêrno Federal. E isto só podemos fazer de maneira gentil e cavalheiresca, proporcionando ao Chefe do Govêrno, uma recepção condigna, uma vez que a Câmara, num de seus átos oficiais e pela decisão da maioria de seus vereadores, assim pensou e agiu.

Afinal, Marília receberá o Govêrno Federal, eleito pela vontade da maioria. Embora nós, confessamos, não tenhamos sufragado nas urnas o nome do Sr. Juscelino Kubtschek e embora tenhamos nós, em certas ocasiões, feito restrições a átos de seu governo, estaremos ao lado daquele que o receberão de braços abertos, com os respeitos que deverão ser consignados a uma autoridade legalmente constituída.

Significa muito para Marília, a visita do Sr. Juscelino Kubtschek de Oliveira. Significa mais algumas esperanças nos anseios de nossa gente e nas necessidades de nossa “urbe”. E nós, que nos orgulhamos de ser amantes de Marília, assim pensando, formamos gostosamente junto ao número de marilienses que tributará ao Sr. Presidente da República, as boas vindas necessárias, embora tenhamos, como jornalistas e como humanos, nossos pontos de vista delineados e fundamentos em fatos que inúmeras vezes foram externados nesta mesma coluna.

Com nossos respeitos ao Sr. Juscelino Kubtschek, investido na alta magistratura de Chefe de Estado, apresentamos a S. Excia. os nossos protestos de boas vindas e magnifica recepção em Marília.

Extraído do Correio de Marília de 11 de março de 1959

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