Postagens

Mostrando postagens de abril, 2011

E a Casa da Cultura Artística? (30 de abril de 1959)

Para as pessoas menos avisadas ou que alimentem quaisquer sentimentos de prevenção contra os marilienses, poderá parecer que somos “chorões”. Entretanto, se for feita u’a análise neutra sôbre os motivos dos clamores que constantemente emitimos, constatar-se-á sem nenhuma dificuldade, que nossas “broncas” são eivadas de razões e fundamentadas numa lógica indestrutível. Pela nossa condição demográfica, pelo fato significado que traduz nossa cidade na própria balança econômica do Estado e da Federação, pelo nível cultural, cívico e religioso que ostentamos, pelos feitos galhardos dos marilienses e por uma infinidade de coisas, ganhamos direitos de reivindicações legitimas e incontestes. E lutamos por isso, porque aqueles que abandonam a luta quando é chegado o momento aprazado e difícil, nada mais são do que pusilânimes, comodistas ou mesmo covardes. Nosso caso, hoje, é a Casa de Cultura Artística de Marília. E perguntamos ao Sr. Governador do Estado e mesmo aos Srs. Prefeito e Vereadores

Ainda a Renovação de Valores (29 de abril de 1959)

Encontrou a repercussão esperada nosso escrito de ontem, acêrca da propalada e necessária renovação de valores, com respeito aos nomes que deverão compor o futuro corpo legislativo municipal. A julgar pelos telefonemas recebidos e pelas manifestações pessoais que nos chegaram ao conhecimento, pudemos perceber que tocamos, de maneira pública, num ponto que vinha sendo observado e acalentado por diversos políticos e facções partidárias, sem que tivesse, até então, se escoado além dos bastidores. Efetivamente, a idéia tem o seu timbre de verdadeiramente revolucionária; revolucionária, bem entendido, dentro do circuito elevado do pensamento sadio e bem mariliense. O desejar-se que Marília volte a reencontrar a trajetória iniciada em 1947, no tocante à constituição de uma edilidade realmente aperosa e que represente positivamente o “zero à direita”, não póde traduzir (e como tal não deve ser concebida) a cogitação de que dispuzemos nas duas últimas legislaturas (e maximé na óra findante), d

Renovação de valores (28 de abril de 1959)

Pèssoalmente, convém frizar de antemão, nada temos contra quem-quer-que seja, dentre todos os marilienses que ocuparam ou ocupam cargos de vereadores em nossa cidade. Orgulhamo-nos até, de sermos amigos de todos, indistintamente. Entretanto, mistér é que reconhecemos que nosso corpo legislativo está urgindo uma reforma radical – uma renovação de valores. Abordamos agora o assunto, porquanto a questão já chegou ao ponto de alertar a consciência dos principais partidos políticos, existindo alguns que já levantaram a bandeira do ideal de remodelação de homens públicos, com respeito à futura constituição dos novos integrantes da edilidade mariliense. Alias, tal assunto é hoje “prato do dia”, não só nas hostes políticas, como também no conceito dos próprios observadores, especialmente por parte das pessoas que, de uma ou outras maneira, denotam algum interesse e amor por Marília. Não vai neste comentário, nenhum motivo de melindre aos vereadores marilienses de módo geral ou particular. A ve

Tripla responsabilidade moral (25 de abril de 1959)

O pleito de 4 de outubro próximo, no que se refere ao âmbito municipal, principia já a preocupar os marilienses. Não só os partidos políticos, como também o próprio eleitorado. Se bem que nem todos sejam apaixonados pelo assunto, não resta dúvida que qualquer pessoa, em qualquer circunstância ou local, volta e meia, aborda direta ou indiretamente, o problema sucessório do município. Isso é um bom sinal, fora de dúvidas. Significa que homens sérios de Marília se preocupam com problemas sérios, muito embora algumas pessoas que alimentam razões simplistas, tentem dar à importância da questão, maior empobrecimento ou mesmo o colorido do pejorativismo. É preciso saber entender a política real, em suas bases sólidas, como uma arte e até mesmo uma ciência. É necessário que na mentalidade geral, se aquilate o valor dos homens, o programa e as plataformas de governo dêstes mesmos homens. Separar o joio do trigo. Discriminar a política fundamental, apartando-a da politicagem e da politicalha con

Miscelânia (24 de abril de 1959)

Preparam os paulistanos, carinhosa e gigantesca manifestação de carinho ao General Humberto Delgado. O militar luso, que há pouco se exilara na Embaixada Brasileira em Lisboa, teve nome e atitude citados por toda a imprensa da América e Europa, quasi se tornando um caso de política internacional. Ao pisar o solo brasileiro, o ilustre representante da terra de Camões teve para com nossa Pátria e nossa gente, as mais encomiosas palavras de amisade e gratidão. Ao que se comenta, embora com contradições, o General Delgado, cuja passagem pelas fileiras do Exército Português marcaram-se por um espírito eminentemente democrático e de extraordinária cultura, adotará o Brasil como sua segunda Pátria. Sêde benvindo, general! --:-- Nova greve está agora em articulação: a dos caminhões de cargas de todo o país. Motivo: a alta desenfreada dos preços dos pneus, gasolina e peças. Enquanto isso, o Sr. Presidente da República, em seus discursos (quando não está em viagem para Brasília), continua precon

Balela oficial (23 de abril de 1959)

É o que se póde dizer da COFAP e suas “filhas” COAPS e COMAPS. Uma balela oficial. Agora a COFAP mudou de nome. Passará a chamar-se Instituto Nacional de Abastecimento. Na intimidade, INA. Muito se falou sôbre a extinção desse organismo, uma vez que o mesmo não vinha cumprindo fielmente as suas precípuas finalidades, no concernente ao arbitramento justo, fiscalização eficiente e orientação sábia, que redundassem diretamente em pról dos interesses do povo, conforme seria de esperar e de acôrdo com a própria declarada origem do mencionado órgão. A extinção não e nem poderia mesmo vir, porque se teria criado no Brasil, um problema de aspecto mais delicado e de solução mais difícil para o comodismo de algumas pessoas, do que mesmo as questões urgentes de interesse de toda uma população. É que existem dezenas de funcionários bem remunerados integrando o famigerado núcleo, hoje considerados servidores públicos de autarquia (embora não o sejam) e que não poderiam, assim, sem mais e nem menos,

Adeus, Dermânio! (21 de abril de 1959)

Recordamo-nos de um garoto vivo, inteligente e dedicado ao esporte, que se tornou conhecido e estimado entre os marilienses, mercê de seu gênio alegre, suas maneiras lhanas de tratar com todos. O garoto cresceu; cresceu em tamanho, cresceu em moral, cresceu na estima de todos nós. Projetou-se vertiginosamente dentro da popularidade ilimitada. Representou as cores de Marília esportiva em todos os rincões do Brasil e teve a honra de representar nosso país em competições no exterior, participando de um prova internacional no Uruguai. Amealhou verdadeira fortuna moral, em troféus, títulos e medalhas, enriquecendo o patrimônio esportivo do nome de Marília. O valor desse moço, não se encontrava somente no sentimento e nas grandes qualidades de esportista e sim, sobretudo, no elevado padrão moral, que o identificou sempre, apesar de sua humildade, num homem digno de Marília e amigo de todos os marilienses. Dermânio da Silva Lima, o campeoníssimo Dermânio, é a figura que nos referimos. Não exi

Racismo na África? (15 de abril de 1959)

O assunto até parece uma piada e das boas. Na África, que o bêrco da raça negra, existe preconceito racial e em certos pontos, “guerra branca”, frontalmente aberta contra os pretos! É difícil de acreditar, mas é a verdade. Dois “casos” foram criados contra esportistas negros, e, por coincidência, lógo com pretos brasileiros. Primeiro, foi a seleção de bola ao cêsto da Sociedade Esportiva Palmeiras, que ficou inibida de que seus craques de côr se apresentassem aos africanos. Agora, idêntifica ostensiva medida racial acaba de ser imposta ao time de futebol da Associação Atlética Portuguesa, de Santos, que teve que deixar detidos no navio, alguns de seus jogadores de côr. O assunto parecia que iria passar desapercebido; entretanto, tornou-se público, revoltou meio mundo e acabou de chegar ao conhecimento do próprio Ministério das Relações Exteriores e mesmo à ciência do Presidente Kubitschek. Muito se falou sôbre o assunto. Muito se falará ainda, pois a questão é mesmo daquele molde que s

A Petrobrás (14 de abril de 1959)

Se a Petrobrás não fôra aquilo que chamamos uma emprêsa estatal, por certo o índice dos lucros que apresenta, teria sido classificado como extraordinário e talvez como absurdo. A aludida emprêsa, conforme divulgações da imprensa de São Paulo e Rio de Janeiro, apresentou, em 1958, um lucro líquido de Cr$ 5.571.000.000,00! Óra, pensando nisso, apelando antes de pensar nisso, para aquilo que se chama patriotismo verde-amarelo, não é o caso de perguntar-se se foi mesmo para esse fim (dar lucros?) que a Petrobrás foi criada? A Venezuela nos deu em exemplo frizante e conseguiu transformar radicalmente a vida econômica de seu povo, mercê dos sábios processos com que explora o seu petróleo. Conosco, a questão é diversa. Estamos com os olhos fechados, porque algumas pessoas que se dizem nacionalistas e nada mais são do que pseudo-nacionalistas, fazem questão cerrada em não ver a realidade dos fatos. Aqueles que esperam ou desejam que a Petrobrás apresente menos lucro e produza mais petróleo, co

Armazéns de Silos (11 de abril de 1959)

Deve fazer uns dois anos aproximadamente, se nos não enganamos, quando reclamamos a necessidade do Govêrno Estadual voltar suas vistas para Marília, aquí fazendo instalar um armazém de Silos. Na ocasião, até sugerimos o aproveitamento dos barracões do antigo D.N.C., ali na saída para Vera Cruz. A Câmara e a Prefeitura Municipal também se interessaram pelo assunto e outras entidades de classe engrossaram também o ról de providências, providências, que, pensamos, foram traduzidas em pedidos de caráter puro e simples. Por aí, poderá se ver, facilmente, que o assunto constitui, por si só, u’a necessidade e reclamada aspiração de Marília. A localização de um armazém de Silos em nossa cidade, mercê da situação privilegiada e verdadeiramente estratégica geograficamente falando, compensará e virá de encontro aos próprios interesses do Govêrno, no que tange aos meios de reservas de genêros e cereais, especialmente durante os chamados períodos de inter-safras. Situando-se nossa cidade numa condi

Colcha de Retalhos (10 de abril de 1959)

Um pedreiro português falecido há 100 anos, no dia 11 de abril de 1859, está distribuído misteriosamente convites para “os festejos comemorativos do centenário do seu processamento, com inicio às 22 horas no solar da Arquitetura, avenida Pasteur, 250”. O estranho defunto chama-se Mateu Miranda Hermenegildo e tem uma história curiosa, que os alunos da Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil inventaram para justificar e animar o grande baile macabro de calouros que promoverão amanha. Os convites foram feitos como se o próprio defunto, Mateu Miranda Hermenegildo, estivesse a frente da comemoração. --:-- Amanhã e depois, deveria realizar-se a Concentração Municipalista, programada em Guaratinguetá. Em face, todavia, do passamento da genitora do Governador Carvalho Pinto, a realização dêsse conclave municipalista foi adiada “sine die”. --:-- Através da Associação Comercial, o comércio e a indústria do Distrito Federal vão enviar memorial ao ministro da Fazendo pedindo di

Uma sugestão (9 de abril de 1959)

O Paço Municipal de Marília, óbra imponente da moderna arquitetura e patrimônio inegavelmente reclamado pelo próprio progresso de nossa cidade, está prestes a ser concluído. Até o fim do ano, segundo se informa, todas as dependências da máquina funcional, legislativa e administrativa do município, deverão estar instaladas na nova casa. Erguido num ponto verdadeiramente estratégico, destaca-se soberbo, com a condição de primeira entre os congêneres de toda a “hinterlândia”. Óbra de vulto, completa, belíssima. Três nomes de marilienses autênticos, apresentam a condição de timoneiros e responsáveis por essa grandiosidade, cada qual dentro de uma ação distinta. Dr. Aristóteles Garcia, quando Prefeito Municipal, adquiriu o terreno onde hoje está construído o novo Paço, para o fim especifico atualmente ocupado; por u’a “ninharia”, convenhamos. Adorcino de Oliveira Lyrio, também Prefeito muitos anos após, chamou a sí a responsabilidade da iniciativa e dos primeiros passos da idéia que hoje é

Desta vez, gostamos de fato! (8 de abril de 1959)

Sim; desta vez, gostamos de fato de tudo aquilo que vimos, pertinente ao desenrolar dos festejos comemorativos do 30º aniversário de nossa cidade. Tiveram os marilienses o ensejo de presenciar uma festa popular, sem precedentes na história de Marília. Todo o público teve as atenções voltadas para o extenso e bem cumprido programa oficial, que proporcionou ao público em geral a oportunidade de vibrar com a data magna de Marília, participando integralmente das variadas solenidades levadas a efeito, em regosijo pelo auspicioso evento. As providências tomadas pelo Sr. Prefeito, Sr. Presidente da Câmara e Srs. Membros da Comissão de Festejos, foram completas em todos os pontos, nada tendo deixado a desejar. Realizou-se, este ano em Marília, uma festa de aniversário da cidade, da qual participaram todos os marilienses, indistintamente; grandes e pequenos, ricos e póbres, pretos e brancos. Para sermos francos, chegamos mesmo a quebrar uma “tradição” neste sentido. No passado, quasi todas as e

Marília, Ave! (4 de abril de 1959)

A garotinha veio ao mundo, assim como todas. Ou sua chegada foi premeditada, ou foi antes uma surprêsa. Coisas que acontecem. Futuro? Ah, sim, o futuro incerto. Planos, desejos, mas o porvir não está reservado aos homens. Enfim, a menina nasceu. Seus pais fizeram planos no início. Planos que ficaram sujeitos a modificações constantes, ou porque os pais não podiam dedicar todo o tempo a vigiar a filha, ou porque a garotinha nascera já incrivelmente precoce. As atenções gerais, principalmente a concentrar-se na garotinha. Dia a dia, em plena infância, denotava um desenvolvimento invulgar, incrível. E continuou crescendo, prosseguiu desenvolvendo-se, expandindo-se, exigindo que o próprio progresso acompanhasse seu dinamismo. Passou a fazer inveja até às suas irmãs mais velhas. Pregou um susto nos próprios pais, tanto que se projetou no cenário da exuberância, do modernismo. Com cinco anos, já era extraordinária. Aos dez foi citada como exemplo de progresso. Quando atingiu vinte anos, viu

Mentiras de 1º de abril (2 de abril de 1959)

Estranharam alguns leitores, nosso proceder de ontem, com as “Boas Notícias” de 1º de abril, o chamado “dia das mentiras”. Alguns se divertiram com o fato, achando graças e oportuna a lembrança que tivermos, ao encher o espaço que nos destina diariamente a direção do “Correio”. Outros, entretanto, não gostaram da brincadeira e houve até um leitor que nos censurou “de corpo presente”, dizendo-nos que nos secção diária conseguiu firmar-se no conceito popular como um rosário de assuntos sérios e sempre oportunos, incompatível, portanto, com uma apreciação brincalhona sob qualquer aspecto. Pode ter ou não razão êsse nosso amigo. De qualquer maneira, nos envaideceu o conceito que o mesmo tem acêrca de nossas intenções e preocupações quando rabiscamos nossas idéias diárias. Mas nada existe de mal, nem mesmo disvirtuamente de desideratos, nu’a mentirazinha aplicada justo num dia próprio. Existem tantos políticos, tantos administradores, tantos comerciantes, tantos industriais, jogadores de fu

Boas Notícias... (1 de abril de 1959)

Positivamente, nosso departamento noticioso está funcionando muito bem e hoje, mais do que nunca, temos uma série de excelentes notícias para todos os nossos leitores. São coisas assim, que acontecem uma vez por ano. Sucede que hoje conseguimos um compêndio verdadeiramente maravilhoso de boas notícias. Ei-las: --:-- Sebastião, competente “fígaro” que exerce as suas atividades profissionais no “Salão Avenida”, apesar de modesto entre nós, é pessoa relacionadíssima dentro da política do Estado de Minas Gerais. Assim é que êle manteve contacto recentemente com uma famosa banda de Belo Horizonte e garantiu-nos que a corporação referida, uma das melhores do Brasil, virá à nossa cidade no próximo sábado. Trata-se de um conjunto de 280 figuras, sub-divídido em orquestra sinfônica, orquestra de rítmos e banda marcial. --:-- Político renomado e de projeção na cidade, acaba de informar a nossa reportagem, de que foi dirigido um convite oficial ao sr. Fidel Castro, para que S. S. visite Marília n